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Estímulos creditícios continuam elevados em agosto

Resumo Em agosto de 2020, apesar da redução marginal das concessões de crédito às empresas (já esperada, devido ao efeito base forte nos meses anteriores), o quadro permaneceu bastante estimulativo. As taxas de juros, os spreads e as taxas de inadimplência seguiram em patamares historicamente baixos (principalmente para financiamentos imobiliários) e os estímulos continuaram se […]

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Resumo

Em agosto de 2020, apesar da redução marginal das concessões de crédito às empresas (já esperada, devido ao efeito base forte nos meses anteriores), o quadro permaneceu bastante estimulativo. As taxas de juros, os spreads e as taxas de inadimplência seguiram em patamares historicamente baixos (principalmente para financiamentos imobiliários) e os estímulos continuaram se mostrando bem-sucedidos na tentativa de “chegar na ponta” e reduzir os impactos trazidos pela pandemia.

Destaques do resultado

Em agosto de 2020, as concessões de crédito deflacionadas pelo IPCA apresentaram contração de 6,0% na comparação com julho, influenciadas negativamente pela redução de 9,7% m/m das concessões direcionadas às empresas. As concessões às famílias, por outro lado, continuaram em ritmo de expansão, apresentando alta de 1,8% no período.

Apesar da queda no ritmo de concessões às pessoas jurídicas, os estímulos creditícios continuaram em níveis elevados e bem acima da média de concessões nos últimos anos. Prova disso foi o aumento do saldo total de crédito como proporção do PIB de 51,3% em julho para 51,9% em agosto.

A desaceleração no ritmo de concessões creditícias às empresas foi resultado, principalmente, tanto da queda das concessões do BNDES para capital de giro (crédito direcionado) quanto da redução das concessões de crédito livres também para capital de giro (com prazo maior que 365 dias). Essa desaceleração, no entanto, não foi suficiente para alterar o quadro creditício ainda benigno e bastante estimulativo). Vale lembrar que, para os próximos meses, a possibilidade de extensão do PRONAMPE (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) pelo BNDES pode continuar impulsionando as concessões de crédito às empresas.

Já no caso das concessões às famílias, a alta foi sustentada principalmente pelo aumento das concessões direcionadas 1) pelo BNDES e 2) para financiamentos imobiliários (uma vez que as taxas de juros da modalidade continuaram em patamares historicamente baixos).

Refletindo os efeitos dos estímulos creditícios durante a pandemia, as taxas de juros, os spreads e as taxas de inadimplência tanto de pessoas físicas quanto de pessoas jurídicas permaneceram em patamares historicamente baixos (principalmente para a modalidade de financiamento imobiliário, como mencionado acima).

Vale ressaltar, no entanto, que o movimento de redução das taxas de juros para algumas modalidades já parece ter alcançado um certo ponto de inflexão tanto para pessoas jurídicas (como é o caso das taxas direcionadas para capital de giro) quanto para pessoas físicas (como é o caso das taxas de juros 1) de cartão de crédito parcelado e 2) do BNDES para financiamento de investimentos).

Reforçando a sinalização de um quadro creditício ainda bastante estimulativo, o saldo total de crédito às pequenas e médias empresas, que vinha apresentando ritmo de recuperação inferior ao das grandes empresas nos últimos meses, apresentou expansão de 20,0% na comparação anual de agosto (vs. +12,3% a/a em julho) O resultado, apesar de não fazer referência a novas concessões e sim ao saldo total de crédito por porte de empresa, sugere que os estímulos creditícios anunciados pelo governo durante a pandemia têm conseguido chegar aos pequenos e médios empreendimentos nos últimos meses.

É importante ressaltar que todos os estímulos vigentes na economia hoje (creditícios, monetários e fiscais) estão exercendo um papel crucial para a recuperação da economia no curto prazo. Olhando para frente, no entanto, fica o questionamento de como será o ritmo de recuperação quando essas fontes de estímulos fiscais, que já têm começado a pesar no orçamento, começarem a ser gradativamente retiradas da economia.

Obs.: A relevante informação sobre o endividamento das famílias (última leitura: junho/20) foi postergada por conta do adiamento da PNAD Contínua pelo IBGE. Segundo o BC, essa divulgação será revelada no próximo dia 09 de outubro.

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