Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG – do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG – Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado fechou a semana passada em território positivo, com o Ibovespa e o ISE subindo 2,6% e 2,9%, respectivamente. Já o pregão de sexta-feira fechou em território negativo, com o IBOV recuando 0,4% e o ISE caindo 0,6%.
• No Brasil, (i) o presidente Lula vetou 63 dos 400 dispositivos do Projeto de Lei nº 2.159/2021, que institui a Lei Geral do Licenciamento Ambiental – de acordo com a mensagem divulgada pelo Palácio do Planalto, os vetos visam “garantir integridade do processo de licenciamento”; e (ii) a China, principal destino da carne bovina brasileira, pode vir a adotar exigências ambientais semelhantes às previstas pela União Europeia em sua lei antidesmatamento – a possibilidade foi tema de comentário do diretor de Sustentabilidade da Marfrig, Paulo Pianez, que destacou que a tendência de maior rigor ambiental “é inevitável” e não deve se limitar à União Europeia.
• Ainda no país, segundo o diretor de sustentabilidade do grupo Oleoplan, Leonardo Zilio, os créditos de descarbonização (CBIOs) vem sofrendo com uma desvalorização de mercado acentuada em 2025 – o ativo, que há três anos oscilava numa faixa de preço entre R$ 100 e R$ 140, fechou a semana passada abaixo dos R$ 60, em uma perda de valor que coincide com liminares concedidas as distribuidoras, que livram agentes obrigados da compra dos créditos.
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Brasil
Empresas
CBIO a R$ 60 não remunera a tonelada de carbono evitada, diz produtor de biodiesel
“Os créditos de descarbonização (CBIOs) da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) vem sofrendo com uma desvalorização de mercado acentuada em 2025. O ativo que já chegou à máxima histórica de R$ 204, em 2022, fechou a semana nesta sexta-feira (8/8) abaixo dos R$ 60. Há três anos, o CBIO oscilava numa faixa de preço entre R$ 100 e R$ 140. Já em 2025,a variação ficou entre R$ 90 a R$ 60, em uma perda de valor que coincide com decisões judiciais, por meio de liminares concedidas as distribuidoras, que livram agentes obrigados da compra dos créditos. “O CBIO a R$ 60 não é um valor razoável para compensar a emissão de uma tonelada de carbono”, avalia o diretor de relações institucionais e sustentabilidade do grupo Oleoplan, Leonardo Zilio. “Estamos falando de menos de 12 dólares. Nos Estados Unidos, por exemplo, esse valor chegou a 180 dólares. O patamar de preços europeu é de 40 a 60 dólares. O CBIO brasileiro está muito subvalorizado”, completa. O descumprimento das metas de aquisição e aposentadoria dos créditos por parte de algumas distribuidoras se acentuou a partir da emissão das liminares e, segundo Zilio, estão baixando o preço do CBIO, ativo que é negociado na bolsa de valores (B3).A Oleoplan produz biodiesel em plantas no Rio Grande do Sul, Bahia, Pará, Rondônia e Mato Grosso, a partir de várias matérias primas, incluindo resíduos, como sebo e gordura animal e óleo de cozinha. A empresa emite CBIOs a partir da pegada de carbono do método de produção e matéria-prima utilizada.”
Fonte: Eixos; 08/08/2025
China pode exigir regra ambiental, como UE, para carne, diz diretor da Marfrig
“A China, principal destino da carne bovina brasileira, pode vir a adotar exigências ambientais semelhantes às previstas pela União Europeia em sua lei antidesmatamento. A possibilidade foi tema de comentário do diretor de Sustentabilidade da Marfrig, Paulo Pianez, durante participação na São Paulo Climate Week, na sexta-feira, 8. “Recebemos recentemente, na Marfrig, uma delegação grande do governo chinês e eles pensam em fazer exigências desse tipo também”, afirmou. Ele destacou que a tendência de maior rigor ambiental “é inevitável” e não deve se limitar à União Europeia. “O mercado lá fora cada vez mais implementa um nível alto de exigência ambiental. Quando há uma realidade de mercado desse tipo, é muito pouco provável que seja desfeita. A gente precisa ter um viés de adaptação.” A UE determina que produtos como carne, couro, soja e café só podem entrar no bloco europeu se comprovarem não ter origem em áreas desmatadas após a data de corte de 2020.”
Fonte: InfoMoney; 10/08/2025
Política
Lula veta 63 dispositivos de lei ambiental e edita MP para acelerar licenciamento especial
“O presidente Lula (PT) vetou 63 dos 400 dispositivos do Projeto de Lei nº 2.159/2021, aprovado pelo Congresso em 17 de julho, instituindo a Lei Geral do Licenciamento Ambiental. A lei com a lista de vetos foi publicada na tarde desta sexta (8/8), data em que se encerrava o prazo para sanção, em edição extraordinária do Diário Oficial da União. O governo também publicará ao longo do dia uma medida provisória (MP) e um projeto de lei (PL) propondo mudanças em relação aos itens vetados. De acordo com a mensagem divulgada pelo Palácio do Planalto, os vetos visam “garantir integridade do processo de licenciamento”; proteger povos indígenas e comunidades quilombolas; assegurar juridicamente os investimentos; e agilizar o licenciamento sem comprometer a qualidade. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), classificou os vetos como “estratégicos”, durante coletiva de imprensa. “Como eu já disse [em entrevistas anteriores], iríamos fazer vetos estratégicos para preservar a integridade do licenciamento e isso ficou assegurado”, afirmou. O projeto que será enviado vai propor a restrição da Licença Ambiental Autodeclaratória (LAC) a empreendimentos de baixo potencial ambiental. No texto do Congresso, a LAC valeria para atividades de todos os portes. Já a medida provisória vai acelerar a aplicação da Licença Ambiental Especial (LAE), incluída no texto do Congresso pelo presidente Davi Alcolumbre (União/AP), visando acelerar a exploração de petróleo na Margem Equatorial.”
Fonte: Eixos; 08/08/2025
ANP atualiza normas para querosene de aviação, SAF e diesel verde
“A diretoria da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou na quinta-feira (7/8) a abertura de consulta e audiência públicas para revisar a Resolução ANP nº 856/2021, que define as especificações e os padrões de qualidade do querosene de aviação (QAV) comercializado no país. De acordo com a agência, a proposta visa atualizar a terminologia relacionada à mistura do querosene fóssil com o querosene alternativo, alinhando a nomenclatura nacional à usada internacionalmente. Atualmente, a mistura entre querosene fóssil (JET A ou JET A-1) e o alternativo é designada como JET C. A modificação proposta pela ANP padroniza essa mistura para JET A ou JET A-1, conforme já adotado globalmente, garantindo compatibilidade com as especificações técnicas das aeronaves. Segundo a agência, essa adequação é necessária porque as documentações internacionais das aeronaves, como as da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) e da entidade estadunidense que normatiza técnicas e métodos de ensaio American Society for Testing and Materials (ASTM), não preveem o uso do JET C, autorizando somente o JET A ou JET A-1. Em nota, a ANP destaca que a alteração regulatória pode incentivar a importação de querosene “que já contenha parcela renovável misturada”, e, assim, estimular “o uso dos combustíveis sustentáveis de aviação (SAF) no Brasil”. Isso ocorre porque ainda não há produção nacional significativa desses combustíveis e a oferta global permanece limitada, o que torna o acesso a esses produtos uma prioridade para a transição energética no setor aéreo.”
Fonte: Eixos; 08/08/2025
Medidas provisórias podem sufocar hidrogênio verde
“Recentemente, a indústria de hidrogênio verde, ainda em fase embrionária, se viu diante de um duplo desafio com a publicação de duas medidas provisórias: a MP 1307/2025, chamada “MP das renováveis”, e a MP 1300/2025, que trata da reforma do setor elétrico. Embora ambas tragam objetivos legítimos — incentivar a transição energética, atrair investimentos e consertar distorções do setor elétrico —, os efeitos combinados podem comprometer a viabilidade econômica de empreendimentos de hidrogênio estratégicos para a descarbonização da economia e a reindustrialização do país. A MP 1307/2025 estabelece que “toda energia elétrica a ser utilizada por empresas instaladas em Zonas de Processamento de Exportação (ZPE) seja proveniente de usinas de fontes renováveis que não tenham entrado em operação até a data de publicação da medida provisória”. Na prática, isso significa a adoção do critério de adicionalidade, segundo o qual só energia renovável “nova” poderia abastecer esses empreendimentos .O objetivo é estimular novos investimentos em geração limpa e posicionar empresas brasileiras de ZPEs na vanguarda da sustentabilidade, segundo a justificativa do governo, aumentando sua competitividade internacional num mercado que valoriza produtos com baixa pegada de carbono. O problema é que as ZPEs estão diretamente associadas ao hidrogênio verde no país, especialmente no Porto do Pecém, no Ceará, e em Parnaíba, no Piauí, que concentram os projetos de grande porte dessa indústria em desenvolvimento.”
Fonte: Eixos; 08/08/2025
Internacional
Empresas
Banco britânico vai vender créditos de carbono do Acre
“O banco britânico Standard Chartered será responsável pela venda dos créditos de carbono gerados pelo Acre relativos a um período de cinco anos. A expectativa é que sejam emitidos 5 milhões de créditos, o que geraria uma receita potencial de cerca de R$ 810 milhões. O Acre é o mais recente Estado brasileiro a definir os termos de negociação dos seus créditos jurisdicionais, que têm este nome porque correspondem a resultados de conservação da floresta obtidos em uma jurisdição inteira. Pará, Tocantins e Piauí também já decidiram como se dará a comercialização dos seus créditos jurisdicionais. Nenhum Estado chegou à fase da emissão efetiva dos ativos. Espera-se que isso aconteça em 2026. Esse tipo de crédito é vendido tipicamente para empresas interessadas em compensar seu impacto climático mesmo sem obrigações legais. Vem daí o nome mercado voluntário. O Acre negociou durante mais de dois anos a comercialização com a Coalizão Leaf, que reúne a demanda de grandes corporações internacionais e que firmou no ano passado um acordo com o governo paraense. Mas as conversas foram encerradas em maio por “desalinhamentos contratuais”, segundo o Estado. Na busca por um novo parceiro, o Acre recebeu “várias ofertas de empresas, bancos, fundos soberanos, e o Standard Chartered foi a melhor opção”, afirma José Luiz Gondim, diretor executivo da Companhia de Serviços Ambientais do Acre (CDSA), responsável pela gestão de ativos como créditos de carbono.”
Fonte: Capital Reset; 08/08/2025
CATL suspende operação de importante mina de lítio
“A CATL, maior fabricante mundial de baterias de íon-lítio para carros elétricos, suspendeu as operações em uma das maiores minas de lítio da China, provocando um aumento nos preços do lítio e nas ações das mineradoras do setor. A suspensão, conforme noticiado hoje pela Bloomberg, faz parte dos esforços do governo chinês para resolver um problema de excesso de capacidade em diversos setores, que reduziu os lucros e eliminou do mercado os participantes mais fracos. As operações na mina de Jianxiawo, na província de Jiangxi, devem ficar suspensas por pelo menos três meses, segundo fontes anônimas ouvidas pela Bloomberg. A medida gera esperanças de que parte do excesso de capacidade nas indústrias relacionadas a veículos elétricos seja reduzida, aumentando a lucratividade. De fato, a Bloomberg informou que as ações das empresas de mineração de lítio listadas na Austrália subiram dois dígitos em resposta à notícia, na expectativa de que outras minas de lítio na China também possam ser suspensas, diante da adoção global de veículos elétricos que tem se mostrado mais lenta do que o previsto.O relatório destacou que os preços do lítio atingiram um recorde histórico em 2022, antes de caírem até 90%, pois a combinação de subsídios e mandatos pendentes para veículos elétricos em mercados importantes, como a Europa, não conseguiu estimular a adoção em massa desses veículos. Isso forçou as mineradoras de lítio a revisar seus planos de expansão e cortar gastos.”
Fonte: Oil Price; 11/08/2025
Política
Itália aprova quase US$ 700 milhões em novos subsídios para veículos elétricos
“A Itália aprovou novos subsídios no valor de quase 600 milhões de euros (698 milhões de dólares) para a compra de veículos elétricos, em resposta à queda nas vendas, informou o Ministério do Meio Ambiente e Energia na sexta-feira. O ministério oferecerá até 10.000 euros para pessoas físicas e até 20.000 euros para pequenas empresas, cobrindo até 30% do preço total de compra de um carro elétrico ou veículo comercial novo. Os subsídios, financiados pelos fundos de recuperação pós-COVID da União Europeia, serão restritos a pessoas físicas ou empresas sediadas em grandes áreas urbanas, com o objetivo de reduzir a poluição e melhorar a qualidade do ar. Para se qualificarem para o programa, os beneficiários deverão abater um veículo de combustão interna até a classe de emissões Euro 5, datado de 2015 ou anterior, informou o ministério. As vendas de veículos elétricos enfrentam dificuldades na Europa, prejudicadas pelos preços elevados e pela falta de estações de carregamento, mesmo com a UE utilizando regulamentações para eliminar gradualmente os carros com motor de combustão, a fim de cumprir as metas de emissões de carbono. Na Itália, os veículos elétricos a bateria representaram apenas 6% das vendas de carros novos em junho, em comparação com mais de 15% em toda a União Europeia. No próximo ano, o bloco deve revisar sua proibição da venda de carros novos a gasolina e diesel a partir de 2035, sob pressão da indústria automotiva e de alguns governos nacionais para retardar a transição.”
Fonte: Reuters; 08/08/2025
Índices ESG e suas performances


(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG)..
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