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Inflação de junho surpreende para baixo, mas deve acelerar em julho

O resultado mensal veio levemente abaixo do esperado, especialmente devido a uma alta menor do que a esperada em combustíveis e veículos. Dito isso, a pressão sobre os preços correntes deve seguir pelos próximos meses. O movimento será puxado por preços de energia, gasolina e alimentos.

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A inflação medida pelo IPCA (principal indicador de preços ao consumidor no Brasil) registrou alta de 0,53% no mês, levando o acumulado em doze meses para 8,35% - o maior nível desde setembro de 2016. O resultado mensal veio levemente abaixo do esperado, especialmente devido a uma alta menor do que a esperada em energia elétrica, combustíveis e veículos.

Os preços de serviços subiram 0,23% em junho, após queda de 0,15% em maio. E os serviços subjacentes, medida monitorada pelo BC, acelerou de 0,32% para 0,44%. Os preços dos bens industriais registraram desaceleração no mês, de 1,3% para 0,80%, um pouco abaixo da nossa projeção (+ 0,86%).

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, oito tiveram alta de preços em junho. O maior impacto (0,17 p.p.) veio do grupo Habitação, com alta de 1,10% no mês. Em junho, passou a vigorar a bandeira tarifária vermelha patamar 2, acrescentando R$ 6,243 na conta de luz a cada 100 quilowatts-hora consumidos.

Os núcleos da inflação seguem em patamar elevado, desacelerando marginalmente de 0,54% para 0,53%. Na comparação anual, passou de 4,3% para 4,7%, acima da meta de inflação do BC (3,75%).

À frente, a pressão sobre os preços correntes deve seguir no curto prazo. O movimento será puxado por preços de energia (52% da taxa adicional da bandeira vermelha patamar 2), gasolina (após recente anúncio de alta pela Petrobrás, embora ainda siga defasado com preços internacionais) e alimentos, efeito das condições climáticas adversas.

Devemos começar a ver certo arrefecimento no indicador acumulado em doze meses por volta do final do terceiro trimestre, também quando o efeito base de comparação (dado a inflação muito baixa do ano passado) passará a pesar menos. Assim, a inflação deve encerrar o ano próxima a 6,4% ao ano, portanto em nível bem superior à meta Banco Central (3,75%).

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