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Bens de Capital: Prévia de Resultados do 1T22

Confira nossas expectativas para o 1T22 para o setor Industrial da bolsa.

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Esperamos resultados mistos no 1T22 no setor industrial, com algumas empresas se beneficiando de um forte posicionamento de preços, embora um ambiente de custos inflacionários e gargalos na cadeia de suprimentos tenham impedido outros nomes de melhores perspectivas de receita e rentabilidade. Para a WEG, esperamos que as receitas sigam as tendências positivas observadas nos últimos trimestres (+29% A/A e estável T/T), com a margem EBITDA apresentando melhora em relação ao trimestre anterior (+20 bps), embora em níveis inferiores em relação ao FY2021 (EBITDA +12% A/A e +1% T/T). Para a Embraer, esperamos que a pior sazonalidade do 1T e as entregas mais concentradas no 2S22 impulsionem um desempenho fraco de receita e rentabilidade no 1T22 (receita líquida de ~US$ 610 milhões -25% A/A, com entregas já anunciadas de 14 aeronaves -36% A/A). E para Autopeças destacamos: (i) o sólido desempenho de receita e margem da Randon no 1T22 refletindo preços unitários médios mais altos (que esperamos suavizar a partir do 2T22), com EBITDA de R$ 395 milhões +18% A/A; e (ii) perfil de receita resiliente da Iochpe-Maxion, respaldado por contratos de longo prazo com montadoras, com receita líquida de ~R$4,0 bi +27% A/A e margem EBITDA sólida de 11,7% suportada por um melhor mix de produtos.

  • WEG (WEGE3 | Compra): Esperamos que a WEG registre bons resultados no 1T22, com receita de ~R$6,5 bilhões aumentando 29% A/A (estável vs. 4Q21), refletindo (i) um cenário de demanda positivo para produtos de ciclo curto (por exemplo, importação de kits solares no Brasil +195 % A/A); (ii) construção sólida da carteira de pedidos nos últimos anos para produtos de ciclo longo; embora parcialmente compensada por (iii) valorização da média do Real de 5% A/A. Além disso, projetamos EBITDA de R$ 1,1 bilhão (+12% A/A), com margens de 17,4% ligeiramente melhores em relação ao 4T21, embora em níveis inferiores em relação ao 1T21 devido a um pior mix de produtos e maiores custos de matéria-prima. Por fim, esperamos um lucro líquido de ~R$960 milhões, +26% A/A, impulsionado positivamente por um melhor resultado financeiro.
  • Embraer (EMBR3 | Compra): Esperamos que a Embraer registre resultados fracos durante o 1T22, com a baixa sazonalidade do 1T e entregas mais concentradas no 2S22 a impulsionar um desempenho mais fraco de receita e rentabilidade. Projetamos: (i) receita líquida de US$ 610 milhões -25% A/A, refletindo entregas já reportadas no trimestre de 14 aeronaves (-36% A/A); e (ii) EBITDA de US$ 26 milhões implicando margem EBITDA de 4,3%, uma melhora de +200bps vs. o 1T21, positivamente impulsionada por um maior mix de receitas decorrente da divisão de Serviços da Embraer (esperamos que esta divisão seja mais relevante no 1T22 vs. 1T21).
  • Aeris (AERI3 | Neutro): Esperamos que a Aeris apresente resultados fracos no 1T22, com a receita continuando a cair devido a uma redução sequencial nos volumes de produção, principalmente relacionados a linhas não maduras. Esperamos uma receita líquida de ~R$540 milhões -20% A/A e -8% T/T, explicada principalmente pelo menor desempenho de volume mencionado acima (volumes entregues de 645 MW -24% A/A e -9% T/T). Sobre a rentabilidade, esperamos um EBITDA de R$ 54 milhões (-6% A/A e -30% T/T), implicando em uma margem EBITDA de 9,9%, apresentando uma contração de ~320bps vs. 4T21. Por fim, projetamos um lucro líquido de R$ 4 milhões, com aumento da posição da dívida líquida implicando em maiores despesas financeiras ao longo do 1T22.
  • Randon (RAPT4 | Compra): Esperamos bons resultados para o 1T22 para a Randon, com crescimento de receita de 29% A/A continuando a refletir um forte posicionamento de preços para as vendas de implementos rodoviários, beneficiando a perspectiva de rentabilidade da empresa – que esperamos estar sob pressão no 2T22 em diante devido a um cenário mais competitivo. Além da receita reportada de ~R$2,5bi, esperamos EBITDA de R$395 milhões +18% A/A e +35% T/T, com margem de 15,9% melhorando em relação ao 4T21 dada a pior sazonalidade no final do ano, embora abaixo dos níveis do 1T21 de 17,5% devido ao aumento nos custos de matéria-prima. Por fim, projetamos um lucro líquido de R$ 125 milhões, queda de 7% A/A, explicada principalmente por um resultado financeiro pior devido ao impacto das taxas de juros mais altas.
  • Tupy (TUPY3 | Compra): Esperamos que a Tupy apresente resultados positivos no 1T22, com receita e rentabilidade melhorando em relação ao trimestre passado, principalmente devido a uma sazonalidade mais fraca no setor automotivo no final do ano (4T é geralmente o trimestre mais fraco). Esperamos: (i) receita líquida de ~R$2,2 bilhões (+42% A/A e +7% T/T, com a comparação A/A refletindo a consolidação da Teksid no 4T21) sustentada pela melhora sequencial dos volumes (+6% T/T); e; (ii) EBITDA de ~R$ 275 milhões, com margem EBITDA de 12,6% melhorando vs. 4T21 devido a uma maior alavancagem operacional (+270bps), embora 30bps abaixo do 1T21, em parte explicado pela consolidação da Teksid no último trimestre (menor margem EBITDA vs. a margem da Tupy, que deverá melhorar progressivamente nos próximos trimestres).
  • Iochpe-Maxion (MYPK3 | Compra): Embora os gargalos da cadeia de suprimentos ainda estejam impactando as vendas de automóveis em todo o mundo em meio a um ambiente inflacionário de custos, esperamos que os resultados da Iochpe no 1T22 reforcem a resiliência de vendas e rentabilidade, refletindo um forte posicionamento de preços e compensando os aumentos de preços de matérias-primas. Esperamos receita líquida de ~R$4,0 bilhões +27% A/A e +5% T/T, com EBITDA de ~R$465 milhões +25% A/A e +47% T/T, com margem EBITDA em um sólido nível de 11,7% (estável A/A e melhorando 330bps vs. o 4T21 devido a uma sazonalidade mais fraca do final do ano), enquanto suportado por um melhor mix de produtos (maior relevância de veículos comerciais ao longo do 1T22).
  • Fras-le (FRAS3 | Neutro): Esperamos que a Fras-le apresente bons resultados no 1T22, com crescimento de receita de 10% A/A em linha com as expectativas da empresa para o aumento da receita do ano de 2022 – no entanto, observamos que um ambiente macro mais desafiador no mercado doméstico pode pressionar o poder de compra dos consumidores e tornar-se um risco para as perspectivas de crescimento da Fras-le nos próximos trimestres. Para o 1T22 esperamos: (i) receita líquida de ~R$705 milhões +10% A/A e +3% T/T; e (ii) EBITDA de R$ 107 milhões (+29% T/T e -11% A/A), com margens em um sólido nível de 15,2%, embora em queda de ~370bps vs. 1T21 devido a maiores custos de matérias-primas.
  • Marcopolo (POMO4 | Neutro): Esperamos que os resultados da Marcopolo no 1T22 ainda sejam impactados por questões relacionadas à pandemia e gargalos na cadeia de suprimentos, com volumes domésticos e de exportação -3% A/A e 38% abaixo dos níveis pré-pandemia, segundo dados mais recentes da Fabus (associação do setor). Esperamos que a receita líquida de ~R$910 milhões melhore 10% A/A, apoiada por preços unitários mais altos e compensando a queda de volumes acima mencionada. Do lado da rentabilidade, esperamos que a margem EBITDA de 4,0% cresça ~115bps A/A, embora ainda abaixo do nível normalizado de ~12%.
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