IBOVESPA +2,0% | 112.833 Pontos
CÂMBIO -0,2% | 5,51/USD
O que pode impactar o mercado hoje
Na semana passada, a Bolsa brasileira passou quase todos os dias praticamente estável, salvo na sexta-feira, quando os ganhos se aceleraram após divulgações da inflação no Brasil e payroll nos Estados Unidos. Uma leitura positiva desses dados levou o Ibovespa a fechar o dia com ganhos de +2,0%, terminando a semana com leves perdas de -0,06%, aos 112.833 pontos. Já nesta semana, investidores devem ficar de olho no início da temporada de resultados do terceiro trimestre nos EUA, iniciada tipicamente com a divulgação dos balanços de grandes bancos americanos.
Além disso, do lado internacional, teremos a divulgação da ata da última reunião de política monetária dos EUA, o FOMC, a divulgação de dados de produção industrial de agosto na Zona do Euro e inflação de setembro na Alemanha, além de dados do setor externo e inflação ao consumidor na China, todos termômetros importantes da recuperação econômica após restrições provocadas pela variante delta. No cenário doméstico, a CPI da Pandemia se encaminha para um final e a PEC dos Precatórios deve seguir para votação em breve; além disso, a proposta de alteração no ICMS deve seguir em discussão.
Hoje, os Mercados Globais amanhecem negativos (EUA -0,5% e Europa -0,4%) ao passo que preocupações com a retomada econômica global escalam em virtude dos elevados preços do petróleo e da crise energética global. Nos EUA, investidores aguardam o início da temporada de resultados, que começa com os bancos nesta semana. Na China (+0,1%), ações de tecnologia apreciaram-se ~3% após anúncio de que a Meituan será penalizada com uma multa antitruste mais baixa que o esperado. O Bitcoin (+1,5%) amanhece em alta à medida que investidores especulam sobre uma possível aprovação de um ETF de Bitcoin que investe em contratos futuros pela SEC (CVM americana). Por fim, o petróleo (+2,8%) segue a sua sequência de alta com o descontínuo balanço entre oferta e demanda pela commodity globalmente.
Do lado de Economia, destaque para o relatório de emprego dos Estados Unidos (nonfarm payroll), divulgado na última sexta-feira (8). O documento mostrou criação líquida de apenas 194 mil empregos na economia local em setembro, resultado muito inferior às expectativas do mercado (500 mil). O ritmo mais lento de geração de vagas deveu-se, em grande medida, à contração da população ocupada no setor público, enquanto o setor privado exibiu números sólidos. Vale ressaltar que os resultados de julho e agosto foram revisados para cima, e que a taxa de desocupação americana atingiu 4,8%, o menor patamar desde fevereiro de 2020. Com isso, acreditamos que os dados relativamente fracos de emprego em setembro não irão alterar as decisões de curto prazo do Fed, que deve anunciar formalmente o início da redução gradual de suas compras de ativos (tapering) na próxima reunião de política monetária, no início de novembro.
No Brasil, o IPCA de setembro, também divulgado na última sexta-feira, apresentou elevação mensal inferior às expectativas. Apesar disso, o índice registrou a maior taxa de variação acumulada em 12 meses desde fevereiro de 2016. Mantemos o cenário de inflação bastante pressionada no curto prazo, como reflexo dos preços de commodities em níveis altos (petróleo como maior destaque), taxa de câmbio depreciada, restrições nas cadeias globais de suprimentos e efeitos da crise hídrica (aumento expressivo da tarifa de energia elétrica): projetamos alta de 9,0% para o IPCA de 2021.
Por fim, no campo Político, a Câmara dos Estados Unidos deve votar na terça-feira (12) uma medida que eleva teto da dívida por USD 480 bilhões. O projeto já foi aprovado no Senado e não se esperam empecilhos na Câmara, onde democratas têm maioria. Segundo estimativas do Tesouro do país, o valor deve ser suficiente para manter a solvência do país até o dia 3 de dezembro. Portanto, o debate deve ser retomado no fim do ano, ao mesmo tempo que as discussões sobre o orçamento para o governo e entes públicos terá que ser retomado. Nesse contexto, cresce apoio entre democratas para eliminação do teto da dívida. No entanto, as conversas são incipientes e a expectativa é que não haja acordo sobre o tema devido a composição atual do Congresso.
Tópicos do dia
Economia
- Dados de emprego nos EUA e inflação (IPCA) no Brasil vieram abaixo das expectativas
- Boletim FOCUS
Política
- A Câmara dos Estados Unidos deve votar na terça-feira (12) uma medida que eleva teto da dívida por USD 480 bilhões
- Janet Yellen disse que espera que o Congresso avance o imposto mínimo global
Empresas
- Grupo Pão de Açucar (PCAR3): Cnova anuncia adiamento de aumento de capital; Negativo
- Plano & Plano (PLPL3): Dados Operacionais Sólidos no 3T21
- Principais notícias dos setores
Mercados
- Radar Global: Análises das principais empresas e tendências sob o nosso Radar | Valor da SpaceX
ESG
- Café com ESG: Conteúdos diários que transformam | 11/10
Veja todos os detalhes
Economia
Dados de emprego nos EUA e inflação (IPCA) no Brasil vieram abaixo das expectativas
- Conforme publicado pelo Departamento de Trabalho dos Estados Unidos na última sexta-feira (8), houve criação líquida de apenas 194 mil empregos na economia local em setembro, resultado muito inferior à nossa expectativa (585 mil) e ao consenso de mercado (500 mil). O ritmo mais lento de geração de vagas divulgado pelo relatório de emprego americano (Nonfarm Payroll) deveu-se principalmente à queda acentuada das categorias do setor público (-123 mil), sobretudo no ramo de educação, bastante afetado por questões de sazonalidade. Enquanto isso, o setor privado teve adição líquida de 317 mil empregos. As atividades de “Lazer e Hotelaria” voltaram a liderar a geração de vagas (74 mil), em linha com a reabertura econômica. “Serviços Profissionais e Empresariais” (60 mil e “Varejo” (56 mil) também apresentaram resultados sólidos. A taxa de desemprego dos Estados Unidos recuou para 4,8%, o menor nível desde fevereiro de 2020 (o consenso de mercado apontava para 5,1%). Por sua vez, o rendimento médio apresentou forte expansão em setembro (avanço de 0,6% ante agosto e 4,6% nos últimos 12 meses), à medida que as empresas vêm adotando a elevação de salários como forma de reduzir a persistente escassez de mão de obra na maior economia do mundo. A força de trabalho disponível diminuiu em 183 mil no mês passado e está 3,1 milhões abaixo do contingente registrado no início de 2020. Vale ressaltar que o relatório de emprego trouxe algumas boas notícias em termos de revisão na série de dados, já que a geração de ocupações de julho aumentou em 38 mil em comparação à divulgação original (para 1,09 milhão), ao passo que o saldo de agosto foi revisado de 235 mil para 366 mil. Em nossa opinião, os números relativamente fracos de emprego em setembro não irão alterar as decisões de curto prazo do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Continuamos a acreditar que o Fed anunciará formalmente a redução gradual de suas compras de ativos (tapering) na próxima reunião de política monetária, em 03 de novembro – a retirada dos estímulos deve começar efetivamente em dezembro, a um ritmo de US$ 15 bilhões a menos por mês, e terminar em meados de 2022;
- No Brasil, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve elevação de 1,16% em setembro, resultado abaixo da nossa estimativa e do consenso de mercado (1,26% e 1,25%, respectivamente). Os dados de inflação foram divulgados pelo IBGE na sexta-feira. Mesmo aquém do esperado, essa foi a maior taxa de variação para o mês de setembro desde 1994. Com isso, o IPCA acumula alta de 6,90% em 2021, e de 10,25% nos últimos 12 meses (a maior taxa desde fevereiro de 2016). Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito exibiram alta em setembro. O maior impacto e a maior variação vieram de Habitação, influenciado principalmente pela alta da energia elétrica (6,47%) – vale lembrar que em setembro passou a valer a bandeira “escassez hídrica”. Outro grupo que registrou aumento expressivo foi Transportes (1,82%), e mais uma vez os combustíveis (2,43%) puxaram essa inflação. Os preços dos bens industrializados tiveram alta de 1,04% no mês passado, mais uma vez refletindo a forte elevação dos custos de produção e do repasse cambial (esta tendência deve permanecer nos próximos meses). Do lado mais favorável, a inflação de serviços subiu para 0,64% em setembro ante 0,39% em agosto, mas ficou abaixo do projetado (0,78%). O resultado do IPCA abaixo do esperado e com desagregação levemente positiva, principalmente nos preços de serviços, não altera nosso cenário de inflação pressionada no curto prazo, tendo em vista os efeitos dos preços de commodities em níveis elevados (destaque para o barril de petróleo), da taxa de câmbio depreciada, dos gargalos nas globais de insumos e da crise hídrica. Desta forma, projetamos alta de 9,0% para o IPCA de 2021;
- Em relação à agenda econômica internacional desta semana, o foco dos mercados estará na divulgação de dados econômicos da China (importações/exportações na 4ª-feira e inflação – ao produtor e ao consumidor – na 5ª-feira), inflação ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos (4ª-feira) e ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (4ª-feira). No Brasil, destaque para a publicação de resultados do setor de serviços (Pesquisa Mensal de Serviços, na 5ª-feira) e do IBC-Br, proxy mensal do PIB calculada pelo Banco Central (6ª-feira) – ambos referentes a agosto. Além disso, chamamos a atenção para a fase final da CPI da Pandemia e a continuidade das discussões envolvendo a PEC dos Precatórios e propostas de mudança na alíquota do ICMS incidente sobre combustíveis.
Boletim FOCUS – Data de referência 11/10/2021
- Destaque: Destaque para elevação das projeções de IPCA (2021 e 2022) e taxa Selic 2022;
- A mediana das expectativas do mercado para a variação do IPCA em 2021 segue em trajetória de alta, variando de 8,51% na semana passada para 8,59% na divulgação de hoje (estava em 8,00% há quatro semanas). No mesmo sentido, o consenso para o IPCA de 2022 registrou elevação de 4,14% para 4,17% (4,03% há 1 mês), ficando ainda mais distante da meta de inflação estabelecida para o próximo ano (3,50%). Com base em atualizações nos últimos 5 dias úteis, a previsão para o IPCA de 2021 aumentou de 8,70% para 8,71%, enquanto a mediana para 2022 subiu de 4,14% para 4,17%;
- Por sua vez, a previsão do mercado para o crescimento real do PIB em 2021 permaneceu (pela terceira vez consecutiva) em 5,04%. Para o PIB de 2022, por sua vez, a projeção apresentou queda de 1,57% para 1,54% (estava em 1,72% há 1 mês);
- A mediana das expectativas para a taxa Selic no final de 2021 ficou estável em 8,25% (8,00% há 4 semanas). Por sua vez, o consenso de mercado para a taxa básica de juros no final de 2022 subiu de 8,50% para 8,75%;
- Por fim, a projeção do mercado para a taxa de câmbio no final de 2021 ascendeu de R$/US$ 5,20 para R$/US$ 5,25. Para o final de 2022, a mediana das estimativas permaneceu em R$/US$ 5,25.
Política
A Câmara dos Estados Unidos deve votar na terça-feira (12) uma medida que eleva teto da dívida por USD 480 bilhões
- A Câmara dos Estados Unidos deve votar na terça-feira (12) uma medida que eleva teto da dívida por USD 480 bilhões. O projeto já foi aprovado no Senado e não se esperam empecilhos na Câmara, onde democratas têm maioria;
- Segundo estimativas do Tesouro do país, o valor deve ser suficiente para manter a solvência do país até o dia 3 de dezembro. Portanto, o debate deve ser retomado no fim do ano, ao mesmo tempo que as discussões sobre o orçamento para o governo e entes públicos terá que ser retomado;
- Nesse contexto, cresce apoio entre democratas para eliminação do teto da dívida. No entanto, as conversas são incipientes e a expectativa é que não haja acordo sobre o tema devido a composição atual do Congresso.
Janet Yellen disse que espera que o Congresso avance o imposto mínimo global
- Em paralelo, Janet Yellen disse que espera que o Congresso avance o imposto mínimo globalacordado na semana passada por 136 países via reconciliation, manobra que não requer votos republicanos. No entanto, diante da resistência de moderados sobre a pauta e diversas divergências existentes nas discussões sobre o projeto, o ambiente é pouco favorável à inciativa.
Empresas
Grupo Pão de Açucar (PCAR3): Cnova anuncia adiamento de aumento de capital; Negativo
- A Cnova, braço de ecommerce do Casino (controlador do GPA), reportou seus resultados hoje e anunciou que está adiando o aumento de capital que tinha previsto para essa ano por conta das condições de mercado;
- Além disso, a companhia também retirou o guidance dado para o ano. Esse era um potencial trigger para o papel pois havia uma expectativa de que haveria uma parcela secundária, onde o GPA poderia desinvestir de uma parte ou de toda a sua participação de 34,17% no ativo, que traria um destravamento de valor no papel;
- Vemos esse anúncio como negativo e reajustamos nosso preço alvo para R$29,0, mantendo a recomendação Neutra para o papel. (Clique aqui para acessar o relatório completo).
Plano & Plano (PLPL3): Dados Operacionais Sólidos no 3T21
- A Plano & Plano registrou dados operacionais sólidos no 3T21, impulsionados principalmente por lançamentos com aumento acentuado de 24,2% vs. 2T21, atingindo R$439millon no 3T21, totalizando R$896 milhões em 9M21 contra 905mn em 9M20. Como consequência, as vendas líquidas subiram 45% ano contra ano, atingindo R$326 milhões no 3T21, totalizando R$ 1,023 bilhão em 9M21 contra R$ 590 milhões no 9M21. Dito isto, a velocidade das vendas liquidas atingiu um nível sólido de 43% nos últimos 12 meses, mesmo patamar quando comparado com 2T21 , refletindo a demanda sólida no segmento de baixa renda, apesar do cenário macro desafiador;
- Portanto, podemos ver uma reação positiva da ação;
- No lado de valuation, vemos a Plano & Plano negociando a 3,7x P/E em 2022, que vemos como atrativo.
Principais notícias dos setores
Nestas publicações diárias, trazemos as principais notícias nacionais e internacionais dos setores: Financeiro, Varejo (e-commerce, supermercados, lojas de roupa, farmácias, etc.), Agro, Alimentos e Bebidas e Energia (óleo & gás e elétricas).
- Notícias Diárias do Setor Financeiro
- Bradesco anuncia compra da fatia do BB no Digio por R$ 625 milhões. Banco digital Digio tem uma carteira de R$ 2,5 bilhões e teve lucro de R$ 36,7 milhões no 1º semestre. (Valor);
- Méliuz e Captalys fecham parceria para novo cartão. Segundo comunicado, estrutura de crédito será feita através de FIDC exclusivo. (Valor);
- Clique aqui para acessar o relatório.
- Entrega XP: Notícias diárias do setor de varejo
- Amazon acelera atração de lojistas brasileiros para ser opção a gigantes do e-commerce. (Estadão);
- Marcas próprias de supermercados tomam espaço das econômicas no varejo. (Estadão);
- Clique aqui para acessar o relatório.
- Agro, Alimentos & Bebidas: confira as principais notícias
- Radar Energia XP: Notícias diárias do setor de energia
- ONS: Níveis dos reservatórios das hidrelétricas apontam sinais de recuperação. (Valor Econômico);
- Energia catapulta IPCA de setembro. (Canal Energia);
- Clique aqui para acessar o relatório.
Mercados
Radar Global: Análises das principais empresas e tendências sob o nosso Radar | Valor da SpaceX
- SpaceX é avaliada em um montante superior a US$ 100bi após venda de ações de seus investidores;
- A TSMC planeja construir uma nova fábrica de chips, no valor de US$ 7,15bi, em conjunto com a Sony;
- A Apple anunciou a expansão de sua sede em Culver City, próxima a Hollywood, na Califórnia;
- Dados apontam que a atual produção de energia elétrica na China não é suficiente para suprir toda a demanda do país;
- Acesse aqui o relatório internacional.
ESG
Café com ESG: Conteúdos diários que transformam | 11/10
- Na sexta-feira, o mercado encerrou em território positivo, com o Ibov e o ISE em alta de +2,0% e +1,9%, respectivamente. Na semana, o Ibov fechou em alta de +2,2%, enquanto o ISE +1,1%;
- No Brasil, (i) a Petrobras passará a utilizar plataformas de produção de petróleo totalmente eletrificadas nos seus novos projetos, a fim de ganhar eficiência e reduzir o volume de emissões de carbono por barril de petróleo produzido, em meio à transição energética; e (ii) o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, afirmou no fim da semana passada que o Brasil oficializará, durante a CoP-26, o compromisso de zerar o desmatamento ilegal antes de 2030;
- No internacional, segundo uma análise da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o financiamento climático dos países ricos aos países em desenvolvimento chegou a US$ 79,6 bilhões em 2019, um crescimento de 2% em relação a 2018, mas faltaram US$ 20 bilhões para cumprir a promessa, feita em 2009, de atingir US$ 100 bilhões anuais em 2020 em recursos climáticos. Clique aqui para acessar o relatório e começar o dia bem informado com as principais notícias ao redor do Brasil e do mundo quando o tema é ESG.
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