O que esperar da economia e da política em 2021

O Brasil vem se recuperando muito rapidamente desde o momento mais agudo da pandemia do coronavírus, como já refletido nos indicadores macroeconômicos deste ano. Entretanto, sabemos que essa recuperação tem sido muito associada a uma série de programas de incentivo implementados ao longo dos últimos meses, que não poderão ser estendidos por muito tempo, especialmente em um cenário fiscal tão frágil.

E é exatamente por isso que o grande tema do primeiro semestre de 2021 deve ser o crescimento econômico, como apontou, no painel de abertura do evento, o economista-chefe da XP, Caio Megale, ao lado do Head de Análise Política da XP, Richard Back, e da analista política da XP, Debora Santos.

Como o auxílio emergencial devem sair de cena, será que essa recuperação que temos visto nos últimos meses será sustentada?

Hoje, existem dois fatores que, segundo Megale, leva a crer que que sim:

1) Os juros devem continuar baixos por bastante tempo, ajudando a sustentar o mercado imobiliário, a indústria de construção civil e as políticas de crédito;

2) E o mercado de trabalho deve continuar em uma trajetória de normalização. 

Outro grande tema que deve seguir no centro do debate e que foi abordado pelos especialistas na estreia do evento é a inflação, que tem acelerado bastante no decorrer dos últimos meses. De acordo com o economista-chefe da XP, dois dos fatores que melhor explicam essa pressão recente são a demanda muito concentrada em alguns produtos que continuaram funcionando bem durante a pandemia e a recuperação de algumas economias internacionais (como China e Estados Unidos), movimento que ajudou a pressionar os preços de matérias primas brasileiras. 

Essa pressão inflacionária, no entanto, parece ser passageira e está muito correlacionada às adversidades trazidas pela pandemia. Por isso, que esse movimento deve se comportar de forma semelhante a uma “corcova”, termo escolhido por Megale para exemplificar o que tem acontecido com os preços no Brasil.

Ou seja, a inflação deve atingir um ápice no meio do ano que vem, mas deve começar a diminuir assim que o mundo começar a entrar em um ciclo de “normalização”. Por esses motivos, ainda que essa corcova de inflação traga certa incerteza ao cenário de recuperação em 2021 (principalmente dado o histórico complexo do país com relação à inflação), o Banco Central não deve antecipar o movimento de alta das taxas de juros. 

O economista-chefe da XP ainda enfatizou que, no entanto, tudo isso só deve funcionar bem se as contas públicas estiverem em ordem, o que só vai acontecer se o governo não respeitar o Teto de Gastos. Se o teto for preservado, tudo indica, segundo os relatos do especialista no debate, que o cenário político-econômico para 2021 será positivo. A moeda brasileira deve se fortalecer, o PIB deve crescer, a Selic deve permanecer estável até meados do ano e as medidas de inflação devem começar a reduzir a partir do segundo semestre do ano que vem.

No cenário atual, é impossível dissociar economia e política

Além da pauta fiscal, que tem assumido o centro do debate político não só durante a crise do coronavírus mas também nos anos anteriores, as disputas pela sucessão da Câmara e do Senado têm sido os grandes destaques, segundo as falas de Richard Back e Debora Santos durante o painel de abertura.

Na disputa pelo Senado, Eduardo Braga e Antônio Anastasia são os nomes mais maduros e ambos têm um histórico de dialogar bem com o governo. Na Câmara, ainda que as negociações estejam um pouco mais travadas, os nomes cogitados para a sucessão (como Baleia Rossi, Marcos Pereira, Arthur Lira, Fernando Coelho Bezerra e Tereza Cristina) também representam um alinhamento com a agenda do governo, em maior ou menor grau. 

Se o governo chegar com uma agenda organizada até março, haverá uma janela importante para aprovar alguma reforma, como a PEC Emergencial, que permitiria o desenho de um orçamento para 2022 em melhor configuração. 

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