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Panorama Mensal de Fundos – Agosto de 2020

Confira o relatório mensal da equipe de fundos da XP

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O mês de julho manteve o otimismo nos mercados financeiros. Alguns fatores ajudam a sustentar o sentimento positivo no mundo. Algumas economias, principalmente aquelas que sofreram com a pandemia primeiro, já estão mostrando sinais claros de recuperação. Além disso, os bancos centrais pelo mundo continuam com pacotes de estímulo, aumentando a liquidez e a busca por ativos de risco. Isso gerou altas nas bolsas de valores, aumento dos preços das commodities e valorização das moedas emergentes contra o dólar.

No Brasil, apesar de a pandemia ainda não estar controlada, o relaxamento das políticas de isolamento nas grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, tem dado sinais de retomada econômica. Além disso, o início da tramitação da reforma tributária dá sinais de melhora na esfera política. Todos esses fatores influenciaram os mercados locais que mostraram forte alta da bolsa, queda do dólar e fechamento das taxas de juros.

Todo esse  otimismo se refletiu na indústria de fundos locais. O IHFA, índice de hedge fundsda Anbima, teve uma forte alta de 2,68% no mês. Do lado da captação, a indústria teve um mês bastante positivo nas principais classes de fundos. Segundo a Anbima, a entrada líquida de recursos foi de R$ 64,8 bilhões em julho.

Principais Indicadores

Fundos Multimercados

A maioria dos multimercados seguiu a tendência positiva dos últimos três meses e teve mais um mês de ganhos expressivos em julho, em linha com o movimento de apreciação geral dos ativos de risco. No mês, o retorno médio da amostra de multimercados monitorados pela XP foi de 1,63%, positivo para todos os grupos de estratégias.

No acumulado do ano, cerca de 56% dos multimercados já supera o retorno do CDI, mas a dispersão da amostra é elevada – a performance média do ano varia de 17% a -20% entre os 3 primeiros e os 3 últimos, o que indica que o comportamento dos fundos variou bastante durante a crise.

Quanto ao nível de oscilação dos fundos, a volatilidade média dos multimercados caiu no mês de julho, em linha com a normalização de risco dos ativos financeiros, porém segue em níveis historicamente elevados. Nesse ambiente, os gestores em geral têm retomado gradativamente a utilização de risco de seus portfólios.

No âmbito macroeconômico, ainda que persistam riscos relevantes, como as eleições nos EUA, o acirramento dos conflitos entre EUA e China, os efeitos de possíveis segundas ondas do Covid-19 ou a situação fiscal no Brasil, o quadro tornou-se mais favorável ao apetite a risco dos investidores na margem. Isso, somado ao patamar atual do juro básico no Brasil, tem criado um cenário propício para a captação de multimercados. Em julho, foram registrados aportes líquidos de R$ 23,4 bilhões, o maior valor dos últimos 12 meses.

Fundos de Ações

O otimismo externo com os avanços de vacinas contra o coronavírus e o excesso de liquidez provido pelos bancos centrais somado a uma melhora no ambiente político local, ajudaram o Ibovespa em sua quarta alta mensal consecutiva. A volta do principal índice da bolsa brasileira para um patamar acima dos 100 mil pontos tem feito muitos analistas e gestores revisarem suas previsões para o fim do ano. A alta em julho foi de 8,27% e desde 23 de março a alta do Ibovespa passou dos 60%.

A taxa Selic na mínima histórica fez com que mais investidores buscassem ativos de renda variável. O mês de julho teve R$ 5,2 bilhões captação líquida positiva para os fundos de ações. Desde setembro de 2018 essa classe de fundos não apresenta resgate líquido mensal.

Os fundos de ações locais tiveram mais um mês positivo. As estratégias long only fecharam o mês em linha com o Ibovespa na média.

Fundos de Crédito

A recuperação no mercado secundário de crédito seguiu forte no mês julho. As negociações se normalizaram e os spreads de créditos das empresas continuaram caindo.

Essa melhora no mercado secundário se refletiu em uma valorização forte das debêntures, como podemos verificar pelo comportamento dos índices da de crédito da JGP e da Anbima, que subiram em julho 1,92% e 1,47%, respectivamente, contra um CDI no período de apenas 0,19%.

No ano, os papéis de crédito privado atrelados ao CDI já se igualaram ao CDI, segundo o Idex da JGP.

Para os fundos de crédito high grade os resgates se reduziram, o que permitiu que alguns gestores voltassem a comprar papéis e aproveitar as  altas taxas. Os fundos high yield têm se mostrado muito resilientes nessa crise. Apesar de estarmos vendo uma maior inadimplência por parte de pequenas e médias empresas, a subordinação desses fundos protege o investidor, já que o impacto não atingiu as cotas sênior e mezanino.

Fundos Internacionais

Os mercados internacionais foram marcados por um grande otimismo no mês de julho, apesar de ainda estarmos no meio de uma pandemia. Os avanços com as pesquisas de vacinas contra o coronavírus se sobressaíram aos novos casos de contaminações pelo mundo. Além disso, os estímulos monetários e fiscais dados pelos principais bancos centrais do mundo tem ajudado a manter os principais ativos de risco pelo mundo.

No mercado acionário, o S&P 500 mostra que a maior economia do mundo deve realmente ter a chamada “recuperação em V”. Após mais um mês de alta, o S&P 500 está há menos de 2% de sua máxima histórica.

No mercado de renda fixa internacional, especialmente nos EUA, a recuperação prosseguiu de maneira acentuada. O S&P 500 Investment Grade Corporate Bond, índice de papéis de empresas com baixo risco de crédito, sobe 8,72% no ano , enquanto o S&P U.S. High Yield Corporate Bond, índice de papéis de empresas mais arriscadas, já está em alta de 0,53% no 2020.

Nesse ambiente, os fundos internacionais na plataforma da XP encerraram o mês com ótimos retornos.

Radar de Mercado

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