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100 bilhões de reais de fluxo estrangeiro em 2022 – Fluxo em foco

Quais foram os principais fluxos e participantes da Bolsa brasileira no último mês? Neste relatório, destacamos as principais movimentações do mês.

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Outubro foi um mês mais volátil do que o resto do ano, marcado pelo primeiro e segundo turnos das eleições no Brasil. Daqui pra frente, essa volatilidade pode se manter em alta tanto para o mercado de ações, câmbio, e também para a curva de juros, com incertezas sobre o futuro da política fiscal ainda elevadas.

No cenário internacional, os mercados globais também tiveram um mês positivo em meio a uma temporada de resultados do 3T22 melhor do que o esperado até agora, e os mercados começando a precificar que o Federal Reserve, banco central americano, poderia começar a desacelerar o ritmo do ciclo de alta das taxas de juros.

Com isso, a Bolsa brasileira continua com um desempenho superior aos índices internacionais. No ano, o Ibovespa acumula uma alta de +10,7% em reais, e +19,1% em dólares. Enquanto isso, os mercados globais acumulam quedas de 18% a 30% em 2022. Esse desempenho pode ser explicado por: 1) grande exposição aos setores mais buscados por investidores globais como commodities e bancos, 2) múltiplos bastante atrativos, e 3) fim do ciclo de alta de juros por aqui enquanto a trajetória de juros continua incerta nas principais economias desenvolvidas.

Quer saber a nossa visão do que esperar da Bolsa brasileira? Veja o nosso último Raio XP – O que esperar para 2023?

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Forte fluxo de capital estrangeiro na Bolsa em meio às eleições

Outubro foi mais um mês positivo para o fluxo de capital estrangeiro na Bolsa brasileira em 2022, com uma entrada líquida de R$ 14 bilhões. O total acumulado de 2022 é de +R$ 102,7 bilhões.

Fonte: B3, XP Research. *Dados até 4/11/2022.
Fonte: B3, XP Research. *Dados até 4/11/2022.

Outubro foi um mês em que os mercados globais registraram alta de 6,0%, em dólares, medido pelo índice MSCI All Country World, enquanto o Ibovespa continuou com uma performance superior aos seus pares, subindo 10,4% no mês passado, na moeda americana.

Os catalisadores dessa alta nos mercados globais foram, principalmente, o otimismo em relação à uma possível pivotagem no ciclo de alta de taxas de juros pelo Fed, e a surpresa positiva em relação aos resultados das empresas no 3T22, em meio à um cenário de inflação global e aumento nos riscos de recessão.

Fonte: Bloomberg, XP Research.
Fonte: Bloomberg, XP Research.

Domesticamente, o mês passado foi marcado pelas eleições que elegeram Lula como o próximo presidente de Brasil a partir de 2023. Como tínhamos mencionado, os resultados do primeiro turno vieram muito mais apertados do que inicialmente projetados, o que foi positivo para ativos brasileiros. Abaixo, vemos que o fluxo de capital estrangeiro foi forte no dia 3 de outubro, um dia após o primeiro turno, com uma diferença menor do que esperado entre Lula e Bolsonaro indicando que ambos os candidatos teriam que fazer mais acenos ao centro.

Nós continuamos a ver um forte fluxo de capital estrangeiro no dia 31 de outubro, o dia após o segundo turno, e nos dias seguintes. Apesar de ainda existirem dúvidas sobre a composição da equipe econômica e os planos fiscais do novo governo, investidores estrangeiros tem continuado a alocar no Brasil com a redução da incerteza política enquanto o macro global tem sido desafiador.

Fonte: Bloomberg, XP Research.

Para ver mais: Lula volta à presidência do Brasil: o que esperar a seguir? e Não há outra alternativa? Por que o Brasil tem ganhado espaço nas carteiras globais.

Investimento em ações, via fundos, apresentam um fluxo negativo no ano

O investimento em ações, feito via fundos, teve um fluxo negativo de R$ 11,7 bilhões em setembro, último dado disponível, chegando a R$ 592,9 bilhões alocados em ações. Isso é uma queda de aproximadamente -0,2 p.p. M/M no patrimônio líquido das gestoras, representando apenas 10,2% do total.

Com a taxa Selic agora em 13,75%, os fundos de renda fixa continuam com a alocação em alta. A indústria de fundos está com R$ 5,2 trilhões alocados em renda fixa, correspondente a 89,2% do seu patrimônio total. Em setembro, houve um fluxo positivo de R$ 43 bilhões (+0,8% M/M) nessa classe de ativos no portfólio dos fundos.

Fonte: Anbima, XP Research
Fonte: Anbima, XP Research

Abaixo, comparamos o fluxo dos fundos que investem em ações com os retornos anuais do Ibovespa. Vemos que o fluxo é positivo nesses fundos quando o Ibovespa mostra retornos fortes; e o fluxo tende a cair ou se tornar negativo quando os retornos do Ibovespa caem.

Fonte: Anbima, Economatica, Research XP.

Fundos de pensão: Alocação em fundos de renda variável apresenta queda

Quando olhamos apenas para os fundos de pensão, segundo dados mais recentes disponíveis de julho de 2022 da Abrapp, o fluxo de alocação em ações diretamente foi de R$56,8 bilhões em relação à dezembro de 2021. Com isso, eles estão com uma alocação de R$144,1 bilhões em ações até agora em 2022.

Já o fluxo para fundos de renda variável foi negativo em julho, quando comparado com o final de 2021, em -R$11,3 bilhões, chegando a R$64,6 bilhões.

Juntos, investimentos em ações e fundos de renda variável representam 19,4% da carteira desses fundos de pensão, resultando em um total de R$209 bilhões. Já para renda fixa, o saldo é de R$843,5 bilhões, representando 78,5% do total.

Fonte: Abrapp, XP Research. *Dados até julho/22.
Fonte: Abrapp, XP Research. *Dados até julho/22.

Os dados acima revelam que a participação das instituições no mercado acionário ainda é baixa quando comparado à exposição à renda fixa, ou seja, ainda existe um grande potencial de migração da renda fixa para a variável.

Investidores pessoas físicas têm mais de R$ 500 bilhões investidos na Bolsa em outubro de 2022

Fonte: B3, XP Research.

Em outubro, último dado disponível, o número de investidores pessoas físicas (PFs) na Bolsa brasileira (B3) atingiu 5.382.285. Em relação a agosto, houve um aumento de 26.772 investidores PFs, equivalente a um crescimento mensal de +0,5%. Quanto à posição total desses investidores PFs, houve um aumento do valor total mensal de 2,3%, atingindo R$501,8 bilhões investidos.

Investidores estrangeiros possuem as maiores participações na Bolsa

Os principais investidores da Bolsa brasileira são: 1) investidores estrangeiros (56,3%), 2) instituições (25,2%) e 3) pessoas físicas (14,4%). Juntos, eles representam 95,9% dos participantes do mercado acionário.

Fonte: B3, XP Research
*Até 4/novembro
Fonte: B3, XP Research

Nessa publicação, considera-se apenas o fluxo do mercado à vista.

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