Investidores brasileiros diversificam mais e começam a investir com menos dinheiro

O benefício da diversificação está, aos poucos, se tornando mais difundido nas carteiras dos brasileiros. É o que mostrou a pesquisa mais recente de evolução dos investidores pessoa física na B3, com dados coletados até junho de 2022. Os números mostram queda na fatia de pessoas que investem somente em ações, um sinal positivo em meio à volatilidade do mercado brasileiro.

Em junho deste ano, apenas 33% das pessoas físicas detinham apenas ações na carteira, menos da metade dos 75% observados em 2016. Esse número vem evoluindo positivamente ano após ano, à medida que aumenta a exposição a outras classes, principalmente BDRs e FIIs.

Vale lembrar que essa tabela não inclui a classe de Renda Fixa, que também mostrou aumento no número de investidores em 27% em relação ao segundo trimestre de 2021 (2T21) e 37% em comparação com 2020. Confira nossa visão completa sobre os dados da B3 relativos à renda fixa.

Depois de ações, mulheres investem mais em FIIs, homens em BDRs

No recorte por gênero, observamos que o movimento de passar a diversificar mais as carteiras ocorreu igualmente entre homens e mulheres, mas a divisão por classes de ativos difere mais. Enquanto 19% dos homens investem apenas em BDRs, por exemplo, 6% das mulheres têm a carteira concentrada nestes ativos.

Já na classe de fundos imobiliários, as mulheres estão mais presentes, com 12% delas aplicando apenas em FIIs, contra 7% dos homens.

Valores menores de entrada

Interessante notar ainda a queda no valor mediano do primeiro investimento em bolsa. Considerando as 109 mil pessoas que aplicaram pela primeira vez no segundo trimestre de 2022, o valor mediano do primeiro investimento foi de R$ 95. Entre essas pessoas, 38% investiram até R$ 40 em seu ingresso no mercado.

Isso pode ser conectado a uma democratização do mercado, com mais educação financeira e disseminação da informação de que é possível investir com valores acessíveis, além de ferramentas que permitem compras de ativos mobiliários com valores menores de investimento permitindo esse acesso a uma fatia mais relevante da população.

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