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Data Expert | Carrinho XP: Onde os consumidores vão gastar o novo Auxílio Brasil?

Nessa edição do Carrinho XP, trazemos nossa visão sobre os impactos para o varejo diante do novo Auxílio Brasil

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Varejo como um dos principais destinos de gastos, com os varejistas de alimentos sendo destaque

Na edição deste mês do Carrinho XP, trazemos nossa visão sobre o potencial impacto da aprovação do aumento e da postergação do pagamento do Auxílio Brasil para as varejistas. Nós não esperamos que o impacto seja relevante, com potencial de 1-2% de aumento de vendas para o setor, embora acreditemos que possa ter um efeito positivo de curto prazo em resultados, principalmente para as varejistas de alimentos e em categorias de tíquete médio baixo. Nesse sentido, vemos o Assaí (ASAI3) e Grupo Mateus (GMAT3) como os mais beneficiados da nossa cobertura, já que o Atacarejo é o formato que oferece o melhor custo/benefício, em um momento de renda disponível mais pressionada, enquanto o Norte/Nordeste representam quase 60% dos beneficiários do programa.

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Entendendo o que mudou

Diante do cenário macroeconômico mais desafiador e de seus efeitos colaterais no consumo, o governo vem buscando formas de proteger o poder aquisitivo dos brasileiros por meio de reduções de impostos (por exemplo, corte de ICMS para reduzir os preços dos combustíveis) e benefícios sociais. Nesse contexto, uma nova Proposta de Emenda Constitucional (PEC) foi aprovada em 22 de julho, permitindo o aumento do Auxílio Brasil (de R$ 400 para R$ 600/mês) além de oferecer benefícios adicionais, como um auxílio bimestral para pagamento de gás e combustível para caminhoneiros e taxistas. Notamos que essa PEC tem sido um tanto controversa, pois, embora dê algum alívio aos consumidores, ela também traz riscos para o equilíbrio das Contas Públicas (link). Originalmente, o impacto da PEC era estimado em ~R$ 100 bilhões, e as estimativas da medida aprovada são de ~R$ 41 bilhões. Vale ressaltar que os benefícios devem ser pagos até 22 de dezembro, mas o presidente Bolsonaro garantiu que deve manter o pagamento em 2023 durante o evento de lançamento da sua candidatura à reeleição no último domingo (24 de julho).

O Varejo deve ser um dos principais destinos de gastos, mas o efeito não deve ser material.

Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o setor varejista deve ser beneficiado por ~40% dos recursos da PEC, sendo o restante destinado ao pagamento de dívidas e serviços. Embora pareça muito relevante à primeira vista, isso representa um potencial aumento de 1 a 2% nas vendas do varejo para o ano. Segundo a CNC, o setor varejista movimentou cerca de R$ 220 bilhões/mês em 2021, o que se compara aos pagamentos mensais da PEC de R$ 6,9 bilhões/mês ou ~R$ 3 bilhões estimados para o varejo.

Em termos de segmentos, os alimentos devem ser os mais beneficiados

Entre os segmentos sob nossa cobertura, a CNC destaca alimentação (R$ 5,5 bilhões) e vestuário (R$ 2,3 bilhões) como os maiores beneficiários da medida, seguidos por artigos de departamentos pessoais e domiciliares (R$ 1,4 bilhão), móveis e eletrônicos (R$ 1,4 bilhão), farmácias e outros (R$ 0,7 bilhão). Com isso, esperamos que o auxílio seja um vento a favor mais material para o varejo alimentar, principalmente para nomes como Assaí (ASAI3), já que o atacarejo é o formato que oferece o melhor custo/benefício em um momento de renda disponível mais pressionada, e Grupo Mateus (GMAT3), que atua nas regiões Norte/Nordeste, que juntas representam quase 60% dos beneficiários do programa.

Não tão material, mas uma ajuda para os resultados de curto prazo.

Embora não vejamos um impacto material do benefício para as vendas do varejo (em ~1-2%), vemos como um vento a favor para os resultados de curto prazo, especialmente para as varejistas de alimentos e categorias de tíquete médio mais baixo, já que os consumidores devem reduzir seus níveis de endividamento e/ou proteger seu poder de compra. No entanto, os riscos fiscais de médio prazo, que aumentam com a potencial extensão dos benefícios até 2023, podem se traduzir em taxas de juros de longo prazo mais altas e, potencialmente, se tornarem um vento contrário ao desempenho das ações.

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