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Petrobras (PETR4): Resultados do 3T19 positivos, mostrando a força da empresa; Reiteramos COMPRA

Quais foram os destaques dos resultados do 3T19? Nesse relatório, analisamos os resultados da Petrobras no terceiro trimestre de 2019 (3T19). Além disso, fornecemos um guia sobre os pontos mais importantes a serem acompanhados por investidores. Temos uma visão positiva dos resultados da Petrobras. Em um trimestre em que preços de petróleo foram em média […]

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Quais foram os destaques dos resultados do 3T19?

Nesse relatório, analisamos os resultados da Petrobras no terceiro trimestre de 2019 (3T19). Além disso, fornecemos um guia sobre os pontos mais importantes a serem acompanhados por investidores.

Temos uma visão positiva dos resultados da Petrobras. Em um trimestre em que preços de petróleo foram em média -9,5% em relação ao período anterior, a empresa demonstrou resiliência, com geração de caixa em patamares saudáveis e redução do endividamento.

Resultados financeiros da Petrobras no 3T19

O EBITDA Adjustado da Petrobras no 3T19 foi de R$32,5 bilhões, em linha com nossa estimativa de R$31,9 bilhões (+1,7%) e com o consenso de mercado de R$32,5 bilhões (+0,0%).

Por outro lado, o Lucro Líquido da empresa no trimestre de R$9,1 bilhões veio acima da nossa estimativa de R$7,4 bilhões e do consenso de mercado de R$6,4 bilhões.

A diferença entre os resultados da empresa e nossas estimativas foi fruto de (1) menores despesas com juros de R$(10,9) bilhões ante nossa estimativa de R$(5,3) bilhões (devido a taxas relacionadas a recompra de títulos de dívida) e (2) ganhos com a oferta de ações da BR Distribuidora em julho, que implicou um ganho de R$13,9 bilhões antes dos impostos.

Finalmente, notamos que os principais itens não recorrentes no resultado foram:

  1. R$ (2,4) bilhões em resultados negativos com a baixa de ativos;
  2. R$ (645) milhões em perdas com venda de ativos e;
  3. R$ (561) milhões em perdas relacionadas à variação cambial sobre contingências judiciais.

O que é importante acompanhar em um resultado financeiro da Petrobras?

Em geral, a métrica mais importante a se acompanhar na Demonstração dos Resultados da Petrobras é o EBITDA. O EBITDA é a sigla em inglês para "Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização".

De forma resumida, obtém-se o EBITDA de uma empresa somando as receitas obtidas aos custos caixa, no caso aqueles que envolvem um desembolso financeiro pela companhia.

Assim, a métrica permite avaliar o potencial de geração de caixa das operações principais da Petrobras, ou seja, aquelas relacionadas à indústria de óleo e gás.

Dentre as principais variáveis que impactam o EBITDA da Petrobras, destacamos:

(i) Preços do petróleo:
(ii) Volume de produção de petróleo,
(iii) Utilização do parque de refino e;
(iv) A margem (ou desconto) dos preços de combustíveis no mercado brasileiro em relação aos preços internacionais.

Além disso, normalmente expurgamos do EBITDA receitas ou custos não-recorrentes, os quais não estão relacionados às atividades principais da Petrobras. Como exemplo, citamos ganhos com a venda de ativos e provisões para litígios. Assim, normalmente comparamos nossa estimativa com o "EBITDA Ajustado" da empresa.

Por que em geral não focamos no lucro? Isso porque o lucro da Petrobras é muito afetado por efeitos não-caixa não relacionados com as operações da companhia. Como exemplo, citamos variações monetárias da dívida com a volatilidade da taxa de câmbio.

Geração de caixa e endividamento da Petrobras no 3T19

A Petrobras divulgou uma geração de caixa (excluindo efeitos não-recorrentes, como a venda das ações da BR) de R$14,6 bilhões.

A dívida líquida da Petrobras ao final do 3T19 foi de R$275,1 bilhões, uma redução de -6% em relação ao 2T19 (R$289,4 bilhões).

A relação Dívida Líquida / EBITDA ajustado caiu para 1,96x ante o nível de 2,01x no 2T19. Atribuímos a redução do índice à sólida geração de caixa da Petrobras no trimestre, bem como à captação de recursos com a venda de parte das ações da BR Distribuidora.

O que é importante acompanhar nesse tópico?

Em geral, uma empresa pode financiar suas atividades com capital próprio ou de terceiros, este último mais conhecido como dívida. Em maior ou menor grau, todas as empresas precisam tomar dívidas para financiar suas atividades.

No entanto, o volume de endividamento deve ser adequado à geração de caixa da empresa. Caso contrário, a sustentabilidade da empresa pode ficar comprometida.

Além dos montantes de dívida bruta e da dívida líquida (endividamento subtraído do caixa da companhia), uma importante métrica a se monitorar é a Dívida Líquida / EBITDA.

A Dívida Líquida / EBITDA permite avaliar se o montante de dívida de uma empresa está alinhado com sua geração de caixa operacional.

O endividamento da Petrobras atingiu seu pico em dezembro de 2015, aos 5,31x Dívida Líquida / EBITDA. Isso foi reflexo do aumento do endividamento com a desvalorização do real, aliado à queda dos preços de petróleo globais na época.

Desde a gestão de Pedro Parente a partir de maio de 2016, a Petrobras focou seus esforços na redução do endividamento. E tal compromisso foi renovado e intensificado na gestão atual.

As principais iniciativas para reduzir o endividamento foram: (i) venda de ativos, (ii) reduções de custos operacionais e (iii) política de preços de combustíveis alinhada com as referências globais.

Atualmente, a Petrobras tem uma meta de endividamento de 1,5x Dívida Líquida / EBITDA no final de 2020.

Dividendos anunciados no 3T19

Por fim, a Petrobras anunciou uma distribuição de proventos na forma de Juros sobre Capital Próprio (JCP) de R$0,20/ação para as ações preferenciais (PETR3) e ordinárias (PETR4).

A data de corte para os detentores de ações será no dia 11 de novembro de 2019 e o pagamento ocorrerá no dia 7 de fevereiro de 2020.

Nossa visão do trimestre: Resultados positivos, mostrando a força da Petrobras; Reiteramos recomendação de COMPRA

Temos uma visão positiva dos resultados da Petrobras. Em um trimestre em que preços de petróleo foram em média -9,5% em relação ao período anterior, a Petrobras demonstrou resiliência, com geração de caixa em patamares saudáveis e redução do endividamento.

Em um ambiente estável de preços de petróleo, acreditamos que os resultados da Petrobras devem ser ainda melhores, devido ao aumento de produção das 8 novas unidades de produção do pré-sal.

Continuamos a ver um risco-retorno atrativo para a Petrobras com vários eventos positivos no radar.

Em primeiro lugar, a empresa está comprometida com a agenda de venda de ativos e estimamos um potencial de geração de recursos entre R$77 e R$91 bilhões, com destaque para ativos de refino e gás natural.

Além disso, o mercado também deve monitorar, após o leilão dos excedentes da Cessão Onerosa, ganhos da empresa com a compensação de investimentos passados e diferimento da produção original pelos vencedores do leilão.

Reiteramos nossa recomendação de compra nas ações da Petrobras, com preços-alvo de R$ 36 / R$ 35 / US$ 18,5 / US$ 18 para PETR4 / PETR3 / PBR_A /PBR.

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