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Web 3.0: Conheça a evolução da internet

Com a popularização das criptomoedas, o termo Web 3.0 vem ganhando relevância entre os investidores e entusiastas de tecnologia. Mas o que este termo significa?

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Recentemente, com a popularização das criptomoedas, o termo Web 3.0 vem ganhando forte relevância entre os investidores e entusiastas de tecnologia. Mas o que exatamente este termo significa? O palavra Web 3.0 surgiu com Gavin Wood, co-fundador do Ethereum, em 2014. O cientista da computação afirmou que a fase atual da internet está quebrada e deveria passar por um período de renovação.

Antes de explicarmos o que Web 3.0 significa, primeiro vamos retornar à década de 1980, lá na no início da formação da internet.

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Web 1.0: O início da internet

O início de um dos nossos principais meios de comunicação atualmente foi marcado pelo surgimento de páginas estáticas, com a presença de texto e poucos elementos gráficos. O conteúdo era majoritariamente controlado por companhias e pessoas com alto conhecimento técnico, o que acabava limitando um pouco a interação dos usuários com o conteúdo e qualificando-o como “apenas para leitura”. Sem a habilidade de produção própria de conteúdo, os usuários ficavam limitados a consumir apenas o que as companhias postavam, reduzindo fortemente a usabilidade do veículo por parte dos usuários.

Web 2.0: Conteúdo gerado por usuários

Na virada do século 21, empresas começaram a desenvolver novas funcionalidades e aplicações no topo dos protocolos criados no período da Web 1.0. Estas novas funcionalidades não só ampliaram o escopo de funcionalidades da internet como também focaram mais no usuário. As novas aplicações desenvolvidas permitiram que os usuários possam postar e produzir todo o tipo de conteúdo sem a necessidade de conhecimentos de programação ou outros requisitos técnicos, um grande exemplo disso é o surgimento das redes sociais.

Como resultado, a Web 2.0 diminuiu a barreira de entrada para a criação de conteúdo e impulsionou um grande crescimento no fluxo de informações produzidas e compartilhadas desde então. Esta nova realidade transformou a forma com que o mundo passou a se conectar. Empresas e pessoas se comunicam facilmente, e os usuários passaram a ser o centro da criação destes conteúdos. Adicionalmente, o custo da produção de conteúdo foi marginalmente reduzido a próximo de zero, uma vez que as páginas hospedadas na internet passaram a ser sustentáveis através de anúncios e outros veículos de monetização.

Porém, toda esta transformação acabou resultando em uma grande concentração e controle de informação e dados nas mãos de poucas empresas. Atualmente, empresas como o Google e Meta (nome novo do Facebook) permitem que você se conecte e se comunique com pessoas ao redor do mundo todo “gratuitamente” – a taxa cobrada é justamente o armazenamento de seus dados pessoais, que possuem grande valor comercial. Estas companhias monetizam todas as informações pessoais dos usuários e, muitas vezes, com pouca transparência.

Em resumo, a alta concentração de informações na mão de poucas instituições acaba representando um risco tanto para os usuários, quanto para novas empresas, que muitas vezes acabam ficando dependentes de serviços oferecidos pelas grandes instituições. A Web 3.0 promete resolver esta problemática através da descentralização dos dados e devolvendo a privacidade dos usuários.

Web 3.0: Uma internet que pertence aos usuários

Vista como a terceira geração da internet, a Web 3.0 é um ecossistema descentralizado online baseado na tecnologia de blockchain. Ou seja, os serviços e páginas online serão produzidos em uma rede de computadores imutável e que garantirá a funcionalidade deles sem censura e restrições por parte de uma única instituição.

Apesar de ser um conceito novo e com pouco consenso sobre a sua exata definição, existem fatores comuns que todos concordam em relação a web 3.0:

Descentralização: Hoje, os sites e conteúdos que vemos na internet são hospedados em servidores centralizados e controlados por uma companhia específica. O conceito de descentralização da Web 3.0 seria viabilizado pela tecnologia de blockchain, ou seja, o conteúdo em circulação seria armazenado em uma cadeia de blocos que não seria controlada por um único membro, mas sim uma rede de computadores interconectada entre si e responsável pela manutenção e segurança da mesma. Logo, uma simples instituição não seria capaz de censurar, limitar ou remover um conteúdo em específico, uma vez que ela não teria controle total sobre seu armazenamento.

Além do benefício da descentralização, a utilização da blockchain facilitará a tranferência de valor através de ativos digitais e possibilitará que os usuários tenham, de fato, a posse dos mesmos através dos NFTs (non-fungible tokens). Esta nova tecnologia tornará cada ativo digital único e permitirá um registro do mesmo no nome do dono, o qual poderá comercializar suas propriedades no mundo digital.

Sem a necessidade de autenticação e maior privacidade: Por girar em um ambiente descentralizado, pessoas não precisarão de cadastros e fornecimento de informações pessoais na rede. A conexão será feita diretamente através de mecanismos como digital wallets as quais detém endereços de identificação, mas informações sobre o dono não serão públicas, o usuário determinará o que será compartilhado.

Maior presença de Inteligência Artificial: A Web 3.0 promete um maior envolvimento dos computadores e robôs na rede, que por sua vez através de machine learning e inteligência artificial serão capazes de fazer recomendações de conteúdos de forma descentralizada e com maior precisão do que os veículos atuais.

Será necessária uma maior capacidade de processamento computacional? Os entusiastas da Web 3.0 afirmam que não. Mesmo com toda a infraestrutura sendo baseada na nuvem, o processamento dos dados será feito de forma descentralizada. Tendo isso em vista, não necessitaremos de um único supercomputador para operar todas estas novas inovações.

Exemplos de empresas que estão explorando a Web 3.0

  • Meta (antigo Facebook): Recentemente registrou várias patentes relacionadas ao metaverso, uso das criptomoedas e tecnologias relacionadas ao blockchain.
  • Shopify: Explorando a implementação de NFTs e contratos inteligentes em sua plataforma.
  • Amazon: Poderá aceitar pagamentos através de criptomoedas e explora possibilidades com NFTs.
  • Coinbase: Corretora de criptoativos.
  • Block (antiga Square): Explora diversos serviços relacionados aos criptoativos.

Muito se fala do relação entre a Web 3.0 e o Metaverso, esse último sendo uma expansão do mundo físico em uma rede descentralizada. Veja mais no Ebook Metaverso: O que é essa nova realidade e como investir.

E os riscos da Web 3.0?

Grandes nomes já se pronunciaram contra a ideia de que a Web 3.0 seria algo revolucionário, dentre elas um dos maiores inovadores desta geração: Elon Musk. O CEO da Tesla afirma que, para se obter controle de uma blockchain, basta que uma empresa assuma o controle de mais de 50% dos tokens da rede. Logo, com a popularização desta nova fase da internet, companhias poderiam novamente crescer e se tornarem suficientemente poderosas para obter controle das redes. Além disso, críticos apontam que investidores de venture capital estão em uma corrida para investir nestas novas tecnologias e, consequentemente, também possuírem fatias relevantes deste novo universo.

Em adição, hoje a experiência dos usuários em aplicativos da Web 3.0 ainda não ocorre de forma fácil e com a fluidez que temos na Web 2.0. Os ataques hackers também representam uma ameaça ao novo ecossistema.

Em nossa visão, a tecnologia ainda encontra-se em estágio muito incipiente, o que torna a previsibilidade sobre o seu futuro difícil. Acreditamos que muitas destas tecnologias desenvolvidas no cenário atual possuem aplicabilidade, mas os riscos de “apostar” nestas ideias futuras são inúmeros. Vale ressaltar que muitas tecnologias surgem também a frente de seu tempo, como carros elétricos (1828) e painéis solares (1883) que só agora estão recebendo o devido investimento e sendo colocados para uso. Deve-se ponderar adequadamente a alocação de capital e apetite por risco ao considerar investimentos nesta área.

Como investir nesta nova tendência?

  • Criptomoedas: as criptomoedas também funcionam em blockchains e muitas possuem infraestrutura para rodar smart contracts. Especula-se que elas farão parte da infraestrutura futura da Web 3.0.
  • Non-fungible tokens (NFTs): os NFTs também deverão fazer parte da nova estrutura de internet, garantindo a exclusividade e identificação individual de itens.
  • ETFs: veículos expostos diretamente ao tema das criptomoedas através dos próprios ativos digitais, ou empresas relacionadas à negociação destes ativos e mineradores.
  • Ações: investimentos diretamente em ações de empresas relacionadas ao universo das criptomoedas.
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