Copom, ou Comitê de Política Monetária, é um órgão do Banco Central. Ele foi criado em 1996 com o objetivo de traçar e acompanhar a política monetária do país. Esse é o órgão responsável pelo estabelecimento de diretrizes a respeito da taxa de juros.
Certamente você já ouviu falar do Copom, seja em notícias ou até mesmo em outros artigos do nosso blog. Mas afinal, o que é Copom e por que ele é tão importante?
As decisões do Comitê influenciam diretamente a economia brasileira como um todo. E, claro, influenciam os seus investimentos.
Pensando nisso, nesse artigo você encontra tudo que precisa saber sobre o Copom. Você vai aprender:
- O que é o Copom – Comitê de Política Monetária?
- Qual a função do Copom?
- Quem faz parte do Copom?
- Conclusão
Boa leitura!
O que é o Copom – Comitê de Política Monetária?
Como citado, Copom é uma sigla que abrevia o termo Comitê de Política Monetária. Trata-se de um órgão do Banco Central criado com o objetivo de estabelecer importantes critérios sobre a economia do Brasil.
As decisões do Copom impactam diretamente no dia a dia dos brasileiros, principalmente os investidores. Veja quais são os objetivos do Copom, conforme declarados pelo Banco Central do Brasil:
- Implementar a política monetária;
- Estabelecer a meta da Taxa Selic;
- Analisar o Relatório de Inflação.
Mais adiante nesse artigo, iremos explorar melhor as funções do Copom e seu impacto na economia brasileira.
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Histórico do Copom
O Copom foi inspirado em uma solução similar adotada nos Estados Unidos, o Federal Open Market Committee (FOMC). Além disso, também empresta alguns conceitos do órgão associado ao Banco Central Alemão, o Central Bank Council.
Criado em 20 de junho de 1996, o Copom é considerado uma solução para proporcionar maior transparência para o estabelecimento de diretrizes da política monetária, além da definição da taxa de juros.
Em junho de 1998, o Banco Central da Inglaterra também aderiu a um modelo similar, instituindo o Monetary Policy Committee (MPC).
O regulamento do Copom tem passado por muitas mudanças desde seu estabelecimento em 1996. As alterações se referem tanto ao objetivo do comitê quanto à periodicidade das reuniões e competências de seus integrantes.
Em 21 de junho de 1999, pelo Decreto n° 3.088, foi adotada a sistemática de “metas para a inflação” como diretriz de política monetária. Isso é, as decisões do Copom passam a ter como principal objetivo o cumprimento de metas para a inflação, definidas pelo Conselho Monetário Nacional.
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Importância do Copom para a economia brasileira
O Copom é responsável pelo estabelecimento de políticas monetárias. Isso significa que suas decisões influenciam fatores como o controle da oferta de moeda e questões relacionadas à concessão de créditos, por exemplo.
Dessa forma, essas decisões impactam no poder de compra, preço das mercadorias, valor da moeda nacional e até mesmo valor dos serviços disponibilizados no país.
O Comitê também tem a responsabilidade de, de 3 em 3 meses, divulgar o relatório de inflação. Com base nesses estudos, é definido pelo Copom um dos mais importantes índices econômicos para investidores: a taxa Selic.
Ou seja, seus investimentos são afetados diretamente pelas decisões do Copom. Se você possui títulos com rentabilidade pós-fixada ou híbrida, o retorno acompanhará essas diretrizes. Além disso, boa parte dos investimentos de renda fixa também estão associados à Selic.
A famosa Selic trata-se de uma meta para a taxa de juros básica da economia brasileira. Vamos falar mais sobre ela ao longo desse artigo.
Qual a função do Copom?
O Copom é uma solução para regular a liquidez da economia brasileira.
A implementação do Comitê visava tornar esse processo mais transparente e eficaz. Como você viu nesse artigo, essa não é uma estratégia adotada apenas no Brasil, mas em diversos outros países, como os Estados Unidos e Alemanha.
Claro, um dos mais conhecidos objetivos do Copom é o estabelecimento da taxa Selic. Vamos entender melhor:
O que é a taxa Selic?
Uma das principais pautas abordadas em reuniões do Copom se refere ao valor dos juros básicos da economia brasileira: a taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia).
A Selic é utilizada tanto por bancos quanto por outras instituições financeiras como referência no momento de conceder empréstimos, financiamentos e aplicações.
Em resumo, representa a média de juros que o Governo brasileiro paga por empréstimos. Isso significa que, quando a Selic está alta, os bancos preferem emprestar ao Governo. Com uma taxa mais baixa, existe um incentivo maior para emprestar ao consumidor final.
Então, quanto maior a Selic, mais “caro” é para o consumidor final realizar qualquer tipo de financiamento. Isso faz com que o consumo caia. Assim, uma Selic mais baixa proporciona incentivos ao crescimento da economia nacional.
Em contrapartida, quanto menor a taxa Selic, menor ficam os rendimentos de aplicações de renda fixa. Alguns exemplos são a poupança, CBDs e Tesouro Direto atrelado a esse índice.
Dessa forma, muitos investidores deixam a renda fixa e passam a investir diretamente nas empresas ou até mesmo empreender, gerando mais empregos.
A relação entre o Copom e a Taxa Selic
Um dos principais objetivos do Copom é, justamente, a fixação da taxa Selic. Isso é, a cada 45 dias, os membros se reúnem para decidir se a Selic se mantém ou se modifica.
Essa decisão tem influência em todo mercado de investimentos. Além disso, impacta também o valor da moeda e os preços de mercadorias e serviços.
Assim, acompanhar os movimentos da taxa básica de juros é fundamental, e não apenas para quem investe.
Em 3,75% ao ano desde o dia 18 de março, a Selic se encontra no menor patamar desde que a taxa passou a ser utilizada como instrumento de política monetária, em 1999. Esse corte, o segundo no governo de Jair Bolsonaro, já estava previsto segundo a pesquisa Focus do BC.
Lembrando que você pode consultar a Taxa Selic Atual no site do Banco Central do Brasil.
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Quem faz parte do Copom?
O Copom é formado pelos presidentes e diretores do Banco Central do Brasil. Além disso, fazem parte do Comitê outros agentes de departamentos ligados à economia – direta ou indiretamente.
Os membros do Copom associados ao Banco Central do Brasil são:
- Presidente;
- Diretor de Administração;
- Diretoria de Política Econômica;
- Diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos;
- Diretoria de Fiscalização;
- Diretor de Organização do Sistema Financeiro e Controle de Operações do Crédito Rural;
- Diretoria de Política Monetária;
- Diretor de Regulação;
- Diretoria de Relacionamento Institucional e Cidadania.
Também participam das reuniões os chefes de departamentos do Banco Central:
- Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos;
- Depto de Operações do Mercado Aberto;
- Departamento Econômico;
- Depto de Estudos e Pesquisas;
- Departamento das Reservas Internacionais;
- Depto de Assuntos Internacionais;
- Departamento de Relacionamento com Investidores e Estudos Especiais.
Por que a reunião do Copom é tão importante?
O Copom é composto pelo presidente e diretores do Banco Central e, como dissemos, define a meta para a taxa Selic pelos próximos 45 dias. Como taxa básica brasileira, a Selic influencia diretamente na economia local, controlando a inflação, acesso à capital e retornos de aplicações financeiras, como a poupança e títulos públicos.
Na prática, com a Selic mais baixa, bancos conseguem conceder crédito a taxas menores, o que tende a aumentar a inflação. Rendimentos de investimentos pós-fixados são pressionados, como o Tesouro Direto, Debêntures, LCIs, LCAs, CDBs e outros ativos de Renda Fixa.
Com a Selic mais alta, o acesso ao crédito fica mais restrito, com taxas menos atrativas até no cheque especial. Nessa linha, a inflação também pode ser controlada, com a tendência de baixa ou manutenção dos preços. Esse comportamento também afeta a Renda Variável, impactando principalmente o modelo de Fluxo de Caixa Descontado, que perde a atratividade. Ainda assim, existem vantagens para investir em ações e fundos imobiliários em momento de alta da Selic, principalmente através dos dividendos.
A Selic é essencial nesse controle por afetar decisões entre consumo e investimento das famílias e empresas, influenciar na taxa de câmbio, o cenário de crédito, expectativas de mercado e, o mais importante, no preço dos ativos.
“Esse primeiro canal é o mais conhecido, porque quando Selic sobe, então é acompanhado pela alta do juro real (juro nominal menos inflação), e isso reduz investimento das empresas e consumo das famílias. Com isso, a demanda cai, então a inflação tende a cair também”
Tatiana Nogueira.
Ainda assim, todos esses pontos acabam contribuindo como um todo para diminuir ou mantem os preços. “A taxa de cambio, por exemplo, quando juros sobe, tende a cair pois o real se valoriza, diminuindo nível de preços dos produtos comercializáveis internacionalmente. Tudo isso gera um efeito de cadeia, que desestimula os lucros das empresas, a riqueza das famílias e, mais uma vez, gerando queda na demanda”, complementa a especialista.
Desde sua criação até 2005, as reuniões do Copom aconteciam todos os meses. Atualmente, elas acontecem a cada 45 dias. Isso é, 8 vezes por ano.
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Como funciona uma reunião do Copom
As reuniões do Copom acontecem no decorrer de dois dias. Dessa forma, elas são divididas em duas sessões:
- Apresentações técnicas de conjuntura econômica;
- Decisão da meta da Taxa Selic.
No primeiro dia de reuniões, é apresentada uma análise técnica pelos chefes de departamento. Os dados abrangem:
- Inflação;
- Nível de atividade;
- Evolução dos agregados monetários;
- Contas públicas;
- Balanço de pagamentos;
- Economia internacional;
- Mercado de câmbio;
- Reservas internacionais;
- Mercado monetário;
- Operações de mercado aberto;
- Expectativas para variáveis macroeconômicas.
No segundo dia de reunião, os membros do Copom definem, por maioria simples de votos, a meta da Taxa Selic. A decisão é tomada com base na avaliação do cenário macroeconômico e dos riscos associados.
Após o término do segundo dia de reunião, a partir das 18h, são divulgados os comunicados de decisões do Copom. As atas, em português, são divulgadas às 8h da terça-feira da semana posterior a cada reunião.
O Copom publica, ainda, um documento chamado “Relatório de Inflação” ao fim de cada trimestre civil. Isso é, em março, junho, setembro e dezembro. Esse documento analisa detalhadamente a conjuntura econômica e financeira do Brasil e traz projeções para a taxa de inflação.
Veja na tabela a seguir o processo completo de uma reunião do Copom:
Data | Estágio da Reunião do Copom |
Quarta-feira da semana anterior à reunião | Início do Silêncio do Copom |
Primeiro dia da reunião (terça-feira) | Apresentação sobre a economia brasileira e mundial |
Segundo dia da Reunião (quarta-feira) | Avaliações das perspectivas da inflação, decisão e divulgação da taxa Selic para o período |
Terça-feira posterior à reunião | Fim do Silêncio do Copom e Divulgação da Ata |
Conclusão
Um dos passos mais importantes para investir de maneira eficaz e o mais segura possível é, sem dúvidas, a educação financeira. É essencial, principalmente, compreender os fatores que geram impacto na nossa economia e como são definidos.
Um dos indicadores mais importantes para a economia brasileira é a taxa Selic, definida a cada 45 dias pelo Copom. Nesse artigo, você aprendeu mais sobre esse Comitê. Assim, você pode entender melhor como as decisões tomadas nessas reuniões influenciam seus investimentos.
Títulos de renda fixa são especialmente afetados pela baixa da Selic. Por isso, investidores devem ficar de olho nas decisões do Copom, de modo a fazer escolhas que oferecem maior rentabilidade e se adequem ao seu perfil.
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É interessante lembrar: a taxa Selic tem impacto em muitos mais aspectos da economia além dos investimentos.
Ela tem influência no preço dos produtos e serviços, o valor da moeda e, consequentemente, o poder de compra do brasileiro. Por isso, trata-se de um índice que todos devem conhecer e acompanhar.
Isso porque a queda da Selic também significa um incentivo maior para que bancos e instituições financeiras ofereçam crédito para o consumidor final, promovendo o aumento do capital em circulação estimulando o aquecimento da economia.
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