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Banco do Brasil (BBAS3) | ROE ainda acima de 20%: com bastante gasolina restante no tanque; Revisão do 2T24

Confira nossa revisão do resultado do 2T24 para o Banco do Brasil

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O Banco do Brasil (BBAS3) apresentou resultados positivos, com lucro líquido de R$ 9 bilhões (praticamente em linha conosco; ROE 21,3%), +2% T/T e +7% A/A.  Mais uma vez, o NII com o mercado foi apoiado pelo Patagonia, subsidiária argentina, contribuindo para o crescimento do NII, que cresceu 12% A/A e ficou 2% acima de nossas estimativas. Vale destacar também o crescimento da carteira de crédito em 13%, muito próximo do topo da faixa do guidance, com contribuição significativa da carteira do agronegócio, que cresceu acima da faixa do guidance de 15% para o segmento. No entanto, os pontos baixos foram o NII com Clientes e o NPL. Em termos de guidance, o banco reafirmou quase todas as linhas, exceto o Custo do Crédito, que deve ser ~15% maior, mas sem afetar o resultado final devido à revisão para cima do NII em magnitude semelhante.

A Carteira de Crédito Expandida totalizou R$ 1,18 trilhão, crescimento de 3,9% T/T e 13,2% A/A. Esse aumento foi, mais uma vez, impulsionado pelo Portfólio de Agronegócios (+16,6% A/A) e Corporativo (+13,2% A/A). Para as pessoas físicas, o maior contribuinte foi a folha de pagamento (+2,2% T/T e +10,6% A/A). Para as empresas, os destaques foram capital de giro (+2,7% T/T e +7,8% A/A), investimentos (+5,5% T/T e +22,1% A/A) e ACC/ACE (+23,8% T/T e 23,8% A/A). Na frente do Agronegócio, destacaram-se o capital de giro para operações de compra de insumos (+26,6%), investimento (+18,6%) e títulos e garantias agrícolas (+33,2%). O sólido crescimento durante o 1S24 estacionou seu crescimento dentro da faixa do guidance (+8,0% a +12,0%), com a forte exibição no Agronegócio, ligeiramente acima do limite superior da faixa, compensando o desempenho dos Indivíduos mais próximo do limite inferior.

A Margem Financeira Bruta (NII) encerrou o trimestre em R$ 25,5 bilhões, -0,7% T/T, mas +11,6% A/A (+2% vs XPe). Por mais um trimestre consecutivo o destaque foi o NII dos Mercados, que saltou 4,4% T/T e 100,7% A/A. O forte desempenho foi afetado positivamente pelo resultado do Banco Patagonia. Ressaltamos que, em nossa opinião, embora seja difícil prever quanto tempo a volatilidade ligada à operação argentina pode durar, continuamos acreditando que esse é o curso normal dos negócios. No NII dos Clientes, no entanto, o desempenho mais fraco (-2,1% T/T e -1,0% A/A) deveu-se, em grande parte, ao mix de financiamento, que reduziu os spreads, que mais do que compensaram os volumes médios mais elevados.

O NPL > 90 imprimiu 3,0%, um aumento de 10 bps T/T. A inadimplência geral do BB ainda está abaixo do setor bancário no Brasil. No entanto, como o banco não divulga indicadores antecedentes de inadimplência, ainda não avaliamos se há alguma deterioração ocorrendo em toda a carteira de crédito que justifique o aumento do guidance no nível esperado de provisionamento para o ano. O Índice de Cobertura diminuiu sequencialmente para 191%.

Do lado do custo de crédito,  o BB imprimiu um ALLL expandido de R$ 7,8 bilhões, 8,6% menor que o trimestre anterior, mas 8,8% maior A/A e 3% menor que nossa estimativa. Esse desempenho deveu-se basicamente a dois fatores: i) menor risco de crédito (-3,9% T/T) e ii) aumento de 50% na recuperação de baixas. Como resultado, o custo do risco permaneceu em 4%, estável sequencialmente.

A receita de tarifas registrou R$ 8,8 bilhões no trimestre, um aumento de 7% A/A (+4% vs XPe) e +6% sequencialmente. Em uma base anual, o crescimento foi impulsionado pelo desempenho positivo do mercado de capitais (104%), consórcio (+21%), gestão de recursos (+15%) e seguros, planos de pensão e títulos de prêmio (+12%).

Em relação às despesas administrativas, o BB atingiu R$ 9,2 bilhões no trimestre, 4% superior ao trimestre anterior, +5% A/A e 5% em linha com nossas estimativas. No entanto, a  relação custo-receita melhorou ainda mais e atingiu uma baixa histórica de 25,5% (-40 bps T/T e -240 bps A/A).

Como resultado, o banco reportou um lucro líquido de R$ 9,0 bilhões, em linha com nossa estimativa (+7% A/A e +2% T/T), implicando um ROE de 21,6%  (-10bps T/T e +30bps A/A).

Do lado do Capital, o BB apresentou CET 1 de 11,6% (-30 bps T/T), Tier 1 de 13,0% (-87 bps T/T) e BIS de 15,19% (-94 bps T/T). A queda trimestral foi maior do que nos períodos anteriores. Apesar do lucro líquido gerado no trimestre, maiores exigências estão ligadas a: i) Variação Atuarial + MTM + Câmbio; ii) Ajustes Prudenciais; e iii) RWA levou a um declínio marginal no capital. No entanto, ainda vemos isso como saudável.

Por fim, o BB revisou seu guidance para 2024. As mudanças foram:

  1. Crescimento sustentável do portfólio (anterior: 5,0% – 9,0% | Novo: 9,0% – 13,0%)
  2. Receita Líquida de Juros (anterior: 7,0% – 11,0% | Novo: 10,0% – 13,0%)
  3. ALL Visão Expandida (anterior: R$ -30 bilhões – R$ -27 bilhões | Novo: R$ -34 bi – R$ -31 bi)

Em uma nota positiva, embora tenha havido um aumento significativo no nível esperado de provisionamento para o ano, o número foi compensado por uma receita líquida de juros mais alta. Como resultado, o guidance para o lucro líquido permaneceu inalterada.

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