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Banco do Brasil (BBAS3): Resultados sólidos, mas eles não contam toda a história | Revisão do 1T24

Atualizando nossas estimativas – recomendação de compra inalterada

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O Banco do Brasil apresentou resultados positivos, com lucro líquido de R$ 8,7 bilhões (em linha com o nosso; ROE 21,7%), -1,5% T/T e +8,8% A/A. Embora os números não tenham sido tão impressionantes quanto os que temos visto nos últimos anos, ainda há destaques notáveis ​​além do robusto ROE: o sólido crescimento da carteira de empréstimos, o NPL estável em termos trimestrais, as despesas administrativas crescendo abaixo da inflação em termos homólogos e a sólida posição de capital. Os pontos fracos, no entanto, foram os spreads de clientes mais baixos, os resultados de tesouraria mais baixos e o custo de crédito pressionado. Em suma, embora em linha com os nossos números, a qualidade dos resultados do primeiro trimestre deteriorou-se ligeiramente. Mesmo assim, o Banco do Brasil reafirmou seu guidance, o que consideramos um sinal positivo. Ainda em relação ao guidance, nossa preocupação é apenas com provisões, visto que a taxa do trimestre, se anualizada, ficaria acima do topo da faixa indicativa. Por fim, embora não seja possível afirmar categoricamente que o primeiro trimestre possa representar o início de uma tendência de queda nos resultados do BB, não descartamos uma reação negativa para as ações do BBAS3. Contudo, reiteramos nosso rating de compra, e nosso TP de R$ 36,5/ação.

A Carteira de Crédito Expandida totalizou R$ 1,14 trilhão, crescimento de 2,7% T/T e 10,2% A/A. Este aumento foi, mais uma vez, impulsionado pela Carteira de Agronegócio (+15,5% A/A). Em relação ao guidance para 2024, embora Pessoas Físicas e Jurídicas tenham crescido um pouco mais lentamente que suas metas, o salto do Agronegócio mais que compensou e fez com que sua carteira de crédito crescesse 9,5%, dentro da faixa de 8,0-12,0% do guidance. Esse desempenho sugere que o BB iniciou o ano em ritmo adequado ao cumprimento de suas metas.

A Margem Financeira Financeira Gerencial (NII) registrou R$ 25,7 bilhões, estável no trimestre e +21,6% A/A (+7% vs XPe). Sequencialmente, o NII dos Clientes aumentou 0,6% enquanto o NII dos Mercados diminuiu 2,7%. Na comparação anual, o aumento da Margem com Clientes (+4,1%) foi impulsionado por dois fatores: o crescimento da margem de crédito, sustentado pelo aumento do saldo médio e da repricing da carteira, e a diminuição da margem com captações comerciais, influenciadas pela queda do TMS no período. Da mesma forma, o desempenho positivo da Margem com Mercado foi influenciado pelo resultado da tesouraria e pelo lucro líquido do Banco Patagonia.

Aprofundando a margem com os clientes, é possível perceber que apesar do crescimento, os spreads diminuíram. Por mais um trimestre o Banco Patagonia impactou o NII do BB com o Mercado, segundo as demonstrações financeiras isso é “influenciado pelo cenário macroeconômico na Argentina e pela desvalorização máxima ocorrida em dezembro/23”.

Como o Banco Patagonia recentemente ganhou destaque, tentamos compreender a situação atual de suas finanças. De acordo com o release de resultados do Banco do Brasil, o NII atingiu 2.057 milhões no 1T24, -41,9% T/T e +43,7% A/A. Este passeio aparentemente aleatório na margem financeira é afetado principalmente pelos resultados de tesouraria e pelas despesas de financiamento. Além disso, o seu NPL permanece bastante saudável (0,4%) e a operação argentina apresentou um lucro líquido positivo de R$ 1,5 bilhão no primeiro trimestre. Seu ROE também é bastante volátil, variando de 9,7% a 37,3% desde o 1T23. Embora possa ser difícil prever se os resultados da Patagónia deverão permanecer tão voláteis como têm sido nos últimos trimestres, mantemos a nossa opinião de que este é o curso normal dos negócios e não deve ser visto de forma simplista como não recorrente. Caso contrário, todo o histórico dos seus resultados também deverá ser ajustado para uma comparação justa.

NPL > 90 imprimiu 2,9%, permanecendo estável em relação ao trimestre anterior. A inadimplência geral do BB ainda está abaixo da do Setor Bancário no Brasil. No entanto, como o banco não divulga indicadores avançados de inadimplência, ainda não avaliamos se há alguma deterioração na carteira de crédito que justifique a continuação dos elevados níveis de provisões observados no último trimestre. O Índice de Cobertura também registrou um número estável em relação ao trimestre anterior (169%).

Do lado do custo de crédito, o BB imprimiu uma PCLD ampliada de R$ 8,5 bilhões, 14,4% inferior ao trimestre anterior, mas 45,9% superior ao ano anterior e 45% superior à nossa estimativa. Esse desempenho deveu-se basicamente ao agravamento dos riscos de crédito no segmento Empresas da carteira de Agronegócio.

As receitas de tarifas totalizaram R$ 8,3 bilhões no trimestre, um aumento de +2,6% A/A (+1% vs XPe), mas diminuíram sequencialmente (-4,6% T/T), impactadas negativamente pelo “Efeito Pindaíba”. No acumulado do ano, o crescimento foi impulsionado pelo desempenho positivo das linhas de comissões de seguros, previdência e capitalização (+11,5%), gestão de recursos (+5,8%) e consórcios (+20,3%).

Com relação às despesas administrativas, o BB atingiu R$ 8,9 bilhões no trimestre, 4% inferior ao trimestre anterior, +5% A/A, e 5% abaixo de nossas estimativas. No entanto, o índice cost-to-income melhorou ainda mais e atingiu um mínimo histórico de 25,9% (-120 bps T/T e -280 bps A/A).

Como resultado, o banco reportou um lucro líquido ajustado de R$ 8,8 bilhões, em linha com nossa estimativa (+7% A/A e -1% T/T), implicando um ROE de 21,7% (-86bps T/T e +67bps A/A).

Do lado de Capital, o BB apresentou CET 1 de 11,9% (-12 bps T/T), Tier 1 de 13,9% (-3 bps T/T) e BIS de 15,13% (-34 bps T/T). Apesar do lucro líquido gerado no trimestre, maiores exigências atreladas a: i) Atuarial + MTM + Variação Cambial; ii) Ajustes Prudenciais; e iii) os RWA levaram a um declínio marginal do capital. No entanto, ainda vemos isso como saudável.

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