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Economia em Destaque: Inflação em queda no Brasil e nos EUA

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

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Resumo

No cenário internacional, os indicadores de inflação dos EUA vieram abaixo das expectativas, mas o Fed ainda deve elevar os juros. Na Europa, a produção industrial também veio mais fraca do que o esperado, mas não devem mudar os planos do Banco Central Europeu (BCE) em persistir no ciclo de aperto monetário. Na China, os dados seguem sugerindo recuperação econômica mais fraca do que a esperada pelo mercado.

No Brasil, a inflação ao consumidor medida pelo IPCA mostrou recuo, apesar dos preços de serviços seguirem rodando próximos a 6% a.a., o que reforça nossa expectativa de corte de 0,25pp. na taxa Selic em agosto. Os debates sobre a reforma tributária se iniciaram no Senado, com perspectivas de mudanças para contemplar os estados. Por fim, os dados de atividade econômica relacionados a serviços e varejo mostraram sinais de enfraquecimento. Com isso, começam a crescer demandas por novos programas de estímulo ao consumo.

Cenário internacional

Inflação bem-comportada nos EUA, mas Fed ainda deve elevar os juros

A inflação ao consumidor nos EUA ficou em 0,18% em junho, abaixo das expectativas de mercado (0,3%). O núcleo da inflação (excluindo ítens voláteis de alimentos e energia) aumentou 0,16% na comparação mensal em junho e sua variação anual recuou de 5,33% para 4,83%. O recuo da inflação alivia as pressões sobre Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).

Ainda assim, o Fed deve elevar os juros pelo menos mais uma fez. Christopher Waller, membro do board da instituição, disse que o trabalho de conter a inflação não está completo e sinalizou votar por uma alta na reunião do Fed deste mês.  A presidente do Federal Reserve Bank de São Francisco, Mary Daly, sinalizou na mesma direção em discurso público nesta semana.

Juros continuarão subindo também na zona do euro, mesmo com atividade mais fraca

A produção industrial da zona do euro avançou 0,2% ao mês em maio, abaixo das expectativas (0,3%). Apesar do aumento mensal, a produção industrial está 1,2% abaixo de maio de 2022. Os sinais de desaceleração econômica, no entanto, provavelmente não mudarão o plano do Banco Central Europeu de continuar elevando os juros, já que a inflação continua alta. De fato, o índice de preços ao consumidor na França ficou em 4,5% ano a ano em junho, muito acima da meta de 2,0% do BCE.

Novos sinais de que a retomada econômica na China segue frágil

As exportações chinesas caíram 12,4% ano a ano em junho, a quda mais intensa em mais de três anos. As importações também saíram mais fracas do que o esperado (-6,8% a/a), em um novo sinal de que a segunda maior economia do mundo está com dificuldades para se recuperar após a Covid.

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Enquanto isso, no Brasil…

Inflação em queda abre espaço para redução gradual de juros

A inflação ao consumidor medida pelo IPCA recuou 0,08% em junho ante maio, resultado um pouco acima da nossa expectativa (-0,13%) e do consenso do mercado (-0,10%). A inflação acumulada em 12 meses cedeu de 3,94% para 3,16%. O resultado confirma a queda da inflação este ano, liderada por preços industrializados, gasolina e alimentos.

Em compensação, a inflação de serviços segue rodando próximo a 6,0%, o dobro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional.

Conforme discutido na última ata do Copom, a dinâmica dos preços de serviços é elemento-chave para o Banco Central determinar o início e o ritmo do iminente ciclo de flexibilização monetária.

Mesmo assim, dada a desaceleração geral da inflação e sinais de enfraquecimento da economia (ver abaixo), prevemos corte de 0,25pp na taxa Selic em agosto, com cortes de 0,50pp nas reuniões seguintes – projetamos a taxa básica de juros em 12,00% no final deste ano. Mantemos as previsões de alta de 4,7% para o IPCA de 2023 e de 4,1% para o IPCA de 2024.

Seguem as repercussões sobre a reforma tributária, que agora vai ao Senado

Nesta semana, fizemos um live para discutir o tema, com o Secretário Especial do Ministério da Fazenda Bernand Appy. Appy reforçou os ganhos de transparência e eficiência do projeto, e destacou os desafios para a continuidade da tramitação. O conteúdo está disponível no canal do YouTube da XP. Também atualizamos nosso relatório com as principais mudanças promovidas pela Câmara e os próximos passos da reforma.

A reforma tributária, aprovada na Câmara dos Deputados na semana passada, continua gerando debates. O relator do projeto no Senado, Eduardo Braga, já sinalizou que haverá mudanças para contemplar demandas setoriais, principalmente, de entes federativos.

Economia perde força, Presidente sugere novo programa de estímulo

A receita real do setor de serviços cresceu 0,9% mês a mês em maio. Apesar disso, o setor terciário recuou 0,1% de um trimestre a outro no trimestre móvel encerrado em maio. Esses resultados reforçam nosso cenário de que a maioria das atividades de serviços perderá fôlego daqui para frente, principalmente devido à dissipação do impulso ‘pós-Covid’, ao enfraquecimento do setor manufatureiro e a alguma estabilização das condições do mercado de trabalho.

Por outro lado, as vendas no varejo ampliado caíram 1,1% em maio em relação a abril, a segunda leitura negativa consecutiva e abaixo da expectativa de mercado (-0,8%). As vendas no varejo restrito caíram 1,0% em maio ante abril, também abaixo das expectativas (-0,3%). O resultado mostra que a desaceleração da atividade doméstica tem se tornado cada vez mais evidente, com condições de crédito mais restritivas e alto endividamento das famílias cobrando seu preço. No entanto, o cenário de pouso suave ainda parece o mais provável.

Em meio a sinais de perda de fôlego da atividade, a imprensa reportou esta semana que o presidente Lula pediu ao Ministério da Indústria e Comércio a elaboração de um plano para subsidiar eletrodomésticos, semelhante ao programa implementado recentemente que subsidiou a venda de automóveis.

O que esperar da semana que vem

Na seara internacional, teremos a divulgação do PIB da China no domingo à noite, o qual deverá trazer repercussões aos preços de ativos emergentes, incluindo os brasileiros. Na quarta-feira, conheceremos as leituras de inflação na Zona do Euro e no Reino Unido, ambas regiões que, na nossa visão, devem persistir no ciclo de aperto monetário. Nos Estados Unidos, a agenda de indicadores será relativamente mais leve, com destaque aos dados de produção industrial e vendas no varejo de junho, a serem publicados na terça-feira.

No Brasil, poucos indicadores relevantes na semana. Destaque para a publicação do IBC-Br de maio na segunda-feira. Estimamos que a proxy mensal do PIB, calculada pelo Banco Central, tenha ficado praticamente estável ante abril (-0,1%). Na comparação com o mesmo período de 2022, por sua vez, prevemos expansão de 4,1%. O PIB total cresceu moderadamente no 2º trimestre, segundo os nossos cálculos (0,3% versus o 1º trimestre). Teremos também o IGP-10 de julho na terça-feira, para o qual o mercado espera aceleração para -1,0% m/m ante de -2,2% m/m em junho.

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