Tópicos do dia
Brasil
- Política Brasil: Reunião entre Líderes na Câmara e Bolsonaro; Discussões sobre proposta da Reforma da Previdência
- Roberto Campos Neto assume o BC e indica continuidade
Internacional
- Fed: “Sem pressa” para aumentar juros
- Tensão entre Índia e Paquistão aumenta com desaparecimento de pilotos
Empresas
- Sabesp (SBPS3): Privatização deve encontrar muita resistência interna, segundo Meirelles
- Petrobras (PETR4): Empresa prepara Programa de Demissão Voluntária e deve fechar sede de SP até junho
- Klabin (KLBN11): Minoritários querem levar a empresa para o Novo Mercado
COE News
- Tecnologia: Nova regulamentação pode colocar em risco a criação de novos produtos
Resumo
Geopolítica e Reforma da Previdência
Mercados globais operam no campo negativo nesta manhã de quarta-feira em meio à temporada de resultados mais fraca na Europa e tensão geopolítica na Ásia, com o Paquistão derrubando dois caças indianos dentro de seu espaço aéreo, após Índia ter dito que bombardeou acampamentos em território paquistanês.
Nos EUA, o discurso semestral do Presidente do Banco Central (Fed) não trouxe grandes novidades, reforçando tom suave em relação à política monetária. As decisões daqui em diante dependerão dos dados econômicos, e juros somente subirão se o panorama atual mudar. Entre hoje e amanhã, Trump se encontra com o líder Norte-Coreano para segunda rodada de negociações em relação à desnuclearização.
No Brasil, Roberto Campos Neto teve seu nome aprovado como presidente do Banco Central em sabatina no Senado. Entre outros assuntos, falou sobre a manutenção da atual postura do BC na condução da política monetária, a necessidade de reformas e a menor presença do estado na economia, o que é bem recebido.
Líderes na Câmara participaram de reunião com Jair Bolsonaro na noite de ontem. A insatisfação em relação ao governo permanece, e somente se dissipará quando a interlocução com o mesmo melhorar, mas sinalizações nessa direção foram dadas ontem. Em linhas gerais, a percepção é que a proposta da Reforma da Previdência já veio com gordura para possibilitar negociações.
Os principais pontos de embate parecem ser a aposentadoria rural e o benefício de prestação continuada para idosos de baixa renda, o que poderia diluir a proposta inicial de R$1,17tri para algo próximo de R$900bi, enquanto alguma flexibilização na regra de transição também é provável. Na nossa visão, o cenário base deve ser uma economia de R$600-800bi, com o mercado esperando algo próximo à banda inferior.
Do lado das empresas, a Suzano subiu 5% ontem seguindo forte alta do preço da celulose. Sobre a Sabesp, o Secretário da Fazenda de São Paulo Henrique Meirelles afirmou que a privatização eventual da companhia deverá encontrar muita resistência interna, e que a operação continua a depender da aprovação da MP do Saneamento.
Conteúdo na íntegra
Brasil
Política Brasil: Reunião entre Líderes na Câmara e Bolsonaro; Discussões sobre proposta da Reforma da Previdência
- Líderes na Câmara participaram de reunião com Jair Bolsonaro na noite de ontem. Saíram do encontro ainda queixosos, mas com a promessa de que terão conversas mais francas sobre participação no governo no futuro próximo. A insatisfação só se dissipará quando essa promessa virar realidade;
- Na reunião, o presidente reconheceu aos deputados que há “gordura” no texto inicial da reforma da Previdência. As resistências iniciais dos deputados se concentram na aposentadoria rural e no benefício de prestação continuada para idosos de baixa renda;
- Paulo Guedes tem almoço marcado com Davi Alcolumbre, presidente do Senado, e Rodrigo Maia, presidente da Câmara. É esperado que discutam questões relativas ao texto e à tramitação da reforma da Previdência.
Roberto Campos Neto assume o BC e indica continuidade
- O economista Roberto Campos Neto teve seu nome aprovado como presidente do Banco Central em sabatina nesta terça-feira. Entre outros assuntos, Campos falou sobre a manutenção da atual postura do BC na condução da política monetária, a necessidade de reformas e a menor presença do estado na economia;
- Ele avaliou como “excelente” o trabalho do BC realizado desde 2016, com a redução da inflação e o reforço da credibilidade institucional da autoridade que se encontrava abalada. Segundo ele, a transparência, a cautela e a serenidade na condução da política monetária devem ser preservadas e aprimoradas;
- Sobre o futuro do setor financeiro, enfatizou a importância do avanço em frentes que permitam o desenvolvimento do mercado de capitais e a democratização dos serviços financeiros. Blockchain, inteligência artificial, identidade digital, pagamentos instantâneos e open banking são fatores que vão alterar a dinâmica do setor e Campos entende que o BC deve estar preparado para a nova realidade.
Internacional
Fed: “Sem pressa” para aumentar juros
- Durante depoimento ao Comitê Bancário do Senado ontem, o líder do Fed, Jerome Powell, reforçou a posição da autoridade com relação à novas mudanças nas taxas de juros americanas;
- Ele citou os “sinais conflitantes” das últimas semanas, como dados decepcionantes sobre as vendas no varejo que contrastam com as contratações estáveis, o crescimento salarial e o baixo desemprego;
- O efeito do crescimento econômico mais lento no exterior é outro fator a ser monitorado pelo Fed nos próximos meses que poderia impactar a abordagem do Banco Central sobre a política monetária atual.
Tensão entre Índia e Paquistão aumenta com desaparecimento de pilotos
- As tensões entre o Paquistão e a Índia aumentam consideravelmente após o Governo do Paquistão anunciar que abateu dois caças indianos que sobrevoam seu espaço aéreo, além de prender um piloto do país vizinho;
- A ação ocorre um dia depois de as tensões entre os dois países terem escalado com o ataque aéreo da Índia no noroeste do Paquistão. De acordo com Nova Délhi, o ataque foi preventivo e atingiu um campo de treinamento terrorista, matando “um grande número de militantes”;
- A Rupia Indiana, moeda do país, reverteu os ganhos, enquanto o índice de ações do Paquistão chegou a cair até 3,8% em Karachi.
Empresas
Sabesp (SBPS3): Privatização deve encontrar muita resistência interna, segundo Meirelles
- Em evento ontem, o Secretário da Fazenda de São Paulo Henrique Meirelles afirmou que o governo paulista espera arrecadar pelo menos R$4 bilhões com privatizações e venda de ativos, com destaque para a Sabesp. Entretanto, a privatização da companhia estatal de saneamento deverá encontrar muita resistência interna, e notou que a legislação atual beneficia empresas estatais por permitir a assinatura de contratos de programa com municípios sem licitação;
- Na avaliação do Secretário, as condições para a privatização só devem melhorar após a aprovação da MP 868, que instituí o marco regulatório do saneamento e a qual contém artigo que prevê a chamada de licitação pública para contratação de serviços de saneamento (Artigo 10-C), retirando, portanto, a “vantagem competitiva” da Sabesp. Segundo outras notícias, há pressões para a retirada desse artigo da versão final da MP para evitar que a privatização seja o caminho inevitável, e viabilizar uma operação de capitalização da Sabesp;
- Notamos que, mesmo que o Artigo 10-C da versão final da MP fosse excluído, isso não implicaria na inviabilidade da privatização da Sabesp, mas apenas em uma menor pressão para realizar o processo. No final, a decisão sobre o processo caberá ao Governador do Estado.
Petrobras (PETR4): Empresa prepara Programa de Demissão Voluntária e deve fechar sede de SP até junho
- Segundo o Estadão, a Petrobras pretende desativar sua sede administrativa em São Paulo, na qual trabalham cerca de 700 pessoas, até junho desse ano. A desocupação poderia gerar uma economia de R$100 milhões até 2023, e a empresa avalia quais atividades podem ser alovadas para o Rio de Janeiro, quais seriam extintas devido a venda de ativos e quais seriam remanejadas para edifícios de co-working;
- Além disso, segundo a notícia, a empresa planeja lançar um novo Programa de Demissão Voluntária (PDV), embora ainda não exista um cronograma definido. A empresa possuí 62,7 mil funcionários próprios;
- Ressaltamos que não incorporamos eficiências de custos administrativos em nossas estimativas, e quaisquer esforços nesse sentido apenas melhorariam o risco-retorno e o potencial de ganho com as ações. Da Petrobras. Mantemos recomendação de compra, com preços-alvo de R$31/R$30 para PETR4 e PETR3.
Klabin (KLBN11): Minoritários querem levar a empresa para o Novo Mercado
- Segundo o Valor Econômico, um grupo de acionistas minoritários da Klabin está aumentando a pressão para que a empresa implemente melhorias na governança corporativa, com a migração para o Novo Mercado da B3 nessa pauta;
- A composição de uma chapa para disputar uma vaga no conselho de administração e outra no fiscal foi a primeira iniciativa. Com 13 assentos, atualmente praticamente todo o colegiado é formado por membros com sobrenomes vinculados aos diferentes núcleos de controladores, o que não agrada aos minoritários. Para o conselho de administração foi indicado Mauro Cunha, presidente da Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec) e, para o fiscal, o nome sugerido é o da filha do investidor Luiz Barsi, maior acionista individual da Klabin, Louise Barsi;
- A assembleia geral ordinária (AGO), que elegerá o novo conselho, estava estimada para 28 de março, mas foi adiada para 30 de abril.
COE News
Tecnologia: Nova regulamentação pode colocar em risco a criação de novos produtos
- Na última semana, associações comerciais e grandes empresas de tecnologia, incluindo o Facebook, Apple, Google, Twitter e Microsoft, se reuniram com o governo australiano para alertar que a nova regulamentação, aprovada em Dezembro de 2018, poderia criar problemas para o desenvolvimento de novos produtos no campo da comunicação;
- Recentemente, a Austrália e o Reino Unido aprovaram leis que podem obrigar empresas de tecnologia a reportar dados para as autoridades. Adicionalmente, a Índia está considerando uma medida abrangente que daria às autoridades acesso a alguns dados do serviço de mensagens do WhatsApp, e os EUA indicaram que continuarão alocando esforços para conseguir a permissão para desbloquear dispositivos criptografados como os iPhones da Apple;
- As autoridades querem acesso a dados de usuários para solucionar crimes e rastrear possíveis ameaças a sociedade. As empresas do Vale do Silício temem que esse acesso possa ser usado indevidamente para espionagem ou até explorado por hackers. Assim, boa parte das empresas de tecnologia estão resistindo à enfraquecer a criptografia de seus sistemas e serviços de transmissão de dados.
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