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Economia em Destaque: Energia traz alívio passageiro para a inflação

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

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Resumo

Os dados de inflação nos Estados Unidos acima das expectativas reforçam a mensagem do banco central de que não há pressa em retomar o corte de juros. Ademais, a semana contou com novos anúncios de Donald Trump sobre aumentos nas tarifas de importação: 25% sobre aço e alumínio e reciprocidade sobre parceiros comerciais. As tarifas ainda não entraram em vigor.

Na China, a inflação segue sugerindo risco deflacionário.

No Brasil, o IPCA veio abaixo da sazonalidade para o mês, com a contribuição dos menores preços de energia. Apesar das surpresas baixistas em serviços e bens, acreditamos que o alívio seja temporário. Ademais, os indicadores de atividade trouxeram sinais adicionais de desaceleração econômica.

Gráfico da Semana

Cenário Internacional

Dados econômicos mistos nos Estados Unidos

A inflação ao consumidor nos Estados Unidos (CPI) foi de 0,5% entre dezembro e janeiro, superando as expectativas. Foi o ritmo mais forte desde agosto de 2023, levando a inflação acumulada de 3,0% em 12 meses. O núcleo da inflação – que exclui itens voláteis – também ficou acima do esperado (efetivo: 0,45%; esperado: 0,3%). Ao mesmo tempo, a inflação ao produtor – que indica tendências para a inflação ao consumidor – mostrou sinais de pressão, com ritmo mais forte do que o previsto em janeiro e revisão para cima (de 0,0% para 0,4%) no dado de dezembro.

Por outro lado, as vendas no varejo caíram 0,9% em janeiro, abaixo da expectativa de queda de 0,2%. O resultado, entretanto, deve ser interpretado com cautela, dado que o período foi marcado por incêndios florestais em Los Angeles – a segunda maior área metropolitana do país – e pelo inverno rigoroso noutras regiões, o que pode ter impactado o comércio.

Os dados de inflação reforçam a mensagem do banco central de que não há pressa em retomar o corte de juros em meio à crescente incerteza. Por exemplo, o Presidente da autoridade, Jerome Powell, afirmou que “a economia está forte, o mercado de trabalho segue sólido e temos o luxo de poder esperar e deixar nossa política restritiva funcionar para fazer a inflação recuar novamente”. Além disso, a autoridade reiterou que o banco central fez “grande progresso no combate à inflação, mas ainda não chegamos lá”. Projetamos taxas estáveis ao longo de 2025.

Novos anúncios nas tarifas dos Estados Unidos: 25% sobre aço e alumínio e reciprocidade sobre parceiros comerciais

Nesta semana, Donald Trump declarou tarifas de 25% sobre aço e alumínio (válidas a partir de 12 de março) e tarifas recíprocas (válidas a partir de 1º de abril) sobre seus parceiros comerciais. Canadá, Brasil, México, Coreia do Sul e Vietnã estão entre os maiores exportadores de aço para os Estados Unidos. Para o alumínio, o Canadá é destaque. O Brasil também seria afetado com as tarifas recíprocas. Por exemplo, o Brasil cobra uma tarifa de 18% sobre o etanol importado dos Estados Unidos, enquanto os norte-americanos permitem a entrada do etanol brasileiro com isenção de impostos. De acordo com os planos de Trump, a tarifa poderia ser aumentada para igualar a do Brasil ou a tarifa brasileira poderia ser reduzida para o nível dos Estados Unidos.

Considerando a concentração da pauta exportadora brasileira para os estadunidenses, avaliamos que restrições comerciais poderiam ter efeitos setoriais (microeconômicos) significativos, mas impacto macroeconômico limitado.

Para maiores detalhes, leia “Relação comercial entre Brasil e Estados Unidos: Uma visão geral”.

Inflação na China segue sugerindo risco deflacionário

Os preços ao consumidor chinês cresceram 0,7% entre dezembro e janeiro, ligeiramente abaixo das expectativas, acelerando em relação à estabilidade registrada em dezembro. Apesar da alta, a inflação acumulada em 12 meses foi de 0,5%. Ademais, os preços ao produtor continuaram sua trajetória de queda, indicando persistente deflação no setor industrial. Os desequilíbrios entre produção doméstica firme e demanda fraca continuam alimentando riscos deflacionários.

No Brasil...

Inflação abaixo das expectativas

O IPCA de janeiro avançou 0,16% na comparação mensal, o menor valor para o mês desde o início do Plano Real. O resultado pode ser explicado pelo pagamento do bônus da usina de Itaipu, que reduziu (temporariamente) as tarifas de energia. Com isso, o resultado acumulado em 12 meses cedeu de 4,83% para 4,56%, ainda acima do limite superior da meta de inflação (4,5%). A leitura trouxe surpresas baixistas, com destaque para bens industriais e serviços. Acreditamos que o alívio seja momentâneo, uma vez que a queda de energia elétrica será completamente revertida em fevereiro e os fundamentos econômicos ainda sugerem aceleração para serviços e bens. Destacamos a resiliência da atividade econômica e do mercado de trabalho, além da depreciação do Real no último trimestre como fatores essenciais para essa argumentação.

Seguimos projetando IPCA de 6,1% em 2025.

Para detalhes, leia “IPCA janeiro: Energia traz fôlego para primeiro mês do ano, mas inflação segue entre principais riscos de 2025”.

Sinais adicionais de desaceleração na atividade

Os indicadores de atividade dessa semana vieram mais fracos do que o esperado. As receitas reais do setor de serviços contraíram 0,5% entre novembro e dezembro, abaixo das expectativas de avanço de 0,2%. Além disso, houve revisão baixista no dado de novembro, de -0,9% para -1,4%. Apesar do resultado fraco, o indicador avançou 0,8% no 4º trimestre ante o 3º trimestre de 2024, o sétimo crescimento consecutivo. As vendas no varejo também caíram no mês: -1,1% entre novembro e dezembro (expectativa de +0,1%).

No geral, esperamos que os gastos pessoais com bens enfraqueçam ao longo deste ano, principalmente devido à inflação mais alta, à política monetária contracionista e a alguma estabilização no mercado de trabalho. Ademais, o setor terciário perdeu velocidade no final de 2024, mas não projetamos reversão acentuada em sua tendência de alta. Projetamos crescimento de 3,5% para o PIB do ano passado.

Tribunal de Contas da União abre auditoria para mapear despesas financiadas além do Orçamento

O Tribunal de Contas da União (TCU) – órgão do governo federal que fiscaliza a utilização de recursos públicos – abriu uma auditoria para mapear todas as despesas e políticas públicas financiadas por meio de recursos que não transitam diretamente pelo Orçamento. O Órgão alega que o uso de verbas em programas que estão fora do Orçamento pode acarretar em perda de credibilidade da gestão do governo. O anúncio ocorreu após o TCU conceder prazo de 120 dias para que o governo inclua o montante restante do Pé-de-Meia na peça orçamentária de 2025. Há necessidade de se incorporar as despesas com os programas “Auxílio-Gás” e “Pé-de- Meia”, além de atualizar o valor do salário-mínimo e da inflação, o que impacta diretamente os gastos com benefícios previdenciários e assistenciais.

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O que esperar da semana que vem

No cenário internacional, destaque para a divulgação da ata da reunião de política monetária do banco central dos Estados Unidos (Fed), que detalhará as decisões por trás da manutenção dos juros de referência. Ademais, dirigentes do Fed discursarão ao longo da semana e trarão suas visões acerca dos próximos passos de política monetária. A semana contará também com as primeiras leituras para o PMI – sondagem com empresários acerca das condições econômicas – para a zona do euro e Estados Unidos.

No Brasil, a agenda de dados estará relativamente vazia. Teremos a divulgação do IBC-Br – considerado uma proxy mensal para o PIB – de dezembro. Veja nossas projeções abaixo.

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