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Ibovespa cai -3,7% na semana, com Fed ainda no radar dos mercados globais e início da temporada de resultados nos EUA

Não conseguiu acompanhar de perto o mercado durante a semana? Resumimos para você os principais destaques!

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Ibovespa: -3,7% | 112.072 pontos

Em semana de bastante volatilidade nos mercados globais, o Ibovespa encerrou em queda de -3,7% aos 112 mil pontos. O foco das bolsas ao redor do mundo foi, principalmente, os rumos da política monetária global, principalmente do Federal Reserve (Fed). Dentre as ações que registraram os maiores movimentos ao longo dos dias, destaca-se o setor de varejo, na qual Magazine Luiza (MGLU3) e Americanas (AMER3) caíram 17% com o aumento nas taxas do título de governo americano. Na outra ponta, as ações da Braskem (BRKM5) saltaram 30% após informações de que a gestora americana Apollo teria melhorado sua oferta para aquisição da companhia.

Nos EUA, os destaques foram a ata da última reunião do banco central americano e mais um dado de inflação, ambos indicando que os juros americanos devem continuar subir. De acordo com a ata do Comitê de Política Monetária (FOMC), o Fed deve manter a postura contracionista até que a inflação comece a arrefecer, e as próximas decisões dependerão da evolução dos dados econômicos – discurso reforçado pelos dirigentes durante a semana. Além disso, os índice de preços ao produtor (PPI) e ao consumidor (CPI) subiram 0,4% em relação a agosto, ambos acima das expectativas do mercado. Com indicadores mostrando que a inflação continua persistentemente alta, o mercado precifica um quarto aumento consecutivo de 75bps na próxima reunião do Fed. Como resultado, as taxas de juros das Treasuries dispararam, com o título de 10 anos superando 4,0% - maior nível desde 2008 - e os índices registraram fortes perdas. Apesar de um rali na quinta-feira, as altas não se sustentaram, e o S&P 500 e Nasdaq voltaram a registraram perdas de -1,6% e -3,1%, respectivamente.

Outro destaque lá fora foi a temporada de resultados do 3T22 que começou com os grandes bancos reportando, como J.P. Morgan, Wells Fargo e Morgan Stanley. Os resultados foram mistos, com os bancos mais dependentes das receitas de investimentos sofrendo mais, e os com maior exposição à carteira de crédito se beneficiando das taxas de juros mais altas. Destaque também para a gestão de despesas e aumento nas provisões para potenciais perdas no segmento de crédito por conta do cenário macroeconômico mais desafiador.

No Brasil, o IPCA recuou 0,29% entre agosto e setembro, marcando a terceira leitura seguida de deflação mensal, porém com números menores do que as projeções. Os declínios nos preços de alimentação e combustíveis explicaram, em grande parte, essa variação negativa no mês passado. A equipe econômica da XP manteve a projeção de alta de 5,6% para o IPCA em 2022. Adicionalmente, dados de vendas no varejo recuaram pela terceira vez seguida em agosto, atingindo o menor nível desde o início do ano, e refletindo que as condições de crédito mais apertadas e o alto endividamento das famílias pesaram sobre as vendas reais do setor no mês.

No Reino Unido, o Banco Central da Inglaterra realizou compras de US$ 73 bilhões em títulos de dívida indexados à inflação, para conter o colapso no mercado de renda-fixa britânico. Além disso, a primeira-ministra, Liz Truss, anunciou que vai abandonar um projeto que previa o congelamento do aumento dos impostos corporativos do país. A proposta foi apresentada inicialmente no pacote econômico elaborado pelo então ministro das Finanças, Kwasi Kwarteng, demitido nesta semana e substituído por Jeremy Hunt.


Mercados

Fonte: Bloomberg, Research XP. Dados até 14/10/2022.

Câmbio e juros

O Dólar fechou a semana com alta de 2,34% em relação ao Real, em R$ 5,32/US$. Já a curva DI para o vértice de janeiro/31 abriu +22 bps na semana, atingindo 11,82%.

Fonte: Bloomberg, Research XP. Dados até 14/10/2022.

Fluxo de estrangeiros na Bolsa brasileira

Nessa semana, o saldo acumulado da movimentação dos investidores estrangeiros na Bolsa foi cerca de R$ 300 milhões.

Fonte: Bloomberg, Research XP. Dados até 11/10/2022.

O que esperar para semana que vem?

No cenário internacional, o destaque será a divulgação do PIB da China, do índice de expectativas e índice de preços ao produtor da Alemanha, Livro Bege do FOMC, pedidos de auxílio-desemprego dos EUA, e prévia do índice de confiança do consumidor na Zona do Euro

Já no Brasil, teremos o IBC-Br, proxy mensal do PIB divulgada pelo BCB, referente a agosto, além do IGP-10 e a prévia do IGP-M, ambos para outubro.

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