Semanalmente, aos sábados, um novo episódio do Outliers é divulgado nos agregadores de podcasts. Até aí, sem novidades. As boas novas são que os episódios passaram a ser transmitidos também em vídeo no Youtube da XP e que o time de analistas da XP passou a cobrir esses episódios para serem publicados em um relatório, como esse, que se aprofunda mais ainda em informações e detalhes sobre a gestora e/ou sobre o(s) fundo(s) discutido(s) em cada episódio. Nosso objetivo é ir mais fundo para ajudá-lo na análise desses produtos, por isso apresentamos o “Indo a Fundo no Outliers”.
Aproveitaremos a grande qualidade dos assuntos abordados e escolheremos uma temática para analisarmos a fundo. No caso desta versão discorremos com mais detalhes as estratégias da EB Capital para capturar as oportunidades que transição a verde pode trazer. Conheça mais sobre a tese de alocação do fundo EB Futuro Sustentável FIP, que é gerido por Luciana Ribeiro, entrevistada do 52° episódio do Outliers.
Conheça a EB Capital
Fundada em 2017 e contando hoje com pouco mais de R$3,5 bilhões sob gestão, a EB Capital possui em sua essência o objetivo de obter retornos elevados investindo em empresas que tragam soluções reais para problemas estruturais brasileiros, contribuindo para o desenvolvimento de um país melhor. Sendo uma gestora focada em investimentos em Private Equity (PE), a EB reúne sócios fundadores com vasta experiência em operação, execução e realização de investimentos.
Eduardo Sirotsky, Pedro Parente e Luciana Ribeiro, antes de se juntarem para estruturar e gerenciar a EB Capital, já haviam trabalhado de forma direta e indireta há 20 anos, iniciando a atuação dentro do Grupo RBS. Em primeiro momento Eduardo e Luciana se juntam no ano de 2017 para estruturação da gestora, até a chegada do Pedro Parente para fechar o bloco de três sócios fundadores.
A EB nasce com o objetivo de realizar investimentos focados na economia real, visando a possibilidade de solucionar lacunas estruturais a partir do investimento em negócios escaláveis. As investidas possuem perfil típico de PE – são empresas que já estão em operação, com seu modelo de negócio consolidado e demonstram grande potencial de crescimento. Os ganhos serão resultado da implementação de boas práticas de gestão, por meio do controle da empresa.
Outros fatores são levados em consideração pela EB antes de escolher o segmento de atuação e consequentemente as empresas que farão parte dos seus fundos. Inicialmente é feito um mapeamento dentro dos gargalos estruturais brasileiros, com o objetivo de identificar essas lacunas que poderiam ser trabalhadas pela iniciativa privada. Dessa forma, existe um processo de pesquisa detalhado para identificar qual é a maturidade do mercado em questão, verificando a existência de empresas que possuam relevância no segmento, demonstrando potenciais oportunidades de retorno. Se a tese fizer sentido, é feito o levantamento do fundo por meio da captação de recursos.
Foi realizando esse mapeamento e análise que a EB estruturou o fundo EB Fibra – que levantou mais de R$1,5 bilhões de capital comprometido em 2020. Recursos esses que estão sendo destinados para a criação da maior empresa de fibra ótica independente do Brasil. Vale destacar que apesar de estruturar produtos focados em determinados assuntos/segmentos, a EB não se trata de uma gestora focada em uma única temática – se o negócio estiver nessa conjuntura transformacional, pode ser uma potencial investida da EB.
Além do setor de infraestrutura, existem duas temáticas relevantes para o portfólio da EB: educação e transição verde, sendo que este último abre uma série de subsegmentos de atuação. Dessa forma, antes de destacarmos os diferenciais do fundo EB Futuro Sustentável, e entender o seu foco de atuação, é importante entender a abrangência e importância da transição verde.
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A transição para uma economia verde
Não é novidade que o crescimento econômico e desenvolvimento da humanidade possui como um dos alicerces principais a utilização de energia. De maneira geral, a sociedade moderna depende da energia para execução de diversas atividades tidas como essenciais para o cotidiano. Entretanto a matriz utilizada mundialmente ainda é composta majoritariamente por fontes não renováveis. Ao avaliar a evolução da matriz energética mundial nas últimas décadas, podemos ver uma crescente e exponecial utilização de combustíveis fosseis, como o carvão, gás natural e petróleo, principalmente no mundo pós 2ª Guerra Mundial.
Muitos acreditam que a matriz energética mundial da forma como está estruturada atualmente tem seus dias contados, visto que a dependência mundial majoritariamente em fontes de energias finitas, coloca em risco o uso e existência para as futuras gerações. Sem contar na emissão de gases de efeito estufa que essas fontes não-renováveis produzem, agravando ainda mais a situação climática a nível global.
O World Economic Forum, elencou o fracasso climático e a crise social como os principais riscos globais de 2022, sendo a crise climática a maior ameaça de longo prazo que a humanidade enfrenta. Além disso, de acordo com o último relatório IPCC da ONU, o planeta está aquecendo mais rápido do que esperado, caminhando para uma temperatura 1,5° acima do nível pré-industrial já na década de 2030, sendo 10 anos antes do esperado.
Os efeitos desse aumento de temperatura afetam diretamente a sociedade, onde as consequências humanitárias e econômicas chegam com a elevação do nível do mar, alto volume de chuvas – provocando graves enchentes, mas também secas que assolam por um longo período determinadas regiões. Diante dessa situação alarmante, o grande foco mundial está na redução das emissões de GEEs (gases de efeito estufa), através da criação de alternativas que possibilitem o processo de transição para uma economia de baixo carbono.
Esse processo de transição por si não acontecerá sozinho, a solução precisa vir da pesquisa, desenvolvimento científico e fortalecimento de negócios que possuam atuação focada. O direcionamento de investimentos se torna essencial, para acelerar o processo de transformação e reduzir os impactos negativos dessa atual estrutura na sociedade.
O time ESG do Research da XP publicou recentemente um relatório que mostra as cinco tendências que moldarão os investimentos sustentáveis em 2022, sendo elas: (i) preocupações acerca da redução de emissão dos gases de efeito estufa; (ii) os créditos de carbono como uma importante alternativa de enfretamento das mudanças climáticas; (iii) o aumento do foco e importância do olhar para o pilar “S” (social) com a crescente demanda de investidores por empresas que demonstram liderança nesse assunto; (iv) o avanço das regulamentações e; (v) a padronização das métricas e divulgações ESG.
Aqui vale destacar um ponto importante trazido pela Luciana Ribeiro no episódio do Outliers, que é a importância de separar e diferenciar o que é o processo ESG, da definição do que se trata a transição verde. Sendo o primeiro um processo de grande relevância para todo o mundo, que define os moldes de atuação das empresas na sociedade, e o segundo se trata de uma transição, que oferece oportunidades visto que carece de soluções inovadoras para proporcionar a solução dos problemas atuais.
EB Futuro Sustentável FIP
O fundo EB Futuro Sustentável FIP Multiestratégia, é um fundo de Private Equity voltado à economia real, que tem como foco principal gerar retornos elevados aos seus investidores por meio de investimentos em empresas que viabilizam a transição verde e social, empresas que atuem diretamente trazendo soluções para problemas estruturais brasileiros, no âmbito ambiental e social. Por meio do controle da companhia, a EB Capital objetiva inserir a sustentabilidade como estratégia de inovação, gestão e governança das investidas.
Enxergando no Brasil vantagens comparativas únicas em relação a outros lugares do mundo, a EB atua olhando para a biodiversidade, potencial de energia renovável, economia circular, entre outros fatores que promove ao Brasil vantagens comparativas únicas em relação a outros lugares do mundo. Ao todo, são quatro as principais teses de investimento para esse produto são, a (i) economia circular; (ii) a criação de soluções verdes para o agronegócio; o (iii) uso de dados e inteligência artificial na saúde, e por último; a criação de (iv) cidades sustentáveis e mais eficientes.
Em termos de exposição a cada temática, 35% dos recursos levantados pelo fundo serão destinados a empresas vinculadas a economia circular, 25% em empresas ligadas ao acesso e ampliação à saúde e por fim, 40% estarão focadas em soluções tecnológicas focadas no verde, e na criação de alternativas que permitam o uso mais eficiente dos recursos naturais nas cidades. Além disso, a EB busca o controle, co-controle ou participação minoritária relevante na companhia, investindo em empresas que possuam negócios em fase de profissionalização, escala e gestão, em setores resilientes aos ciclos econômicos. O período de maturação das investidas é de um prazo médio de 4 anos, e o objetivo de retorno de médio/longo prazo é acima de 25% ao ano.
O fundo EB Futuro Sustentável se trata de um fundo Alternativo Ilíquido, ou seja, a compra fora do período de oferta pública só é possível via disponibilidade de cotas no ambiente de sessão de cotas – sendo necessário acionar o atendimento da assessoria para verificar disponibilidade.
A estratégia teve sua captação levantada em outubro de 2021, e ainda não possui nenhum investimento realizado, estando próxima a realizar seu primeiro investimento. Aqui vale pontuar que dentro da indústria de PE, o fundo desse gênero tem como prazo para realizar todos seus investimentos um período de 5 anos e a saída das operações pode ser via mercado de capitais ou venda para outro investidor estratégico.
Abaixo você pode conferir o episódio do Outliers na integra.
O investidor do futuro
Falar sobre transição em um momento de grandes incertezas mundiais torna o processo de investimento ainda mais complexo. Por outro lado, é muito importante estar ciente dos problemas atuais da sociedade e sobre como o mundo está se movimentando para saná-los, tornando possível um posicionamento estratégico para alavancar o processo transformacional e gerar retornos positivos no caminho.
Por muito tempo, a ideia de ter retornos econômicos caminhava distante do propósito ambiental e social, em uma ideia muito limitada sobre a interação das empresas em relação a sociedade. Se dar conta de que todo ecossistema mundial está cada vez mais conectado, gera uma responsabilidade que precisa ser traduzida em atitudes efetivas.
Dessa forma, tudo começa tomando conhecimento desse processo transformacional. Por outro lado, o conhecimento por si só, sem a ação, não será o bastante. Temos pressa em relação ao futuro do mundo e das próximas gerações e por esse motivo, o investidor do presente precisa entender que não existe futuro sem sustentabilidade e que as suas decisões econômicas (seja no âmbito do consumo ou investimentos) possuem grande potencial para mudar a realidade que temos no mundo hoje.
O investidor precisa com urgência se responsabilizar pelo destino dos seus recursos, e se ater aos dados, inovações tecnológicas e soluções existentes para acelerar o processo transformacional que nossa sociedade está passando no momento.