Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG - do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG - Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado encerrou o pregão de quarta-feira em baixa, com o IBOV e o ISE caindo 1,39% e 1,65%, respectivamente.
• No Brasil, (i) a Suzano adquiriu uma fatia da austríaca Lenzing AG, uma das principais fabricantes globais de fibra de celulose para indústria têxtil e de não-tecidos - a transação sinaliza a aposta da companhia em práticas mais sustentáveis no setor, com os produtos da Lenzing sendo feitos a partir de células da madeira compostáveis e biodegradáveis; e (ii) a Comissão Especial do Hidrogênio Verde do Senado aprovou ontem o projeto de lei que estabelece o marco legal para a exploração de hidrogênio de baixo carbono no país - a iniciativa é parte da agenda verde para incentivar a descarbonização da matriz energética local e cria o Regime Especial de Incentivos para a Produção de Hidrogênio de Baixo Carbono (Rehidro), isentando de contribuições empresas que, no prazo de cinco anos, realizarem investimentos em hidrogênio verde.
• No internacional, a União Europeia anunciou ontem que vai aumentar as tarifas sobre os veículos importados da China para até 48%, buscando proteger a sua indústria do que considera subsídios ilegais - segundo especialistas, a decisão vai manter os preços mais altos por mais tempo e funcionará como um impedimento às vendas no curto prazo.
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Brasil
Empresas
BID Invest quer investidor privado no desenvolvimento sustentável da Amazônia
"Cerca de 900 pessoas se deslocaram para Manaus, no Amazonas, neste início de semana para participar da Semana de Sostenibilidad, promovida pela unidade de investimentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o BID Invest. A escolha da cidade, segundo o CEO do BID Invest, James Scriven, foi levar o setor financeiro para o centro da pauta da Amazônia e do desenvolvimento sustentável. Em entrevista ao Valor, Scriven explicou que há 20 anos o banco de desenvolvimento promove, a cada dois anos, a semana da sustentabilidade, com o objetivo de reunir especialistas, pesquisadores, ONGs, governos, setor financeiro e interessados nas pautas socioambientais dos países membros. Porém, a de 2024, diz, está com uma agenda particularmente importante: fazer uma chamada para potenciais parceiros de investimentos em projetos da região. Em junho de 2023, o BID lançou a iniciativa Amazon Forever, um programa guarda-chuva para acelerar o direcionamento de recursos, em escala, para a região. “É uma plataforma para unir todos que querem ter um impacto positivo na região do Amazonas, tanto economicamente quanto ambientalmente”, conta Scriven. Ele destaca que o Brasil é o maior país, mas não o único, uma vez que a floresta se estende por mais lugares na América do Sul. A intenção da iniciativa é, por meio do diálogo entre vários atores, encontrar soluções criativas e viáveis para os problemas locais e, ao mesmo tempo, levar prosperidade econômica para as pessoas e ajudar as futuras gerações a se beneficiarem da Amazônia. Para capitalizar os projetos da região, como parte do programa Amazon Forever, o BID Invest anunciou em conjunto com a International Finance Corporation (IFC, membro do Banco Mundial), na COP 28, em 2023, a Amazon Finance Network (AFN), rede que reúne instituições financeiras com o objetivo de aumentar os fluxos de investimento, mobilizar capital, promover a inclusão financeira, compartilhar conhecimento sobre soluções financeiras inovadoras e gerar sinergias com o setor público."
Fonte: Valor Econômico; 12/06/2024
Eneva assina contrato para fornecer gás natural a usina da Linhares Geração
"A Eneva assinou um contrato para fornecimento de gás natural para a Linhares Geração utilizar na Usina Termelétrica Luiz Oscar Rodrigues de Melo, localizada em Linhares (ES). O contrato tem valor estimado de R$ 1,2 bilhão e considera duas parcelas, uma fixa, para remunerar a reserva de capacidade da Eneva, e uma variável, atrelada ao preço de referência do preço de gás natural liquefeito. A usina da Linhares Geração comercializou 204 megawatts no produto potência no leilão de reserva de capacidade realizado dezembro de 2021, com entrega a partir de 1º de janeiro de 2026, quando também se inicia o compromisso da Eneva. No âmbito do contrato, a companhia poderá solicitar à Eneva uma quantidade de até 1,07 milhão de metros cúbicos de gás natural por dia e terá exclusividade no fornecimento do gás necessário para atendimento aos despachos da usina. O suprimento será realizado a partir de gás natural liquefeito trazido da unidade flutuante de armazenamento e regaseificação que a Eneva possui no Sergipe, com capacidade de até 21 milhões de metros cúbicos por dia. Segundo a empresa, esse é o primeiro contrato de venda de gás flexível de longo prazo para um cliente termelétrico entre companhias privadas no Brasil."
Fonte: Valor Econômico; 12/06/2024
Com aquisição da Lenzing, Suzano entra de cabeça nos têxteis sustentáveis
"Maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, a Suzano acaba de adquirir uma fatia da austríaca Lenzing AG, uma das principais fabricantes globais de fibra de celulose para indústria têxtil e de não-tecidos. A transação marca a entrada da companhia brasileira entre os grandes players desse mercado e também sinaliza a sua aposta em práticas mais sustentáveis no setor. Hoje, 70% dos tecidos produzidos globalmente são sintéticos, como poliéster e elastano, que têm sua origem no petróleo. Por ano, são produzidas cerca de 100 milhões de toneladas de fibras têxteis no mundo, com impactos ambientais que incluem poluição da água e emissões de gases de efeito estufa. Os produtos da Lenzing são feitos a partir de células da madeira. As fibras são compostáveis e biodegradáveis, de acordo com a empresa, contribuindo para a circularidade do material. A Suzano vai comprar 15% da Lenzing, por € 230 milhões (cerca de R$ 1,3 bilhão). O preço negociado da ação foi de € 39,70, mais de 20% acima do fechamento de ontem, de € 32,30, na bolsa de valores de Viena. A brasileira está adquirindo uma participação acionária no B&C Group, que controla a empresa austríaca e, ao fim da operação, terá diminuído sua fatia na Lenzing de 52,25% para 37,25%. O contrato prevê ainda que a Suzano poderá comprar outros 15% de participação até o fim de 2028. Se exercer a opção, a companhia da família Feffer se tornará a acionista majoritária da Lenzing. “A Lenzing já é líder global no fornecimento de fibras de celulose premium para a indústria têxtil e de não-tecido, e nós reconhecemos que há oportunidades de crescimento a partir de sua tecnologia consolidada, alcance de produto e conhecimento técnico”, diz Walter Schalka, presidente da Suzano, em nota. Depois de uma década à frente da companhia, Schalka deixa a presidência no próximo 1º de julho. Ele será sucedido pelo presidente da Rumo, João Alberto Abreu."
Fonte: Capital Reset; 12/06/2024
Brasil corre o risco de se tornar importador de créditos de carbono
"Um dos países com maior potencial no mercado de carbono global, o Brasil corre o risco de se tornar um importador de créditos de carbono. Especialistas afirmam que, se o país não for hábil em reduzir o desmatamento, pode não conseguir cumprir suas metas climáticas e terá de comprar - em vez de vender - licenças para emitir gases de efeito estufa. Eles alertam que, apesar de a presidência do Brasil no G20 (grupo de grandes economias globais) poder impulsionar novas fontes de financiamento para a transição energética, existem riscos de não cumprimento da meta, como a demanda interna por crédito de carbono excedendo a oferta, devido à emissões não mitigadas, e obstáculos à venda dos créditos brasileiros no mercado global. O Brasil tem potencial significativo para liderar o mercado de crédito de carbono, dada sua capacidade de redução de emissões em vários setores, mas as regras do Acordo de Paris e da União Europeia restringem isso, argumenta Marcos da Costa Cintra, doutor em energia pela Universidade de São Paulo e em mestre em políticas públicas, estratégias e desenvolvimento pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O Brasil foi dos principais exportadores de Reduções Certificadas de Emissão (RCEs) - o crédito no mercado de carbono - sob o Protocolo de Kyoto, especialmente de 2003 a 2010. Mas a mudança de regras empreendidas pelos países desenvolvidos, liderada pela União Europeia, impediu a continuidade dessa dinâmica que reduzia emissões e gerava recursos para o país, diz Cintra. Ele lembra que, depois da criação do mercado de carbono global com base no Protocolo de Kyoto, o Brasil instituiu em 2000 o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), no qual empresas e entidades brasileiras reduziam emissões e podiam vender esses certificados para outras empresas ou instituições de países ricos."
Fonte: Valor Econômico; 13/06/2024
Política
Comissão do Senado aprova marco legal do hidrogênio verde
"A Comissão Especial do Hidrogênio Verde do Senado aprovou, em votação simbólica, nesta quarta-feira (12), o projeto de lei que estabelece o marco legal para a exploração de hidrogênio de baixo carbono no Brasil. Os senadores aprovaram um requerimento de urgência, o que leva o texto direto ao plenário da Casa. O hidrogênio verde é produzido através da eletrólise da água, um processo que utiliza eletricidade para dividir a água (H₂O) em hidrogênio (H₂) e oxigênio (O₂) a partir de uma fonte energia limpa. O marco legal do hidrogênio verde é parte da “agenda verde” para incentivar a descarbonização da matriz energética do País. O projeto cria o Regime Especial de Incentivos para a Produção de Hidrogênio de Baixo Carbono (Rehidro), isentando de contribuições empresas que, no prazo de cinco anos, realizarem investimentos em hidrogênio verde. No parecer, Alencar incluiu um trecho que isenta de PIS/Cofins e PIS/Cofins-Importação a aquisição de matérias-primas, desde que no marcado interno, empresas beneficiárias do Rehidro. Em sua complementação de voto, o relator, Otto Alencar (PSD-BA), acatou uma emenda do senador Fernando Dueire (MDB-PE), que permite à empresas que produzem qualquer tipo de biocombustível, incluindo etanol, possam se beneficiar do Rehidro. Antes, apenas produtores de biogás ou biometano eram contemplados por esses benefícios fiscais e incentivos. O relator acatou uma emenda do senador Cid Gomes (PSB-CE) que adia de 2027 para 2028 o início da concessão dos créditos fiscais relativos ao Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (PHBC). O programa confere créditos na comercialização de produtos. Outra emenda de Cid acatada extende o benefício até 2032. O texto prevê que a autorização para produção, importação, transporte, exportação e armazenagem de hidrogênio ficará a cargo da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O projeto permite a produção apenas para empresas com sede no Brasil."
Fonte: Valor Econômico; 12/06/2024
"A Margem Equatorial pode ser um arranhão para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) diante da proximidade da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que será sediada no Brasil em 2025. No entanto, mesmo que haja atrito entre as duas agendas, o conflito não impedirá a exploração da região pelo setor de petróleo e gás. É o que avalia uma fonte próxima de Lula, ouvida pelo Valor. As falas de Lula sobre o tema, nessa quarta-feira (12), afirmando que é uma questão de tempo a exploração da Margem Equatorial, deram força à ala do governo que defende o uso da região para alavancar a produção de petróleo no país. Há uma queda de braço entre aqueles que defendem a exploração da área e os que argumentam que é preciso mais cautela, devido a possíveis impactos ambientais. Essa disputa antagoniza o Ministério de Minas e Energia e a Petrobras, de um lado, e o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto do Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), do outro. Na avaliação do interlocutor do Planalto, haveria certo convencimento do MMA de que a exploração deve acontecer, e as declarações de Lula nessa quarta-feira são um indicativo nessa direção. Por isso, diz a fonte, o presidente fez questão de reforçar que qualquer movimento “levará 100% a sério o meio ambiente”. Lula tenta se equilibrar entre defender a pauta ambiental e investir na busca por combustível fóssil. Um argumento que tem sido usado para abrir caminho à exploração é que, por ora, qualquer trabalho a ser feito será de pesquisa e perfurações exploratórias. Há expectativa, porém, de que uma vez encontrado petróleo, haverá maior pressão para começar a produzir na região, que é sensível ambientalmente."
Fonte: Valor Econômico; 12/06/2024
Temos que trabalhar a resiliência à mudança climática’, afirma Ilan Goldfajn, presidente do BID
"Financiar a adaptação de cidades, governos, empresas e pessoas às mudanças climáticas é uma das prioridades do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) na América Latina e Caribe. Segundo o presidente da instituição financeira, o brasileiro Ilan Goldfajn, não dá mais para esperar a redução de emissões de gases de efeito estufa, ação necessária para frear o aquecimento global, conforme dita o Acordo de Paris. “Temos que trabalhar a resiliência à mudança climática”, destaca Goldfajn. “Estamos vendo os incêndios no Chile, as inundações no Brasil, no Rio Grande do Sul, a seca no Uruguai e na Argentina, os furacões na América Central e Caribe, em Acapulco. Temos um desastre natural por um mês, pelo menos, na região. O impacto é grande e não podemos mais ignorar”, comenta a jornalistas nesta quarta-feira (12) em Manaus. Goldfajn está na capital amazonense para visitar projetos investidos pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento e participar da Semana de Sustentabilidade organizada pelo BID Invest e que conta com a participação de mais de 800 autoridades públicas, executivos, pesquisadores, especialistas e representantes de organizações não governamentais. Segundo ele, há duas formas de trabalhar a resiliência climática. Uma delas é promover o uso de energia renovável, para diminuir as emissões de dióxido de carbono (CO2). A outra é preservar a floresta em pé, cujo papel é fundamental na absorção de CO2 da atmosfera. “Não há como trabalhar a mudança do clima no mundo sem a América Latina e Caribe. E não há como trabalhar sem a Amazônia e isto está cada vez mais claro para todo o mundo”, diz. Goldfajn lembra que o BID criou ano passado o programa chamado “Amazon Forever” (“Amazônia para Sempre”, na tradução livre) justamente para jogar luz nas necessidades da região, entre elas de criação de emprego e renda."
Fonte: Valor Econômico; 12/06/2024
Combustíveis do futuro, só com pesquisa e inovação
"Em um país com vasto território e diversidade abundante, os biocombustíveis são aposta certeira para efetivar o processo de transição energética. É com essa intenção que o Congresso Nacional se debruça sobre o PL 528/2020 (Combustível do Futuro), atualmente no Senado Federal. A proposta apresenta dispositivos para alavancar o setor, mas ainda carece de mecanismos de fomento e incentivo à pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) em biocombustíveis, essenciais para promover a esperada revolução no setor. Durante recente audiência pública promovida pela Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado destinada à discussão do projeto, a Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI) apresentou uma proposta que visa ampliar os recursos destinados à PD&I dos biocombustíveis. A proposta em questão é para que o texto final do PL 528/2020 inclua um dispositivo fixando que 20% dos recursos obrigatórios dos royalties do petróleo destinados a desenvolvimento e inovação (PD&I) – previstos em Lei desde 1997 – sejam destinados para projetos relacionados a biocombustíveis. Entre 2016 a 2022, o valor total da obrigação de investimentos em PD&I foi de R$ 16,6 bilhões, sendo que desse valor somente R$ 331 milhões foram gastos com biocombustíveis, ou seja, apenas 2,36% dos recursos nesse período foram utilizados no desenvolvimento de pesquisas em combustíveis renováveis. O aporte em pesquisa e inovação destinado à pesquisa e inovação em biocombustíveis seria um passo importante, principalmente diante dos desafios fiscais do governo federal. Esses recursos seriam provenientes do setor privado, mais especificamente dos combustíveis fósseis, sem qualquer impacto negativo no orçamento público. Se formos além, o valor ainda estaria aquém do ideal para explorar plenamente a potencialidade do país no setor."
Fonte: Epbr; 12/06/2024
Crise do clima será pauta fundamental nas eleições municipais
"‘Acima da média’ é o termo mais ouvido nos últimos anos e, daqui para a frente, fará parte do cotidiano. Mais dias quentes e ondas de calor intensas. Mais períodos frios, chuvas excessivas, secura e baixa umidade. Os cientistas e ambientalistas alertam há tempos, mas o grau de frequência aumentou, e nossas cidades não estão preparadas para enfrentar tragédias climáticas. Nos próximos meses, candidatos a prefeito e vereador farão campanha para a eleição de outubro. Será deles a responsabilidade de preparar nossas cidades para o futuro, que já é o presente. Para tanto, as agendas ambiental, social e climática devem fazer parte das prioridades. Caso contrário, continuaremos a presenciar tragédias climáticas “acima da média”. É triste ver o terrível momento por que passa o Rio Grande do Sul diante da calamidade e do impacto direto na vida, história e memória das pessoas. Toda a nossa solidariedade a elas. Enquanto o cenário ainda é crítico, temos de olhar para passado e futuro. Precisamos nos munir de planos de prevenção, alerta, contingência, adaptação e mitigação ante as mudanças climáticas. Segundo levantamento do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), vinculado à Secretaria de Estado de Economia e Planejamento do Espírito Santo, das 27 capitais brasileiras incluindo o Distrito Federal, 15 não contam com o Plano de Mudanças Climáticas. No universo das 16 capitais dos 17 estados abrangidos pelo bioma Mata Atlântica, seis não elaboraram um plano climático: Aracaju (SE), Campo Grande (MS), Maceió (AL), Natal (RN), Porto Alegre (RS) e Vitória (ES). No contexto dos 3.429 municípios da Mata Atlântica, a maioria não possui planos de ação climática, e a urgência é maior para aqueles localizados em regiões mais frágeis e áreas costeiras. É no bioma que vive cerca de 70% da população brasileira."
Fonte: O Globo; 12/06/2024
Internacional
Empresas
Mercados emergentes podem apontar caminhos para o futuro dos investimentos, dizem executivos
"Os mercados emergentes podem apontar caminhos para investimentos no mundo, em especial a América Latina, diante do potencial que a região tem para impulsionar a transição energética global, afirmaram executivos de bancos e instituições financeiras no FII Priority Summit, encontro internacional de líderes e executivos que acontece nesta quarta-feira (12) no Rio. “A transição energética não é algo novo para o Brasil, o país está na vanguarda disso. Uma coisa que a América Latina pode fazer é impulsionar o que já tem. Na região, a média [de descarbonização da matriz energética] é maior do que no resto do mundo. Isso significa eletricidade verde, mas também redução de emissões”, disse o diretor administrativo do Goldman Sachs, John Greenwood, em painel sobre como os investidores podem navegar em mercados emergentes. Ele também destacou a importância da América Latina no mercado de commodities, uma vez que tem a maior parte de reservas dos chamados “metais críticos”, fundamentais para a eletrificação de frotas e descarbonização. “Se estamos falando de transição energética, a América Latina está nessa liderança. Muitos países têm metas de carbono zero até 2030-2040 e eles não vão conseguir fazer isso sozinhos, vão precisar de créditos de carbono que existem aqui”, pontuou Greenwood. O vice-presidente executivo e diretor de investimentos da Templeton Global Macro, Michael Hasenstab, observou que os investidores muitas vezes resumem os mercados emergentes à China. “Isso não é verdade, a China tem uma influência, mas não é tudo. Lugares como Índia, Brasil, México, Vietnã são exemplos proeminentes”, disse. Também no painel, o diretor de desenvolvimento nacional do Fundo de Investimento Público (PIF) da Arábia Saudita, Jerry Todd, destacou que, entre os setores mais atrativos em países emergentes, estão infraestrutura, digitalização, automação, manufatura e energias verdes."
Fonte: Valor Econômico; 12/06/2024
Vendas de veículos a combustíveis fósseis já atingiram pico, indica relatório
"Uma das principais rotas para deslocar a demanda por combustíveis fósseis e colocar o mundo na trajetória de emissões líquidas zero até 2050, a eletrificação da frota está ganhando tração com a queda nos preços das baterias e deve aumentar, em média 21% ao ano, nos próximos quatro anos, estima relatório da BloombergNEF divulgado nesta quarta (12/6). A taxa de crescimento esperada é menor do que a média de 61% entre 2020 e 2023, no entanto, com desaceleração das vendas na Europa e EUA, dois dos principais mercados depois da China. Um recuo que vem na esteira de mudanças regulatórias e políticas, e do adiamento de metas de algumas montadoras. “Nos EUA, a falta de modelos de baixo custo e o nervosismo do mercado pelas próximas eleições presidenciais ajudaram a desacelerar as vendas neste ano. Na Europa, as metas de consumo de combustível, que se tornarão mais rigorosas apenas em 2025, aliviaram as montadoras da pressão para aumentar significativamente as vendas de EVs”, analisa a BNEF. De qualquer forma, as vendas de veículos de combustão interna já atingiram seu pico – em 2017. Segundo o estudo, até 2027, o emplacamento de veículos a diesel e gasolina estarão 29% abaixo do volume registrado dez anos antes. Os elétricos a bateria serão os principais responsáveis por essa mudança no mercado, mas os híbridos também terão seu lugar, podendo representar entre 5% e 45% das vendas até 2030, dependendo do mercado. No geral, market share mundial de eletrificados leves novos aumentará 33% em 2027, em relação a 17,8% em 2023. Apenas a China (60%) e a Europa (41%) estarão acima da média mundial até lá. Brasil e Índia também aparecem como mercados promissores, com as vendas previstas para quintuplicar e triplicar, respectivamente, até 2027."
Fonte: Epbr; 12/06/2024
"O maior grupo de comércio de petróleo do país, que inclui a Exxon Mobil , abre nova guia e a Chevron , abre nova guia , entrará com uma ação federal na quinta-feira buscando bloquear os esforços do governo Biden para reduzir as emissões de aquecimento do planeta de carros e caminhões leves e incentivar a fabricação de veículos elétricos, disse o grupo. A Agência de Proteção Ambiental dos EUA emitiu novas regras de emissão de escapamento em março que forçarão as montadoras do país a produzir e vender mais veículos elétricos para atender aos novos padrões. De acordo com a regra, a administração prevê que até 56% de todas as vendas de carros serão elétricas entre 2030 e 2032. O American Petroleum Institute (API) afirma que a EPA excedeu sua autoridade no Congresso com uma regulamentação que eliminará a maioria dos novos carros a gasolina e híbridos tradicionais do mercado dos EUA em menos de uma década. "Hoje, estamos agindo para proteger os consumidores americanos, os trabalhadores do setor de manufatura dos EUA e a segurança energética duramente conquistada de nosso país contra esse mandato intrusivo do governo", disse o vice-presidente sênior e conselheiro geral do API, Ryan Meyers. A ação judicial será apresentada ao Tribunal de Apelações do Circuito de D.C. A National Corn Growers Association (Associação Nacional de Produtores de Milho) e a American Farm Bureau Federation (Federação do Bureau Agrícola Americano) se juntarão à API como copeticionárias. Os dois grupos dependem de carros movidos a gasolina para apoiar o setor de etanol de milho. "Ao aprovar padrões de escapamento que se concentram exclusivamente em veículos elétricos, a EPA ignorou os benefícios comprovados do etanol de milho na redução das emissões de gases de efeito estufa e no combate às mudanças climáticas", disse Harold Wolle, fazendeiro de Minnesota e presidente da National Corn Growers Association. Em abril, procuradores-gerais republicanos de 25 estados processaram a EPA para bloquear as mesmas regras."
Fonte: Reuters; 13/06/2024
Política
UE eleva tarifas sobre veículos elétricos da China em até 48%
"A União Europeia (UE) entrou nesta quarta-feira (12) na guerra comercial global de veículos elétricos (VEs), ao anunciar que vai aumentar as tarifas sobre os veículos importados da China para até 48%. Em argumento semelhante ao que os EUA vem usando há meses, a Comissão Europeia prometeu proteger uma indústria fundamental do que considera ser subsídios ilegais. Só que o bloco europeu precisa de mais VEs, e mais baratos. A decisão da Comissão Europeia vai manter os preços mais altos por mais tempo e funcionará como um impedimento às vendas. As reações foram rápidas: isso não ajuda na redução dos altos preços dos VEs e poderá prejudicar as empresas nacionais como a Volkswagen (VW) e a Renault, já que a China ameaça retaliar. “Proteger as montadoras da concorrência e impedir os consumidores de ter acesso a VEs a preços acessíveis hoje, não os ajudará a cumprir suas metas climáticas, nem ajudará a suas indústrias nacionais”, disse Aleksandra O’Donovan, da equipe de análise de Transporte Eletrificado da BloombergNEF. “No momento, parece que as metas de descarbonização podem não ser uma prioridade. Os ambiciosos objetivos verdes da Europa, de eliminar as vendas de novos veículos a gasolina até 2035 já estavam sob pressão. Após um forte crescimento, os VEs continuam caros demais para o consumidor médio, de Berlim à Bulgária. Companhias chinesas lideradas pela BYD e SAIC Motor , vêm se preparando para importações mais baratas, mas com as sobretaxas, continuarão fora do alcance por mais tempo para muitos potenciais compradores. Em seu relatório anual Electric Vehicle Outlook, divulgado ontem, a BloombergNEF reduziu sua previsão de vendas globais de VEs em 6,7 milhões até 2026, estimando um aumento mais lento do que o previsto há um ano. Alguns países nórdicos e o Estado da Califórnia são os únicos locais que caminham para a eliminação das emissões das frotas de veículos de passageiros até 2050, disse a BNEF."
Fonte: Valor Econômico; 12/06/2024
Estudo detalha as enormes emissões resultantes da invasão da Ucrânia pela Rússia
"A invasão da Ucrânia pela Rússia causou diretamente ou preparou o caminho para a emissão de 175 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, disse um relatório conjunto na quinta-feira. O relatório, publicado pelo Ministério do Meio Ambiente da Ucrânia e por ONGs climáticas, disse que sua estimativa incluía tanto as emissões que haviam sido liberadas quanto as que seriam produzidas durante o trabalho de reparo após a destruição causada pela invasão de fevereiro de 2020. O relatório apresentou algumas das principais atividades emissoras de carbono causadas pelos combates. "Bilhões de litros de combustível usados por veículos militares, quase um milhão de hectares de campos e florestas incendiados, centenas de estruturas de petróleo e gás explodidas e grandes quantidades de aço e cimento usadas para fortificar centenas de quilômetros de linhas de frente", afirmou. A estimativa de 175 milhões de toneladas foi equivalente às emissões anuais produzidas por 90 milhões de carros, ou por toda a Holanda em um ano, afirmou. A guerra lançada por Moscou matou dezenas de milhares de pessoas e deslocou milhões, mas também causou grandes danos ambientais, já que dois exércitos se envolveram na maior guerra terrestre europeia dos últimos 80 anos. O relatório, que busca quantificar a pegada de carbono da guerra, foi elaborado em cooperação com o Ministério do Meio Ambiente da Ucrânia e pesquisadores do clima da Ucrânia e de outros países. O relatório usou uma medida chamada Custo Social do Carbono para calcular o custo financeiro aproximado das emissões adicionais. "O total de danos climáticos que a Federação Russa causou após 24 meses de guerra chega a mais de US$ 32 bilhões", afirmou."
Fonte: Reuters; 12/06/2024
Países do BRICS elevam emissões de energia a novos patamares em relação ao resto do mundo
"O grupo BRICS, formado pelas principais economias emergentes - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - emitiu um recorde de 1,98 bilhão de toneladas métricas de dióxido de carbono provenientes da geração de energia durante o primeiro trimestre de 2024, segundo dados do think tank de energia Ember. Esse registro de emissões foi aproximadamente 500 milhões de toneladas maior do que toda a carga de emissões gerada pelo resto do mundo combinado e destaca as tendências divergentes de poluição entre as principais economias de rápido crescimento e os países mais desenvolvidos. Uma preocupação adicional para os rastreadores de emissões é a possível deterioração das relações comerciais entre os membros do BRICS e os Estados Unidos e seus aliados, e a possibilidade de os membros do BRICS priorizarem o crescimento econômico em detrimento dos esforços de descarbonização. Juntos, os países do BRICS representam mais de 40% da população mundial e cerca de um quarto da economia global e, portanto, têm uma influência significativa quando unidos. O bloco foi fundado como um clube informal em 2009 para desafiar uma ordem mundial dominada pelas economias ocidentais, e mais de 40 outros países, incluindo Indonésia, Arábia Saudita, Egito e Cazaquistão, manifestaram interesse em participar do fórum. Se o atual grupo do BRICS optar por incorporar membros aspirantes, o novo clube poderá ter os meios para ignorar amplamente a pressão econômica ocidental para reduzir a poluição, já que o comércio e os investimentos crescentes dentro do novo bloco do BRICS poderão fornecer um escudo contra a reação dos parceiros comerciais afiliados ao Ocidente. A China e a Índia, sozinhas, foram responsáveis por mais de 90% do total de emissões do BRICS durante o primeiro trimestre, destacando a concentração da poluição energética no bloco do BRICS devido ao alto uso de carvão pelas nações asiáticas."
Fonte: Reuters; 12/06/2024
Protecionismo de países ricos ameaça economia verde, afirma Arbache
"Falta de coordenação interna e protecionismo por parte das economias desenvolvidas são os dois maiores obstáculos a serem superados para que o Brasil possa se beneficiar do potencial que possui como fornecedor de energia sustentável e alimentos para o mundo. A avaliação é do economista Jorge Arbache, que em maio concluiu um período de quase seis anos à frente da vice-presidência do Setor Privado no Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF). Daquele ponto de observação, no qual aprovava anualmente projetos da ordem de US$ 8,5 bilhões, Arbache se convenceu de que a região está diante de uma oportunidade única de desenvolvimento, graças à abundância de água fresca, minerais críticos e elementos para a produção de energia sustentável. Além disso, está distante das áreas de conflito geopolítico. Na sua visão, as vantagens comparativas de América Latina e Caribe podem ajudar a contrabalançar o custo de capital ainda elevado e a falta de recursos públicos para conceder subsídios. Com isso, é possível à região tornar-se atrativa a novos negócios, a despeito dos massivos incentivos que estão sendo despejados na transição energética pelas economias centrais. Para isso, no entanto, é preciso avançar mais rapidamente na construção de um ambiente regulatório favorável e fortalecer a articulação dentro do governo e do setor público com as empresas. As visões são coincidentes, mas falta velocidade, avaliou. No atual cenário, há retrocesso na agenda da sustentabilidade, disse. O custo elevado da descarbonização tem levado empresas a abandonar metas e gera indisposição entre consumidores, por causa da “inflação verde”. O debate também tem sido capturado por campanhas eleitorais. "
Fonte: Valor Econômico; 13/06/2024
Conversas sobre financiamento de mudanças climáticas emperram antes da cúpula da COP29
"Faltando apenas cinco meses para a cúpula climática da ONU deste ano, os países não conseguem chegar a um acordo sobre o tamanho de um projeto de financiamento global para ajudar o mundo em desenvolvimento a combater as mudanças climáticas - e muito menos sobre como dividi-lo. A decisão deverá dominar as negociações climáticas da COP29 no Azerbaijão, em novembro, onde quase 200 países precisam chegar a um acordo sobre uma nova meta de financiamento anual para ajudar os países mais pobres a reduzir suas emissões e proteger suas sociedades em um mundo mais severo e quente. A nova meta substituirá os US$ 100 bilhões anuais que os países ricos haviam prometido em financiamento climático a partir de 2020. Essa meta foi atingida com dois anos de atraso. Mas as negociações preliminares desta semana em Bonn, na Alemanha, não produziram grandes avanços. Em vez disso, as negociações que terminaram na quinta-feira expuseram mais uma vez as divisões inflexíveis entre as maiores economias do mundo sobre quem deve pagar mais para combater as mudanças climáticas - e quanto. Representantes de nações vulneráveis ao clima disseram que era difícil ver as nações ricas atrasarem os pagamentos de financiamentos climáticos anteriores e, ao mesmo tempo, aprovarem rapidamente novos fundos para respostas militares à guerra ou gastarem bilhões subsidiando fontes de energia que emitem CO2. "Parece que o dinheiro está sempre disponível quando se trata de uma prioridade nacional mais 'real' para o país", disse Michai Robertson, negociador da Aliança de Pequenos Estados Insulares, à Reuters. A nova meta de financiamento é a principal ferramenta que as negociações globais sobre o clima podem oferecer para financiar projetos que reduzam as emissões que causam o aquecimento do planeta, como energia renovável ou transporte com baixo teor de carbono."
Fonte: Reuters; 13/06/2024
Índices ESG e suas performances
(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6) O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.
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