CPFL (CPFE3) de olho nos data centers; Rio Tinto amplia aposta em lítio

Como avaliamos os principais acontecimentos da semana

Pensando em melhor auxiliar os investidores, o Brunch com ESG é um relatório publicado pelo time ESG do Research da XP que busca destacar os principais tópicos da agenda na semana. Considerando que informação é a melhor ferramenta para auxiliar os investidores na tomada de decisão, nosso objetivo é mantê-los atualizados com os acontecimentos mais relevantes no Brasil e no exterior da semana que passou, incluindo: (i) nossa visão sobre as principais notícias ESG; (ii) o desempenho dos principais índices ESG em diferentes países; e (iii) comparação da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial).

#1. CPFL promove seu Investor Day 2024; Demanda de energia e data centers em destaque

Na mídia. Aumento de produtos no mercado livre traz mais controle sobre os custos, diz CPFL – InfoMoney, 11 de dezembro (link)

Nossa visão. Na terça-feira (10/12), a CPFL realizou seu Investor Day 2024, reforçando sua estratégia de focar em ativos de distribuição e transmissão, incluindo investimentos em digitalização e resiliência de redes, conforme destacado na nota de feedback do time de Energia e Saneamento da XP (acesse aqui). Durante o evento, a CPFL promoveu um painel sobre o desenvolvimento de data centers no Brasil, em parceria com a Ascenty, a maior provedora de data centers da América Latina. De modo geral, as discussões ressaltaram o potencial de crescimento significativo do setor em mercados emergentes, especialmente no Brasil, em linha com nosso relatório 'ESG em 2025: Cinco principais tendências para ficar de olho' (link). No entanto, os convidados também destacaram os principais desafios para a expansão da infraestrutura de energia, incluindo a falta de um ambiente regulatório adequado no país e uma infraestrutura de distribuição ainda em desenvolvimento para garantir acesso à energia. De forma geral, à medida que o número crescente de data centers eleva a demanda por energia, a garantia de uma oferta consistente e confiável se torna fundamental. Sendo assim, é de se esperar que as empresas de transmissão e distribuição se preparem para tal aumento da demanda, visando evitar impactos na rede de infraestrutura existente. Nesse sentido, vemos com bons olhos os planos de investimento da CPFL para aumentar a confiabilidade e a estabilidade da rede. Ao antecipar o aumento tal movimento, a empresa está bem posicionada para capturar as oportunidades emergentes com a expansão da infraestrutura relacionada à inteligência artificial.

#2. Mineradora anglo australiana Rio Tinto investe US$ 2,5 bilhões em projeto de lítio na Argentina

Na mídia. Rio Tinto vai investir US$ 2,5 bilhões em seu mais novo projeto de lítio – Financial Times, 12 de dezembro (link)

Nossa visão. Na quinta-feira (12/12), a mineradora anglo australiana Rio Tinto anunciou planos de investir US$ 2,5 bilhões para aumentar a capacidade de produção de sua primeira operação de lítio em escala comercial, localizada em Rincón, na Argentina. De modo geral, o projeto tem como objetivo aumentar a capacidade de produção anual para 60.000 toneladas de carbonato de lítio para baterias (em comparação com a expectativa inicial de 3.000 toneladas por ano), com a primeira produção prevista para 2028. Durante o anúncio, o Sr. Jakob Stausholm, CEO da Rio Tinto, destacou a importância do lítio para o portfólio de commodities da companhia, reforçando a estratégia de longo prazo da empresa para: (i) se tornar uma das maiores produtoras de lítio do mundo; e (ii) reforçar a segurança energética - sobretudo no ocidente -, reduzindo a dependência da China, que atualmente responde por dois terços da produção global de lítio. Apesar dos desafios de curto prazo - incluindo uma queda de 30% nos preços do lítio no acumulado do ano e preocupações com o excesso de oferta devido à desaceleração das vendas de veículos elétricos -, a demanda por lítio e outros metais de transição deve crescer significativamente, com a Agência Internacional de Energia (IEA) estimando que a demanda aumente 3,5 vezes até 2030, impulsionada principalmente pela aceleração dos investimentos na transição energética global.

Índices ESG e suas performances

(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6) O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.