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Economia em Destaque: BC dos EUA sinaliza receio de subir demais os juros

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

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Resumo

No cenário internacional, o destaque foi a ata da última reunião do comitê de política monetária do Fed, na qual o Fed sinalizou que deve continuar subindo juros, e o ritmo será influenciado pela evolução dos dados econômicos.

No Brasil, a redução do preço da gasolina pela Petrobras nos levou a revisar a projeção de inflação de 2022 para 6,8% (de 7,0% anteriormente). A divulgação do IBC-Br de junho e as discussões no Congresso sobre a Lei Orçamentária Anual também foram destaques da semana.

Cenário internacional

BC dos EUA sinaliza receio de subir demais os juros, embora inflação siga um risco

O banco central dos EUA (Fed) publicou a ata de sua última reunião de política monetária, quando elevou as taxas de juros em 0,75pp, para 2,50%.

No documento, o Fed avalia que os indicadores de consumo e produção estão em desaceleração, mas o mercado de trabalho está aquecido e a inflação muito elevada. Neste cenário, a ata indica que os juros continuarão subindo e que magnitude das altas dependerá da evolução dos dados econômicos.

Os dirigentes do Fed, no entanto, destacaram os efeitos defasados ​​da alta dos juros sobre a inflação, o que gera um risco de alta excessiva de juros. Em particular no cenário volátil e incerto pelo qual passa a economia global.

Esperamos uma alta de 0,50pp em setembro e uma de 0,25pp em novembro, chegando à taxa terminal de 3,25% a.a. O risco, contudo, é de que os juros tenham que subir um pouco além deste patamar, o que pode afetar o desempenho de ativos de risco, como a bolsa.

Mercado imobiliário em queda nos EUA, resto da economia se sustenta

O mercado imobiliário mostrou sinais adicionais de contração, sugerindo que a alta de juros no país já afeta o setor, que é muito dependente de crédito. A construção de novas casas recuou quase 10% em julho, acumulando queda de 20% desde março.  

Em contrapartida, a produção industrial aumentou mais do que o esperado em julho, refletindo a normalização no fornecimento de insumos (especialmente para automóveis). Do lado do varejo, as vendas voltaram a subir em julho, com exceção de veículos. Mesmo com o bom desempenho das vendas há sinais de estoques em alta, o que pode ser positivo para a inflação adiante.

Economia da China segue perdendo força

Os indicadores de atividade econômica da China referentes a julho ficaram abaixo das expectativas. A produção industrial desacelerou de 3,9% para 3,8% ano a ano (abaixo das expectativas de 4,3%). As vendas no varejo cresceram 3,1% abaixo dos 2,7% de junho (expectativa era 4,9%). O mercado imobiliário, por sua vez, continua a ser a principal fonte de contração econômica. As vendas recuaram 29% frente a julho do ano passado.

Como resposta, o Banco Popular da China (banco central) cortou os juros das linhas de crédito de médio prazo em 0,10 pp, para 2,75%.

Sentimento sobre a economia recua na Alemanha

o sentimento econômico na Alemanha, medido pela sondagem ZEW, desacelerou em agosto para o nível mais baixo desde a crise da dívida europeia em 2011. O movimento reflete os temores de desaceleração no fornecimento de gás russo - especialmente duramente o inverno - e a tendência de alta de juros na Europa.

Maior aversão a risco pode enfraquecer os ativos latino-americanos

Publicamos nesta semana o relatório Como andam os nossos vizinhos de agosto, sobre a economia na América Latina. O risco de recessão global se intensifica: os preços mais baixos das commodities e maior aversão ao risco trazem desinflação global, mas podem enfraquecer os ativos latino-americanos.

Enquanto isso, no Brasil...

Após corte na gasolina, reduzimos projeção de IPCA para 6,8% em 2022

A Petrobras cortou novamente os preços de gasolina nas refinarias, em 4,8%. Com isto, revisamos a nossa projeção da inflação de 2022 para 6,8%.

Para 2023, continuamos a projetar 5,5% de alta, com as pressões em serviços e em preços administrados.

IBC-Br de junho reforça nossa expectativa para

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) – uma proxy mensal para o PIB do Brasil – cresceu 0,69% em junho, reforçando nossa estimativa de que o PIB do Brasil tenha crescido 1% no segundo trimestre. Nossa projeção de crescimento de 2,2% para a economia brasileira em 2022 tem viés de alta.

Discussões da Lei Orçamentária Anual

O Ministério da Economia busca uma alternativa para incluir na Lei Orçamentária Anual a prorrogação do aumento de 200 reais no Auxílio-Brasil. Uma possibilidade é seguir rigorosamente a lei vigente, que prevê a volta do benefício para 400 reais a partir de janeiro de 2023. Mas sinalizações políticas de manutenção dos 600 reais. O impacto seria de 60 bilhões de reais, o que poderia demandar novo ajuste na regra do teto.

O governo tem até o final de agosto para enviar a proposta ao Congresso.

O que esperar para semana que vem?

No cenário internacional, o destaque será o deflator de consumo pessoal (PCE) referente a julho nos Estados Unidos, a medida de inflação preferida pelo Fed. Além disso, teremos a prévia de agosto do índice de gerentes de compras (PMIs) de países desenvolvidos.

No Brasil, os destaques serão a divulgação da prévia da inflação (IPCA-15) de agosto, a criação de vagas de emprego (Caged) de julho e dados de setor externo de julho. Continuam as discussões relacionadas à Lei Orçamentária Anual no Congresso.

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