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Economia circular: “A mudança está realmente acontecendo”, diz Emilly Healy

Dentre os tópicos discutidos nessa rica conversa, o principal destaque fica para a existência de limites físicos do atual modelo econômico de ‘extrair, produzir, desperdiçar’, enquanto todos os olhos se voltam para a economia circular

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O conceito de economia circular tem ganhado cada vez mais relevância no contexto da agenda ESG. Neste painel, Marcella Ungaretti, Head de Research ESG da XP, entrevistou Emily Healy, da Fundação Ellen MacArthur; Guilherme Brammer, fundador da Boomera; Andréa Mota, Diretora de Sustentabilidade e RI LatAm da Coca-Cola, e Kim Gurtensten Fabri, Presidente e CEO da Earth Renewable Technologies (ERT). Dentre os tópicos discutidos nessa rica conversa, o principal destaque fica para a existência de limites físicos do atual modelo econômico de ‘extrair, produzir, desperdiçar’, enquanto todos os olhos se voltam para a economia circular, uma alternativa que busca otimizar o uso dos recursos e minimizar os impactos negativos para o meio ambiente. A mensagem é clara: empresas, investidores e consumidores estão cada dia mais conscientes da necessidade de se investir em soluções baseadas na inteligência da natureza, de modo que os resíduos se tornem insumos para a produção de novos produtos.

A economia circular diz respeito à produção de materiais que possam ser utilizados & reutilizados. Segundo uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria, em 2019, 76,5% das indústrias desenvolveram alguma iniciativa de economia circular. Dentre as diferentes práticas, algumas delas são: (i) a otimização de processos para minimizar desperdícios, (ii) o uso de insumos circulares advindos da coleta seletiva e (iii) a recuperação de recursos com a reutilização dos componentes que, antes, eram descartados.

Andréa compartilha que um grande desafio enfrentando pela Coca-Cola vem das embalagens, uma vez que só 56% das embalagens pet são coletados. “É mais do que a metade”, ela diz, “mas ainda faltam 44%”. Por isso, a empresa criou o conceito de garrafa universal, uma garrafa que pode ser trocada por diferentes tipos de bebidas.

“Economia circular é sobre isso: gerar embalagens que não geram resíduos, mas que podem ser reutilizadas.”

Andréa Mota

Guilherme, da Boomera, explica que o grande negócio da empresa foi fazer a ponte entre catadores na cooperativa e a tecnologia advinda da empresa para gerar valor ao produto renovável. No cenário nacional, ele é otimista: “o fator da empatia é cada vez mais forte nos brasileiros para enfrentar e resolver o problema [de geração de lixo].”

Para Guilherme, um ponto chave da economia circular está no consumo mais inteligente. Um grande passo a ser dado por parte das grandes empresas que estão por trás de marcas renomadas diz respeito a facilitar a vida dos consumidores para que eles entrem em ecossistemas circulares. Ou seja, produzir materiais que podem ser reutilizados, mas continuem trazendo conforto e qualidade ao consumidor. Por parte da Boomera, a meta é alta e vai além dos quesitos ambientais intrínsecos ao negócio: o empresário quer gerar mais de 700 mil empregos sociais nos próximos 3 anos.

“Exatamente como fazemos com os nossos negócios quando estabelecemos metas financeiras ambiciosas, também devemos estabelecer metas ambiciosas relacionadas ao impacto social e ambiental.”

Andréa Mota

Kim, por sua vez, diz que as soluções para a economia circular são complementares. “Na ERT, acreditamos muito na solução do bioplástico, um material que tem um início e fim de vida” – início advindo de uma fonte renovável e o fim compostável. Mas ele alerta que sustentabilidade não pode pagar um prêmio muito superior, senão ela se torna inviável. “Ela [a sustentabilidade] precisa gerar preço”, ou seja, gerar retorno financeiro, ser viável economicamente. Andréa concorda dizendo que a transição de um modelo econômico linear para um modelo econômico circular é bastante complexa. Para as empresas, de forma geral, é mais barato utilizar uma resina virgem para a produção de garrafas, do que usar uma resina advinda de uma garrafa que já existiu. Os custos ainda são bastante altos para promover a reutilização. “O grande desafio é fazer com que a economia circular também traga retorno financeiro, ou seja, que seja de fato econômica”, ela diz.

Kim também reitera que outro grande desafio na economia atual é a escalabilidade. O bioplástico, por exemplo, representa 1% de todo o plástico circulado no mundo. “Os investimentos massivos precisam ser feitos agora, para que daqui 5 anos tenhamos uma economia mais sustentável”.

“Existe uma demanda por parte dos investidores, por parte dos consumidores e por parte da legislação que está se afunilando com relação a esse tema.”

Emilly Healy

Entretanto, oportunidades não faltam e os painelistas ressaltam: a legislação vem implementando regulações no que se refere à redução do consumo de plástico (União Europeia é um grande exemplo), a população (consumidores e investidores) vem demandando a utilização de materiais reutilizáveis e, por fim, a educação se mostra como uma grande ferramenta para que a economia circular seja compreendida desde a escola, principalmente em um mundo onde as novas gerações já consolidaram os conceitos de economia compartilhada e consumo consciente. Agora é preciso entender a cadeia como um todo e, principalmente, pensar no pós-consumo para que, de fato, tudo o que as pessoas consumam não gere resíduos, mas sim, valor.

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