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Entrada de capital na Bolsa acumula R$ 86,6 bilhões no ano – Fluxo em foco

Quais foram os principais fluxos e participantes da Bolsa brasileira no último mês? Neste relatório, destacamos as principais movimentações do mês.

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As ações brasileiras seguiram o rali em agosto. Desta vez, o rali não foi impulsionado por commodities ou bancos, mas por uma forte recuperação das ações de crescimento e outros nomes que vinham sendo fortemente pressionados há meses.

Do ponto de vista macro, os nomes de crescimento subiram fortemente tanto no Brasil quanto no exterior, com a inflação começando a mostrar sinais de desaceleração e expectativas de uma política monetária mais dovish – branda. Como resultado, as taxas de juros de longo prazo no Brasil e nos EUA sofreram uma correção, o que beneficiou diretamente as ações com maior parte de seu valor no futuro, que são sensíveis a mudanças na curva de juros.

No acumulado do ano, a Bolsa brasileira continua um desempenho superior aos índices internacionais, acumulando uma alta de quase +6% no ano em reais, e +15% em dólares. Enquanto isso, os mercados globais acumulam quedas de 15% a 20% em 2022. Esse desempenho pode ser explicado por: 1) grande exposição aos setores mais buscados por investidores globais como commodities e bancos, 2) múltiplos bastante atrativos, e 3) altas nas taxas de juros, atraindo o fluxo de investidores estrangeiros tanto para a renda fixa e também para a Bolsa brasileira.

Quer saber a nossa visão do que esperar da Bolsa brasileira? Veja Não há outra alternativa? Por que o Brasil tem ganhado espaço nas carteiras globais…

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Agosto permanece sendo mais um mês de entrada de capital estrangeiro

Agosto foi um mês positivo para o fluxo de capital estrangeiro na Bolsa brasileira em 2022, com uma entrada líquida de R$ 16,4 bilhões. O total acumulado de 2022 é de +R$ 86,6 bilhões.

*Até 12/09/2022
Fonte: B3, XP Research
*Até 12/09/2022
Fonte: B3, XP Research

Agosto foi um mês em que os mercados globais registraram alta. Depois de um primeiro semestre em baixa, em agosto o Ibovespa saltou de 103 mil pontos para quase 110 mil pontos, alta de 6,2%, segunda maior valorização mensal na B3 desde janeiro, quando o índice subiu 7,0%.

O principal catalisador dessa alta registrada no mês o aumento do ânimo dos mercados, diante de um cenário de melhora nas expectativas de juros e inflação. Depois da última reunião do Federal Reserve (Fed), no fim de julho, o mercado entendeu o banco central americano não seria tão duro com o aumento das taxas de juros como parte dos analistas estavam esperando, reduzindo parte dos temores de uma recessão e precificando um “pouso suave”. Porém, o dado de inflação ao consumidor americano de agosto veio pior do que esperado, derrubando os índices globais novamente.

Fonte: Bloomberg, XP Research.
Fonte: Bloomberg, XP Research.

Investimento em ações, via fundos, voltam a apresentar fluxo postivo

O investimento em ações, feito via fundos, teve um fluxo positivo de R$ 24,0 bilhões em julho, último dado disponível, chegando a R$ 596,4 bilhões alocados em ações, um aumento de aproximadamente 0,4 p.p. M/M no patrimônio líquido das gestoras, representando apenas 10,5% do total.

Com a alta taxa Selic, agora em dígito duplos, os fundos de renda fixa continuam com a alocação em alta. A indústria está com quase R$ 5,1 trilhões alocados em renda fixa, correspondente a 88,8% do seu patrimônio total. Em julho, houve um fluxo negativo de R$ -2,7 bilhões (-0,1% M/M) nessa classe de ativos no portfólio dos fundos.

Fonte: Anbima, XP Research
Fonte: Anbima, XP Research

Fundos de pensão: Alocação em fundos de renda variável apresenta queda

Quando olhamos apenas para os fundos de pensão, segundo dados mais recentes disponíveis de maio de 2022 da Abrapp, o fluxo de alocação em ações diretamente foi de R$3,4 bilhões em relação à dezembro de 2021. Com isso, eles estão com uma alocação de R$90,3 bilhões em ações até agora em 2022.

Já o fluxo para fundos de renda variável foi negativo em maio, quando comparado com o final de 2021, em R$-5,8 bilhões (+0,0p.p. M/M), chegando a R$70,1bilhões.

Juntos, investimentos em ações e fundos de renda variável representam 14,8% da carteira desses fundos de pensão, resultando em um total de R$161 bilhões. Já para renda fixa, o saldo é de R$842,7 bilhões, representando 77,5% do total.

(*)Dados até maio/22
Fonte: Abrapp, XP Research
(*)Dados até maio/22
Fonte: Abrapp, XP Research

Os dados acima revelam que a participação das instituições no mercado acionário ainda é baixa quando comparado à exposição à renda fixa, ou seja, ainda existe um grande potencial de migração da renda fixa para a variável.

Investidores pessoas físicas têm mais de R$ 492 bilhões investidos na Bolsa em agosto de 2022

Em julho, último dado disponível, o número de investidores pessoas físicas (PFs) na Bolsa brasileira (B3) atingiu 5.293.502. Em relação a julho, houve um aumento de 50.177 investidores PFs, equivalente a um crescimento mensal de +1,0%. Quanto à posição total desses investidores PFs, houve um aumento do valor total mensal de 5,0%, atingindo R$492,3 bilhões investidos.

Fonte: B3, XP Research.

Investidores estrangeiros possuem as maiores participações na Bolsa

Os principais investidores da Bolsa brasileira são: 1) investidores estrangeiros (52,6%), 2) instituições (27,2%) e 3) pessoas físicas (15,9%). Juntos, eles representam 95,7% dos participantes do mercado acionário.

Fonte: B3, XP Research.
Fonte: B3, XP Research.

Nessa publicação, considera-se apenas o fluxo do mercado à vista.

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