Lei antidesmatamento da UE pode ser adiada; JBSS3 avança em biogás, e B3SA3 mira créditos de carbono

Como avaliamos os principais acontecimentos da semana

Pensando em melhor auxiliar os investidores, o Brunch com ESG é um relatório publicado pelo time ESG do Research da XP que busca destacar os principais tópicos da agenda na semana. Considerando que informação é a melhor ferramenta para auxiliar os investidores na tomada de decisão, nosso objetivo é mantê-los atualizados com os acontecimentos mais relevantes no Brasil e no exterior da semana que passou, incluindo: (i) nossa visão sobre as principais notícias ESG; (ii) o desempenho dos principais índices ESG em diferentes países; e (iii) comparação da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial).

#1. Governo brasileiro pede à UE que adie em seis meses a lei antidesmatamento

Na mídia.Lei europeia antidesmatamento sofre pressão de governos e empresas – Estadão, 19 de setembro (link)

Nossa visão. O governo brasileiro, junto com outros países europeus, enviou um pedido para que a União Europeia (UE) adie em seis meses (de dezembro de 2024 para julho de 2025) a nova lei antidesmatamento, destinada a proibir a entrada de produtos¹ ligados ao desmatamento, que entrou em vigor em junho deste ano. Segundo os críticos, as preocupações decorrem da falta de clareza com relação aos principais elementos da lei, que podem: (i) impactar significativamente pequenos agricultores e empresas; e (ii) levar a interrupções na cadeia de suprimentos. Em nossa visão, mesmo que as empresas ganhem mais tempo de adaptação caso a lei seja de fato postergada por mais seis meses, esse período ainda é curto para colher resultados de eventuais ajustes que se façam necessários em suas operações.

#2. JBS faz parceria com a GreenGasUSA para produzir biogás a partir de resíduos de origem animal

Na mídia. JBS anuncia parceria para produção de biogás em unidades de processamento de carne nos EUA – Globo Rural, 18 de setembro (link)

Nossa visão. Esta semana, a JBS anunciou uma parceria com a GreenGasUSA para produzir biogás a partir de resíduos animais em duas instalações de processamento de carne bovina e de frango operadas pela JBS nos EUA². Conforme mencionado no nosso relatório temático 'Abastecendo o futuro: O papel dos biocombustíveis na transição energética' (acesse aqui), o biogás é um combustível renovável bastante versátil, usado como alternativa para o gás natural de origem fóssil, sendo fundamental para acelerar a transição global para fontes de energia mais limpas. Vemos essa parceria de forma positiva, pois ela reforça a estratégia da JBS de reduzir suas emissões de gases de efeito estufa e apoia sua ambiciosa meta de emissões net zero até 2040.

#3. B3 lança sistema de registro para créditos de carbono gerados no Brasil

Na mídia. B3 prepara plataforma de registro de créditos de carbono – Capital Reset, 18 de setembro (link)

Nossa visão. Consideramos que o lançamento reforça o papel latente da B3 em estabelecer um modelo mais centralizado de comércio de carbono no país, o que vemos com bons olhos. Em nossa visão, ele deve contribuir para: (i) aumentar a transparência do mercado, fornecendo informações claras sobre a emissão e eventual aposentadoria dos créditos, garantindo transações rastreáveis; e (ii) contribuir para a integridade do mercado, ajudando stakeholders a melhor avaliar a eficácia das compensações de carbono.

¹ café, cacau, soja, madeira, óleo de palma, gado, papel para impressão e borracha;

² com previsão de início das operações em 2025.

Índices ESG e suas performances

(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6) O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.