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B3: Renda fixa atrai 4 milhões de novos investidores em um ano; renda variável também cresce 

Nossa visão sobre os dados mais recentes de investidores pessoa física na B3

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O número de investidores em produtos de renda fixa na B3 cresceu 34% em um ano, de acordo com estudo divulgado esta semana com dados do 1º trimestre de 2023. Segundo a B3, a modalidade atraiu 4 milhões de novos investidores em 12 meses, chegando a 15,3 milhões de pessoas. 

Considerando também outras categorias, os investidores na B3 somavam 17,6 milhões em março de 2023, enquanto em dezembro de 2021 esse número era de 13,1 milhões. De acordo com o estudo, que analisa a evolução dos investidores pessoas físicas na B3, 65% delas possuíam apenas títulos de renda fixa no período analisado.  

O levantamento também apontou crescimento no número de investidores em: 

– renda variável ou equities (+23%); 

– ações à vista (+12%); 

– fundos imobiliários (+30%); 

– BDRs (+40%);  

– Tesouro Direto (+13%); 

– captação bancária (+37%) e 

– registro de valores mobiliários (+28%).  

Já o número de investidores de ETFs caiu 2% no período, de 529 mil para 520 mil. (Veja detalhes sobre as categorias de investimento mais abaixo.)  

Esta edição do estudo incluiu ainda dados sobre a participação de pessoas físicas nas negociações de derivativos: contratos futuros, swap e opções. De acordo com a B3, 267 mil pessoas fizeram ao menos um negócio com esses produtos no 1º trimestre de 2023.  

Jovens na Bolsa  

O levantamento mostrou que os jovens estão presentes na Bolsa em peso. “Das atuais 5,3 milhões de pessoas que investem em renda variável na B3, 49% têm entre 25 e 39 anos. Essa também é a faixa etária em que 45% dos novos investidores entraram no mercado de equities”, informou a B3. Além disso, verificamos que a proporção de investidores de maior idade (mais do que 60 anos), era de 13% dos investidores em 2013 e hoje representa uma porcentagem em pequena, sugerindo que o público mais jovem está cada vez mais cuidado de suas finanças.  

Em relação à distribuição por gênero, os homens são 77% dos investidores, mas as mulheres começam a operar ativos de renda variável com valores maiores que eles, segundo o estudo. O valor mediano do primeiro investimento delas foi de R$ 199 em março, enquanto o dos homens foi de R$ 59. 

Valores mais baixos de investimentos 

A B3 destaca em seu estudo que os investidores estão entrando com valores cada vez mais baixos para investir. A mediana do primeiro investimento em renda variável das 106 mil pessoas que entraram na B3 em março foi de R$ 80, mas 41% delas começaram sua jornada com valores de até R$ 40. 

Além disso, quando considerados os saldos de investimentos nas diferentes classes de ativos, é possível observar que, na mediana, as pessoas têm menos recursos investidos.  

Estes dados podem ser interpretados de maneira positiva em termos de democratização de investimentos, uma vez que é possível investir com valores menores. Além disso, demonstra que pessoas com disponibilidades menores de recursos passam a considerar investimentos como uma opção. 

Diversificação 

Os dados mostram que a estratégia da diversificação é cada vez mais adotada pelos investidores. Se, até 2020, havia uma base concentrada em detentores de ações, hoje há uma parcela considerável em outros produtos, como FIIs e BDRs.  

No caso da renda fixa, ainda há uma parcela relevante de investidores concentrados apenas neste produto (65%), o que, em nossa visão, tem relação com o cenário atual de juros elevados. Por outro lado, houve pequeno crescimento em investidores que possuem investimento tanto em renda fixa quanto em variável (de 8% para 9%). 

Em equities, os investidores estão diversificando nos tickers negociados: 73% do saldo total em custódia detido pelas pessoas físicas eram de investidores com mais de cinco tickers

Renda fixa puxada por Selic 

Um dos motivos para o crescimento do total de investidores em renda fixa é a taxa Selic em patamares altos. Atualmente, os juros estão em 13,75% ao ano.  

Além do aumento no número de investidores, o valor em custódia cresceu 42%, atingindo R$ 1,794 trilhão.  

No recorte do Tesouro Direto, o total de investidores nessa modalidade atingiu 2,1 milhões em março, sendo que os títulos Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal) e Tesouro Selic (LFT) concentram quase 76% do saldo em custódia. A B3 destaca ainda o aumento de interesse nos títulos pós-fixados (LFT), que em 2013 tinham R$ 1,3 bilhão de saldo e em março deste ano chegaram a quase R$ 38 bilhões.  

É interessante observar também a evolução da renda fixa em comparação com a poupança, que apresenta saldo cada vez menor, após ultrapassar a marca de R$ 1 trilhão em 2020. No primeiro trimestre de 2023, a caderneta contava com saldo de R$ 967,5 bilhões e continuou a cair nos meses seguintes. 

Renda variável em alta 

Na renda variável, o número total de investidores cresceu 23% no 1º trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, chegando a 5,3 milhões. Já o número de contas atingiu 6,1 milhões nos três primeiros meses deste ano. A B3 lembra que o número de contas é superior ao de CPFs porque a mesma pessoa pode ter conta em mais de uma corretora.  

Mesmo olhando apenas para o número de CPFs, ainda se verifica um forte crescimento de investidores nos últimos anos, quando havia apenas 700 mil indivíduos investindo em 2018 – um crescimento de quase 8x nos últimos 5 anos.  

No entanto, fazendo a comparação com o ano passado, o valor em custódia em renda variável caiu 16%, totalizando R$ 439 bilhões. Essa queda pode ser explicada pela própria queda da Bolsa durante o período (o Ibovespa caiu ao redor de 15% entre março do ano passado e março deste ano), além do movimento de subida da taxa Selic que foi de 2,75% para os atuais 13,75% durante o período. Porém, olhando para um prazo mais longo de tempo, o saldo dos investidores saiu de R$ 116 bilhões em 2013 e quase quadruplicou nos últimos 10 anos. 

Outro número interessante de apontar é o saldo mediano por investidor, que também diminuiu significativamente de R$ 14 mil uma década atrás para apenas R$ 1 mil, indicando uma crescente presença de investidores menores na Bolsa. 

Fundos Imobiliários: pessoas físicas dominam 

Outro destaque do levantamento foi o aumento no total investidores em Fundos Imobiliários. As pessoas físicas representam 74% do saldo do produto.  

Desde 2018, houve um grande aumento no interesse, e o número de investidores no produto atingiu a marca de 2,1 milhões. 

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