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Petróleo e Gás | Feedback do NDR

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Nesta semana, realizamos um non-deal roadshow com investidores brasileiros para discutir suas opiniões sobre os mercados de O&G, com foco em nomes brasileiros de E&P. A Petrobras continua dominando a maior parte das discussões. A grande dúvida permanece se a empresa pagará dividendos extraordinários para o ano fiscal de 2023. Política e preço dos combustíveis também foram temas recorrentes. No que diz respeito ao posicionamento dos investidores, a PRIO continua a ser a ação do setor com maior alocação, com a PetroReconcavo em segundo lugar, principalmente devido ao seu longo histórico e à necessidade de diversificação. Para a 3R, os investidores preferem ver a empresa entregando resultados de produção (e custos) mais alinhados ao relatório de certificação antes de entrar no nome.

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Nesta semana, realizamos um non-deal roadshow com investidores brasileiros para discutir suas opiniões sobre os mercados de O&G, com foco em nomes brasileiros de E&P. Em termos de visão macro, no geral, o tom continua (como tem sido por um tempo) mais otimista em petróleo versus outras hard commodities (especialmente metais), embora parece menos provável, daqui para frente, mais upside nos preços do Brent (+14% no mês passado) devido a: (i) muita capacidade ociosa dos membros da OPEP e; (ii) China acumulando estoques de petróleo bruto (dados da Kpler apontam para ~66 milhões de barris acumulados no ano, uma taxa de ~0,3Mbbld). Para aqueles que têm mandatos mais flexíveis entre ações e/ou derivativos, este é um cenário mais propício para investir no primeiro (devido à geração saudável de fluxo de caixa a preços spot de petróleo, especialmente considerando os reduzidos timespreads dos derivativos).

Estoques de Petróleo na China (sazonalidade 5 anos) - milhões de barris

Fonte: Kpler, Refinitiv LSEG, XP Research

Preços do petróleo (USD/bbl) x Estoques de petróleo bruto da China (milhões de barris)

Petrobras: o rali mais odiado. Em termos de ações brasileiras de O&G, a Petrobras continua dominando a maior parte das discussões. O rali acumulado neste ano foi mais benéfico para os estrangeiros, já que os investidores institucionais locais, em sua maioria, estavam underweight nas ações. O cenário não mudou: a maioria dos investidores com quem conversamos continuam menos alocados, do que o índice, na estatal. Mas isso se tornou uma decisão ainda mais difícil para os investidores, já que eles também estão underweight (e ainda mais do que na Petrobras) no outro peso pesado do Ibovespa, a Vale.

Como esperado, dividendos e política foram os principais tópicos de discussão da tese de investimento. A maioria dos investidores acredita (e tendemos a concordar) que, devido a restrições fiscais, o governo pressionará por mais dividendos em vez de recompras de ações. A grande questão permanece se o governo pagará dividendos extraordinários para o ano fiscal de 2023 (além de 45% do FCO menos CAPEX), e a resposta está longe de ser um consenso. A tese de pagamentos extraordinários baseia-se principalmente nos baixos níveis de dívida bruta da Petrobras e nos altos níveis de caixa, juntamente com a falta de projetos que justifiquem a manutenção desses níveis, somados a necessidade de receitas extras do governo central. Por outro lado, argumentos para nenhum pagamento extraordinário são o novo plano estratégico pressionando por algum aumento no capex (planejado) e até mesmo reduzindo a meta de dívida bruta (atual em US$ 65 bilhões x 1T23A de US$ 53 bilhões), riscos de fusões e aquisições, materialização de contingências fiscais, e a narrativa retórica do governo contra os altos índices de payout da Petrobras.

O que isso pode significar? Assumindo os preços do Brent ~USD 80/bbl e CAPEX ~USD 12 bilhões do 3T23 ao 2T24, vemos a Petrobras declarando dividendos mínimos (com base na nova política) de ~USD 12,7 bilhões (~16% dividend yield para PETR4). Isso poderia ser potencialmente aumentado em ~USD 5 bilhões de dividendos extraordinários devido à realavancagem da empresa. Mas isso pressupõe que nenhum dos riscos mencionados acima se materialize. Por exemplo, a Petrobras tem mais de US$ 30 bilhões em passivos fiscais contingentes. Esse fator por si só poderia não apenas eliminar as chances de um pagamento extraordinário, mas até mesmo comprometer nossa premissa de US$ 12,7 bilhões de dividendos mínimos para os próximos quatro trimestres.

O que acontecerá se a Petrobras aumentar os preços dos combustíveis? Os investidores também estão preocupados com qual será a resposta política contra a administração da Petrobras se eles aumentarem os preços da gasolina/diesel. Como já dissemos, a Petrobras fechou o 2T23 de forma inteligente com altos níveis de estoque desses produtos, mas se os preços internacionais, medidos em reais, não caírem, parece uma questão de tempo até que a estatal seja forçada a aumentar os preços. Nesse sentido, vale ressaltar que, embora isso seja uma consequência do cenário político brasileiro, também torna o caso da Petrobras muito mais um aposta sobre o que acontecerá com os preços internacionais dos combustíveis.

A PRIO continua sendo a top pick (também) entre o buy-side. A PRIO continua sendo a ação de O&G com maior posicionamento para a grande maioria dos investidores com quem conversamos. Os principais temas de discussão sobre a tese foram os riscos no desenvolvimento de Wahoo (licenças ambientais e geologia), o potencial do campo de Frade, a evolução dos planos de redesenvolvimento de Albacora Leste, alocação de capital e possíveis fusões e aquisições. O fato de a PRIO continuar sendo a ação mais amada entre os investidores brasileiros é percebido por alguns investidores como um fator técnico negativo. No entanto, argumentamos que, se a taxa de juros no país cair o suficiente para desencadear uma nova rodada de dinheiro para os fundos locais, a preferência na PRIO pode se tornar um fator técnico positivo.

A Petroreconcavo ainda é bem quista pelos buy-side. Em média, a segunda ação de O&G com maior posicionamento. O longo histórico de entregas e a necessidade de não concentrar todas as apostas do setor em apenas um nome júnior ainda favorece a alocação na petroreconcavo. M&A foi um tema recorrente: os investidores percebem a empresa bem posicionada para um movimento de consolidação (que parece provável) no setor.

3R tem um fator técnico melhor. O nome O&G que o buy-side tem menor alocação. Os investidores preferem ver a empresa entregando resultados de produção (e custos) mais alinhados ao relatório de certificação de reservas antes de entrar no nome. Argumentamos que, embora a execução continue sendo uma fonte de risco, o valuation é atraente e, com ~20% de short interest, qualquer pequena boa notícia deve fazer a ação subir.

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