O que você vai encontrar nesse relatório:
- Nos últimos anos, quando o ciclo de commodities estava fraco e ninguém queria tocar nessas ações, tornou-se comum analisar a bolsa brasileira “sem as commodities”.
- No entanto, em 2020-2021, o ciclo das commodities se tornou bastante favorável novamente com a economia global se recuperando de forma robusta, em meio a taxas de juros ainda baixas, estímulos monetários e fiscais massivos, e a corrida em direção a ativos reais.
- Mas não há Brasil sem commodities. O crescimento do PIB brasileiro é fortemente correlacionado com o ciclo de commodities. E apesar de estimativas oficiais do IBGE mostrarem que apenas 8% da economia é composta por commodities, o setor representa mais da metade das exportações, e muito mais quando se consideram os impactos indiretos também.
- Estimativas do Banco do Brasil mostram que apenas o agronegócio é responsável por 27% do PIB, quando toda a cadeia do Agro é considerada. A realidade é que o interior do Brasil “é movido pelo agro”. Os varejistas vendem mais se os preços da soja, milho e boi estão altos, simples assim.
- Menor risco: A bolsa brasileira não estão somente baratas no absoluto e no relativo, mas elas também estão com menor risco. As empresas do Ibovespa desalavancaram significativamente ao longo dos anos e, hoje, têm balanços muito mais sólidos do que no passado, além de continuarem a oferecer retornos atrativos.
- Estamos mantendo o target para o Ibovespa em 145.000 pontos para o final de 2021, impulsionado pelo forte aumento nas expectativas de lucros das empresas do índice. Além disso, a redução dos riscos fiscais nos últimos dois meses, vacinação contra a Covid-19 em andamento, e dados econômicos melhores do que esperado finalmente devem permitir investidores a focar menos nas preocupações Macro e mais nos fundamentos.
- Para o mês de junho, estamos fazendo alterações em todas as carteiras:
- Carteira Top 10 XP: estamos trocando Tenda (TEND3) por Multiplan (MULT3);
- Carteira Top Dividendos XP: estamos trocando CESP (CESP6) porTAESA (TAEE11);
- Carteira Top Small Caps XP: estamos removendo Lavvi (LAVV3), e adicionando Vulcabras (VULC3) e Bemobi (BMOB3).
Nos últimos anos, quando o ciclo de commodities foi fraco e ninguém se atrevia a tocá-las, tornou-se comum olhar o Brasil “ex-commodities”. A maioria dos investidores e analistas reclamam da alta concentração de nosso índice em empresas de commodities (36%) e da falta de exposição à tecnologia, setor que liderou a alta das bolsas globais nos últimos anos.
Porém, em 2021, o ciclo se tornou bastante favorável às commodities novamente: 1) a recuperação econômica tem sido robusta, com a economia global projetada para crescer 6% em 2021, em meio a um 2) ambiente de taxas de juros ainda baixas, 3) estímulos fiscais e monetários massivos ainda em vigor, e 4) uma corrida em direção a ativos reais, em meio a um ceticismo geral sobre o valor das moedas fiduciárias e do dinheiro.
E vimos isso refletido nos resultados da temporada de balanços do primeiro trimestre deste ano, em que as empresas do setor de commodities foram o destaque.
Nos últimos meses, a redução dos riscos fiscais, melhora dos dados de Covid-19 com queda da taxa de ocupação dos hospitais e do número de óbitos, a vacinação em andamento e dados econômicos melhores do que o esperado finalmente permitiram que os investidores se concentrassem menos nas preocupações Macro e mais nos fundamentos.
Como resultado, os ativos brasileiros finalmente começaram se recuperar e alcançaram os mercados globais. No mês de maio, o Ibovespa subiu +6,2% em moeda local e +9,7% em dólar. E desde abril, quando muitas das preocupações do mercado diminuíram, o índice subiu +8,2% em moeda local e impressionantes +17,3% em dólar.
Voltando ao assunto das commodities, a maioria dos produtores tiveram um subvestimento na produção na última década – como no caso dos metais – e uma forte recuperação da demanda pode levar a um desequilíbrio por vários anos entre oferta e a demanda em algumas commodities, estendendo esse ciclo favorável para além de 2021.
O PIB do Brasil está fortemente correlacionado ao ciclo de commodities
Mostramos neste relatório que não existe o Brasil “ex-commodities”. Mesmo que a exposição direta das commodities seja pequena no PIB do Brasil, o impacto total não é. Por exemplo, varejistas como a Lojas Renner vendem mais se os preços da soja e da carne estiverem altos, já que o interior do Brasil “é movido pelo agro”.
Na verdade, como destaca nossa equipe econômica, a tendências de crescimento do PIB do Brasil está altamente correlacionada ao ciclo das commodities, com um índice de correlação de 0,67.
Commodities na nossa balança comercial
Commodities são uma parte crucial para a nossa moeda, pois representam 51% das exportações brasileiras. Dessa forma, a entrada de moedas estrangeiras, principalmente o dólar, é fortemente dependente dos preços das commodities. Como esperado, a balança comercial e a conta corrente têm melhorado significativamente nos últimos tempos, o que colocar pressão para o Real se apreciar frente ao dólar.
Segundo o nosso time de Macro, os fundamentos apontam para um Real mais valorizado no médio prazo mas eles mantiveram a projeção de R$ 5,30 para o final de 2021 por conta de riscos que permanecem, como as eleições presidenciais de 2022 e os riscos fiscais crônicos no Brasil.
Participação pequena de commodities no PIB é ilusória
De acordo com dados do IBGE, os setores relacionados a commodities representam apenas 8% do PIB do Brasil e, como resultado, são geralmente negligenciados como um pequeno contribuinte para a economia brasileira. No entanto, como mostramos, isso é equivocado e não captura os impactos indiretos.
O Banco do Brasil, o maior credor do setor de agronegócios do Brasil, estima que o impacto total do setor de agronegócios apenas represente 27% do PIB do Brasil. Esse é um número que acreditamos fazer muito mais sentido, já que muitos, senão a maioria, dos municípios do interior do Brasil são fortemente dependentes de commodities relacionadas à agricultura.
O Brasil está barato e com menor risco também
Sobre as ações brasileiras, vale destacar é que elas não estão apenas baratas no absoluto e no relativo, quando comparadas às suas médias históricas e também às taxas de juros, mas também estão com menor risco.
Com uma relação Preço por Lucro (P/L) de 10,7x, o Ibovespa continua descontado em relação à sua média de 10 anos:
E o desconto em relação ao P/L do índice S&P 500, ele continua maior que do que a média. Atualmente, esse desconto está em 50%, enquanto a média da última década foi de aproximadamente 30%.
Riscos menores, com dívidas menores e maior geração de caixa
Quanto aos riscos, as empresas brasileiras desalavancaram significativamente e estão com os balanços muito mais sólidos.
A relação dívida líquida/EBITDA das empresas do Ibovespa caiu expressivamente ao longo dos anos. Agora, esse indicador está projetado para ser inferior a 2,0x em 2021.
Como resultado, as ações brasileiras oferecem um retorno de fluxo de caixa livre substancial, atualmente de 8%. E o dividend yield de 2021 também é atraente em 3,8%, segundo dados do consenso da Bloomberg. Por último, as ações brasileiras também são amparadas por um prêmio de risco acima de sua média histórica.
Mantendo o target do Ibovespa em 145.000 para fim de 2021
Estamos mantendo o preço-alvo para o Ibovespa em 145.000 pontos para o final de 20201. Continuamos a ficar de olho nos próximos desenvolvimentos no Brasil e no mundo. Os principais fatores que podem impactar essa projeção são: 1) lucros corporativos e 2) taxa de desconto, que por sua vez está relacionada ao risco-país e às taxas de juros de longo prazo.
As três metodologias que utilizamos são Fluxo de Caixa Descontado, e múltiplos de Preço/Lucro e EV/EBITDA regredindo às médias históricas.
Pesquisa assessores XP: otimismo com a Bolsa está de volta
Nos últimos dias, realizamos uma nova edição da nossa pesquisa com os assessores da XP Matriz e assessores de investimento de escritórios autônomos filiados à XP Investimentos. A pesquisa mostrou que os assessores e seus clientes continuam otimistas em relação ao Ibovespa. A média de palpites calculada para o Ibovespa no fim de 2021 foi de 142.881 pontos, um aumento de +9,0% M/M (131.100 pontos na pesquisa anterior).
No entanto, houve um aumento na cautela devido, principalmente, a preocupações ao redor da inflação nos Estados Unidos e a retirada de estímulos monetários antes do esperado, de forma que a percepção de risco de desaceleração econômica global aumentou +5p.p. M/M, enquanto a preocupação com o risco político e fiscal continuou alta (80% em maio, -5p.p. M/M).
Como consequência, houve um aumento de +4p.p. M/M no número de clientes que pretendem diminuir sua exposição em ações (36%) e uma queda dos que pretendem aumentá-los (26%, -10p.p. M/M). Porém, a maioria pretende manter seus investimentos em renda variável (57%, +5p.p. M/M). Veja o relatório completo clicando aqui.
Top 10 ações XP
Como foi a performance de cada nome da carteira no mês?
Em maio, nossa carteira Top 10 ações XP subiu +1,9%, enquanto o Ibovespa fechou o mês com uma alta de +6,2%. Leia abaixo o que está por trás da performance de cada um dos 10 nomes que fizeram parte da nossa carteira em maio e o que esperamos olhando para frente.
Assaí (ASAI3): reforçando nosso posicionamento das últimas atualizações da carteira top 10, destacamos as ações da companhia como nossa preferência no setor de supermercados, por conta de um valuation muito atrativo, atualmente negociando em ~18x P/L 2021e, dinâmica de curto prazo ainda positiva com consumo em casa ainda sendo uma realidade, enquanto a flexibilização das restrições de circulação devem fomentar a demanda do canal B2B (bares, restaurantes, transformadores) e impulsionar as vendas do formato de Atacarejo, além de enxergarmos muito potencial de crescimento orgânico a ser entregue. Além disso, vemos o setor de supermercados bem posicionado e até beneficiado frente a uma perspectiva de inflação maior. Sendo assim, mantemos as ações do Assaí (ASAI3) em nossa carteira recomendada. Saiba mais sobre nossa tese para as ações do Assaí (ASAI3) em nosso relatório aqui.
B3 (B3SA3): durante o mês de maio, as ações da B3 performaram abaixo do índice Ibovespa impulsionado principalmente pelo tom mais hawkish dos mercados na segunda quinzena do mês. Além disso, os dados operacionais referentes a abril apresentaram queda no volume financeiro médio diário (ADVT) de 14,6% na comparação mensal e aumento de 14,4% no período. O número de investidores ativos seguiu crescendo 3,5% mensalmente e 54,2% anualmente, atingindo 3,7 milhões de investidores. Com isso, permanecemos otimistas com a retomada do mercado de capitais e com as taxas de juros ainda em patamares baixos.
Bradesco (BBDC4): durante o mês de maio, as ações do Bradesco performaram acima do índice Ibovespa impulsionado principalmente pelo tom mais hawkish dos mercados na segunda quinzena do mês. Com isso, mantemos nossa recomendação de Compra baseado em: i) fonte de receitas diversificada e defendida, contando com a maior seguradora e um dos maiores bancos de investimentos do Brasil; ii) grande potencial de ganho de eficiência com redução da operação física e digitalização do banco; e iii) valuation atrativo.
GNDI (GNDI3): em nossa opinião, o desempenho positivo durante o mês de maio reflete a visão otimista do mercado em relação à fusão com a Hapvida que deverá criar sinergias importantes. Também acreditamos que a pressão de curto prazo sobre os resultados é transitória e não estrutural, e reflete uma demanda reprimida por procedimentos eletivos e taxas de ocupação mais altas relacionadas à Covid-19. Esperamos que as margens voltem ao nível “normal” no segundo semestre. Além disso, estamos otimistas sobre as perspectivas de crescimento da empresa com uma maior consolidação do mercado de forma orgânica e inorgânica, e isso combinado com a possível fusão com a Hapvida agrega ainda mais valor a uma história já convincente.
Klabin (KLBN11): vemos a performance negativa das ações da Klabin no mês como resultado dos números do primeiro trimestre mais fracos do que o esperado, reportados em meados de maio, e impulsionados pela queda do dólar. Esse cenário negativo mais do que compensou a leve alta nos preços de celulose e os números ainda fortes de vendas de papelão ondulado no Brasil. Do lado positivo, a Klabin também foi beneficiada depois que o BNDES vendeu o restante de sua participação na empresa – o que encerrou um balanço importante para o estoque, em nossa opinião. Reiteramos nossa classificação de Compra nas ações. Para o futuro, também acreditamos que papéis para embalagens e papelão ondulado continuarão a se beneficiar do e-commerce no Brasil e mantemos nossa visão positiva para os preços da celulose devido à forte demanda da China.
Localiza (RENT3): acreditamos que o desempenho mais fraco das ações da Localiza em relação ao Ibovespa em maio (-3% vs. +6% do IBOV) se deve a dois fatores principais: (i) notamos um aumento da preferência relativa por Unidas entre os investidores após a empresa apresentar bons resultados no 1T21 no início de maio (link para nosso relatório); (ii) desempenho estável dos rendimentos dos títulos do governo de longo prazo, que consideramos altamente correlacionados com as ações da Brazil Car Rental, conforme explicado em relatório que publicamos este mês (link). Além disso, o CADE publicou oficialmente uma atualização sobre o processo de proposta de fusão da Localiza-Unidas, que acreditamos ter sido neutro para o desempenho das ações do setor (detalhes também no link anterior). Reiteramos nossa visão positiva de longo prazo tanto para a o setor de Locação de Automóveis quanto para a Localiza, que junto com a Unidas são nossas preferências no setor.
Lojas Americanas (LAME4): atribuímos o desempenho fraco e abaixo do Ibovespa para as ações de Lojas Americanas no mês de maio devido ao ambiente competitivo desafiador no segmento de ecommerce, continuidade do movimento de rotação para ações de valor e a alta de juros das Treasuries de 10 anos nos EUA. Mantemos LAME4 como nossa preferência no setor, com recomendação de Compra e preço-alvo de R$36,0 para o final de 2021 por vermos a empresa bem posicionada para se tornar um ecossistema multicanal, além de estar negociando a um múltiplo atrativo, de 0,8 EV/GMV de 2021e. Por fim, destacamos que a fusão da empresa com a B2W (BTOW3), cuja a aprovação está prevista para o dia 10 de junho, poderá ser um catalisador para ação no próximo mês.
Marfrig (MRFG3): a empresa anunciou em 21 de maio que adquiriu 24,23% das ações da BRF, não divulgando planos de uma possível fusão futura, apenas afirmando que estava adquirindo participação em uma empresa líder em aves e suínos – cujo preço das ações estava descontado devido aos altos preços de grãos e margens operacionais mais baixas – sinalizando as muitas oportunidades na diversificação do mix de proteínas e geografia, além de adicionar algumas sinergias comerciais também. Devido a este dispêndio de capital, e às preocupações desta movimentação afetando seus planos de desalavancagem, as cotações das ações sofreram nos dias seguintes ao anúncio. Apesar das inúmeras incertezas e caminhos alternativos com essa possível fusão, até o momento nada mudou e seguimos otimistas com o setor de carne bovina nos EUA, que responde por cerca de 80% da receita da empresa, por isso mantemos uma recomendação de Compra com preço-alvo de R$ 24,00 por ação para o final de 2021.
Tenda (TEND3): apesar de continuarmos construtivos com a ação no longo prazo (recomendação de Compra e preço-alvo de R$37,20/ação), acreditamos que o fluxo de notícias sobre a alta da inflação de custo de materiais (INCC) e o possível impacto nas margens e rentabilidade da companhia deva impactar negativamente as performances das ações no curto prazo.
Vale (VALE3): atribuímos a performance levemente negativa das ações da Vale em relação ao Ibovespa à forte volatilidade nos preços do minério de ferro (US$190/t; estável no mês) e queda no dólar. A commodity atingiu seu maior recorde de US$237/t em 12 de maio, mas despencou depois que a Dalian Commodity Exchange e a Shanghai Futures Exchange da China se comprometeram a fortalecer a supervisão e punir violações de negociações não especificadas. Ambas as bolsas agiram para aumentar as exigências de margem para alguns contratos de futuros de aço e minério de ferro. Além disso, os preços do minério de ferro também foram afetados por uma possível desaceleração na produção de aço bruto na China, como resultado de advertências emitidas pelas autoridades para conter aumentos de preços “irracionais”. Mantemos nossa recomendação de Compra pela forte geração de caixa, apesar da queda do minério de ferro. Adiante, esperamos um retorno de dividendos anualizado de 7% em 2021.
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Alterações da carteira Top 10 Ações
Nesse mês, estamos realizando uma mudança na nossa Carteira Top 10 Ações XP: entra Multiplan (MULT3) e sai Tenda (TEND3). Estamos retirando a Tenda (TEND3), pois, apesar de continuarmos construtivos com a ação no longo prazo (recomendação de compra e preço-alvo de R$37,20/ação), acreditamos que o fluxo de notícias sobre a alta da inflação de custo de materiais (INCC) e o possível impacto nas margens e rentabilidade da companhia deva impactar negativamente as performances das ações no curto prazo. Estamos adicionando Multiplan (MULT3) dado que vemos o período mais desafiador da pandemia no passado, após as autoridades terem afrouxado as recentes restrições das atividades comerciais e o progresso das vacinações no país. A Multiplan é nossa preferida do setor em razão da combinação de: i) portfólio de shoppings premiums e dominantes, que devem recuperar mais rapidamente do que a média da indústria após a recente reabertura dos shoppings; ii) valuation atrativo dado que ela está negociando a um FFO Yield de 5,9% para 2022, spread de 165 bps para a NTN-B 2035.
Top Dividendos XP
Em maio, nossa carteira Top Dividendos XP ficou de lado (0,0%). Leia abaixo o que está por trás da performance de cada um dos 5 nomes no mês e o que esperamos olhando para frente.
AES Brasil (AESB3): a AES Brasil (antiga AES Tietê TIET11) usualmente apresenta lucros consistentes, embora possa haver um certo grau de volatilidade dependendo da incidência de chuvas. Em 2020, a companhia apresentou um payout de 88% que se traduz em um dividend yield de 8,5% no ano, o que reforça nossa visão de que a AES Brasil é uma das nossas preferidas como pagadora de dividendos. Estimamos um dividend yield de 8,6% em 2021-22 para as ações. Temos recomendação de compra em TIET11 com preço-alvo de R$ 18/ação.
Cesp (CESP6): a CESP costuma apresentar um sólido patamar de geração de caixa, embora possa haver um certo grau de volatilidade dependendo da incidência de chuvas. Com isso, acreditamos que a companhia deve continuar a distribuir pelo menos o dividendo mínimo de R$1,85/ação previsto pelo seu estatuto. Em 2020 a companhia atingiu uma distribuição de 49% sobre o lucro líquido. Estimamos um dividend yield de 7,7% entre 2021 e 2022. Reiteramos nossa recomendação de Compra na CESP, com um preço-alvo de R$ 36/ação.
EdP (ENBR3): destacamos como positiva a nova política de dividendos adotada pela companhia em agosto de 2020, segundo a qual a EdP distribuirá a acionistas o maior entre os seguintes valores (i) 25% do Lucro Líquido, (ii) 50% do lucro líquido ajustado por efeitos não caixa como os resultados do segmento de transmissão e (iii) R$1/ação. Estimamos um dividend yield de 5,8% em 2021-22 para ENBR3. Mantemos nossa recomendação de Compra na EdP Energias do Brasil, com um preço-alvo de R$ 21/ação.
Engie (EGIE3): a Engie Brasil se destaca por sua capacidade diferenciada de se proteger de efeitos hidrológicos adversos, somada a sua diversificação de portifólio com a entrada nos setores de transmissão de energia e transporte de gás. Acreditamos que a companhia deverá manter uma prática de distribuição de 100% do Lucro Líquido aos acionistas em 2021, assim como ocorreu em 2020. Estimamos um dividend yield de 9,9% em 2021. Temos recomendação neutra em EGIE3 com preço-alvo de R$ 44/ação.
Copel (CPLE6): a companhia divulgou uma nova e robusta política de dividendos em janeiro de 2021. De acordo com a nova política as propostas de dividendos regulares serão calculadas conforme os critérios: (i) alavancagem abaixo de 1,5x = 65% do Lucro Líquido Ajustado, (ii) alavancagem entre 1,5x e 2,7x = 50% do Lucro Líquido Ajustado e (iii) alavancagem acima de 2,7x = 25% do Lucro Líquido Ajustado. Com isso, estimamos um dividend yield de 12,1% em 2021-22 para CPLE6. Mantemos nossa recomendação de Compra nas ações da Copel, com um preço-alvo de R$ 7,5/ação para CPLE6 e R$ 37,50 para CPLE11.
Alterações da carteira Top Dividendos
Nesse mês, estamos realizando uma troca na nossa carteira Top Dividendos XP: sai Cesp (CESP6) e entra Taesa (TAEE11). Como detalhamos em nosso relatório ‘Como a deterioração do cenário hidrológico afeta as ações do setor elétrico?’ acreditamos que nomes de geração predominantemente hídrica devem continuar sendo pressionados no curto prazo, devido a notícias relacionadas ao déficit hídrico. Dito isso, optamos por substituir Cesp por Taesa, para balancear as pressões de curto prazo dado que o segmento de transmissão é mais resiliente e menos exposto a variações hidrológicas. Estimamos um dividend yield de 6,3% em 2021-22 para a TAEE11.
Apesar da saída da carteira continuamos a acreditar que a Cesp oferece um risco-retorno atrativo, considerando o preço atual das ações, que acreditamos não levar em conta em conta nenhuma entrada de recursos referentes ao valor incontroverso da indenização da Usina Hidrelétrica de Três Irmãos. Mantemos nossa recomendação de Compra das ações CESP6, com um preço-alvo de R$ 36/ação.
Vemos a posição da Taesa como confortável para manter a distribuição de 100% de lucros em 2021. De acordo com o Estatuto Social da Companhia, o dividendo anual mínimo distribuído é de 50% do lucro líquido ajustado do exercício. Entretanto, a companhia tem apresentado um histórico de pagamento de dividendos bem acima da remuneração mínima que consta em seu Estatuto. Estimamos um dividend yield de 6,3% em 2021-22 para TAEE11. Mantemos nossa recomendação Neutra em TAESA, com preço-alvo de R$ 32/unit.
Top Small Caps XP
Em maio, nossa carteira Top Small Caps XP subiu +8,1%, acima da performance de +6,2% do Ibovespa. Lembrando que compõem a carteira ações sob nossa cobertura que possuem capitalização inferior a R$ 10 bilhões. Leia abaixo o que está por trás da performance de cada um dos nomes no mês e o que esperamos olhando para frente.
Ânima (ANIM3): em nossa visão, o desempenho positivo do mês de maio reflete dois fatores principais: i) números positivos dos resultados do 1T21; e ii) uma nova e maior indicação de sinergias a serem capturadas com a aquisição da Laureate – agora R$350M de R$230M. Continuamos vendo a Ânima bem posicionada no setor de educação, pois seu foco na qualidade deve continuar sustentando o crescimento da base de alunos e receita com ticket médio elevado. Também prevemos um crescimento contínuo da margem à medida que a empresa evolui na implementação de seu modelo acadêmico híbrido, além das sinergias a serem geradas a partir da aquisição da Laureate.
Aura Minerals (AURA33): em nossa opinião, a performance positiva da Aura foi suportada principalmente pelos resultados operacionais reportados no primeiro trimestre acima do consenso. Os fortes níveis de produção da empresa (67kGEO, -3% no trimestre e +66% no ano) e os preços mais altos do cobre mais do que compensaram os preços mais baixos do ouro no trimestre, reportando assim um EBITDA de US$ 52 milhões. Vemos o Aura sendo negociado a 3,1x EV/EBITDA 2021E e 1,9x 2024E (produção de 347kGEO), que está abaixo dos pares (4-5x EV/EBITDA 2021E), assumindo um preço do ouro médio de US$ 1.830/onça em 2021E. Acreditamos que a Aura está bem posicionada para aproveitar os benefícios de seu plano de expansão e pode destravar valor à medida que novas reservas e recursos serão declarados. Além disso, a Aura também foi beneficiada pelos preços mais altos do ouro durante o mês (+ 4,4%). Mantemos nossa recomendação de Compra para Aura (preço-alvo de R$95 por BDR).
Jalles Machado (JALL3): ainda estamos no início da safra da cana-de-açúcar, o que costuma trazer alguma volatilidade ao mercado. A perspectiva é de uma produção menor nesta safra, principalmente devido à pior estiagem dos últimos anos, portanto, sendo que a produtividade deve ser menor quando as empresas divulgarem seus números do 4T21 (jan-mar/21). A Jalles Machado já divulgou um guidance para esta safra e, embora os rendimentos e a produção total devam ser menores do que o previsto durante seu IPO, ainda assim deverá ser uma queda menor do que a média do setor, principalmente devido à sua estratégia de irrigação. Os preços das ações ficaram praticamente estáveis em maio, precificando tais desafios na frente agrícola, mas não houve ajuste à alta contínua dos preços do açúcar e do etanol. Continuamos otimistas com a empresa e temos uma recomendação de Compra com preço-alvo de R$ 14,00 por ação para o final da safra 2021/22.
Lavvi (LAVV3): apesar de continuarmos construtivo com a ação no longo prazo (recomendação de compra e preço-alvo de R$11,50/ação), acreditamos que o fluxo de notícias sobre a alta da inflação de custo de materiais (INCC) e o possível impacto nas margens e rentabilidade da companhia deva continuar impactando negativamente as performances das ações no curto prazo.
Grupo Soma (SOMA3): como ressaltamos anteriormente, vemos a companhia (i) bem posicionada para consolidar o mercado de vestuário de luxo, (ii) com muito espaço para crescer organicamente; (iii) com potencial de geração de valor através de iniciativas operacionais e digitais, como a integração de estoques entre os canais e os lançamentos dos apps das marcas; além de (iv) outras opcionalidades, como a Farm Global, que vem entregando bons resultados e ganhos de sinergias com as aquisições concluídas recentemente, como a NV. Além disso, continuamos esperando uma dinâmica de resultados de curto prazo sólida, com a gradual flexibilização das restrições de mobilidade acontecendo e o setor de vestuário sendo um dos principais beneficiários da recuperação econômica após o fim da pandemia da Covid-19. Por fim, vemos riscos positivos com a combinação de negócios anunciada no dia 26 de abril com a Hering (link). Saiba mais sobre nossa tese para as ações de Grupo Soma (SOMA3) em nosso relatório aqui.
Alterações da carteira Top Small Caps XP
Nesse mês, estamos realizando três mudanças na nossa carteira Top Small Caps XP: sai Lavvi (LAVV3), entram Bemobi (BMOB3) e Vulcabras (VULC3).
Estamos retirando Lavvi (LAVV3), pois, apesar de continuarmos construtivo com a ação no longo prazo (recomendação de Compra e preço-alvo de R$11,50/ação), acreditamos que o fluxo de notícias sobre a alta da inflação de custo de materiais (INCC) e o possível impacto nas margens e rentabilidade da companhia deva continuar impactando negativamente as performances das ações no curto prazo.
Estamos adicionando Bemobi (BMOB3), pois, em nossa visão, a companhia está bem posicionada no mercado de serviços móveis que estão em expansão acelerada nos mercados emergentes. Nossa tese de investimento baseia-se em (i) seu modelo de negócio B2B2C exclusivo para distribuição de soluções digitais que vão desde jogos e aplicativos, microfinanças até comunicação; (ii) negócios escaláveis com forte perfil de crescimento; (iii) oportunidades adicionais de crescimento através de Fusões e Aquisições (M&A) e (iv) valuation atrativo com opcionalidades adicionais que podem levar para uma forte reavaliação de múltiplos. Temos uma recomendação de Compra para BMOB3 com preço-alvo de R$30,0/ação para o final de 2021. Clique aqui para acessar nossa tese de investimento completa.
Estamos adicionando Vulcabras (VULC3), pois temos uma visão positiva para a empresa, sustentada por: i) foco no segmento esportivo com marcas reconhecidas: com a recente aquisição do licenciamento da Mizuno em 2020, a Vulcabras amplia seu portfólio de marcas, que já contava com o licenciamento da Under Armour, adquirida em 2018, e Olympikus, marca própria e também líder em vendas de calçados esportivos no Brasil. Em 2020, a empresa também licenciou a Azaleia (marca de calçados casuais femininos adquirida integralmente pela Vulcabras em 2007) para a Grendene. Com isso, a Vulcabras se consolida como a maior gestora de marcas esportivas do país; ii) Crescimento de margens impulsionado por um ambiente de preços mais racional: os recentes movimentos ocorridos no setor (tal como a venda de licenciamento da Nike e Under Armour para Centauro e Vulcabras, respectivamente), devem trazer um ambiente competitivo mais benigno, dada a preocupação dessas marcas com rentabilidade. Também acreditamos que a aquisição da Mizuno deve contribuir para incremento de margens dado o maior ticket médio dos produtos e sinergias no processo de produção.
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