XP Expert

Economia em Destaque: Fed corta, Copom mantém os juros

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

Compartilhar:

  • Compartilhar no Facebook
  • Compartilhar no X
  • Compartilhar no Whatsapp
  • Compartilhar no LinkedIn
  • Compartilhar via E-mail
Banner Onde Investir em 2026 intratexto

Resumo

Nos Estados Unidos, o banco central cortou sua taxa básica de juros em 0,25 p.p., para o intervalo entre 4,00% e 4,25%. Na coletiva de imprensa pós-reunião, o presidente da autoridade afirmou que as decisões de política monetária serão tomadas “reunião por reunião” e que não é óbvio o que deve ser feito adiante. A semana também contou com os dados de pedidos semanais de seguro-desemprego, que contrastaram com as preocupações recentes de uma deterioração aguda no mercado de trabalho local. Sobre as tarifas, a Suprema Corte definiu para 5 de novembro a audiência para analisar a legalidade das alíquotas.

No Brasil, o Banco Central manteve a taxa Selic em 15,00%. O comunicado pós-reunião trouxe, em nossa visão, um tom mais duro ao afirmar que “seguirá vigilante, avaliando se a manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”. A decisão é consistente com o nosso cenário de início de cortes de juros em janeiro.

Gráfico da Semana

Veja na seção “Copom: Ainda distante da meta”

Cenário Internacional

Fed corta juros preocupado com mercado de trabalho

O Fed (banco central dos Estados Unidos) cortou sua taxa básica de juros em 0,25 p.p., para o intervalo entre 4,00% e 4,25%. A votação não foi unânime, já que Stephen Miran optou por uma redução de 0,50 p.p.. Segundo o comunicado, a autoridade monetária considera que “os riscos baixistas para o emprego aumentaram”. A nosso ver, o Fed está mais preocupado com o mercado de trabalho em comparação à dinâmica da inflação. Com relação ao cenário econômico dos membros do Fed, a mediana de projeções para a taxa de juros de referência sugeriu corte de 0,25 p.p. nas duas últimas reuniões deste ano e apenas um corte de 0,25 p.p. no ano que vem. No entanto, na coletiva de imprensa pós-reunião, a fala do presidente da autoridade, Jerome Powell, foi interpretada como mais dura do que o comunicado e as projeções econômicas. Powell, afirmou que as decisões de política monetária serão tomadas “reunião por reunião” e classificou o corte de juros como uma “gestão de risco”, afirmando não ser óbvio o que o banco central tem que fazer adiante.

Nos dados econômicos desta semana, os pedidos iniciais de seguro-desemprego totalizaram 231 mil na semana passada, abaixo da expectativa de mercado e da leitura anterior (264 mil). Esses resultados contrastaram com as preocupações recentes de uma deterioração aguda no mercado de trabalho local.

Suprema Corte dos EUA terá audiência sobre tarifas em 5 de novembro

A Suprema Corte dos Estados Unidos marcou para 5 de novembro uma audiência para analisar a legalidade das tarifas comerciais globais impostas pelo presidente Donald Trump. A medida ocorre após um tribunal inferior decidir que Trump excedeu sua autoridade ao usar a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA) para justificar as tarifas.

Ao mesmo tempo, um grupo bipartidário no Congresso apresentou uma resolução para cancelar as tarifas adicionais de 40% impostas aos produtos brasileiros. A proposta contesta a base legal usada pelo presidente Donald Trump, que recorreu à Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA) para impor as tarifas sem aprovação do Congresso. Os senadores alertam que as tarifas prejudicam o comércio bilateral entre os países e podem aproximar o Brasil da China. O mercado acredita que a medida tem poucas chances de aprovação.

Por fim, o governo dos Estados Unidos não deve impor novas tarifas à China, em resposta às compras de petróleo russo, a menos que a Europa taxe a China e a Índia antes, de acordo com Scott Bessent, secretário do Tesouro. Segundo ele, os países europeus precisam ter um papel mais ativo no corte das receitas do petróleo russo, o que contribuiria para o fim da guerra.

Tribunal rejeita pedido de demissão de Lisa Cook; Trump irá contestar

Um tribunal federal de apelações dos Estados Unidos decidiu, por 2 votos a 1, que o presidente Donald Trump não pode demitir Lisa Cook do Conselho do banco central. O tribunal rejeitou a alegação de justa causa de Trump de que Cook tenha cometido fraude hipotecária ao nomear duas propriedades diferentes como sua residência principal. A decisão reforça a independência da instituição. Donald Trump afirmou que contestará a decisão.

Decisão de juros também em outros lugares do globo

A semana também contou com decisão de política monetária em outros lugares do mundo. Na Inglaterra, o banco central manteve a taxa básica de juros em 4,00%, após corte de 0,25 p.p. na reunião de agosto. A autoridade segue reconhecendo riscos inflacionários persistentes (sobretudo em serviços e salários) e deverá esperar por maiores evidências de desinflação para a retomada do ciclo de cortes. No Japão, o banco central manteve a taxa básica em 0,5%, conforme esperado. A autoridade já aumentou os juros em três reuniões neste ano após sair de uma política de taxas negativas em março, mas, na última reunião, citou incertezas no cenário político com a renúncia do primeiro-ministro Shigeru Ishiba e os impactos das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos.

Enquanto isso, no Brasil…

Copom: Ainda distante da meta

O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) manteve a taxa Selic em 15,00%. No comunicado pós-decisão, o comitê continuou a enfatizar que “os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado”. Além disso, afirmou que “seguirá vigilante, avaliando se a manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta [de 3%]”. Dessa forma, o Comitê reforça o foco de combater a inflação, não eliminando a possibilidade de voltar a subir os juros – embora não seja o nosso cenário.

Acreditamos que a decisão e a comunicação continuam consistentes com o nosso cenário de início de um ciclo gradual de corte de juros em janeiro, com a taxa Selic atingindo 12,00% após seis reduções consecutivas de 0,50 p.p..

Para detalhes, leia o relatório “Copom: Ainda distante da meta

Câmara aprova urgência para projeto de anistia

A Câmara dos Deputados aprovou, por 311 votos a 163, o regime de urgência para a votação do projeto de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro. A proposta busca reduzir as penas. A votação do mérito deve ocorrer na próxima semana. Segundo o Estadão/Broadcast, o Senado não deve aceitar um perdão amplo e irrestrito.

Taxa de desemprego permanece na mínima histórica

A taxa de desemprego mensal e dessazonalizada ficou estável em 5,6% em julho, o menor patamar da série histórica.  A população ocupada mostra sinais de estabilização na ponta, mas permanece em patamar historicamente elevado. Ademais, os rendimentos reais cresceram pelo décimo mês consecutivo. Não esperamos reversão dessa tendência altista da renda real disponível às famílias no curto prazo.

Projetamos crescimento do PIB em 2,2% em 2025. Em nossa avaliação, a atividade doméstica continuará desacelerando nos próximos meses, em linha com o agravamento das condições de crédito (ex.: juros mais altos, inadimplência e endividamento das famílias). Contudo, acreditamos que a alta consistente da renda real deve servir como “amortecedor” frente à desaceleração em curso da economia. O mercado de trabalho segue robusto, e os gastos fiscais têm ganhado força na segunda metade do ano, com destaque para o pagamento de precatórios.

Clique aqui para receber por e-mail os conteúdos de economia da XP

Destaques da próxima semana   

Na agenda internacional, destaque para a inflação ao consumidor de agosto nos Estados Unidos medida pelo PCE – é o indicador de inflação preferido do Fed, banco central. Ainda nos Estados Unidos, conheceremos os dados revisados do PIB do 2º trimestre e a confiança do consumidor de setembro. Na China, teremos decisão da taxa de juros de 1 e 5 anos pelo banco central. Ademais, leituras de PMIs na Zona do Euro e nos Estados Unidos serão divulgadas – o PMI é uma sondagem com gerentes de compras que visa medir o ritmo da atividade econômica. Por fim, vários diretores do Fed discursarão ao longo da semana.

No Brasil, destaque para a divulgação da Ata do Copom. O documento detalhará o debate por trás da decisão mais firme do Banco Central do Brasil na última reunião de política monetária. A autoridade também publicará o Relatório de Política Monetária, um dos principais documentos divulgados pelo Banco Central. Ainda durante a semana, teremos a divulgação do IPCA-15 de setembro. A Receita Federal também deve divulgar a arrecadação tributária federal de agosto. Por fim, a semana encerra com a publicação do Balanço de Pagamentos. Veja as nossas projeções abaixo.

XPInc CTA

Se você ainda não tem conta na XP Investimentos, abra a sua!

XP Expert

Avaliação

O quão foi útil este conteúdo pra você?


Disclaimer:

Este relatório foi preparado pela XP Investimentos CCTVM S.A. (“XP Investimentos”) e não deve ser considerado um relatório de análise para os fins do artigo 1º na Resolução CVM 20/2021. Este relatório tem como objetivo único fornecer informações macroeconômicas e análises políticas, e não constitui e nem deve ser interpretado como sendo uma oferta de compra/venda ou como uma solicitação de uma oferta de compra/venda de qualquer instrumento financeiro, ou de participação em uma determinada estratégia de negócios em qualquer jurisdição. As informações contidas neste relatório foram consideradas razoáveis na data em que ele foi divulgado e foram obtidas de fontes públicas consideradas confiáveis. A XP Investimentos não dá nenhuma segurança ou garantia, seja de forma expressa ou implícita, sobre a integridade, confiabilidade ou exatidão dessas informações. Este relatório também não tem a intenção de ser uma relação completa ou resumida dos mercados ou desdobramentos nele abordados. As opiniões, estimativas e projeções expressas neste relatório refletem a opinião atual do responsável pelo conteúdo deste relatório na data de sua divulgação e estão, portanto, sujeitas a alterações sem aviso prévio. A XP Investimentos não tem obrigação de atualizar, modificar ou alterar este relatório e de informar o leitor. O responsável pela elaboração deste relatório certifica que as opiniões expressas nele refletem, de forma precisa, única e exclusiva, suas visões e opiniões pessoais, e foram produzidas de forma independente e autônoma, inclusive em relação a XP Investimentos. Este relatório é destinado à circulação exclusiva para a rede de relacionamento da XP Investimentos, incluindo agentes autônomos da XP e clientes da XP, podendo também ser divulgado no site da XP. Fica proibida a sua reprodução ou redistribuição para qualquer pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio consentimento expresso da XP Investimentos. A XP Investimentos não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações divulgadas e se exime de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização deste material ou seu conteúdo. A Ouvidoria da XP Investimentos tem a missão de servir de canal de contato sempre que os clientes que não se sentirem satisfeitos com as soluções dadas pela empresa aos seus problemas. O contato pode ser realizado por meio do telefone: 0800 722 3710. Para maiores informações sobre produtos, tabelas de custos operacionais e política de cobrança, favor acessar o nosso site: www.xpi.com.br.

A XP Investimentos CCTVM S/A, inscrita sob o CNPJ: 02.332.886/0001-04, é uma instituição financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil.Toda comunicação através de rede mundial de computadores está sujeita a interrupções ou atrasos, podendo impedir ou prejudicar o envio de ordens ou a recepção de informações atualizadas. A XP Investimentos exime-se de responsabilidade por danos sofridos por seus clientes, por força de falha de serviços disponibilizados por terceiros. A XP Investimentos CCTVM S/A é instituição autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil.


Este site usa cookies e dados pessoais de acordo com a nossa Política de Cookies (gerencie suas preferências de cookies) e a nossa Política de Privacidade.