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Empresas mais eficientes e mais conectadas ao social: 2° dia da Expert fecha com chave de ouro em painel com Benchimol, Brito e Galló

Na segunda noite do evento, grandes executivos do Brasil debatem sobre lideranças em tempos de crise. Veja aqui os principais destaques da palestra!

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Lideranças em tempos de crise: Solidariedade e filantropia corporativa ganham espaço

Guilherme Benchimol, CEO da XP Inc, abre o último painel do segundo dia da Expert nos relembrando que as crises sempre trazem oportunidades, e afirma que a empresa vem se saindo ainda melhor do que o esperado durante a crise. Guilherme entende que os consumidores estão cada vez mais atentos às iniciativas sociais das empresas e destaca que, nessa frente, a XP lançou o projeto do Juntos Transformamos, que leva alimentos para comunidades carentes. Além do impacto direto dessa iniciativa, o CEO da XP Inc. entende que a empresa foi capaz de contagiar outros membros do empresariado e destaca que “essa corrente do bem funciona melhor quando ela é descentralizada, não existem salvadores da pátria.”

Já José Galló, da Lojas Renner, comenta que a prioridade da empresa desde o primeiro dia de pandemia foi tranquilizar seus colaboradores, destacando que o Brasil já tinha passado por situações desafiadores de recessão, mas não de uma crise dessa magnitude. Do lado positivo, Galló entende que o novo coronavírus trouxe um “despertar da solidariedade”, principalmente no que se refere à filantropia corporativa, nunca antes visto no país. Especificamente no caso da Renner, ele destaca as doações aos hospitais, o fechamento voluntário de lojas, e a ajuda ao ecossistema varejista, sobretudo às empresas da cadeia de tecido.

Carlos Brito, presidente da AB Inbev (ABI), concorda que “a crise acordou esse lado cidadão de todos nós”. Como a ABI tem operações industriais na China, o empresário comenta que o aprendizado de primeira mão no país foi valioso em termos de transferência de conhecimento para as demais operações ao redor do mundo. Já do lado social, Brito destaca iniciativas como a distribuição de 1 milhão de garrafas de álcool-gel, a distribuição de mais de 3 milhões de máscaras feitas de PET, e a construção de 100 leitos em um hospital em parceria com a Gerdau e o Einstein. Em suma: para a ABI e para a Ambev, a primeira prioridade foi a segurança dos funcionários, a segunda foi a ajuda à comunidade e a terceira foi a manutenção da normalidade das operações.

Aprendizados da crise para levar pós-pandemia

Para Benchimol, os aprendizados são múltiplos, mas ele destaca dois principais. Em primeiro lugar, a quarentena levou a empresa a repensar sua necessidade de espaço físico, uma vez que ficou provado que não são necessários dez andares no Itaim para mantê-la operando eficientemente. Outro ponto foi a melhora na qualidade de vida dos colaboradores trazida pelo home office, que deverá seguir em voga parcialmente mesmo após a pandemia. Além disso, em sua visão, a pandemia evidenciou que as pessoas estão cada vez mais conectadas, e a XP “conseguiu ficar cada vez mais próxima do cliente, só que com muito mais eficácia”.

Galló menciona a importância do processo de “redesenhar o futuro” promovido pelos líderes das empresas: “descobrimos que ainda éramos burocráticos, que poderíamos ser mais simples”. O presidente do conselho da Renner destaca que a pandemia se revelou uma grande oportunidade de repensar relacionamentos, tanto com clientes quanto com fornecedores. “Nosso grande desafio não é retornar ao que fazíamos, e sim simplificar (…) os clientes querem coisas novas, e eles não estão dispostos a esperar a nossa complexidade, a nossa burocracia”.

“Ninguém quer crise, mas já que ela está aí, um ponto positivo é que a crise acelerou tendências que já estavam presentes”, afirma Brito. Ele destaca a aceleração da tendência da sustentabilidade, da conveniência, da saudabilidade, da tecnologia, dentre outras. Em termos práticos, o CEO da ABI relembra que 98% da cadeia de suprimentos da ABI é local, sendo que a empresa tem como fornecedores mais de 30 mil fazendeiros pelo globo todo. Ele entende que, como consequência da pandemia, o fornecimento deve ser cada vez mais local, tanto por conta da maior previsibilidade da cadeia, quanto devido à maior pressão por parte dos consumidores.

Primeiras reações à crise e dicas para empreendedores

Para Brito, a primeira preocupação que deve vir à mente do empreendedor é a questão de liquidez. Em segundo lugar, deve-se traçar possíveis cenários – otimista, neutro, pessimista. Em terceiro lugar, o empreendedor deve continuar próximo de seus clientes, para entender como melhor se adaptar. No caso da ABI, Brito cita o exemplo dos aprendizados que tiveram com seus clientes na China e na Coreia do Sul, duas operações relevantes para a empresa, que passaram por quarentenas completamente diferentes. Enquanto na China o “lockdown” foi praticamente completo, na Coreia do Sul ele foi mais brando, mas em ambos os lugares a ABI aprendeu a importância dos materiais de proteção individuais, por exemplo.

Benchimol reforça a importância de se manter próximo dos seus clientes, destacando o papel fundamental da tecnologia. Por meio de engenharia de dados, por exemplo, consegue-se acompanhar melhor os hábitos de consumo, e atender cada vez melhor as necessidades de seus clientes. Pensando especificamente no pequeno empreendedor, Benchimol reafirma que está otimista, e aconselha a sonhar grande, mas começar pequeno. Brito concorda, e destaca que a Ambev começou no Brasil, e por meio de seu sonho grande, do espírito de dono, e do incentivo aos talentos, que ela chegou ao patamar de maior cervejaria do mundo.

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