No dia 28 de agosto, a agência de classificação de risco Fitch Ratings afirmou os IDRs (Issuer Default Ratings - Ratings de Inadimplência do Emissor) da Simpar e de suas subsidiárias (JSL, Movida e Vamos) em escala global em 'BB', enquanto rebaixou os ratings em escala nacional para 'AA+(bra)', ante 'AAA(bra)'. As perspectivas de todas as companhias foram rebaixadas para ‘Negativa’, ante ‘Estável’, para ambas as escalas. Esse rebaixamento refletiu principalmente a piora da alavancagem de Simpar.
Visão da Agência para Simpar ("Grupo")
A Fitch Ratings afirmou o IDR (Issuer Default Rating - Rating de Inadimplência do Emissor) da Simpar para a escala global em 'BB', enquanto rebaixou seu rating em escala nacional para 'AA+(bra)', ante 'AAA(bra)'. A perspectiva para o Grupo, por sua vez, foi rebaixada de 'Estável' para 'Negativa'.
De acordo com a agência de risco, o rebaixamento do rating em escala nacional do Grupo reflete a deterioração de sua estrutura de capital, que ainda apresenta alavancagem financeira consolidada, medida pelo indicador dívida líquida ajusta / EBITDA, em patamar elevado (5,1x para o período de 12 meses no 2T24), o que, na visão da Fitch, não condiz com a classificação 'BB' em perspectiva global, o que justifica a redução da perspectiva.
Por outro lado, a Fitch destaca a liderança da Simpar no segmento de locação e logística no Brasil, o que a confere vantagens competitivas frente à concorrentes nas compras de ativos e na redução de custos operacionais. A agência acredita que a dinâmica de demanda e oferta deve continuar em equilíbrio, permitindo tarifas adequadas no segmento de aluguel e serviços, levando o ROIC da Simpar de volta aos seus níveis históricos. A Fitch espera que o Grupo alcance receita líquida de R$ 32,6 bilhões (+27% A/A) e EBITDA de R$ 9,2 bilhões (+22% vs. 2023) ao fim de 2024.
A exigência do setor de locação por altos investimentos consideráveis e regulares, segue pressionando o fluxo de caixa da Simpar. A Fitch espera que ele permaneça negativo em média de R$ 12 bilhões entre 2024 e 2026.
Resultados da Simpar ("Grupo") no 2T24
A Simpar, controladora das companhias Automob, BBC Digital, Ciclus, CS Brasil, CS Infra, JSL, Movida e Vamos, divulgou seu balanço do 2T24. Refletindo o resultado de suas subsidiárias, no 2T24, a Companhia apresentou Receita Líquida de R$ 10,3 bilhões (crescimento 36% A/A), EBITDA de R$ 2,6 bilhões (+18% ante 2T23), e uma expansão anual do Lucro Líquido (R$ 159 milhões) de 59%.
Em relação ao endividamento, a Simpar teve aumento de 24% em sua dívida bruta (R$ 48,9 bilhões), sendo 14% referente a obrigações de curto prazo. Sua alavancagem financeira, medida pelo indicador dívida líquida/ EBITDA, se elevou em 0,10 p.p. até 3,80x no 2T24. Assim, o Grupo se manteve em conformidade com seus covenants, que limitam o indicador em ser igual ou menor que 4,00x. No entanto, sua aproximação ao limite do covenant é um ponto de atenção.
Visão da Agência para JSL ("Companhia")
A Fitch Ratings afirmou o IDR (Issuer Default Rating - Rating de Inadimplência do Emissor) da JSLpara a escala global em 'BB', enquanto rebaixou seu rating em escala nacional para 'AA+(bra)', ante 'AAA(bra)'. A perspectiva para a Companhia, por sua vez, foi rebaixada de 'Estável' para 'Negativa'.
Devido à existência de cláusulas de inadimplência cruzada entre JSL e Simpar, e pelo fato dos controladores e administradores da Simpar constituírem a maioria do conselho administrativo da JSL, a Companhia acabou sendo equalizada com a diminuição de rating e perspectiva da controladora.
Apesar disso, a agência de risco destaca a grande escala alcançada pela JSL no fragmentado e competitivo mercado de logística no Brasil, que a proporciona maior barganha na compra de ativos. Sua diversificação de serviços prestados e de clientes, também são pontos positivos.
A Fitch pontua que a alavancagem (dívida líquida / EBITDA) da JSL deverá, no cenário base, permanecer moderada, em torno de 3,5x até 2026.
Resultados da JSL ("Companhia") no 2T24
A JSL reportou resultados do 2T24, consolidando suas últimas duas aquisições (FSJ Logística e IC Transportes). O indicador Receita Líquida (R$ 2,1 bilhões) teve crescimento de 16% A/A, impulsionado pela implantação de novos contratos nos últimos 12 meses, e pelo crescimento de 40% na Receita Líquida da FSJ, que se beneficiou do ganho de escala após ser adquirida. Em relação ao EBITDA Ajustado no 2T24 (R$ 398,2 milhões), houve aumento de 11% A/A, apesar da adversidade durante a implementação de projetos por parte da Fadel, JSL e TPC.
Já em relação ao endividamento, a Companhia sofreu efeitos da aquisição da IC e FSJ, com sua dívida bruta (R$ 7,8 bilhões) tendo se elevado em 52% A/A no 2T24, sendo 22% de curto prazo. Sua alavancagem, medida pelo indicador dívida líquida/EBITDA, encerrou o 2T24 em 2,68x, um incremento de 0,23x A/A. Assim, a JSL se manteve em conformidade com seus covenants, que limitam o indicador em ser igual ou menor que 3,5x.
Visão da Agência para Movida ("Companhia")
A Fitch Ratings afirmou o IDR (Issuer Default Rating - Rating de Inadimplência do Emissor) da Movida para a escala global em 'BB', enquanto rebaixou seu rating em escala nacional para 'AA+(bra)', ante 'AAA(bra)'. A perspectiva para a Companhia, por sua vez, foi rebaixada de 'Estável' para 'Negativa'.
Devido à existência de cláusulas de inadimplência cruzada entre Movida e Simpar, e pelo fato dos controladores e administradores da Simpar constituírem a maioria do conselho administrativo da Movida, a Companhia acabou sendo equalizada com a diminuição de rating e perspectiva da controladora.
Individualmente, a Movida apresenta grande escala e relevância no segmento de locação no Brasil, o que à confere poder de barganha frente às montadoras no processo de compra de ativos.
Seu EBITDA deve crescer gradualmente ao passo que a Companhia expande suas operações. A agência espera receita total de locação de R$ 6,2 bilhões e R$ 6,7 bilhões, em 2024 e 2025, respectivamente, com margens EBITDA em torno de 61% e 63% durante o período.
Resultados da Movida ("Companhia") no 2T24
A Movida reportou resultados do 2T24 que reforçam a recuperação da Companhia. Os indicadores Receita Líquida (R$ 3,4 bilhões) e EBITDA (R$1,2 bilhão) do consolidado da Movida tiveram crescimento A/A de 39% e 29%, respectivamente, impulsionados pela adição líquida de frota e da elevação do ticket médio dos contratos dos segmentos de Gestão e Terceirização de Frotas (GTF) e Rent-A-Car (RAC).
Em relação ao endividamento, no 2T24, a Companhia apresentou dívida bruta de R$ 17,6 bilhões, o que representa uma expansão de 23% na comparação anual, sendo apenas 6% de curto prazo. Sua alavancagem, medida pelo indicador dívida líquida/EBITDA, encerrou o 2T24 em 3,2x, um aumento de 0,1x T/T e 0,3x A/A. Assim, a Movida se manteve em conformidade, apesar de próxima, com seus covenants, que limitam o indicador em ser igual ou menor que 3,5x. Com as captações realizadas no trimestre, a Companhia também foi capaz de elevar o prazo médio de 3,9 anos no 1T24 para 4,2 anos no 2T24.
Visão da Agência para Vamos ("Companhia")
A Fitch Ratings afirmou o IDR (Issuer Default Rating - Rating de Inadimplência do Emissor) da Vamos para a escala global em 'BB', enquanto rebaixou seu rating em escala nacional para 'AA+(bra)', ante 'AAA(bra)'. A perspectiva para a Companhia, por sua vez, foi rebaixada de 'Estável' para 'Negativa'.
Devido à existência de cláusulas de inadimplência cruzada entre Vamos e Simpar, e pelo fato dos controladores e administradores da Simpar constituírem a maioria do conselho administrativo da Vamos, a Companhia acabou sendo equalizada com a diminuição de rating e perspectiva da controladora.
Individualmente, a agência de risco enxerga a Vamos como líder no segmento de aluguel de veículos pesados, máquinas e equipamentos, o que a gera poder de barganha junto a fornecedores.
A Fitch pontua, no entanto, que a alavancagem da Companhia, medida pelo indicador dívida líquida / EBITDA, se encontra em patamar entre moderado e alto. No cenário base da agência, a alavancagem financeira deverá encerrar 2024 em 4,8x, caindo para 4,3x em 2026. Com o caráter intensivo em capital, a exigência de investimentos e renovação de frota, pressionam o perfil financeiro da Vamos.
Resultados da Vamos ("Companhia") no 2T24
O Grupo Vamos reportou seu balanço do 2T24, no qual teve expansão de 28% A/A em sua Receita Líquida (R$ 1,8 bilhão), impulsionado pelo crescimento de 42% do indicador no segmento de Locação, que também possibilitou a Companhia a apresentar EBITDA Ajustado de R$ 876 milhões, um incremento de 32% frente ao 2T23, e lucro líquido de R$ 141 milhões (+32% A/A).
Seu endividamento, medido pela dívida bruta, teve alta de 24% A/A (R$ 12,8 bilhões) no 2T24. Sua alavancagem financeira, medida pelo indicador dívida líquida/ EBITDA, se reduziu em 0,13 p.p. até 3,39x no 2T24. Assim, o Grupo Vamos se manteve em conformidade com seus covenants, que limitam o indicador em ser igual ou menor que 3,75x, apesar de continuar próximo ao limite do covenant.
Fonte
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