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Economia em Destaque: Câmara aprova isenção do IR

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

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Resumo

O governo dos Estados Unidos enfrenta sua primeira paralisação (shutdown) em quase sete anos. O financiamento do governo foi cortado devido à falta de acordo entre republicanos e democratas para aprovação de um projeto de lei com recursos à prestação de serviços públicos em outubro e adiante. Serviços essenciais, incluindo divulgação de dados econômicos, estão suspensos.

A criação de empregos no setor privado – indicador publicado por uma consultoria privada, e por isso não sofreu com a paralisação – caiu em setembro, contrariando as expectativas de acréscimo de 50 mil vagas. Isso sugere que o Fed deve seguir contando juros adiante.

Já no Brasil, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que estabelece isenção de IRPF para rendimentos até R$ 5 mil. Além dessa mudança, o texto também institui descontos para rendimentos até R$ 7,35 mil, tributação de 10% sobre dividendos acima de R$ 50 mil e alíquota mínima efetiva para altas rendas.

Os dados do mercado de trabalho seguiram fortes, embora com algum sinal de estabilização.

Gráfico da Semana

Veja na seção “Taxa de desemprego segue perto das mínimas históricas”

Cenário Internacional

Paralisação do governo dos Estados Unidos suspende serviços e divulgação de dados econômicos

O governo dos Estados Unidos está enfrentando sua primeira paralisação (shutdown, em inglês) em quase sete anos. O financiamento do governo foi cortado devido à falta de acordo entre republicanos e democratas para aprovação de um projeto de lei com recursos à prestação de serviços públicos em outubro e adiante. Os democratas pedem uma extensão de créditos tributários que tornam os planos de saúde mais baratos para milhões de americanos – que estão prestes a expirar – e a reversão dos cortes orçamentários no programa Medicaid implementados pelo Presidente Donald Trump.

Geralmente, durante uma paralisação, os chamados trabalhadores essenciais continuam a atuar, enquanto os funcionários públicos considerados não essenciais são temporariamente colocados em licença não remunerada. Analistas de mercado preveem que a paralisação atual será maior do que a anterior, ocorrida no final de 2018, quando o Congresso americano aprovou alguns projetos de lei de financiamento. Talvez 40% dos servidores federais – mais de 80 mil – sejam colocados em licença temporária. Entre os serviços essenciais, a paralisação atrasa a divulgação de dados econômicos importantes.

Setor privado fecha vagas, em sinal adicional de fraqueza no mercado de trabalho

O indicador de criação de postos de trabalho no setor privado dos EUA – calculado pela consultoria privada ADP, e portando sem sofrer com a paralisação do governo – indicou fechamento líquido de vagas em setembro. O resultado sugere um enfraquecimento nas condições do mercado de trabalho e marcando o maior declínio em dois anos e meio.

O resultado contrasta com dados recentes de atividade mais fortes, incluindo a última leitura do PIB do 2º trimestre e os gastos do consumidor em agosto. De toda forma, como o Fed (banco central do país) costuma dar mais peso aos dados de emprego, é provável que o ciclo de corte de juros continue este mês.

Inflação da zona do euro segue próxima da meta de 2,0%

Na zona do euro, os preços ao consumidor subiram 0,1% em setembro em relação a agosto, em linha com o esperado. Com isso, a inflação anual passou de 2,0% para 2,2%, ficando um pouco acima da meta do Banco Central Europeu (BCE). A medida de núcleo, que exclui os voláteis itens de alimentos e energia, registrou alta de 2,3% nos últimos 12 meses, repetindo o resultado da leitura anterior.

A inflação segue próxima da meta de 2,0%. O mercado precifica baixa probabilidade de novos cortes no curto prazo. O debate interno do Banco Central Europeu, contudo, se divide: enquanto parte dos dirigentes alerta para o risco de a inflação se consolidar abaixo da meta em meio a atividade fraca, outra ala, mais conservadora e hoje majoritária, vê a economia resiliente, sustentada por emprego sólido, recuperação industrial e aumento dos gastos em defesa, reduzindo a urgência de novos estímulos.

Enquanto isso, no Brasil…

Projeto de isenção do Imposto de Renda é aprovado na Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados aprovou uma reforma do imposto de renda da pessoa física que prevê isenção para rendimentos mensais de até R$ 5.000 e concede descontos para rendimentos de até R$ 7.350. Como medida parcial de compensação da proposta, o projeto de lei também estabelece uma tributação de 10% sobre a distribuição de dividendos superiores a R$ 50.000 por mês e uma alíquota mínima efetiva para rendimentos mensais acima de R$ 50.000. O relator também aceitou uma emenda na sessão plenária para estabelecer a obrigação do governo de apresentar um plano para atualizar os valores de isenção e desconto.

A estimativa é que a proposta, como foi aprovada, seja neutra do ponto de vista das contas públicas. Já do ponto de vista de estímulo à economia, tende a ser expansionista, porque isenção tributária tende a se traduzir em maior consumo nas faixas mais baixas de renda, enquanto as faixas mais elevadas não devem mudar seu padrão com a nova taxação.

O projeto agora segue para o Senado.

Estudos para zerar tarifas do ônibus entram no radar

Nesta semana, o mercado reagiu a rumores de que o presidente Lula teria pedido estudos sobre a viabilidade de zerar as tarifas de ônibus em todo o país. De acordo com as apurações do nosso time de análise política, a medida não deve avançar no curto prazo, mas pode aparecer no plano de governo para as eleições de 2026. Segundo nossos cálculos, o custo de uma gratuidade total poderia chegar a R$ 57 bilhões por ano, o que torna a medida difícil de encaixar no Orçamento de 2026. O debate ganhou espaço por conta da votação do projeto que propõe tarifa zero em Belo Horizonte.

Taxa de desemprego segue perto das mínimas históricas…

No Brasil, a taxa de desemprego ficou estável em 5,6% no trimestre móvel até agosto, em linha com as expectativas. Considerando nossa estimativa mensal e dessazonalizada, por sua vez, houve ligeira alta de 5,7% para 5,8%, ainda perto das mínimas históricas. Emprego e renda têm apresentado sinais de estabilização, embora não o suficiente para alterar o cenário de aperto no mercado de trabalho.

A combinação de taxa de desemprego baixa e ganhos reais de renda continua sustentando a massa salarial e, por consequência, o consumo das famílias. Esse movimento reforça a expectativa de um “pouso suave” da atividade econômica, ainda que a desaceleração na criação de vagas sugira menor dinamismo à frente. Para 2026, esperamos alguma reaceleração da economia, impulsionada por estímulos fiscais e parafiscais adicionais.

Indústria brasileira deve permanecer contida nos próximos meses

A produção industrial cresceu 0,8% em agosto em relação a julho, acima do esperado. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o indicador recuou 0,7%. A indústria brasileira deve permanecer contida nos próximos meses. As condições monetárias contracionistas e as restrições de oferta têm cobrado seu preço. Dito isso, a resiliência do mercado de trabalho e o forte crescimento da indústria extrativa devem evitar um ciclo recessivo no setor industrial, em nossa visão. Projetamos que a produção industrial total crescerá 1,0% em 2025, após 3,1% em 2024.

Apesar do déficit, governo deve alcançar a meta do resultado primário

Na seara fiscal, o governo central registrou déficit primário de R$ 15,6 bilhões em agosto, menor que o déficit de R$ 22,2 bilhões observado no mesmo mês do ano passado. O resultado ficou em linha com nossa projeção (R$ -14,6 bilhões). No acumulado de 2025, o governo central apresenta um déficit de R$ 86,1 bilhões e, em 12 meses, um déficit de R$ 30,4 bilhões (-0,3% do PIB).

Nossa projeção é de um déficit de R$ 53,7 bilhões (0,4% do PIB), ou R$ 10,4 bilhões (0,1% do PIB) excluindo exceções para o cálculo da meta primária — permanecendo, assim, acima do limite inferior da meta (-R$ 31,0 bilhões). Continuamos observando pressões de gastos, mas o crescimento importante de receitas ordinárias e extraordinárias deve permitir o cumprimento da meta fiscal.

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Destaques da próxima semana   

Na agenda internacional, a semana será movimentada. Na Zona do Euro, atenção para as vendas no varejo, que devem indicar continuidade do consumo moderado. Nos Estados Unidos, destaque para a balança comercial de agosto, além da divulgação da ata do FOMC, que pode trazer sinais sobre os próximos passos da política monetária. Também serão conhecidos os pedidos semanais de seguro-desemprego, importante termômetro do mercado de trabalho. No Japão, além do balanço de pagamentos, será divulgado o índice de preços ao produtor (PPI), que ajuda a medir pressões inflacionárias na indústria.

No Brasil, o grande destaque será a divulgação do IPCA de setembro, para o qual projetamos alta de 0,52% no mês, levando a taxa acumulada em 12 meses para 5,21%. Antes disso, teremos a balança comercial de setembro, com superávit estimado em R$ 2,4 bilhões. Veja as nossas projeções abaixo.

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