IBOVESPA +0,17% | 103.680 Pontos
CÂMBIO -0,2% | 4,08/USD
O que pode impactar o mercado hoje
O ataque contra a petroleira Saudi Aramco, na Arábia Saudita, foi o grande acontecimento do fim de semana e agitou o mercado na segunda-feira, com as cotações do petróleo saltando cerca de 15%. O Ibovespa fechou em alta de 0,17% em 103.680 pontos.
Nesta manhã, futuros dos EUA negociam em leve queda em meio a sessões mistas na Europa e Ásia durante a noite. Após o ataque às instalações petrolíferas sauditas, relatórios sugerem que pode levar semanas ou meses até que a maior parte da produção seja restaurada.
As tensões geopolíticas aumentaram, embora o presidente Trump e autoridades da Arábia Saudita tenham parado de culpar diretamente o Irã pelo ataque. Hoje, os preços do petróleo permanecem bem acima das máximas de sexta-feira, apesar da retração modesta de -1,7% para US$67,9/barril.
Os preços de celulose, por sua vez, tiveram leve recuo de US$2,7/t nesta semana, para US$475,5/t. Como temos mencionado, os preços parecem estar próximos de um piso e temos uma visão positiva para a dinâmica de oferta/demanda no médio-longo prazo.
Na frente comercial EUA-China, negociadores de segundo escalão dos Estados Unidos e da China vão se reunir em Washington a partir de quinta-feira. O Representante de Comércio, Robert Lighthizer, e o Secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, devem se reunir com o principal negociador da China, o vice-premiê chinês, Liu He, no início de outubro.
Por fim, dados de produção industrial nos EUA referentes ao mês de agosto serão divulgados às 10h15 (horário de Brasília) e a expectativa de mercado é que apresente alta de 0,2% em relação ao mês passado. Além disso, o Banco Central americano (Fed) inicia sua reunião de política monetária hoje.
A decisão de juros será divulgada amanhã e nosso estrategista global, Alberto Bernal, acredita que o Fed deva cortar 0,25%, em virtude da leve trégua recente na tensão comercial entre EUA e China.
Tópicos do dia
Brasil
- Reforma Tributária: Com o fim das discussões sobre desoneração da folha salarial, Appy propõe contribuição previdenciária progressiva
- Fiscal: Possível fim de isenção fiscal a entidades filantrópicas e reabertura do Refis no Funrural
Empresas
- Frigoríficos: Rebanho suíno da China recua 38% em agosto; Coreia do Sul confirma foco de peste suína africana
Renda Fixa
- Alta do petróleo puxa preços de açúcar e milho
- Debêntures incentivadas serão emitidas também por usinas
Veja todos os detalhes
Brasil
Reforma Tributária: Com o fim das discussões sobre desoneração da folha salarial, Appy propõe contribuição previdenciária progressiva
- De acordo com a mídia local, a desoneração da folha de pagamentos saiu das discussões técnicas conduzidas pelo Ministério da Economia. Originalmente, a medida seria financiada pela CPMF, que acabou sendo descartado na semana passada pelo presidente Jair Bolsonaro;
- A desoneração da folha salarial é um dos três pilares da proposta de reforma tributária em estudo no Ministério da Economia, que prevê ainda uma reforma do Imposto de Renda e a adoção de um tributo único federal sobre bens e serviços. Com o fim da discussão da desoneração, a equipe econômica pode levar mais tempo até que se chegue a um novo formato que possa ser encaminhado ao Congresso Nacional;
- Com o fim das discussões relacionadas à desoneração da folha de pagamentos, o economista Bernard Appy trabalha agora em uma proposta de contribuição previdenciária progressiva, em que quanto maior a remuneração, maior a alíquota final. Em termos gerais, a ideia é não cobrar contribuição previdenciária nem de valores equivalentes ao salário mínimo nem da parcela que exceder o teto do INSS (R$ 5.839,45 em 2019).
Fiscal: Possível fim de isenção fiscal a entidades filantrópicas e reabertura do Refis no Funrural
- De acordo com jornais locais, o governo considera duas possibilidades que envolveriam um possível aumento de arrecadação federal;
- A primeira seria deixar de isentar as atividades de entidades filantrópicas, como universidades e hospitais. A isenção tributária faz com que o governo deixe de arrecadar aproximadamente R$ 14 bilhões em contribuições previdenciárias. A segunda seria a possibilidade de reabrir o Refis do Funrural (programas de renegociação de dívidas contraídas pelo setor de agronegócio), estimado em R$11bi, a fim de evitar a renúncia fiscal com o perdão das dívidas;
- As duas medidas devem encontrar bastante resistência tanto dentro quanto fora do governo.
Empresas
Frigoríficos: Rebanho suíno da China recua 38% em agosto; Coreia do Sul confirma foco de peste suína africana
- De acordo com dados do Ministério da Agricultura e Relações Rurais da China, frente à peste suína africana, o plantel suíno no país asiático diminuiu 38,7% A/A em agosto, com o rebanho de matrizes suínas (indicador da produção futura de carne de porco) recuando 37,2% A/A;
- A redução do rebanho chinês e, consequentemente, a oferta mais restrita de carne suína na China vem se refletindo nas cotações do produto no país asiático. De acordo com dados do Ministério da Agricultura chinês, os preços no varejo subiram +78% nos últimos 12 meses;
- Além disso, novos casos da peste suína estão sendo continuamente relatados. A Coreia do Sul acabou de confirmar um foco de peste suína africana em uma fazenda próxima da fronteira com a Coreia do Norte, que foi afetada pela doença em maio. Frente ao relato, cerca de quatro mil animais de três fazendas da região afetada serão abatidos ainda nesta terça-feira – A indústria sul-coreana conta com cerca de seis mil fazendas, que abrigam 11 milhões de porcos;
- Reconhecemos que o real impacto na redução do rebanho suíno da China ainda não está claro, com análises apontando para um impacto de 30% a 50% em 2019 e mais 15-20% em 2020, o que levaria a um desequilíbrio significativo de oferta e demanda. Continuamos positivos com o setor e vemos os frigoríficos brasileiros como claros beneficiários desse cenário, ganhando tanto com a alta dos preços das proteínas em geral, como com o aumento das exportações para a China.
Renda Fixa
Alta do petróleo puxa preços de açúcar e milho
- Com o aumento brusco dos preços do petróleo após os ataques na Arábia Saudita, cortando metade da produção do país, as cotações de açúcar e milho (ambos matéria prima para etanol) subiram nas bolsas dos Estados Unidos. As informações são do Valor Econômico;
- Como consequência do aumento de preços do petróleo, o etanol e a cana do Brasil podem se valorizar, o que faria com que as usinas continuassem privilegiando a produção do biocombustível, preterindo o açúcar. O efeito seria, no limite, redução da oferta de açúcar, aumentando sua cotação;
- O efeito desse possível movimento seria positivo para as usinas, principalmente aquelas com maior flexibilidade de produção de biocombustível, uma vez que venderiam o etanol a preços mais elevados.
Debêntures incentivadas serão emitidas também por usinas
- De acordo com o Valor Econômico, em breve sairão as primeiras emissões de debêntures incentivadas do setor sucroalcooleiro. Até o momento, só eram elegíveis a essas emissões empresas de infraestrutura (energia, transporte, telecomunicações e saneamento);
- Com a nova possibilidade de captação, é esperado que entrem R$9 bilhões ao ano de financiamento para renovação de canaviais e R$4 bilhões para ampliação da oferta de cana-de-açúcar. Assim, garante-se o atendimento das metas do programa RenovaBio para os biocombustíveis;
- Essa nova possibilidade é positiva para as empresas que atuam no setor, sendo mais uma alternativa de financiamento que ainda conta com isenção fiscal para os investidores, impulsionando o interesse pelo setor;
- Tomando como exemplo as debêntures incentivadas já existentes, pode-se esperar crescimento dessa modalidade nos próximos anos – em 2018, foram emitidos cerca de R$20 bilhões e, até julho de 2019, cerca de R$13 bilhões já haviam sido captados com esses instrumentos.
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