A AmBev registrou mais um trimestre sequencialmente forte, com um EBITDA normalizado de R$ 5,38 bilhões (+26% A/A e +22% versus XPe) e uma margem EBITDA de 32% (-157 bps A/A e + 169 bps versus XPe). Mantendo a excelência operacional como sua vantagem competitiva principal, acreditamos que a inovação no portfólio e a estratégia digital estão dando cada vez mais frutos, impulsionando o desempenho da empresa.
Por exemplo: produtos lançados há apenas um ano já teriam garantido uma posição entre os top 5 mais vendidos pela empresa, a exemplo da Brahma Duplo Malte, que contribui positivamente para um crescimento de 16% A/A nos volumes de Cerveja Brasil. Em resumo: mantemos nossa classificação de Compra para ABEV3, com preço-alvo de R$ 17,15 por ação e seguimos otimistas com o papel, apesar de esperarmos volatilidade no curto prazo.
Mantemos recomendação de Compra, com preço-alvo de R$ 17,15 por ação
No geral, o segmento core-plus apresentou forte crescimento em todas as geografias, o que foi uma surpresa bastante positiva dado que ainda passamos por um momento muito desafiador, com um ritmo de vacinação mais lento do que o esperado impedindo a aceleração da reabertura de bares e restaurantes.
Ainda assim, a AmBev conseguiu entregar resultados mais fortes do que o esperado no 1T21, com aumentos tanto de volume quanto de preço (em R$) em todas as suas geografias: o volume no Brasil, somando cerveja e não alcoólicos, cresceu 12%, com preços crescendo 12,5%; na América Central (CAC), volumes aumentaram 10% e preços em reais 38%; na América do Sul, volumes aceleraram 12,5% e preços 19%; já o volume do Canadá aumentou 3% e preços 31% em reais.
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Volume de cerveja Brasil cresce 16% A/A, pouco abaixo da nossa projeção de 18%
O segmento de Cerveja Brasil entregou outro trimestre forte, com um EBITDA normalizado de R $ 2,26 bilhões (+ 21% A/A, + 24% versus XPe) e uma margem EBITDA de 31,8%: resultados sólidos apesar do cancelamento do Carnaval juntamente com o ritmo lento de reabertura. Destaque para o forte desempenho da Brahma Duplo Malte e para o portfólio premium crescendo quase 20%, juntamente com o crescimento de um dígito alto (cerca de 9%) para as marcas convencionais.
Ou seja, mais uma vez vimos uma estratégia comercial bem-sucedida em Brasil Cerveja, com um aumento de preços mais fortes do que esperávamos em cima de uma base de volume sólida que cresceu 16% A/A, pouco abaixo da nossa projeção de 18% de crescimento anual, apesar do cancelamento do Carnaval e da redução do auxílio emergencial.
Vale destacar que as 3 principais estratégias implementadas em 2020 permanecem em vigor: aumentos de preços, inovação de portfólio e promoções inteligentes. No entanto, é sabido que os custos da AmBev devem aumentar cerca de 20% ao longo de 2021, conforme a própria empresa anunciou no resultado passado. Nesse sentido, durante o 1T21, de fato pressões de custo levaram a reduções nas margens, principalmente devido aos altos preços das commodities e ao câmbio desvalorizado, assim como em função do mix de canais e embalagens desfavorável.
De um modo geral, continuamos otimistas com a AmBev, apesar das incertezas de curto prazo. A empresa vem surpreendendo sequencialmente o mercado pelo forte ritmo de inovação, não só em produtos, mas principalmente em seu processo comercial: o Zé Delivery, por exemplo, recebeu 14 milhões de pedidos neste trimestre, mais da metade do volume consolidado de 2020. Além disso, 65% da base de clientes da AmBev já usa o serviço BEES, dentre outras iniciativas.
NAB Brasil: a surpresa negativa em meio a um resultado robusto
A surpresa negativa em meio a um resultado positivamente surpreendente, a divisão de não alcoólicos do Brasil apresentou resultados com pressionados, com um EBITDA normalizado de R$ 295 milhões (-5% A/A e -19% versus XPe). As principais razões para o resultado mais fraco incluem preços 4% mais baixos do que o esperado (embora ainda +2% A/A), custos 4% mais altos do que o antecipado (+6% A/A) e, principalmente, um aumento de 7% A/A no SG&A, enquanto esperávamos uma redução na comparação anual.
O mix de embalagens desfavorável devido às restrições relacionadas à Covid-19 continuou definindo o tom para o trimestre, com a margem EBITDA do segmento contraindo 230 bps em relação ao ano anterior. Durante o que poderia ser descrito como mais um trimestre ameno para o segmento, operacionalmente, entendemos que alguns dos destaques positivos incluem o forte desempenho da Sukita, bem como o lançamento do For Me e do Natu, uma versão 100% natural do Guaraná.
Internacional: alta de preços em todas as regiões
América Central e Caribe foram as principais surpresas positivas
A região da América Central e Caribe (CAC) divulgou um resultado surpreendente, com um EBITDA normalizado de R$ 839mm (+60% A/A e +34% versus XPe). O volume aumentou em 10% A/A (+5% versus XPe), sobretudo devido ao relaxamento das restrições por conta do Covid-19 em toda a região, com destaque para a República Dominicana.
Já os preços subiram expressivos 38% A/A (+25% versus XPe), principalmente devido à contribuição dos produtos core plus, de acordo com a AmBev. Referente à margem, apesar da pressão dos custos, a margem bruta da operação CAC foi de 53% (+60bps A/A e -150bps versus. XPe) e a margem EBITDA atingiu 39% (+220bps A/A e +70bps versus XPe).
No Panamá, a empresa destacou que investiu parte das economias em Vendas & Marketing do cancelamento do Carnaval para auxiliar o canal on-premise, conectando também com o pré-lançamento da marca Atlas Golden Extra. Além disso, na República Dominicana, a empresa deu continuidade à expansão do Colmapp, versão local do Zé Delivery, bem como da plataforma BEES, já utilizada por 90% dos clientes da AmBev no país.
Canadá com resultados positivos impulsionados pelo câmbio desvalorizado
O Canadá também surpreendeu positivamente, com um EBITDA de R$ 558mi (+54% A/A), significativamente acima das nossas expectativas, principalmente devido à receita líquida por hectolitro superior à esperada (+31% A/A), algo bastante positivo em meio a um trimestre no qual bares e restaurantes fechados na maioria das áreas urbanas do país.
Já os volumes cresceram 3% A/A, praticamente em linha com a XPe, apresentando tendência de recuperação após um 4T20 difícil, nas palavras da própria AmBev. Em termos de margem, a região entregou uma expansão de margem EBITDA normalizada de 350bps A/A (em linha com nossa previsão), apesar da compressão na margem bruta (-180bps A/A e também -180bps versus XPe).
Também gostaríamos de destacar que o portfólio de bebidas da AmBev que vão além da cerveja, notadamente a categoria chamada hard seltzer, manteve sua tendência de crescimento e ganhou participação de mercado graças à inovação, com destaque para o lançamento muito antecipado da Bud Light Seltzers de acordo com a empresa.
América Latina do Sul recupera volumes acima do que esperávamos
Por fim, a região da América Latina Sul (LAS) também apresentou resultados robustos, com um EBITDA normalizado de R$ 1,37bi (+17% A/A, + 21% vs XPe), apesar da compressão na margem EBITDA (-480bps A/A e -160bps vs XPe). O principal motivo da surpresa positiva foi o volume 13% maior do que nossa expectativa, sobretudo frente a um aumento de 19% A/A em receita líquida por hectolitro.
A AmBev destaca ainda: aumentos de volume e ganhos de participação de mercado na Argentina, notadamente no segmento core plus com marcas como Budweiser e Anders Origen; o sucesso de sua estratégia de garrafas de vidro retornáveis de 1 litro no Paraguai, juntamente com o lançamento bem-sucedido da Skol; bem como a aceleração de volume no Chile devido ao novo acordo de distribuição com a Coca-Cola Andina e Embonor, aliado a fortes atuações das marcas Cusqueña e Budweiser.
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