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Avaliando os efeitos potenciais dos medicamentos GLP-1 no segundo trimestre

Lançamento de Wegovy, Mounjaro e retenção de receita aceleram o crescimento

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Nesta edição do Carrinho XP, discutimos quais devem ser os potenciais efeitos dos medicamentos GLP-1 nos resultados dos varejistas farmacêuticos. De modo geral, acreditamos que: (i) a dinâmica de vendas mesmas lojas (SSS) no 2º trimestre deve se beneficiar da base de comparação (vendas de Wegovy a partir de ago/24), do lançamento do Mounjaro e da antecipação de vendas antes da nova exigência da Anvisa de retenção de receitas; (ii) a margem bruta deve ser pressionada pelo mix (estimamos -20bps para cada 1pp de vendas incrementais de GLP-1), embora o efeito deva ser praticamente nulo para a margem EBITDA; (iii) podemos ver ventos contrários no SSS do 3º trimestre devido à antecipação de vendas no 2º trimestre e à retenção de receitas de GLP-1; e (iv) a medida da Anvisa pode aumentar os furtos, o que seria um risco negativo adicional para as margens.

Medicamentos GLP-1 como impulso para SSS no 1º semestre…

Esperamos que os medicamentos GLP-1 sejam um motor para o crescimento do SSS no 1º semestre, já que a comercialização do Wegovy® começou em ago/24, a do Mounjaro® em 7 de junho (embora as pré-vendas já estivessem disponíveis em meados de maio) e o fornecimento do Ozempic® segue limitado, com problemas de disponibilidade ainda em andamento. Além disso, a Anvisa anunciou em 16 de abril que a retenção de receitas médicas para a venda de agonistas de GLP-1 seria obrigatória a partir de 23 de junho, o que gerou antecipação de vendas, já que compradores estocaram medicamentos antes da medida entrar em vigor. Segundo estimativas da Close-Up International, as vendas médias diárias de medicamentos GLP-1 aumentaram 15,5% em relação ao período de 2025 antes do anúncio, ou 39% na comparação anual. Com base nessas estimativas e em algumas premissas próprias, estimamos que esses medicamentos podem adicionar de 0,85 a 2 pontos percentuais ao SSS neste trimestre, embora haja um potencial impacto negativo de 20-25bps devido aos cortes de preço de Wegovy e Ozempic a partir de junho. Assim, estimamos que o efeito líquido fique entre 0,6 e 1,8 pontos percentuais.

…mas tendências diferentes nas margens

Como é amplamente conhecido, medicamentos de prescrição (RX) oferecem a menor margem bruta entre as categorias vendidas em farmácias, e estimamos que os medicamentos GLP-1 tenham margens ainda menores. Nesse sentido, estimamos que, para cada 1pp adicional de crescimento nas vendas, a margem bruta deve cair cerca de 20bps, embora o impacto na margem EBITDA possa ser praticamente nulo, já que esses medicamentos têm preços mais altos e, portanto, geram alavancagem operacional. Ainda assim, acreditamos que a medida da Anvisa de reter receitas médicas pode aumentar os furtos, o que seria um risco negativo adicional para as margens.

O que observar em relação aos medicamentos GLP-1

Acreditamos que esse tema continuará relevante para os varejistas farmacêuticos em 2025 e 2026, pois: 1) Wegovy® deve continuar impulsionando o 1º semestre devido à base de comparação, enquanto Mounjaro® deve ser relevante a partir de maio, embora os problemas de falta de estoque permaneçam e devam impedir um crescimento mais acelerado; 2) Podemos ver um ajuste de curto prazo na demanda por medicamentos GLP-1 a partir do 2º trimestre devido à nova exigência da Anvisa de retenção de receitas; 3) O Ozempic® perderá a patente no Brasil em julho de 2026, permitindo a entrada de genéricos, o que deve resolver gargalos de oferta, aumentar a acessibilidade e apoiar as margens; e 4) novas moléculas e alternativas estão sendo desenvolvidas, como o CagriSema® da Novo Nordisk (com aprovação esperada para o 1T26) e a retatrutida da Eli Lilly (veja mais na página 11 do nosso relatório revolução Ozempic aqui).

Dados interessantes

Neste mês, destacamos: i) As temperaturas em dez cidades monitoradas em junho estão, em média, 6% mais frias em relação ao ano anterior, com destaque para Porto Alegre (-22%) e São Paulo (-11%), enquanto Rio de Janeiro e Curitiba tiveram o junho mais frio dos últimos 5 anos; ii) O volume de crédito pessoal consignado aumentou de 0,5% do total de crédito a pessoas físicas para 1,6%; e iv) A diretoria do Grupo SBF vendeu R$ 11 milhões em ações (63% da ADTV) e a diretoria do Grupo Pão de Açúcar comprou R$ 8,2 milhões (39% da ADTV) em maio.

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