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Semana movimentada por dados de atividade, política monetária global e big techs; Ibovespa se descola dos mercados lá fora e cai -3,4%

Não conseguiu acompanhar de perto o mercado durante a semana? Resumimos para você os principais destaques!

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Ibovespa: -3,38% | 108.523 pontos

Com importantes decisões das taxas de juros pelos principais bancos centrais globais, o Ibovespa encerrou sua primeira semana de queda em 2023 em -3,4% aos 108.523 pontos. Como destaque negativo, a CVCB3 acumulou queda de mais de 15% na semana, após a desistência das negociações para a compra da Ōner Travel, startup de viagens. Na ponta oposta, NTCO3 teve alta de 8,2%, após notícias de que a LVMH e L’Oréal estariam entre as empresas avaliando uma oferta pela Aesop.

Conforme esperado, Federal Reserve elevou a taxa básica de juros americana em 0,25p.p., desacelerando o ritmo de aperto monetário pela segunda vez consecutiva. O discurso feito pelo presidente do Fed, Jerome Powell, após o anúncio da decisão foi interpretado como dovish – brando – pelo mercado. Powell pontuou que o banco central tomou “ações enérgicas” e que os efeitos dessas medidas ainda não apareceram na economia dos EUA, além de reconhecer a tendência desinflacionária recente. Após a decisão, os índices americanos reagiram positivamente. Porém, a tendência de alta se reverteu já no final da semana, após a divulgação dos resultados das big techs e dos dados do mercado de trabalho americano – payroll – muito acima do esperado. Os números do mercado de trabalho muito acima do consenso surpreenderam o mercado, reforçando a percepção de que as condições do mercado de trabalho americano seguem apertadas, o que pode indicar a necessidade de uma postura mais agressiva do Fed.

Na temporada de resultados do 4T22 das empresas americanas, a semana foi marcada pela divulgação das big techs. A Apple relatou resultados decepcionantes para o trimestre, abaixo das estimativas para receita e lucros, com o maior declínio de receita trimestral desde 2016. A Amazon divulgou projeções para o 1T23 que decepcionaram o mercado, ofuscando uma surpresa positiva em seu faturamento do último trimestre de 2022. Já a Alphabet, ficou aquém das expectativas de receita e lucro por ação, com queda significativa dos ganhos de publicidade.

No Brasil, o Copom manteve a taxa Selic em 13,75% pela quarta reunião consecutiva, em linha com as projeções. Porém, o comunicado pós-decisão trouxe um tom mais duro – hawkish - do que o esperado, sinalizando que a taxa Selic pode permanecer no nível atual por mais tempo. Além disso, o também incluiu, em seu comunicado para o mercado, um parágrafo destacando as incertezas fiscais e expectativas de inflação se distanciando da meta em períodos mais longos, o que demanda maior atenção na condução da política monetária e eleva o custo da desinflação necessária para atingir as metas estabelecidas. O comunicado reforça o cenário base do nosso time de Economia da XP, com a taxa Selic estável em 13,75% até o início de 2024.

Ainda na linha da decisão de taxas de juros, o Banco Central Europeu (BCE) aumentou a taxa de juros em 0,50p.p. como esperado, mantendo o ritmo da reunião de dezembro. A decisão de continuar a apertar os juros foi justificada pela persistência de uma inflação significativamente acima da meta de 2%. O comunicado sinalizou ainda claramente que o BCE vai continuar a subir os juros no mesmo ritmo na próxima reunião, em março.

Por fim, na China, os dados do Índice de Gerentes de Compras (PMI) de manufaturas Caixin registraram 49,2 pontos, abaixo das estimativas do consenso e ainda em campo contracionista. Apesar disso, houve uma melhora da indústria em janeiro ante o mês anterior.  O resultado indica que a China ainda sofre os efeitos da Covid, especialmente pela grande quantidade de infecções após o fim da política de restrições, o que lança dúvidas sobre o momento da recuperação chinesa.


Mercados

Fonte: Bloomberg, Research XP. Dados até 03/02/2023

Câmbio e juros

O Dólar fechou a semana com alta de +0,48% em relação ao Real, em R$ 5,13/US$. Já a curva DI para o vértice de janeiro/31 abriu +39bps na semana, atingindo 13,41%.

Fonte: Bloomberg, Research XP. Dados até 03/02/2023

Fluxo de estrangeiros na Bolsa brasileira

Nessa semana, o saldo acumulado da movimentação dos investidores estrangeiros na Bolsa foi cerca de R$ 2,0 bilhões.

Fonte: Bloomberg, Research XP. Dados até 02/02/2023 (esq.) e 03/02/2023 (dir.)

O que esperar para semana que vem?

No Brasil, os destaques ficam no IPCA de janeiro e os dados referentes à atividade no comércio e em serviços, mensurados pela PMC e PMS, respectivamente. Além disso, será publicada a ata da última reunião do Copom.

Nos EUA, há a expectativa do pronunciamento de alguns diretores do Federal Reserve, bem como o de Jerome Powell. Na Europa, os dados defasados de inflação na Alemanha e atividade na Zona do Euro terão atenção do mercado, e a China divulgará os dados de inflação em janeiro.

Na agenda política, após as reeleições de Rodrigo Pacheco e Artur Lira como presidentes do Senado e da Câmara, respectivamente, os debates acerca da reforma tributária a ser enviada pelo governo devem começar.


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