Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG - do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG - Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado encerrou o pregão de quinta-feira em território positivo, com o IBOV e o ISE registrando alta de 0,27% e 0,36%, respectivamente.
• No Brasil, a produtora de etanol de milho FS iniciou ontem apresentações a investidores para uma oferta de títulos de dívida verde em dólar (bonds, ou bônus) - a FS, primeira empresa a produzir etanol a partir da cultura do milho no país, já emitiu outras dívidas “verdes” tanto no mercado externo quanto no interno, levantando US$ 550 milhões em 2020.
• No internacional, (i) segundo a agência de classificação de risco Fitch, o volume de emissões de dívidas relacionadas ao cumprimento de metas ou à execução de projetos de sustentabilidade deve ter um leve aumento em 2024 (vs. 2023) em meio às expectativas de crescimento econômico global moderado e de um cenário de taxas de juros altas - a expectativa é de que essas emissões em todo mundo somem US$ 950 bilhões em 2024 (vs. US$ 946 bilhões de 2023), sendo a maior parte desse montante de (US$ 580 bilhões) emissões de títulos verdes; e (ii) o setor de energia limpa foi o principal responsável pelo crescimento econômico da China em 2023, correspondendo a 40% do aumento do PIB do país no ano, segundo uma pesquisa divulgada pelo Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo - os investimentos em energia limpa contribuíram com um valor recorde de US$ 1,6 bilhão para o PIB chinês, um aumento de 30% em relação à participação econômica do ano passado, segundo o estudo.
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Brasil
Empresas
Brasil pode atrair siderúrgicas em busca de hidrogênio para aço verde, sugere BloombergNEF
"A produção de aço à base de hidrogênio verde pode ser a opção mais barata para produzir aço com zero emissões em 2050, segundo levantamento da BloombergNEF. O estudo aponta que o Brasil é um dos candidatos a receber siderúrgicas em busca de produção de aço com baixo teor de carbono a preço competitivo. O país, além de reservas de minério de ferro, conta com energia de base limpa e barata, como a hidrelétrica, o que poderia reduzir os custos do aço à base de hidrogênio verde. “Isto poderia levar a uma mudança na localização de novas siderúrgicas. Embora hoje estejam localizadas perto do minério de ferro e/ou dos seus centros de demanda, o fator mais importante no futuro poderá ser a co-localização com energia limpa 24 horas por dia, 7 dias por semana”, diz o documento. “É mais provável que esta realocação aconteça lentamente e para países onde também existem depósitos de minério de ferro de boa qualidade, como o Canadá e o Brasil”, completa. O documento foi encomendado por uma Coalizão que reúne interessados na indústria do hidrogênio, incluindo executivos da Fortescue – mineradora australiana que possui um mega projeto em desenvolvimento para produção hidrogênio verde no Ceará – e da Mubadala – fundo de investimento que controla a Acelen, dona da Refinaria de Mataripe, na Bahia. “A produção de aço à base de hidrogênio requer energia limpa e barata para produzir hidrogênio verde econômico para produzir ferro e alimentar a siderurgia”, afirma o relatório. “Assinar PPAs com centrais hidrelétricas, geotérmicas ou nucleares existentes é uma boa forma de garantir energia limpa e barata 24 horas por dia, 7 dias por semana. Os países com um grande portfólio hidrelétrico incluem Noruega, Canadá, Brasil e China”.”
Fonte: Epbr, 25/01/2024
Oferta de bônus verdes da FS no exterior pode movimentar US$ 500 milhões
"A produtora de etanol de milho FS iniciou hoje apresentações a investidores para uma oferta de títulos de dívida em dólar (bonds, ou bônus). Os papéis terão o carimbo de “green”, ou seja, com recursos voltados a projetos sustentáveis. O tamanho da emissão deve ficar em torno de US$ 500 milhões. Atuam na coordenação os bancos Morgan Stanley, Citi e Santander. BTG Pactual, J.P. Morgan, UBS e XP também participam da operação. A FS, primeira empresa a produzir etanol a partir da cultura do milho no país, já emitiu outras dívidas “verdes” tanto no mercado externo quanto no interno. Em 2020, a companhia levantou US$ 550 milhões com títulos que vencem em 2025. A operação contou com uma captação adicional de US$ 50 milhões em janeiro de 2021. Também em 2020, a companhia conseguiu cerca de R$ 500 milhões com ofertas de certificado de recebíveis do agronegócio (CRA) e imobiliários (CRI) e cédulas de crédito bancário (CCB).”
Fonte: Valor Econômico, 25/01/2024
Ações da Vale (VALE3) recuam 2% com condenação por rompimento de barragem em Mariana
"Vale ON recuava 3% às 17h05 da sessão de hoje, descolada do Ibovespa e do minério de ferro, conforme rumores de que o governo pretende emplacar Guido Mantega na presidência da empresa colocam investidores em modo de atenção. No mesmo horário, o Ibovespa subia 0,31%, aos 128.211 pontos. Nos últimos minutos, a ação ampliou perdas após o portal G1 noticiar a condenação da empresa com BHP e Samarco, pela Justiça Federal, a pagar R$ 47,6 bilhões de indenização por danos morais coletivos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, Minas Gerais, em 2015.”
Fonte: Valor Econômico, 25/01/2024
Justiça condena Vale, Samarco e BHP a pagamento de R$ 47,6 bi por tragédia em Mariana
"O juiz federal substituto Vinicius Cobucci, da 4ª Vara Federal Cível e Agrária da Subseção Judiciária de Belo Horizonte atendeu parte dos pedidos feitos pelos Ministério Público Federal e Ministério Publico do Estado de Minas Gerais em uma ação civil pública contra a Samarco, em recuperação judicial, e suas sócias Vale e BHP Billiton, no caso do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), em 2015. Na ação, que tem como parte terceira interessada o Ministério Público do Espírito Santo, os órgãos pediram condenação das empresas ao pagamento de indenização por dano moral coletivo, por dano social e por danos individuais homogêneos. A justiça condenou as empresas no caso da indenização por danos morais coletivos, mas recusou os pedidos de indenização por dano social e danos individuais homogêneos. As empresas podem recorrer da decisão e têm 15 dias para se manifestarem. A BHP informou que não foi intimada da decisão. Samarco ainda não respondeu ao pedido de entrevista. A Vale afirmou que não foi notificada e reforçou que mantém aportes à Fundação Renova, entidade criada para gerenciar e implementar as medidas de reparação e compensação ambiental e socioeconômica. Até dezembro de 2023, foram destinados R$ 34,7 bilhões às ações da fundação. Desse valor, R$ 14,4 bilhões foram para o pagamento de indenizações individuais e R$ 2,7 bilhões em auxílios financeiros emergenciais, totalizando R$ 17,1 bilhões que beneficiaram pelo menos 438 mil pessoas.”
Fonte: Valor Econômico, 25/01/2024
Política
Internacional
Empresas
FT: Preço do lítio cai com desaceleração da demanda por veículos elétricos na China
"As mineradoras de lítio estão cortando custos e reduzindo seus planos de expansão da produção depois que a desaceleração da demanda por veículos elétricos na China derrubou o preço do metal usado na fabricação de baterias. O preço do lítio caiu mais de 80% no último ano para US$ 13.200 a tonelada, o menor nível desde 2020, em razão da oferta excessiva no mercado, segundo o grupo de dados Benchmark Mineral Intelligence. Com isso as mineradoras – principalmente na Austrália, responsável por 40% da produção mundial – reduziram a produção, uma vez que a queda na procura por veículos elétricos deixa estoques acumulados do material semiprocessado ao longo da cadeia de abastecimento. “Estamos passando por um período em que muitos projetos novos foram lançados em um espaço de tempo muito pequeno”, diz William Adams, chefe de análise dos mercados de commodities da Fastmarkets, uma agência de apuração de preços. “Acabamos de começar a ver o retrocesso”. Embora o preço do lítio não tenha caído tanto quanto em 2019-2020, quando ele chegou a cerca de US$ 6.000 a tonelada, a lucratividade de muitos produtores vêm sofrendo. O Goldman Sachs estima um excesso de oferta de 200 mil toneladas de carbonato de lítio, ou 17% da demanda global, este ano, o que exigirá “cortes substanciais na oferta” para equilibrar o mercado. Mas políticos e executivos australianos temem que sejam as mineradoras locais as mais expostas à velocidade e tamanho da queda do preço do lítio, uma vez que seus projetos foram os primeiros a sentir os efeitos em cascata. Na quarta-feira (24), a Pilbara Minerals, uma importante concorrente do setor de lítio da Austrália, com um valor de mercado de 10 bilhões de dólares australianos, alertou que não distribuirá dividendos no primeiro semestre após uma queda de 46% nas receitas nos três últimos meses de 2023, em razão da volatilidade do preço do lítio.”
Fonte: Valor Econômico, 25/01/2024
Emissão global de dívida ESG deve ter leve avanço em 2024 em meio a cenário desafiador, diz Fitch
"O volume de emissões de dívidas relacionadas ao cumprimento de metas ou à execução de projetos de sustentabilidade deve ter um leve aumento em 2024, em comparação ao ano anterior, em meio às expectativas de crescimento econômico global moderado e de um cenário de taxas de juros altas. A avaliação é da agência de classificação de risco Fitch, que produziu um relatório com perspectivas para títulos ESG (sigla em einglês para padrões sociais, ambientais e de governança). A previsão da Fitch é de que essas emissões em todo mundo somem US$ 950 bilhões em 2024, o que significaria um pequeno crescimento em relação aos US$ 946 bilhões de 2023. Do total projetado, US$ 580 bilhões correspondem aos títulos verdes (“green bonds”), US$ 150 bilhões a títulos sociais (“social bonds”), US$ 160 bilhões a títulos de sustentabilidade (“sustainability bonds”) e US$ 60 bilhões a títulos atrelados ao cumprimento de metas de sustentabilidade (“sustainability-linked bonds”). Os analistas da Fitch acreditam no crescimento de investimentos em tecnologias verdes à medida em que a transição energética ganhar destaque. Eles também afirmam que o crescente apoio político à soluções “verdes”, como biocombustíveis, vai impulsionar o aumento dos investimentos privados e públicos. Para eles, apesar do crescimento das emissão de títulos sustentáveis em mercados emergentes, o montante obtido para financiamento continua aquém do necessário. Com isso, é esperado que outras formas de financiamento para o desenvolvimento sustentável sejam pensadas. Um exemplo seria a emissão de títulos por bancos de desenvolvimento que posteriormente poderiam repassar os recursos às companhias.”
Fonte: Valor Econômico, 25/01/2024
Energia limpa puxou economia na China em 2023, aponta pesquisa
"O setor de energia limpa foi o principal responsável pelo crescimento econômico da China em 2023, correspondendo a 40% do aumento do Produto Interno Bruto (PIB) do país no ano, segundo uma pesquisa divulgada nessa quinta-feira (25) pelo Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo (CREA, na sigla em inglês). Os investimentos em energia limpa contribuíram com um valor recorde de 11,4 bilhões de yuans (cerca de US$ 1,6 bilhão) para o PIB chinês, um aumento de 30% em relação à participação econômica do ano passado, segundo o estudo. A pesquisa atrela o crescimento do setor ao “enorme aumento” nos investimentos nas chamadas “três novas industrias”, que são energia solar, veículos elétricos e baterias. Em termos anuais, o investimento chinês em energia limpa foi de 6,3 bilhões de yuans (US$ 890 bilhões de dólares), um crescimento de 40%. O valor é quase tão grande quanto o investimento global total no fornecimento de combustíveis fósseis em 2023, segundo o relatório. O aumento da participação econômica do setor acontece em meio a uma tentativa de recuperação da economia chinesa e preenche uma lacuna deixada pela crise no setor imobiliário. Sem o crescimento no setor de energia limpa, o PIB chinês teria aumentado apenas 3% em vez de 5,2%, falhando na meta de crescimento do governo de cerca de 5%. “Esta mudança posiciona a indústria da energia limpa como uma parte fundamental não só dos esforços energéticos e climáticos da China, mas também da política econômica e industrial mais ampla”, afirma a pesquisa.”
Fonte: Valor Econômico, 25/01/2024
Política
Joe Biden suspende licenças para projetos de GNL sob pressão de campanha climática
"O governo Biden suspenderá indefinidamente as aprovações de novos terminais de exportação de gás natural liquefeito ao longo da costa dos EUA, desferindo um golpe em um setor em expansão e dando uma vitória aos defensores do clima. Os EUA são o maior exportador de GNL do mundo, com o número de cargas embarcadas crescendo rapidamente desde que a primeira partiu da Louisiana em 2016. A crise energética europeia, desencadeada pela invasão em grande escala da Ucrânia por Vladimir Putin, aumentou a demanda à medida que os países buscavam substituir o gás canalizado da Rússia. Mas as usinas de liquefação multibilionárias do setor dos EUA se tornaram alvo de ativistas climáticos que argumentam que a infraestrutura em rápida expansão manterá a dependência de combustíveis fósseis nas próximas décadas. A pausa do Departamento de Energia suspenderá temporariamente os pedidos pendentes de 17 projetos que aguardam aprovação para prosseguir. A medida ocorre no momento em que o presidente Joe Biden entra em um ano eleitoral com o objetivo de garantir o apoio de eleitores mais jovens e preocupados com o clima, que o ajudaram a vencer seu primeiro mandato. Muitos se sentiram decepcionados depois que o governo deu luz verde ao projeto de petróleo Willow da ConocoPhillips em terras federais no Alasca no ano passado. "Durante esse período, daremos uma boa olhada nos efeitos das exportações de GNL sobre os custos de energia, a segurança energética dos Estados Unidos e nosso meio ambiente", disse Biden. "Essa pausa nas novas aprovações de GNL vê a crise climática pelo que ela é: a ameaça existencial de nosso tempo."”
Fonte: Financial Times, 26/01/2024
Índices ESG e suas performances
(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6) O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.
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