XP Expert

Economia em Destaque: Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

Mau humor internacional em meio a tensões políticas, variante delta e a retirada dos estímulos nos EUA se aproximando. No cenário doméstico, o risco fiscal e a incerteza da reforma tributária levaram queda da bolsa e alta das taxas de juros futuros.

Compartilhar:

  • Compartilhar no Facebook
  • Compartilhar no X
  • Compartilhar no Whatsapp
  • Compartilhar no LinkedIn
  • Compartilhar via E-mail
Onde Investir em 2025 banner

Resumo

A tomada do poder no Afeganistão pelo Talibã e o avanço da variante delta se destacaram no cenário internacional durante a semana, que também contou com a divulgação da ata da última reunião do Fed e de indicadores de atividade econômica nos EUA e na China.

No Brasil, o destaque foi o cenário político, com discussões a respeito das pautas fiscais, dentre as quais a PEC dos Precatórios como a mais relevante, além do adiamento da votação da reforma tributária do imposto de renda.

Para a próxima semana, as atenções internacionais estarão voltadas para a fala do chairman do Fed no simpósio de política monetária de Jackson Hole. Na seara de indicadores, se destaca o deflator PCE referente ao mês de julho. Já no Brasil, teremos importantes dados fiscais, além de divulgações de inflação e mercado de trabalho. O campo político permanece em foco com discussões fiscais e sobre reformas.

Atualizações Covid-19

A disseminação da variante delta segue causando preocupações, e o Ministério da Saúde brasileiro já estaria se preparando para aplicar uma terceira dose de imunizante em idosos a partir de setembro. A pasta reconhece que já possui a quantidade de doses necessária para implementar a medida.

A média móvel semanal de óbitos renovou a mínima desde janeiro, para 821 óbitos/dia. A média móvel de novos casos também recuou, retornando para patamar abaixo dos 30 mil, para 29,9 mil/dia. Dados de internações hospitalares melhoraram em 20 das 27 unidades federativas, e todos os estados seguem com taxa de ocupação de leitos abaixo de 80%.

A campanha de vacinação continua avançando e se acelerando no país. A média móvel de vacinações avançou para 1,94 milhão ao dia. Até esta manhã, 120,6 milhões de brasileiros receberam ao menos a primeira dose, enquanto 53,7 milhões (25,3% da população) estão com o esquema vacinal completo.

Cenário Internacional

A tomada de poder no Afeganistão pelo grupo extremista Talibã concentrou as atenções do mundo no início da semana, aumentando os riscos geopolíticos. A crise na região tem potencial para afetar as dinâmicas da política global e reverberar nos mercados, trazendo volatilidade no curto prazo.

Outra grande preocupação continua o avanço da variante delta do Coronavirus, que está levando cada vez mais países a adotar novas medidas restritivas. Analistas de mercado já discutem em que proporção esta nova onda da pandemia pode afetar a recuperação econômica global. 

Estados Unidos

Ata do Fed

O banco central americano divulgou a ata de sua última reunião de política monetária. Segundo o documento, a maioria dos dirigentes da instituição julga apropriado começar a reduzir os estímulos monetários ainda em 2021, através da diminuição da compra de ativos financeiros. O Fed salientou, no entanto, que isso não significa que os juros devem subir no curto prazo. De fato, apesar da retomada da economia, incertezas – como o avanço da variante delta – permanecem.

Na XP, nossa expectativa é que a taxa básica de juros nos EUA fique em zero até 2023.   

Indicadores

Na seara de indicadores, se destacaram nesta semana dados de atividade econômica. As vendas varejistas nos Estados Unidos ficaram abaixo das expectativas em julho, em que pese algumas revisões altistas nos resultados de junho. O índice geral do varejo registrou contração de 1,1% no mês passado (o consenso de mercado indicava ligeira queda de 0,2% entre junho e julho).

Já pelo lado positivo, a produção industrial expandiu 0,9% em relação a junho, após ajuste sazonal, registrando a taxa de crescimento mais alta desde março (consenso de mercado: 0,5% m/m; junho: 0,2% m/m). A taxa de utilização da capacidade instalada subiu para 76,1% em julho, o maior patamar desde o início da crise sanitária.

O mercado de trabalho segue melhorando. Os pedidos semanais de seguro-desemprego vieram melhores que o esperado, em 348 mil (consenso: 365 mil; anterior: 375 mil), seguindo a tendência de desaceleração e atingindo o menor patamar desde o início da pandemia.

Europa

A economia da zona do euro cresceu 2% no segundo trimestre, conforme divulgado pelo escritório de estatísticas da União Europeia, confirmando sua leitura anterior. O crescimento decorre do afrouxamento das restrições ao coronavírus, que estimulou a atividade econômica após uma breve recessão. A expectativa é que o avanço da variante delta não reverta esta tendência, mas o fato é que alguns indicadores de confiança de consumidores e empresários já começaram a recuar.

China

A economia chinesa desacelerou mais do que o esperado em julho. A produção industrial cresceu 6,4% na comparação anual, de 8,3% em junho (7,9% esperado). As vendas no varejo aumentaram 8,5% (12,1% em junho, 10,9% esperado). O desempenho mais fraco se deve a uma combinação de fatores, como redução dos estímulos governamentais, escassez de insumos de produção e novas restrições contra a Covid-19.

Em reação à surpresa negativa nos indicadores, os preços das commodities exibiram recuos expressivos. A menor demanda chinesa, tanto pela desaceleração no ritmo de crescimento doméstico quanto pela intenção das autoridades de reduzir a poluição, explica parte relevante desses movimentos.

O endurecimento do tom do governo chinês no tangente às regulações também foi destaque. Segundo Xi Jinping, teria chegado o momento de se regular rendas mais altas, como parte de uma estratégia redistributiva para agora priorizar a “prosperidade de todos”. A declaração ocorre em meio a uma série de intervenções motivadas por novas metas econômicas e sociais do governo.

Enquanto isso no Brasil...

Em semana sem divulgações importantes de indicadores, o cenário político foi destaque, entre discussões sobre importantes projetos, como a proposta de reforma tributária, e declarações de representantes do governo. O fiscal segue sendo a pauta central.

Cenário Político Econômico

Reforma Tributária

A votação da reforma tributária do imposto de renda foi adiada e deve voltar a ser apreciada pela Câmara dos Deputados em duas semanas. Estados e municípios pressionam por mais recursos como forma de compensação às perdas arrecadatórias com eventual aprovação da matéria, aumentando as preocupações do Ministério da Economia acerca do custo fiscal do projeto.

PEC dos Precatórios

Ao longo desta semana, o ministro da Economia, Paulo Guedes e o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal defenderam a necessidade de postergação do pagamento de precatórios para evitar paralisação das atividades governamentais. Na semana passada o governo enviou ao Congresso o texto da PEC dos Precatórios, que visa permitir o parcelamento do pagamento de parte das dívidas judiciais quando estas atingirem um certo limite.

Aneel

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estima que o custo da energia pode subir em média 16,68% no ano que vem, e estuda medidas como a antecipação do aporte de recursos da privatização da Eletrobras, cerca de R$ 5 bi, e postergação do pagamento de parcela de remuneração de distribuidoras para tentar limitar a alta da energia a 10,73% em 2022. A agência estuda ainda possíveis medidas adicionais para suavizar impacto ao consumidor.

O que esperar?

Para a próxima semana, o destaque internacional será o simpósio de política monetária de Jackson Hole, reunindo dirigentes de bancos centrais de todo mundo. O mercado ficará atendo às declarações do presidente do Fed, banco central dos EUA, durante o evento. Pode vir novas indicações sobre o cronograma da retirada dos estímulos monetários no país. Outro destaque será a divulgação do deflator dos gastos de consumo de julho, medida de inflação preferida do Fed.

No cenário doméstico, teremos a divulgação de indicadores fiscais (relatório mensal da dívida pública, arrecadação federal), criação de postos de trabalho (Caged), contas externas e inflação (IPCA-15), o foco, entretanto, seguirá no campo político, com as discussões sobre a reforma tributária e a PEC dos precatórios.

XPInc CTA

Se você ainda não tem conta na XP Investimentos, abra a sua!

XP Expert

Avaliação

O quão foi útil este conteúdo pra você?


Newsletter
Newsletter

Gostaria de receber nossos conteúdos por e-mail?

Cadastre-se e receba grátis nossos relatórios e recomendações de investimentos

Disclaimer:

Este relatório foi preparado pela XP Investimentos CCTVM S.A. (“XP Investimentos”) e não deve ser considerado um relatório de análise para os fins do artigo 1º na Resolução CVM 20/2021. Este relatório tem como objetivo único fornecer informações macroeconômicas e análises políticas, e não constitui e nem deve ser interpretado como sendo uma oferta de compra/venda ou como uma solicitação de uma oferta de compra/venda de qualquer instrumento financeiro, ou de participação em uma determinada estratégia de negócios em qualquer jurisdição. As informações contidas neste relatório foram consideradas razoáveis na data em que ele foi divulgado e foram obtidas de fontes públicas consideradas confiáveis. A XP Investimentos não dá nenhuma segurança ou garantia, seja de forma expressa ou implícita, sobre a integridade, confiabilidade ou exatidão dessas informações. Este relatório também não tem a intenção de ser uma relação completa ou resumida dos mercados ou desdobramentos nele abordados. As opiniões, estimativas e projeções expressas neste relatório refletem a opinião atual do responsável pelo conteúdo deste relatório na data de sua divulgação e estão, portanto, sujeitas a alterações sem aviso prévio. A XP Investimentos não tem obrigação de atualizar, modificar ou alterar este relatório e de informar o leitor. O responsável pela elaboração deste relatório certifica que as opiniões expressas nele refletem, de forma precisa, única e exclusiva, suas visões e opiniões pessoais, e foram produzidas de forma independente e autônoma, inclusive em relação a XP Investimentos. Este relatório é destinado à circulação exclusiva para a rede de relacionamento da XP Investimentos, incluindo agentes autônomos da XP e clientes da XP, podendo também ser divulgado no site da XP. Fica proibida a sua reprodução ou redistribuição para qualquer pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio consentimento expresso da XP Investimentos. A XP Investimentos não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações divulgadas e se exime de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização deste material ou seu conteúdo. A Ouvidoria da XP Investimentos tem a missão de servir de canal de contato sempre que os clientes que não se sentirem satisfeitos com as soluções dadas pela empresa aos seus problemas. O contato pode ser realizado por meio do telefone: 0800 722 3710. Para maiores informações sobre produtos, tabelas de custos operacionais e política de cobrança, favor acessar o nosso site: www.xpi.com.br.

A XP Investimentos CCTVM S/A, inscrita sob o CNPJ: 02.332.886/0001-04, é uma instituição financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil.Toda comunicação através de rede mundial de computadores está sujeita a interrupções ou atrasos, podendo impedir ou prejudicar o envio de ordens ou a recepção de informações atualizadas. A XP Investimentos exime-se de responsabilidade por danos sofridos por seus clientes, por força de falha de serviços disponibilizados por terceiros. A XP Investimentos CCTVM S/A é instituição autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil.


Este site usa cookies e dados pessoais de acordo com a nossa Política de Cookies (gerencie suas preferências de cookies) e a nossa Política de Privacidade.