IBOVESPA +2,37% | 100.524 Pontos
CÂMBIO 0,1% | 4,17/USD
O que pode impactar o mercado hoje
Ontem o Ibovespa teve o terceiro dia consecutivo positivo, com alta de 2,4%, recuperando os 100 mil pontos. A Bolsa foi impulsionada pela divulgação do PIB brasileiro de 1% ano contra ano no segundo trimestre, levemente acima das expectativas do mercado, em linha com a nossa, e acompanhou as bolsas internacionais após tom mais brando sobre guerra comercial por dirigentes da China.
No Brasil, alguns destaques da agenda de reformas:
Reforma da previdência: Rodrigo Maia se comprometeu ontem em reunião com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e o relator da reforma na Casa, Tasso Jereissati, a dar prioridade à apreciação da PEC paralela da previdência, que trata da inclusão de estados e municípios e outros temas. O objetivo do grupo é que o texto seja apreciado nas duas casas ainda em 2019. Pelo prazo apertado e a falta de consenso em torno do tema, o cenário parece improvável de ocorrer.
Reforma tributária: o secretário da Receita recuou do prazo para o envio do projeto do governo. Ontem disse que apresentará o projeto “no tempo certo”, e que, por enquanto, a discussão continua em torno da PEC 45 na Câmara e de outro texto no Senado.
Reforma trabalhista 2.0: o secretário especial de previdência e trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, organizou um grupo de trabalho para estudar mudanças na legislação trabalhista que contará com a participação de membros do judiciário, para reduzir o volume de brechas no texto a ser apresentado. Não há detalhes. A única intenção citada foi o fim da unicidade sindical, o que permitirá concorrência entre os sindicatos.
No internacional, futuros nos EUA operam em alta, em meio a sessões positivas na Europa e Ásia durante a noite. Nos desenvolvimentos comerciais, a China disse ontem que continua discutindo uma possível reunião com os negociadores norte-americanos se as condições forem atendidas e não retaliará contra o aumento mais recente das tarifas nos EUA. Trump também disse que as negociações continuam.
Na Europa, ontem, a diretora-gerente licenciada do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, que foi indicada à presidência do BCE, disse não acreditar que a instituição tenha atingido o limite inferior efetivo de taxas de juros, sinalizando que ainda há espaço para cortes.
Do lado das commodities, o petróleo opera em leva queda de -0,18% nessa manhã de sexta-feira, em US$61/barril, enquanto os preços de minério tiveram alta de +1,2% ontem, para US$86/t.
Tópicos do dia
Brasil
- Política Brasil: Rodrigo Maia se comprometeu a dar prioridade à PEC paralela da previdência
- PIB do 2T19 cresceu 0,4% em relação ao 1T19 e 1% em relação ao 2T18, em linha com a nossa estimativa
Internacional
- Economistas europeus adotam tom pessimista com a possibilidade do Banco Central Europeu realizar mais estímulos monetários não-convencionais
Empresas
- Bradesco (BBDC4): Programa de desligamento voluntário
- Frigoríficos: Indonésia autoriza importação de carne bovina do Brasil
Renda Fixa
- Governo pode suspender contratações do MCMV e rever repasses do Sistema S
- Rating ‘A(bra)’ atribuído à Tegma Gestão Logística S.A.
- Rating ‘brAA’ atribuído à futura emissão de debêntures da IMC
- Veto a queimadas afeta usinas do Nordeste
Veja todos os detalhes
Brasil
Política Brasil: Rodrigo Maia se comprometeu a dar prioridade à PEC paralela da previdência
- Reforma da previdência: Rodrigo Maia se comprometeu ontem em reunião com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e o relator da reforma na Casa, Tasso Jereissati, a dar prioridade à apreciação da PEC paralela da previdência, que trata da inclusão de estados e municípios e outros temas. O objetivo do grupo é que o texto seja apreciado nas duas casas ainda em 2019. Pelo prazo apertado e a falta de consenso em torno do tema, o cenário parece improvável de ocorrer;
- Reforma tributária: o secretário da Receita recuou do prazo para o envio do projeto do governo. Ontem disse que apresentará o projeto “no tempo certo”, e que por enquanto, a discussão continua em torno da PEC 45 na Câmara e de outro texto no Senado;
- Reforma trabalhista 2.0: o secretário especial de previdência e trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, organizou um grupo de trabalho para estudar mudanças na legislação trabalhista que contará com a participação de membros do judiciário, para reduzir o volume de brechas no texto a ser apresentado. Não há detalhes. A única intenção citada foi o fim da unicidade sindical, o que permitirá concorrência entre os sindicatos.
PIB do 2T19 cresceu 0,4% em relação ao 1T19 e 1% em relação ao 2T18, em linha com a nossa estimativa
- O PIB do 2T19 cresceu 0,4% em relação ao 1T19 e 1% em relação ao 2T18, em linha com a nossa estimativa de 0,3% e 0,9%, respectivamente, e levemente acima da expectativa de mercado de crescimento de 0,2% e 0,8% (Bloomberg);
- Pelo lado da demanda, o principal destaque foi uma recuperação dos investimentos, puxada principalmente por uma retomada da produção de bens de capital. Em contrapartida, o destaque negativo ficou por conta da queda mais pronunciada do consumo da administração pública. Já pelo lado da oferta, os setores de agropecuária e da indústria extrativa foram responsáveis pelas piores performances ao registrarem queda em relação ao 1T19, enquanto os setores de indústria da transformação e de construção civil surpreenderam positivamente e apresentaram a maior taxa de expansão no trimestre;
- Olhando a frente, apesar do bom resultado dos investimentos e da construção civil, ainda vemos um processo gradual de recuperação dos investimentos devido à alta ociosidade no setor industrial. O consumo das famílias deve voltar a crescer a taxas mais altas no 4T, estimulado pela expansão do crédito (já em curso) e pelas medidas de liberação do FGTS que ocorrerão entre setembro desse ano e março do ano que vem. Esperamos que o PIB cresça 0,9% no 3T19 e 1,3% no 4T19 na comparação anual e 0,4% e 0,5% em relação ao trimestre imediatamente no 3T e no 4T, respectivamente. Nossas projeções de crescimento do PIB de 0,9% em 2019 e de juros a 5% no final do ano seguem inalteradas. Acesse o nosso relatório completo para saber mais sobre o PIB do 2T19.
Internacional
Economistas europeus adotam tom pessimista com a possibilidade do Banco Central Europeu realizar mais estímulos monetários não-convencionais
- Formuladores de políticas do Banco Central Europeu (BCE) adotaram um tom mais cauteloso com a possibilidade do Banco Central Europeu realizar mais estímulos monetários nesse momento;
- Em entrevista concedida ontem, o presidente do banco central holandês, Klaas Knot, disse que o cenário econômico europeu não está tão fraco para garantir a retomada da compra de títulos. Além dele, Sabine Lautenschlaeger, integrante do comitê de política monetária do BCE, disse que se opõe ao reinício da flexibilização monetária (QE), alegando que este deveria ser apenas o último recurso. As declarações estão em linha com entrevista dada recentemente por Jens Weidmann, presidente do banco central da Alemanha, na qual disse acreditar que um pacote de estímulos não estaria compatível com os dados econômicos recentes;
- Os argumentos trazidos pelos economistas deverão ser debatidos durante a próxima reunião do BCE marcada para 12 de setembro.
Empresas
Bradesco (BBDC4): Programa de desligamento voluntário
- O Bradesco divulgou ontem via Comunicado ao Mercado o início do Programa de Desligamento Voluntário (PDV) para 2019, no qual incentivam o desligamento de funcionários dentro dos parâmetros estabelecidos;
- Os benefícios incluem: (1) o pagamento de todas as verbas rescisórias e incentivos especiais, tais como o pagamento em parcela única de 60% do salário fixo mensal por ano completo trabalhado, limitado a 12 salários; (2) manutenção dos planos de saúde e odontológico por 18 meses e (3) o pagamento equivalente a 6 meses de vale-alimentação;
- Outros bancos aderiram recentemente à estratégia e vemos como positiva a intenção do Bradesco de otimizar e flexibilizar a estrutura de pessoal, investir em digitalização e buscar melhora nos indicadores de eficiência. Os impactos financeiros serão divulgados após o fim do período de adesão, que ocorrerá em 16 de outubro.
Frigoríficos: Indonésia autoriza importação de carne bovina do Brasil
- A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, anunciou a autorização, por parte da Indonésia, de que dez frigoríficos brasileiros exportem carne bovina ao país, com potencial de embarques de pelo menos 25 mil toneladas;
- A autorização vem depois de Tereza ter negociado com o ministro da Agricultura indonésio em maio, quando realizou uma viagem aos países asiáticos visando a abertura de novos mercados para os produtos agrícolas brasileiros. Segundo projeções do USDA, o Brasil deve continuar a ampliar suas exportações de carne bovina nos próximos anos, alcançando 23% dos embarques globais totais até 2028 (vs. ~20% atualmente);
- Das 10 plantas autorizadas, cinco são operadas pela Minerva. As outras 5 ainda não foram informadas. Vemos o anúncio como positivo para os frigoríficos, e mantemos nosso otimisto com o setor. Mantemos nossa preferência pela JBS, seguida da BRF e, por fim, Marfrig.
Renda Fixa
Governo pode suspender contratações do MCMV e rever repasses do Sistema S
- Segundo informações do Estadão o governo pode suspender novas contratações do programa Minha Casa Minha Vida e redirecionar recursos do Sistema S, para que possa bancar gastos selecionados do Orçamento. As medidas fariam parte de um esforço para redução de despesas obrigatórias e abertura de espaço no teto de gastos. Dessa forma, poderia aumentar investimentos;
- As propostas enfrentam resistências e não há definição. O Orçamento 2020 precisa ser enviado até hoje e, por isso, é improvável que já contenha os impactos dessas medidas, principalmente porque muitas delas dependem de aprovação pelo Congresso;
- Vale monitorar o andamento da proposta e suas discussões, uma vez que uma suspensão de novas contratações pode impactar negativamente as empresas com exposição ao programa.
Rating ‘A(bra)’ atribuído à Tegma Gestão Logística S.A.
- A Fitch Ratings atribuiu rating ‘A(bra)’ à Tegma Gestão Logística S.A. com perspectiva estável, o que indica que não espera rebaixamento ou elevação dos ratings no curto a médio prazo;
- O rating, segundo a agência, reflete a destacada posição de negócios no setor de logística automotivo, que tem por característica ser fragmentado. A liderança seria resultado da eficiência operacional e do histórico de relacionamento com montadoras, cegonheiros e sindicato. A análise também considera o modelo de operação “asset light” da companhia. A companhia tem apresentado fluxos de caixa livres positivos antes dos dividendos;
- A agência destaca, porém, que o setor possui baixas barreiras à entrada e que a performance da Tegma é altamente correlacionada com o desempenho da indústria automobilística, volátil, e com os ciclos econômicos no Brasil;
- A estrutura de capital da empresa é conservadora e os índices de liquidez são adequados, o que protege da volatilidade da receita e dos riscos advindos da concentração de receita em um segmento único da indústria. Pode haver pressão de capital de giro pela exposição ao poder de barganha da indústria em que atua.
Rating ‘brAA’ atribuído à futura emissão de debêntures da IMC
- A S&P Global Rating atribuiu rating ‘brAA’ à 2ª emissão de debêntures senior unsecured da International Meal Company Alimentação S.A. (IMC). A emissão será de R$150 milhões, com vencimento em 2025;
- A agência espera que a geração de fluxos de caixa da empresa continuem a crescer, em função da implementação de medidas para melhorar sua rentabilidade e o crescimento das vendas de forma sustentável. A expectativa é de que a alavancagem, medida por dívida líquida/EBITDA continue por volta de 3,5x e 4,0x nos próximos dois anos, já incorporando recente acordo de fusão com a MultiQSR.
Veto a queimadas afeta usinas do Nordeste
- Na região Nordeste, as usinas sucroalcooleiras estão atualmente iniciando a nova safra (2019/20) e dependem de queimadas da matéria-prima em campo para poder viabilizar a colheita manual da cana. O veto a queimadas que passou a valer ontem e é válido por 60 dias afeta essa indústria. Embora permita exceções, a atividade nos canaviais não se encaixa a nenhuma;
- A técnica de queimadas é necessária na região Nordeste porque, devido ao terreno acidentado, não é possível a mecanização da colheita. A colheita manual depende de queimadas para que os trabalhadores não se cortem com a palha da cana;
- Segundo representante do segmento ao Valor Econômico, além dos impactos diretos para a colheita, o veto traz insegurança jurídica ao setor. As usinas estariam nesse momento a procurando o governo para revisão da medida. Vale destacar que esse tipo de queimada é regulado por órgãos ambientais estatuais e pelo Ibama;
- É necessário acompanhar o andamento das conversas com o governo e das atividades das usinas da região para avaliar seus impactos.
Se você ainda não tem conta na XP Investimentos, abra a sua!