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Radar ESG | Boa Safra (SOJA3): Agenda ESG em produção, semente por semente

Ao longo deste relatório, destacamos os tópicos ESG que vemos como os mais importantes para a Boa Safra e analisamos como essa empresa se posiciona quando o tema é ESG.

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Dado que a Boa Safra abriu seu capital recentemente (abril/21), era de se esperar que a empresa carecesse de uma divulgação completa em relação à agenda ESG. Mesmo assim, apreciamos os esforços iniciais da empresa nessa frente, ao mesmo tempo em que esperamos mais avanços por vir adiante. Para o setor de agronegócio, vemos a frente E como a mais importante, seguida pelos pilares G e S, respectivamente. Apesar de fazer parte de um setor muito sensível em termos do pilar E, a Boa Safra adota um modelo de produção que utiliza produtores rurais integrados, modelo que, além de se destacar no negócio de produção de sementes, diminui o impacto direto da empresa no meio ambiente. No entanto, esse modelo de negócio aumenta a importância da frente S, principalmente no que diz respeito à gestão da cadeia – isso posto, destacamos com bons olhos os esforços da Boa Safra em estabelecer relacionamentos de longa data com seus produtores integrados, ao mesmo tempo em que esperamos mais avanços no estabelecimento de políticas e práticas junto aos mesmos. Por fim, acreditamos que a frente G é aquela com maior espaço para melhorias, visto que, por ser uma empresa familiar, a família fundadora possui membros relevantes na diretoria executiva e são os principais acionistas da empresa (60%), o que potencialmente levanta preocupações no caso de questões familiares. Por outro lado, a maioria independente do Conselho, aliada a uma equipe experiente de conselheiros, contrabalança tais preocupações a cerca da estrutura corporativa da empresa.

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Ambiental: Um modelo de negócio diferente, mas ainda com grande responsabilidade

Segundo a MSCI, a agricultura é responsável por +70% da captação global de água e +90% do consumo da mesma, portanto, as empresas desse segmento devem mitigar os riscos relacionados ao estresse hídrico em sua cadeia de abastecimento agrícola. Além disso, as operações agrícolas podem impactar significativamente os ecossistemas ao redor ou as práticas de uso da terra existentes, o que significa que a gestão de resíduos também é altamente relevante.

Quando se trata da Boa Safra, a empresa adota um modelo de produção que utiliza produtores rurais integrados (veja o relatório completo para mais detalhes, clicando aqui) – assim, a companhia não precisa investir em áreas de cultivo, modelo que, além de se destacar no negócio de produção de sementes, diminui o impacto direto da empresa no meio ambiente. No entanto, como parte de um setor sensível em termos do pilar E, é importante notar que o comportamento e práticas de produção dos produtores terceirizados da empresa são responsabilidades da Boa Safra, no sentido de garantir que estejam em linha com as políticas da empresa.

Nesse sentido, destacamos positivamente o reconhecimento recebido com o Selo Verde do Instituto Chico Mendes em 2018 e 2019 frente à gestão socioambiental responsável da empresa – o Selo foi adquirido por conta das mudas nativas do Cerrado que a Boa Safra mantém para reflorestamento, que são distribuídas para produtores integrados e escolas públicas da área rural. Além disso, é importante ressaltar que a excelente qualidade da semente produzida pela companhia aumenta a taxa de germinação, ao mesmo tempo em que diminui o saco de sementes/hectare necessário para o plantio e, consequentemente, reduz o impacto no meio ambiente.

Outro tópico importante dentro do pilar E é a emissão de carbono. De acordo com a MSCI, a agricultura é responsável por mais de 20% das emissões globais anuais de carbono. Nesse sentido, metas de redução de emissões de carbono e mecanismos de implementação por empresas agrícolas são muito bem-vindos. Assim, apesar de termos sentido falta da mensuração e divulgação das emissões de gases do efeito estufa por parte da empresa, bem como a ausência de metas para redução desse montante, destacamos positivamente que em uma de suas unidades foi instalada uma central fotovoltaica, com tecnologia de ponta que irá reduzir as emissões e, consequentemente, a poluição, e esperamos que mais projetos relacionados sejam desenvolvidos adiante. Por fim, destacamos o projeto da Boa Safra de concessão de crédito de carbono aos seus produtores integrados, com previsão de implantação em 2021.

Social: Todos os olhos na gestão integrada do produtor rural

Para este pilar, destacamos três tópicos principais que são importantes para a companhia, detalhados a seguir.

Gestão da Cadeia de Suprimentos: Dado o modelo de negócio da Boa Safra, que utiliza-se de produtores rurais integrados, este tema tem uma materialidade ainda maior para a empresa. Dessa forma, destacamos que a Boa Safra está de acordo com as normas e legislações trabalhistas da cadeia de suprimentos, abrangendo temas como jornada de trabalho, trabalho infantil, trabalho análogo ao escravo, proteção de dados pessoais e segurança e saúde do trabalhador. Além disse, é de menção válida o esforço da empresa em preservar o relacionamento de longo prazo com os fornecedores – desde 2005, a Boa Safra tem como parceiras empresas de genética e tecnologia de sementes de renome mundial, como Bayer, Syngenta, Basf, Corteva, Brasmax, e Nidera. Além disso, a companhia também mantém relacionamentos de longa data com seus produtores rurais integrados, o que vemos como positivo.

Qualidade do Produto: A Boa Safra é referência quando o tema é qualidade das sementes, visto que as mesmas são armazenadas em câmaras frias que permitem altas taxas de germinação, acima de 90%. Além disso, para garantir a qualidade, a empresa possui um laboratório de análises onde sua equipe técnica realiza testes em todos os lotes para verificar o vigor e a germinação das sementes. Como mencionamos, a alta qualidade da semente da Boa Safra diminui o saco de sementes/hectare necessário para o plantio, o que reduz o impacto no meio ambiente.

Gestão de Mão de Obra: Por ser uma empresa “asset light“, a força de trabalho da Boa Safra é pequena – durante a safra 2019/2020, a empresa contava com 386 colaboradores, dos quais (i) 31 na equipe comercial, (ii) 21 no campo, (iii) 301 na indústria; e (iv) 33 no escritório, sendo o Código de Ética aplicável a todos.

Governança: Vale a pena monitorar


A Boa Safra foi listada no segmento do Novo Mercado do B3 (atendendo a todos os mais elevados requisitos de governança corporativa) após seu recente IPO em abril/21. Por ser uma empresa familiar, o Sr. Marino Stefani Colpo (CEO da empresa) e a Sra. Camila Stefani Colpo (Presidente do Conselho de Administração) são os principais acionistas da empresa, detendo +60% das ações (30,17% cada) – o restante está distribuído entre: HIX Investimentos Ltda (8,54%); Truxt Investimentos Ltda (6,40%); e free float (24,73%) – conforma ilustrado na figura ao lado.

No que se refere ao Conselho de Administração, apreciamos que o mesmo possui: (i) maioria independente (80%, 4 dos 5 membros); (ii) uma equipe de conselheiros experiente, com destaque para Gerhard Bohne, ex-CEO da Bayer; e (iii) uma mulher na liderança, Sra. Camila Stefani Colpo, o que coloca a Boa Safra dentre os somente ~7% de empresas brasileiras com uma mulher neste cargo*. Por outro lado, como uma empresa familiar, tendo a família fundadora como membros relevantes da diretoria executiva e também sendo os principais acionistas, é importante ficar de olho na governança no caso de potenciais questões familiares.


Estamos iniciando a cobertura de Boa Safra (SOJA3) com recomendação de Compra e Preço-Alvo de R$18/ação.

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