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Economia em Destaque: Inflação mostra sinais de alívio

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

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Resumo

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fechou acordo comercial com o Japão, que terá a tarifa reduzida de 25% para 15%. Ademais, houve avanço nas negociações com a Europa. O acordo deve ser anunciado em breve.

Na zona do euro, o banco central manteve a taxa de depósito em 2,00% e adotou postura de “esperar para ver” diante da indefinição sobre as tarifas. Na China, o banco central também manteve a taxa de empréstimo em níveis historicamente baixos, conforme amplamente antecipado. A expectativa é de que a política monetária permaneça expansionista diante do fraco desempenho econômico.

No Brasil, a inflação medida pelo IPCA-15 trouxe alívio adicional. No cenário fiscal, o relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas reverteu totalmente o contingenciamento que havia sido realizado na divulgação anterior.

Gráfico da Semana

Veja na seção “Prévia da inflação apresentou características desinflacionárias”.

Cenário Internacional

Acordos comerciais avançam

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fechou acordo comercial com o Japão. O país asiático será taxado em 15%. Embora a nova alíquota seja inferior aos 25% inicialmente previstos por Trump, ela ainda vai contra as exigências anteriores de Tóquio de que o Japão fosse isento de todas as tarifas dos Estados Unidos. A nova medida entrará em vigência em 1º de agosto. Além do Japão, espera-se que sejam anunciadas tarifas de 15% com a União Europeia. Autoridades do bloco teriam concordado com as tarifas recíprocas para evitar aumentá-las para 30% a partir de 1º de agosto. Ambos os lados devem eliminar tarifas sobre alguns bens, incluindo aeronaves, bebidas alcoólicas e itens médicos. A alíquota sobre carros deve cair dos atuais 27,5% para 15%.

Donald Trump também afirmou que o país está próximo de concluir um acordo comercial com a China, e que pretende estabelecer tarifas diretas para a maioria das outras regiões.

Banco central da China mantém juros diante do fraco desempenho econômico

Na China, o banco central manteve a taxa primária de empréstimo em níveis historicamente baixos, conforme amplamente antecipado. A decisão alivia temores de uma retirada dos estímulos monetários. Embora haja sinais de que o governo possa reduzir o ritmo de afrouxamento (especialmente após os recentes acordos tarifários com os Estados Unidos) a expectativa é de que a política monetária permaneça expansionista diante do fraco desempenho econômico do país.

Na Europa, banco central quer “esperar para ver”

Na zona do euro, o Banco Central Europeu manteve a taxa de depósito em 2,00%, conforme amplamente esperado. A presidente da instituição, Christine Lagarde, disse que o banco central está no modo de “esperar para ver”, em meio à indefinição sobre a questão tarifária com os Estados Unidos. Ademais, comentou que “o ciclo da política monetária está chegando ao fim”. A inflação ao consumidor tem se comportado bem, em torno de 2%, o que legitima a manutenção da taxa de juros no atual patamar durante as próximas reuniões de política monetária.

Nos dados, o PMI Composto – sondagens empresariais de atividade econômica – da zona do euro subiu de 50,6 em junho para 51,0 em julho, o patamar mais elevado em onze meses. Esse valor ficou acima da marca de 50,0 que separa crescimento de contração, e da expectativa de mercado de 50,8. O PMI de Serviços melhorou de 50,5 para 51,2, superando as projeções que indicavam modesto avanço para 50,7, enquanto o PMI da Indústria aumentou de 49,5 para 49,8, ligeiramente acima da estimativa de 49,7. No geral, os resultados corroboram as perspectivas de acomodação da atividade da zona do euro, embora as incertezas globais e as mudanças nas políticas comerciais continuem a pesar sobre o sentimento econômico e as cadeias de suprimentos.

Enquanto isso, no Brasil…

Prévia da inflação apresentou características desinflacionárias

O IPCA-15 de julho (prévia da inflação do mês) avançou 0,33%, em linha com nossa projeção e ligeiramente acima da mediana do Bloomberg (0,31%). A inflação acumulada em 12 meses subiu de 5,27% em junho para 5,30% em julho. Do lado positivo, os preços dos alimentos recuaram 0,40%, enquanto do lado negativo, a inflação de serviços avançou 0,45%. No geral, a leitura foi benigna, com os principais núcleos de inflação mantendo trajetória de desaceleração.

Em suma, o IPCA-15 de julho trouxe (novamente) alívio disseminado nos preços livres. A leitura é consistente com nosso cenário de IPCA a 5,0% em 2025 (ou até menos). Para 2026, mantemos nossa projeção em 4,5%.

Governo brasileiro reverte contingenciamento de gastos para cumprir meta fiscal

O relatório de avaliação das receitas e despesas primárias de julho descongelou R$ 20,6 bilhões. Por um lado, houve reversão de R$ 20,7 bilhões em cortes de gastos anteriormente feitos buscando cumprir a meta de resultado primário. Por outro, houve bloqueio adicional de R$0,1 bilhão visando garantir o cumprimento do limite de despesas. A receita foi revisada para cima em R$ 27,1 bilhões, enquanto as estimativas de despesas cresceram R$ 5,0 bilhões devido ao aumento do BPC/LOAS e dos créditos extraordinários. Nossas projeções indicam que o governo deve permanecer próximo de sua meta de resultado primário, mas avaliamos que os gastos devem continuar a aumentar em um ritmo mais forte, exigindo um bloqueio adicional de pelo menos R$ 5 bilhões.

Em junho, a arrecadação federal totalizou R$ 234,6 bilhões (XP: R$ 231,6 bilhões). Ajustada pela inflação, a receita tributária cresceu 6,6% em relação ao ano anterior. Após o aumento da alíquota de IOF, determinado em maio, o recolhimento desse imposto subiu 38,8% em junho, ante 2024, totalizando R$ 8 bilhões. No acumulado deste ano, a arrecadação atingiu R$ 1,425 trilhão, alta real de 4,38% sobre o primeiro semestre de 2024, representando também os melhores seis meses da série.

Déficit em transações correntes amplia, mas fundamentos permanecem

O saldo em transações correntes do Brasil registrou déficit de US$ 5,1 bilhões em junho de 2025, acima das expectativas (XP: US$ -4,0 bilhões; mercado: US$ -4,4 bilhões). Em 12 meses, o déficit acumulado alcançou US$ 73,1 bilhões (3,42% do PIB), ante US$ 71,4 bilhões (3,35% do PIB) em maio. Em suma, a forte demanda interna tem sido o principal vetor de ampliação do déficit em transações correntes. Ainda assim, não esperamos deterioração persistente das contas externas. Projetamos que o déficit se estabilize em torno de 2,9% do PIB em 2025, impulsionado principalmente pela desaceleração das importações. Nossa projeção para o fim do ano é de déficit de US$ 65,7 bilhões. Enquanto isso, esperamos que o IDP permaneça resiliente, alcançando US$ 70,0 bilhões em 2025 (3,1% do PIB). Ainda assim, a incerteza global pode impactar os fluxos à frente. O descompasso entre necessidade de financiamento externo e fontes estáveis de recursos se reduziu significativamente.

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Destaques da próxima semana   

No cenário internacional, semana repleta de indicadores. Nos Estados Unidos, atenções voltadas passa a decisão de juros, os dados de emprego e a inflação ao consumidor medida pelo PCE – indicador de inflação favorito do Fed, banco central. Na zona do euro, será divulgada a primeira leitura do PIB e os dados de inflação ao consumidor. .

No Brasil, as negociações entre Brasil e Estados Unidos serão destaque. Ademais, teremos decisão da taxa Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na 4ª-feira. Acreditamos que o Copom manterá a taxa básica de juros em 15,00%, em linha com o endereçado nas últimas comunicações oficiais. Também conheceremos a taxa de desemprego e a produção industrial de junho.

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