A EXPERT XP irá realizar a semana das Criptomoedas, de 8 a 10 de Novembro, que vai reunir grandes especialistas no tema para você entender de vez como funciona o mercado cripto e Bitcoin, e decidir se vale ou não a pena para você investir. Clique aqui para se inscrever.
Em abril, nessa mesma coluna semanal, escrevi que “a maioria dos investidores brasileiros ainda não estavam preparados para investir em criptos” (Bitcoin e criptos – você está pronto(a)?). Isso por conta do costume dos investidores brasileiros de investir em ativos com baixo risco, como poupança e Renda Fixa, o que contrasta com a forte volatilidade dos criptoativos.
De lá para cá, muitas coisas mudaram e evoluíram. Por um lado, o preço do Bitcoin – e das outras milhares de criptomoedas disponíveis – seguiu tendo fortes oscilações. Após chegar em um preço histórico máximo de quase US$64.000 em abril, os preços despencaram 53% até chegar em US$30.000 em julho. Desde então, os preços voltaram a subir, e chegaram à novas máximas recentemente, em US$66.000.
No campo das evoluções, El Salvador foi o primeiro país no mundo a aprovar uma lei, no dia 8 de Junho de 2021, tornando o Bitcoin como uma moeda legal. O governo do país tem comprado Bitcoins consistentemente no mercado, e já acumula mais de 1.100 Bitcoins (US$70 milhões). Além disso, o presidente do país, Nayib Bukele, anunciou que irá construir hospitais e escolas financiados com os lucros obtidos na compra de Bitcoin.
Preço do Bitcoin em Dólares
Segundo o site Coin Market Cap, existem hoje 13.696 cripto-ativos no mundo, sendo negociados em 427 exchanges no mundo, e negociaram US$86 bilhões nas últimas 24 horas. O valor de mercado total das criptos hoje já chega em US$ 2,7 trilhões, sendo US$ 1,18 trilhões para Bitcoin e US$ 547 milhões para o Ethereum, as duas maiores e mais estabelecidas criptos do mercado. Abaixo está a lista das 10 maiores criptos do mercado na atualidade, e algumas informações sobre elas.
No Brasil, as criptomoedas já são bastante populares, evidenciando que muitos investidores já estão se acostumando com as fortes oscilações. Como mostramos na última coluna, os dados do Banco Central mostram que os brasileiros compraram US$ 4 bilhões em criptomoedas apenas em 2021, e já possuem um estoque de US$ 50 bilhões – o que representa 3x a mais que o estoque de ações americanas detidas por brasileiros. Dada a forte apreciação do Bitcoin e outras criptomoedas, que chegaram nas máximas históricas recentemente, dá para dizer que ao menos uma parte dos investidores brasileiros está contente com os retornos que obtiveram em 2021.
Volatilidade menor = maior adoção?
Uma mudança importante que vem ocorrendo quase que silenciosamente, mas também de extrema relevância, é a queda na volatilidade de preços realizados do Bitcoin. A volatilidade (variação de preços média anualizada) medida em uma janela de 30 dias chegou acima de 100% em maio, e hoje se encontra em 50% – ver gráfico abaixo da Bloomberg. Não é a primeira vez que isso ocorre, e não conseguimos afirmar se essa queda da volatilidade de preços vai perdurar ou não daqui adiante. Mas caso perdure, isso ajudará – e muito – a acelerar a adoção do Bitcoin como um ativo financeiro e de reserva de valor.
Por que a queda da volatilidade é relevante? Por um motivo muito simples, quanto menor é a volatilidade de preços do Bitcoin, e mais ela se aproxima de outros ativos financeiros mais “comuns”, como ações ou títulos de renda fixa, maior será a sua adoção por investidores institucionais, que ainda estão muito no começo da sua jornada de adoção das Criptos nos seus portfólios de investimento.
Como exemplo, considere um fundo Multimercado que têm uma meta de volatilidade de 20% ao ano. Caso esse gestor queira ter 10% do fundo em Bitcoin, apenas essa posição “consumiria” quase metade da meta de volatilidade do fundo. Os outros 90% das posições do fundo precisaram ter uma volatilidade média de 11% apenas, para se chegar na volatilidade alvo do fundo. Agora, caso a volatilidade do Bitcoin seja 50% ao invés de 100%, esse mesmo fundo conseguiria ter o dobro de exposição ao Bitcoin, mantendo a mesmo volatilidade de meta.
O mesmo racional da queda da volatilidade também é válido para impulsionar o aumento da utilização para outros usos do Bitcoin, como em meios de pagamento e como um ativo financeiro de transferência de valores (como remessas internacionais).
Volatilidade de preços anualizada do Bitcoin – período de 30 dias e 100 dias
Qual o benefício de se investir em Criptos?
Uma das principais vantagens de investir criptoativos é que eles apresentam baixíssima correlação com os investimentos mais tradicionais.
Abaixo, mostramos uma matriz de correlações entre diferentes classes de ativos nos últimos 10 anos, incluindo o preço do Bitcoin em relação ao Real. Olhando somente para a primeira coluna onde temos o Bitcoin, as correlações entre essa criptomoeda e outros tipos de investimentos são abaixo de 0,1 e, em alguns casos, a correlação é negativa.
Lembrando que, quando o coeficiente de correlação entre duas variáveis se aproxima de 1, há uma relação linear positiva, ou seja, quando uma delas sobe a outra tende a subir também e vice-versa. E quando o coeficiente se aproxima de 0, o movimento entre dois ativos é descorrelacionado, ou seja, eles são menos “conectados entre si”.
Portanto, o Bitcoin apresentou uma correlação pouco significativa com outros tipos de investimentos historicamente. Contudo, isso não significa que as criptos são completamente à prova de quedas quando o mundo entra em uma crise – em 2020, quando o S&P 500 teve uma queda de -34% por conta da pandemia, o Bitcoin caiu -33% no mesmo período, ambos em dólares.
Além disso, alguns analistas apontam que, à medida que mais investidores adotam criptomoedas e elas se tornem mais “mainstream”, as correlações tendem a aumentar, reduzindo então os benefícios de diversificação.
E quanto vale um Bitcoin?
Uma pergunta muito recorrente que recebemos é qual seria o valor justo de um Bitcoin? Ou até qual preço o Bitcoin poderia subir? Não pretendemos ter qualquer previsão, ou preço-alvo, para o Bitcoin ou outra Criptomoeda no horizonte em breve.
Porém, há muitas tentativas de se fazer essa conta no mercado, e os modelos de previsão incluem:
1) análise de oferta vs. demanda por Bitcoin, que indica um contínuo aumento de demanda sem a contrapartida de aumento de oferta na mesma velocidade, colocando pressão altista nos preços. Uma das análises mais conhecidas se chama “Stock to Flow” e compara a quantidade de Bitcoins em estoque com a oferta de novos BTC. Quanto maior o estoque e menor a oferta marginal, na medida em que a oferta total se aproxima do limite de 21 milhões de BTC, mais a moeda se comportará como um ativo escasso, como o Ouro, segundo essa teoria.
2) análise do custo de produção (de mineração) de 1 Bitcoin,
3) análise de benchmark em relação à outros ativos que são reservas de valor (como o ouro e prata),
4) percentual da base monetária global e comparação com outras moedas de Bancos Centrais, entre outros.
A semana das Criptomoedas
Confira abaixo a agenda da Semana das Criptomoedas na XP, que irá contar com a participação de vários especialistas debatendo vários assuntos importantes em relação ao mercado de Criptos, sua adoção, regulação e como investir nele.
- 08/NOV18h às 19h – Criptomoedas: Entenda como funcionam e como ingressar no mundo das criptos
- 08/NOV19h às 20h – Como fazer gestão sistemática em criptoativos
- 09/NOV18h às 19h – A montanha-russa dos investimentos: Por que as criptomoedas variam tanto?
- 09/NOV19h às 20h – Como integrar ativos convencionais com ativos alternativos: o case das criptomoedas
- 10/NOV18h às 19h – Pode tudo no mundo cripto? Saiba mais sobre as regras para criptomoedas
- 10/NOV19h às 20h – Quer ganhar dinheiro jogando? Conheça a febre das NFTs de games
Clique aqui e se inscreva para participar da Semana das Criptomoedas.
Quer saber como investir em criptoativos na XP?
Atualmente, existem vários ETFs (fundos de índice) listados na B3 que dão exposição às Criptos, como o HASH11, o BITH11 (100% Bitcoin), o ETHE11 (100% Ethereum).
Em fundos de investimento, a XP distribui vários fundos que investem em Criptos, como o Hashdex 40 Nasdaq Crypto, o Hashdex Bitcoin Full e o Hashdex Criptoativos Voyager para investidores qualificados. Para o público geral, o Trend Cripto Dólar e o Hashdex 20 Nasdaq Crypto.
A gestora Giant Steps também acaba de lançar um fundo ativo em Bitcoin e Ethereum, veja mais em Giant Satoshi Cripto.
Se você ainda não tem conta na XP Investimentos, abra a sua!