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Banco Central apresenta resultados da Agenda BC#

Confira a visão da nossa equipe sobre a apresentação de hoje do presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto.

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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, apresentou hoje os resultados da Agenda BC#.  Além das entregas, o foco da apresentação foi onde o BACEN pretende chegar com tais iniciativas. Por fim, o regulador divulgou o calendário de ações para 2020 e 2021.

No geral, a apresentação foi negativa para a nossa cobertura. A maioria das medidas destacadas pelo BACEN incentiva a redução das taxas de juros, competição, entrada e fortalecimento de novos entrantes, além de colocar limite em tarifas e quebra de barreiras de entrada. Porém é importante o entendimento de que nenhuma das medidas apresentadas é novidade; a maioria das medidas já foram implementadas ou pelo menos divulgadas. O que explica a queda de 1% no IFNC (1.5-2.0% apenas bancos) é o tom do regulador, que em dez meses já apresentou ou implementou uma grande agenda pró-competição e pela redução das taxas.

Conforme outras reuniões do BACEN, as entregas foram exaltadas nos quatro pilares da agenda: inclusão, competitividade, transparência e educação, dos quais destacamos os dois primeiros a seguir.

Inclusão

  • Em inclusão, acreditamos que as medidas mais importantes foram relacionadas ao microcrédito e as iniciativas de mercado de capitais.
  • Em cooperativismo, o BACEN ressaltou a possibilidade de captação de poupança por singulares e da captação de cooperativas através novos títulos. Cooperativas já apresentam um crescimento superior aos bancos sob nossa cobertura, e tais medidas deixam as mesmas ainda mais competitivas, o que deve afetar principalmente a competição no interior.
  • Já nas iniciativas de mercado de capitais, destacamos as medidas de incentivo a fintechs através de menores requerimentos regulatórios (sandbox). Tal medida incentiva a entrada e o crescimento de novos players no mercado, outro claro incentivo incentivo a competição.

Competitividade

  • Em competitividade, o destaque foram as medidas de inovação e eficiência de mercado.
  • O primeiro destaque foi o open banking, que visa abrir os dados de clientes. O presidente afirmou que estão avançando em pontos cruciais para o desenvolvimento do projeto: reciprocidade nas consultas públicas de clientes por bancos, o custo de tais consultas e o nível de regulamentação a ser a ser aplicado por segmento. A princípio, o tema é negativo para o setor, uma vez que existe hoje uma grande assimetria de informações favorável aos bancos sob nossa cobertura, porém existe pouca visibilidade do que vai ser relamente o open banking e os reais impactos.
  • Tópico também importante é o de pagamento instantâneo (fast payment), projeto que visa a competição pelos recebíveis de cartão de crédito. Apesar de mais indireto, pois é mais focado na indústria de adquirência, a medida deve afetar negativamente as receitas advindas de antecipação de recebíveis, uma vez que a competição deve reduzir ambos volume e margens.
  • Para abrir a área de eficiência de mercado, Campos Neto destacou a criação do Decem, que é um grupo focado em competição bancária e nos incentivos para atingir a mesma. O presidente destacou que várias das medidas implementadas ou sugeridas vieram de estudos deste grupo.
  • Foram citadas também as liberações de compulsório sobre depósitos bancários. Segundo o BACEN, cerca de R$ 18 bilhões foram liberados, o que aumenta a capacidade de originação dos bancos. Essa é uma medida positiva, uma vez que os recursos em compulsório são destuidores de valor para os bancos.
  • Por fim, ênfase no limite da taxa do cheque especial. Medida que já destacamos em relatório anterior e pode ser visualizado aqui,

Por fim, o BACEN divulgou a agenda de atuação para 2020 e 2021.

2020

  • Aprovação da autonomia do BC;
  • Aprovação do PL cambial;
  • Autorização de fintechs e bancos voltados ao microcrédito;
  • Hedge para infraestrutura – PL;
  • Cra (MP 897);
  • Modernização do mercado monetário;
  • Interoperabilidade de registradoras de garantias;
  • Protocolo de tratamento de riscos cibernéticos;
  • Sandbox – análise da consulta pública;
  • Novo benchmark para a gestão de reservas;
  • Crédito rural: simplificação de acesso;
  • Indicadores de comunicação da política monetária;
  • Relacionamento com investidores: rede intra-BC;
  • Aprender valor: Projeto piloto;
  • Plataforma digital de microcrédito;
  • Sistema Nacional de Garantias;
  • Modernização de instrumentos financeiros (LIG, Notas cComerciais, Fundos Imob.);
  • Modernização organizacional das cooperativas;
  • Funding infra sistema de cooperativas;
  • Modernização da governança das cooperativas;
  • Aderência da taxa Selic ao padrão IOSCO;
  • LFL – plano tecnológico;
  • Lei das Infraestruturas do Mercado Financeiro – LIMF;
  • Regulamentação do arranjo do sistema de pagamentos instantâneos;
  • Normativos do sistema de Open Banking;
  • Curadoria do Museu de Valores;
  • Aprovação da lei de Resolução Bancária;
  • Regulamentação do PL Cambial;
  • Modernização do mercado de títulos da dívida pública federal;
  • Ajustes finais na preparação para OCDE: Códigos;
  • Pagamentos Instantâneos: sistema de liquidação;
  • Open banking fases I e II.

2021

  • LFL: implantação da solução tecnológica;
  • Open Banking: serviços e outros dados;
  • Aprender valor: disponível para escolas de todo o Brasil;
  • Avaliação e aperfeiçoamento das mudanças promovidas no mercado monetário;
  • LFL: regulamentação.
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