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Fluxo em foco: Nova saída dos investidores estrangeiros na Bolsa, porém a posição de pessoas físicas volta a subir

Quais foram os principais fluxos e participantes da Bolsa brasileira em março? Neste relatório, destacamos as principais movimentações do mês.

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No mês de março, o índice Ibovespa fechou com uma alta de +6,0% na esteira do otimismo dos mercados globais com os avanços na vacinação contra o Covid-19 no mundo, a passagem de mais um pacote de estímulos nos Estados Unidos, e a crescente confiança da retomada da atividade econômica global.

Porém, no ano, o índice Ibovespa continuou a se descolar dos mercados globais, e acumula uma queda de -2,0% em reais e -10,8% em dólares. O movimento é acentuado pelo aumento do número de casos de infecções e mortes pelo coronavírus, além de riscos políticos e incertezas fiscais que continuam a pesar no mercado por aqui. Com resultado, a percepção dos investidores tem piorado, causando uma saída de estrangeiros do mercado brasileiro nos últimos meses.

Quer saber a nossa visão dos acontecimentos recentes e visão para a Bolsa no Brasil? Clique aqui: Raio-XP da Bolsa: Juros em alta, inflação em alta – como esse “velho normal” irá impactar a nossa Bolsa?

Apesar disso, o número investidores pessoas físicas continua crescendo. Essa tendência, somada ao potencial de migração de renda fixa e poupança, que juntos somam mais de R$5 trilhões (levando em conta somente fundos investidos em renda fixa), para renda variável, nos deixam otimistas em relação ao potencial de crescimento da Bolsa no longo prazo.

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Estrangeiros continuam diminuindo exposição à Brasil, mas saldo no ano permanece positivo

O fluxo de capital estrangeiro na Bolsa brasileira sofreu uma queda no mês de março e nos primeiros dia de abril de 2021, com um saldo de -R$5,0 bilhões*, em contraste com a entrada expressiva entre novembro do ano passado até janeiro deste ano, quando o saldo médio foi de +R$28,2 bilhões mensalmente.

No entanto, mesmo com a recente saída de capital, o saldo em 2021 permanece positivo, em +R$15,6 bilhões*.

*Saldo não considera a entrada/saída de capital estrangeiro por IPOs e Follow Ons em março e abril, pois os dados ainda não foram divulgados pela B3.

Reforçamos a nossa visão de que o retorno duradouro desses investidores à Bolsa brasileira depende principalmente de quatro pontos-chave:

  1. Melhor resolução sobre a trajetória fiscal e política do país;
  2. Avanço da vacinação contra o coronavírus e continuação da recuperação econômica;
  3. Cenário positivo para as commodities e os mercados emergentes;
  4. Avanços na responsabilidade socioambiental e de governança (ESG) no Brasil, sendo essa uma condição quase sine qua non para o estrangeiro voltar a ter grandes alocações no país.

Potencial de participação ainda maior das instituições na Bolsa

A alocação dos fundos de investimentos em ações teve um fluxo negativo em fevereiro, último dado disponível, de -R$402,2 milhões (-0,1% M/M), chegando a R$723,5 bilhões alocados em ações. Esse valor representa apenas 11,7% do patrimônio líquido das gestoras.

Em contraste, os fundos têm R$4,4 trilhões alocados em renda fixa, correspondente a 70,7% do seu patrimônio. E no último mês, houve uma alta de R$1,1 trilhões (+0,8% M/M) nessa classe de ativos nos seus portfólios.

Quando olhamos apenas para os fundos de pensão, segundo dados mais recentes disponíveis de dezembro de 2020 da Abrapp, o fluxo de alocação em ações também foi negativo em -R$1,7 bilhões (-2,2% M/M). Apesar disso, eles fecharam o ano com um saldo positivo de R$810,0 milhões e terminaram 2020 com uma alocação de R$75,5 bilhões em ações.

Já o fluxo em fundos de renda variável foi positivo em R$11,3 bilhões (+9,4% M/M) no último mês de 2020, chegando a R$130,8 bilhões, porém foi menor do que o movimento no mês anterior (R$16,6 bilhões, 16,2% M/M).

Juntos, investimentos em ações e fundos de renda variável representam 20,4% da carteira desses fundos de pensão, comparados aos 72,6% alocados em renda fixa, um saldo de R$734,1 bilhões em dezembro de 2020.

Os dados acima revelam que a participação das instituições no mercado acionário ainda é baixa quando comparado à exposição à renda fixa, ou seja, ainda existe um grande potencial de migração da renda fixa para a variável.

Pessoas físicas voltam a aumentar posição na Bolsa em março

Como destacado em nosso relatório XP Monitor, em março, vimos um crescimento na posição total dos investidores pessoas físicas em R$32,4 bilhões (+7,2% M/M), chegando à R$482,3 bilhões, contrastando com a queda de fevereiro de -R$3,6 bilhões (-0,8% M/M). Na nossa visão, a diminuição no ritmo de crescimento da posição de PFs no começo do ano pode ser relacionada à queda do Ibovespa durante o período, quando o índice caiu -12,0% entre pico no dia 08/01 e o final de fevereiro decorrente de preocupações fiscais e o aumento dos riscos políticos. Já em março, a Bolsa brasileira voltou a subir e fechou o mês em alta de +6,0%.

número de investidores PFs na Bolsa brasileira (B3), por sua vez, atingiu 3.561.296, um aumento de 216.449 pessoas, +6,5% em relação à fevereiro, e uma alta expressiva de +111,9% quando comparado com 2019.

Investidores estrangeiros, pessoas físicas e instituições possuem as maiores participações na Bolsa

Os principais investidores da Bolsa brasileira são: 1) investidores estrangeiros (47,0%), 2) pessoas físicas (24,8%) e 3) instituições (23,3%). Juntos, eles representam 95,1% dos participantes do mercado acionário.

Nessa publicação, considera-se apenas o fluxo do mercado à vista.

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