IBOVESPA -1,9% | 100.573 Pontos
CÂMBIO +1,2% | 4,11/USD
O que pode impactar o mercado hoje
Ontem o Ibovespa teve queda de 1,9%, seguindo preocupação quanto à evolução das reformas no Brasil e ceticismo quanto às negociações comerciais EUA-China.
Com a Câmara e o Senado discutindo a divisão de recursos e a viagem de muitos políticos para a canonização de Irmã Dulce, a reforma da previdência foi de fato adiada, como esperado, e deve ser votada apenas na semana do dia 22 de outubro.
Além disso, o governo deve enviar a reforma administrativa após conclusão da votação da previdência no Senado. O texto deve prever o fim da estabilidade para novos servidores e uma ‘regra de transição’ para os atuais. O projeto deve tratar ainda do fim de privilégios, como licenças e gratificações, da redução no número de carreiras e da aproximação entre salários do setor público e do setor privado, entre outros pontos. O conjunto de mudanças disputará o palco no debate político com a reforma tributária e o pacto federativo.
Continua a disputa pelos recursos do leilão de petróleo previsto para ocorrer em novembro. Senado quer manter acordo aprovado na casa, que favorece norte e nordeste, enquanto a Câmara quer alterar o texto para destinar mais recursos para sul e sudeste. A saída para resolver o impasse pode vir de recursos destinados à União. A proposta é retirar R$ 4 bilhões adicionais do governo federal e distribuir os recursos aos estados pelos critérios da Lei Kandir, que favorece entes do sul e sudeste.
No campo econômico, de acordo com o Globo, o Banco Central enviou ao Congresso um projeto de lei que desburocratiza as operações cambiais no país. A medida tem um impacto importante, pois além de elevar a possibilidade de que pessoas físicas possam abrir contas em dólar, o projeto de lei atualiza o marco regulatório do mercado de câmbio no país e reduz custos e burocracias às empresas que operam no mercado cambial.
Nesta manhã, futuros nos EUA negociam em queda, em meio a sessão negativa na Europa e fechamento positivo na Ásia durante a noite. A atenção continua às manchetes sobre negociações comerciais EUA-China, antes das reuniões de alto escalão desta semana.
O Ministério do Comércio da China confirmou o vice-premiê Liu He, que liderará a delegação comercial para negociações. Ainda há ceticismo em relação à perspectiva de acordo, com a China supostamente querendo limitar o escopo das negociações para excluir a reforma estrutural e o presidente Trump a favor de um acordo abrangente, apesar de ter expressado dúvidas de poder alcança-lo rapidamente.
Os EUA também fizeram uma lista negra de empresas de tecnologia chinesas devido ao suposto envolvimento em violações dos direitos humanos. A China disse que se opõe fortemente à decisão.
Por fim, os preços de celulose de fibra curta na China permaneceram praticamente estáveis nessa terça-feira, com leve recuo de -0,2%, para US$465,74/t. Na nossa visão, embora a visibilidade permaneça baixa, os preços parecem estar próximos de um piso. Olhando para frente, o processo de recuperação de preços deve ser gradual, devido aos estoques ainda elevados. No médio-longo prazo, mantemos nossa visão positiva para a dinâmica de oferta/demanda.
Tópicos do dia
Brasil
- Política Brasil: Governo deve enviar a reforma administrativa após votação da previdência
- Banco Central cria projeto de lei que eleva a possibilidade de que pessoas físicas possam abrir contas em dólar
- Bolsonaro defende o monopólio da Caixa como única operadora do FGTS
Empresas
- Azul (AZUL4): Dados de tráfego em setembro
- Anfavea reduz projeções de vendas, produção e exportações para 2019
- Eletrobras avalia capitalização de aporte feito em 2016
Veja todos os detalhes
Brasil
Política Brasil: Governo deve enviar a reforma administrativa após votação da previdência
- Governo deve enviar a reforma administrativa após conclusão da votação da previdência no Senado. O texto deve prever o fim da estabilidade para novos servidores e uma ‘regra de transição’ para os atuais. O projeto deve tratar ainda do fim de privilégios, como licenças e gratificações, da redução no número de carreiras e da aproximação entre salários do setor público e do setor privado, entre outros pontos. O conjunto de mudanças disputará o palco no debate político com a reforma tributária e o pacto federativo;
- Continua a disputa pelos recursos do leilão de petróleo previsto para ocorrer em novembro. Senado quer manter acordo aprovado na casa, que favorece norte e nordeste, enquanto a Câmara quer alterar o texto para destinar mais recursos para sul e sudeste. A saída para resolver o impasse pode vir de recursos destinados à União. A proposta é retirar R$ 4 bilhões adicionais do governo federal e distribuir os recursos aos estados pelos critérios da Lei Kandir, que favorece entes do sul e sudeste;
- Com Câmara e Senado discutindo a divisão de recursos e a viagem de muitos políticos para a canonização de Irmã Dulce, a reforma da previdência deve ser votada apenas na semana do dia 22 de outubro.
Banco Central cria projeto de lei que eleva a possibilidade de que pessoas físicas possam abrir contas em dólar
- De acordo com o Globo, o Banco Central enviou ao Congresso um projeto de lei que cria a possibilidade de que contas em dólar para pessoas físicas sejam regulamentadas no país, a exemplo do que já é permitido em economias avançadas e nas principais economias emergentes;
- Segundo o diretor de Regulação do BC, entretanto, a regulamentação de contas em dólar para pessoas físicas ainda está no campo das possibilidades, já que o principal objetivo da medida é desburocratizar as operações cambiais entre empresas. Hoje, as contas em dólar são permitidas apenas em alguns casos específicos, como para agentes que operam no mercado de câmbio, emissores de cartões de crédito de uso internacional, sociedades seguradoras e prestadores de serviços de turismo;
- O projeto de lei atualiza o marco regulatório do mercado de câmbio no país, reduzindo custos e burocracias às empresas que dependem de operações cambiais e abre espaço para que as fintechs possam operar de maneira independente no mercado de câmbio. O projeto de lei, entretanto, deve ser analisado detalhadamente, já que a medida pode vir acompanhada de um possível cenário de dolarização da economia.
Bolsonaro defende o monopólio da Caixa como única operadora do FGTS
- De acordo com o Globo, o presidente Jair Bolsonaro disse ser contrário à quebra do monopólio da Caixa Econômica Federal como operadora do FGTS;
- Ontem, o noticiário local mostrou que o governo quer aproveitar a Medida Provisória que libera os saques do FGTS para promover uma reformulação do Fundo. A principal mudança seria a quebra do monopólio da Caixa como única operadora do FGTS, permitindo o acesso direto aos recursos dos demais bancos;
- Entretanto, depois de ter se reunido com o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, em encontro não previsto originalmente, Bolsonaro disse que vetará a medida caso seja aprovada no Congresso.
Empresas
Azul (AZUL4): Dados de tráfego em setembro
- A Azul divulgou ontem dados fortes de tráfego para o mês de setembro, com crescimento sólido em ambos os mercados. A demanda de passageiros consolidada (RPK) cresceu em 31% A/A, com crescimento da capacidade (ASK) de 30,8%, resultando em taxa de ocupação consolidada de 83,3% e 0,1p.p. superior no A/A;
- No mercado doméstico, a oferta (ASK) aumentou em 35,7% e a demanda (RPK) em 34,9%, resultando em ligeira queda de -0,5 p.p. na taxa de ocupação na comparação anual;
- Já no mercado internacional, a demanda (RPK) aumentou em 18,9% e a oferta (ASK) em 15,2%, com a taxa de ocupação crescendo 2,7 p.p. para 87,7%.
Anfavea reduz projeções de vendas, produção e exportações para 2019
- A Anfavea anunciou ontem que reduziu a estimativa de crescimento da produção de veículos nesse ano, de 9,02% para 2,1%. Em relação às vendas internas, houve redução de 11,45% para 9,1%. Já nas exportações, a Anfavea prevê agora uma queda maior do que calculava no início do ano, indo de -6,20% para -33,2%;
- Segundo o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, a revisão tanto da expectativa de exportação, quanto de produção, se deu frente à crise na Argentina;
- De acordo com Moraes, este ano serão exportados 209 mil veículos a menos do que em 2018. Desse total, a entidade estima que as perdas para a Argentina serão de 175 mil veículos, ou seja, sendo responsável por mais de 80% da perda de produção esperada.
Eletrobras avalia capitalização de aporte feito em 2016
- De acordo com o noticiário local, o governo planeja um aumento de capital na Eletrobras com recursos dos minoritários, considerando a subscrição dos Adiantamentos para Futuro Aumento de Capital (AFAC) realizados pela União em 2016;
- Esse incremento seria realizado através de aporte de caixa na Eletrobras a partir da adesão dos minoritários, dando a capacidade financeira para o pagamento de dividendos retidos. Tal operação poderia render aproximadamente R$ 1 bilhão aos cofres da União em dividendos. Para estimular a adesão dos minoritários, no entanto, a Eletrobras considera aplicar um deságio sobre o valor da ação, além de apostar na perspectiva de valorização com uma possível privatização em 2020;
- Para que os recursos entrem no caixa da Eletrobras e parte seja distribuída na forma de dividendos neste ano, a publicação do decreto precisa acontecer nesta semana. A notícia não agradou ao mercado e as ações da elétrica apresentaram queda expressiva ontem.
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