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Preocupação com saúde de Trump e incertezas no cenário político brasileiro abrem a semana

Tudo o que você precisa saber sobre os mercados nacional e internacional, com análises econômicas e políticas sobre fatos que podem impactar seus investimentos.

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O que pode impactar o mercado hoje

O Ibovespa fechou em queda de 1,50% na última sexta-feira, consolidando sua quinta semana consecutiva de baixa em meio à preocupações dos investidores com a situação fiscal no Brasil e com a proximidade das eleições nos EUA.

Nessa segunda-feira, mercados globais amanhecem em alta (EUA +0,6% e Europa +0,7%), após Trump reforçar necessidade de novo pacote de estímulos e negociadores democratas e republicanos consultarem medidas com Powell (Fed). Por outro lado, na frente de indicadores econômicos, a continuidade da divulgação de dados mistos chama a atenção. O PMI composto do Reino Unido caiu de 59,1 para 56,5 em setembro, enquanto o PMI composto da Zona do Euro caiu de 51,9 para 50,4. Ao mesmo tempo, as vendas no varejo da região subiram 4,4% na passagem de julho para agosto e 3,7% na comparação anual.

Na seara política internacional, todos os holofotes estão voltados a presidente dos EUA, Donald Trump, que se encontra internado após testar positivo para Covid-19 na última sexta-feira. Segundo médicos responsáveis por seu tratamento, o presidente pode ser liberado hoje mesmo, mas precisou de oxigênio suplementar e foi tratado com uma droga experimental e esteroide. Trump se comunicou com o público via Twitter e saiu do hospital para cumprimentar apoiadores de carro.  Já na Europa, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, conversaram pela primeira vez desde junho e concordaram em “intensificar” negociações para alcançar um acordo comercial pós-Brexit.

No Brasil, o mundo político começa a semana tentando resolver dois focos de crise que têm o ministro Paulo Guedes como figura central. No primeiro, o governo tenta acalmar os desdobramentos das desavenças entre ele e Rogério Marinho, que subiram de nível depois da troca de críticas da última sexta-feira. A disputa acontece em função da escolha do formato de financiamento do novo programa de transferência de renda. Com o impasse depois do anúncio fracassado da última semana, várias propostas voltaram à mesa de discussão: algumas prevendo respeito ao teto, como a limitação ao abono salarial, a suspensão de vale-alimentação e auxílio creche a servidores que ganham mais de R$ 5 mil, outras propondo uma nova fonte de financiamento, ou ainda mudanças na estrutura do imposto de renda. Em outra frente, atores políticos buscam promover a reaproximação entre Guedes e Rodrigo Maia, cuja relação também se desgastou na última semana.

Ainda sobre a discussão acerca do Renda Cidadã, no que tange o Imposto de Renda, o governo estuda a possibilidade de extinguir o desconto de 20% concedido automaticamente aos contribuintes que optam pela declaração simplificada. Para compensar a extinção do desconto, que poderia atingir mais de 17 milhões de pessoas, o direito às deduções médicas e educacionais seria mantido. Também no noticiário econômico, ganhou destaque a notícia de que o Ministério Público do Trabalho pretende intensificar a fiscalização das condições dos trabalhadores que permanecerão no regime de trabalho remoto. Em nota técnica, o órgão publicou 17 recomendações sobre o home office para empresas, sindicatos e órgãos da administração pública. A maioria dos analistas, no entanto, acha difícil que um regime com tantos detalhes como o home office seja regulamentado inteiramente pelas normas em questão.

Finalmente, na agenda de indicadores da semana, teremos a ata do comitê de política monetária norte-americano (FOMC), além de dados de atividade nos EUA e zona do Euro, e PMI de serviços das principais economias. Já no Brasil, teremos a divulgação do IPCA de setembro e dados de vendas no varejo de agosto.

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Coronavírus

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Brasil

  1. Boletim Focus: Projeções de IPCA e PIB para 2020 seguem em ritmo de expansão

Internacional

  1. Política internacional: Trump pode ser liberado do hospital nesta segunda-feira (5)
  2. Reino Unido tenta garantir importação “livre de desmate”, com lei que precisa ser aplicada a todo o desmatamento – não apenas onde foi definido como ilegal em países individuais
    Acesse aqui o relatório internacional

Empresas

  1. Banco Central: Início de registros das chaves PIX no BCB
  2. Bebidas (ABEV3): risco de abastecimento de água pode interromper atividades em fábrica da Heineken


Veja todos os detalhes

Brasil

Boletim Focus: Projeções de IPCA e PIB para 2020 seguem em ritmo de expansão

  • A projeção de IPCA para 2020 continuou em ritmo de expansão, passando de 2,05% na última semana para 2,12%. Para 2021, no entanto, foi marginalmente reduzida de 3,01% para 3,00%;
  • A projeção de PIB para 2020 deu continuidade à sequência de melhoras graduais, passando de -5,04% para -5,02%. Para 2021, permaneceu em 3,50%;
  • A projeção da taxa de câmbio permaneceu em 5,25 para 2020 e em 5,00 para 2021. E a projeção de Selic permaneceu em 2,00% ao final de 2020 e em 2,50% ao final de 2021. Clique aqui para conferir mais detalhes.

Internacional

Política internacional: Trump pode ser liberado do hospital nesta segunda-feira (5)

  • Na seara internacional, todos os holofotes estão voltados a presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que se encontra internado após testar positivo para Covid-19 na última sexta-feira. Segundo medicos responsáveis por seu tratamento, o presidente pode ser liberado hoje mesmo, mas precisou de oxigênio suplementar e foi tratado com a droga experimental e esteroide. Trump se comunicou com o público via Twitter e saiu do hospital para cumprimentar apoiadores de carro;
  • No lado das eleições americanas, pesquisas apontam a um leve aumento de apoio pelo candidato democrata, Joe Biden- que lidera por margem de 8 p.p. segundo os principais agregadores – após o primeiro debate presidencial do ano, mas ainda não registram movimento relacionado ao diagnóstico do republicano;
  • Ainda, o plano dos republicanos de confirmar Amy Barret para a Suprema Corte em cheque antes da eleição foi colocado em cheque já que três senadores do partido testaram positivo para Covid-19 e estão em isolamento e ao menos oito mais tiveram contato direto com o virus;
  • Na Europa, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, conversaram pela primeira vez desde junho e concordaram em “intensificar” negociações para alcançar um acordo comercial pós-Brexit.

Reino Unido tenta garantir importação “livre de desmate”, com lei que precisa ser aplicada a todo o desmatamento – não apenas onde foi definido como ilegal em países individuais

  • De acordo com a Bloomberg, dezenas dos maiores supermercados, redes de fast food e fabricantes de alimentos do Reino Unido pediram ao governo que vá mais longe com regras que os proibiriam de vender carne bovina, soja e outras commodities importantes provenientes de terras desmatadas. A iniciativa, pouco comum, deve ter como resultado uma nova lei que obrigará grandes empresas a garantir cadeias de fornecimento livres de desmatamento, mesmo se forem em áreas legais, dado os desafios relacionados ao controle dos dados e informações provenientes dos diferentes países;
  • O Departamento de Meio Ambiente, Alimentos e Assuntos Rurais (Defra) está fazendo consultoria sobre planos para exigir que as empresas mostrem que as commodities adquiridas em suas cadeias de abastecimento cumprem as leis ambientais locais ao serem produzidas. Mas os varejistas e fabricantes de alimentos dizem que a lei precisa ser aplicada a todo o desmatamento – não apenas onde foi definido como ilegal em países individuais;
  • Isso os coloca em sintonia com grupos ambientalistas como o Greenpeace, que argumentou que as propostas são seriamente falhas, porque as leis locais podem ser muito fracas, especialmente no Brasil. De acordo com o Defra, o desmatamento é responsável por 11% dos gases de efeito estufa, e a grande maioria dele é causado pela produção de commodities agrícolas;   Na prática, a iniciativa joga para o governo brasileiro a obrigação de demonstrar publicamente, com dados e informações, que tem feito o “enforcement” de sua própria lei. A estratégia é vista como um exemplo do que está sendo chamado de “barreiras reputacionais” e pode afetar as exportações brasileiras.

Empresas

Banco Central: Início de registros das chaves PIX no BCB

  • A partir de hoje (5), inicia-se o registro efetivo das chaves do PIX no Banco Central. Estas chamadas chaves são informações dos usuários vinculadas às instituições financeiras, podendo ser: i) o número de telefone; ii) CPF; e/ou iii) e-mail. Além disso, cada chave só poderá ser vinculada à uma única instituição financeira;
  • Até o momento, inúmeras instituições financeiras já começaram a coletar as chaves e, a partir de hoje, os usuários poderão gerenciá-las à sua maneira. O PIX começará a operar de fato a partir do dia 16 de novembro;
  • Em nossa visão, vemos um impacto relativamente baixo no curto prazo. No entanto, acreditamos que o potencial impacto do PIX pode se agravar, pois com o avanço da competição na indústria bancária vemos o valor agregado dos pacotes de serviços cada vez menor e mais propícia a disrupção, impulsionada principalmente pela maior agressividade das fintechs em linhas excessivamente rentáveis para os bancos incumbentes. Neste cenário, o PIX é mais um agravante competitivo na indústria. Além disso, vemos o engajamento e segurança para fraudes como potenciais riscos do PIX. Clique aqui para acessar o relatório completo.

Bebidas (ABEV3): risco de abastecimento de água pode interromper atividades em fábrica da Heineken

  • Segundo a revista Veja, o direito de exploração de água que abastece a maior planta da Heineken no País, em Alagoínhas/BA, foi revertido em favor do empresário Maurício Britto Marcellino da Silva e poderia culminar na inoperância da unidade. Em nota enviada à imprensa, a Heineken negou que a possibilidade de encerramento das atividades da empresa na Bahia. Confira todos os detalhes no Expresso Alimentos & Bebidas desta semana;
  • Vale lembrar que a Heineken conta com 15 plantas ao redor do Brasil, o que lhe confere certa flexibilidade em termos de alocação de produção; ainda assim, caso a produção de fato venha a ser interrompida, tal situação poderia dificultar ganho de participação de mercado por parte da empresa em um momento crítico no mercado, diante do cenário de competição acirrada com a Ambev, agravada pela pandemia;
  • Ainda segundo a Veja, depois de 26 anos, o empresário baiano conseguiu na Justiça uma vitória sobre a Agência Nacional de Mineração que refaz todo o processo de licitação desses direitos de exploração. Consequentemente, a Heineken estaria avaliando três possibilidades: (i) importar água de outro lugar, o que poderia afetar a qualidade do produto e encarecer a operação; (ii) tentar reverter a decisão na justiça, o que parece improvável dado que a decisão homologada pelo Superior  Tribunal de Justiça (STJ) deixa claro que a Heineken não faz parte do processo, exclusivo ao empresário e à ANM; (iii) comprar os direitos de Marcellino da Silva, que foram estimados em 900 milhões de reais pela consultoria Duff & Phelps – como comparação, a Heineken pagou pela Brasil Kirin — antiga dona da fábrica — cerca de 2,1 bilhões.

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