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Itaú Unibanco (ITUB4) | 2º trimestre sem surpresas: consistente como de costume | Revisão 2T24

Confira nossa análise sobre os resultados do Itaú no 2T24.

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O Itaú (ITUB4) apresentou outro conjunto de resultados sólidos, com lucro líquido recorrente de R$ 10,1 bilhões (+2% vs XPe; ROE 22,4%), aumento de 3% T/T e 15% A/A.  A carteira de crédito apresentou crescimento acelerado, aumentando 8,9% em relação ao ano anterior e aproximando-se da faixa mais alta do guidance (9,5%). O índice de inadimplência acima de 90 dias permaneceu estável em 2,7%, o nível mais baixo em dois anos. O NII manteve seu ritmo de crescimento, atingindo R$ 27,7 bilhões no 2T24, com notável crescimento de 31% no NII com o mercado, impulsionado pelos ganhos na estratégia de trading no Brasil. As despesas não decorrentes de juros do banco permaneceram em uma trajetória positiva, alcançando seu melhor índice de eficiência de 38,8% no 2T. Reiteramos o ITUB4 como uma das principais escolhas, nossa recomendação de compra e nosso preço-alvo de R$ 42,0/ação.

A carteira de crédito total registrou R$ 1,254 trilhão, crescimento sequencial de 5,9% e A/A de 8,9%. Excluindo variação cambial, o crescimento teria sido de 2,7% T/T e 7,1% A/A, posicionando o crescimento anual dentro da faixa guidance (+6,5% a +9,5%). Esse melhor desempenho em relação ao trimestre anterior decorre do melhor desempenho em Empréstimos para PMEs (+12,5% A/A vs +10,2% no 1T24) e Empréstimos Corporativos (+16,3% A/A vs +9,3% no 1T24).

A Margem Financeira Gerencial (NII) do Itaú totalizou R$ 27,7 bilhões, +2,9% T/T e +6,4% A/A. Esse desempenho deveu-se, principalmente, à melhora do NII com o mercado, que saltou 32,4% sequencialmente e 31,0% A/A e atingiu R$ 1,4 bilhão. O forte patamar atual, atribuído aos maiores ganhos da estratégia de trading no Brasil, sugere que o banco está operando próximo ao limite superior do guidance da empresa (entre R$ 3,0 e 5,0 bilhões). Na margem financeira com clientes, embora também tenha evoluído (+2,9% T/T e +6,4% A/A), os maiores volumes médios de empréstimos e depósitos foram parcialmente compensados por taxas médias ligeiramente mais baixas (-10 bps T/T). No acumulado do ano, o Itaú está operando dentro da faixa de guidance (+5,5% a +8,5%).

O NPL > 90 permaneceu estável em 2,7%, seu nível mais baixo nos últimos dois anos. Esse desempenho permitiu que o banco reduzisse as provisões para R$ 9,3 bilhões (-3,3% A/A e +1,8% T/T), ligeiramente abaixo do nível de criação de NPL. Consequentemente, o índice de cobertura caiu para 215% (-6 p.p. T/T), o que está dentro da faixa que consideramos saudável.

Taxas e comissões registraram R$ 11,3 bilhões no 2T24, 3% acima de nossas estimativas, +4% T/T e +10% A/A. O crescimento deveu-se principalmente a: i) maiores volumes de serviços de consultoria e corretagem; ii) um aumento nos ganhos com a gestão de fundos; e iii) aumento dos ganhos com as atividades de emissão de cartões. O segmento de seguros também continuou a prosperar. O resultado de Seguros atingiu R$ 2,4 bilhões, mostrando outro forte desempenho (+15,4% A/A), impulsionado pelo aumento dos prêmios ganhos.

As despesas não decorrentes de juros ficaram em linha com nossas estimativas, aumentando 4,7% T/T e 5,6% A/A. O aumento sequencial foi registrado nas despesas administrativas e de pessoal, devido ao acordo coletivo de trabalho em 2023 e ao aumento das despesas de participação nos lucros. Como resultado, o índice de eficiência do Itaú atingiu 38,8%, uma expansão marginal em relação ao 1T24.

Como combinação de um sólido aumento nas receitas (NII e taxas) e custo de crédito e despesas em crescimento moderado, o lucro líquido recorrente atingiu outro recorde e fechou o trimestre em R$ 10,1 bilhões (+3% T/T, +15% A/A e 2% acima da nossa estimativa). Esse resultado final mais alto de todos os tempos implica um ROAE de 22,4%, 140 bps e 150 bps A/A e T/T mais altos, respectivamente.

Do lado do capital, o Itaú reportou um CET 1 ligeiramente maior  de 13,1% (+10 bps vs 1T24), um  Índice de Capital Nível 1 de 14,6% (+10 bps vs 1T24) e um índice BIS de 16,6% (+20 bps vs 1T24). Vemos o banco mantendo uma forte posição de capital e liquidez. Além disso, com base apenas no limite dos 13,5% acima do Nível 1, continuamos vendo espaço para o Itaú pagar dividendos acima do mínimo exigido pela Lei das Sociedades por Ações (25%).

Os bons resultados do banco no trimestre podem ser atribuídos a um forte desempenho em todos os setores. Enquanto o banco de Atacado entregou um Retorno Recorrente sobre o Capital Médio Alocado de 28,3% (+30 bps T/T e +10 bps A/A), o segmento de Varejo se destacou e aumentou seu Retorno Recorrente sobre o Capital Médio Alocado em 50 bps T/T e 590 bps A/A. Esse forte desempenho reforça nossa visão positiva em relação ao Itaú, que melhorou seu negócio de varejo e manteve a rentabilidade da unidade de negócios de atacado. Como resultado, continuamos confiantes de que o Itaú está apto a manter a lucratividade líder entre os bancos estabelecidos.

Resultados do 2T24 do Itaú

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