Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG - do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG - Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado encerrou o pregão de quinta-feira em território negativo, com o IBOV e o ISE registrando queda de -0,11% e -0,44%, respectivamente.
• No Brasil, (i) as montadoras chinesas estão ganhando participação cada vez maior no mercado de veículos elétricos no país, saltando de uma participação de 8% no segmento em 2022 para 30% no acumulado deste ano - segundo projeções da Bright Consultoria, os veículos elétricos devem representar 10% da frota total do Brasil até 2030; e (ii) a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, anunciou ontem que o desmatamento na Amazônia Legal caiu 22,3% no período de ago/22 a jul/23 - olhando somente para 2023 (entre janeiro e julho), os dados do Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes) indicam queda no desmatamento de 42%.
• No internacional, empréstimos corporativos cujos custos estão ligados às metas ESG estão sendo redesenhados pelos bancos em resposta à crescente pressão regulatória e para injetar mais credibilidade em um mercado que eles esperam crescer - os empréstimos vinculados à sustentabilidade (SLL), por exemplo, oferecem empréstimos mais baratos, em torno de 2,5-10 pontos base, a menos se as empresas atingirem metas.
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Brasil
Empresas
Para este veterano em investimentos ESG, é hora de ficar longe dos ETFs
"O ano difícil que muitos investidores ESG estão enfrentando pode estar prestes a piorar. De acordo com James Penny, diretor de investimentos da TAM Asset Management e veterano em investimentos ESG, as vendas que devastaram as ações de empresas sustentáveis podem em breve se transformar em uma “queima lenta” que pode durar mais alguns anos. A correção dos ativos do setor — com o índice S&P Global Clean Energy caindo mais de 30% no último ano — definitivamente abalou alguns investidores dentro da sustentabilidade de impacto ESG, disse Penny em uma entrevista. Tem sido um momento difícil para investir em temas de sustentabilidade. Este deveria ser o ano em que os investidores visando objetivos ambientais e sociais veriam seus ativos impulsionados por pacotes de apoio históricos, como a Lei de Redução da Inflação dos EUA. Em vez disso, a inflação em níveis altos e as taxas de juros acabaram prejudicando muitas ações ESG tradicionais, com energia eólica e solar se destacando como algumas das maiores perdedoras. A principal ameaça para os investidores agora está em permanecer com os tipos de estratégias passivas oferecidas por fundos de índice, disse Penny. A situação a evitar em uma “queima lenta” é ficar preso a empresas “que consistentemente estão sob pressão”, disse ele. Haverá empresas que “simplesmente não podem sobreviver” e também haverá algumas que se destacarão, disse ele.”
Fonte: Bloomberg Línea, 09/11/2023
Empresas chinesas avançam no Brasil e já têm 30% do mercado de elétricos
"As montadoras chinesas estão ganhando participação cada vez maior no mercado de carros elétricos. No Brasil, marcas como BYDjá conquistaram posição de destaque no ranking de vendas de elétricos e híbridos e a expectativa é que, ao longo desta década, grupos chineses como Chery, JAC Motors e Great Wall Motor (GWM) também sejam decisivos no processo de eletrificação da frota brasileira. Segundo projeção da Bright Consultoria, obtida com exclusividade pela Bloomberg Línea, os veículos eletrificados – elétricos e híbridos – devem representar 10% da frota total do Brasil até 2030, independentemente de incentivos fiscais para carros dessa categoria. Hoje, modelos eletrificados respondem por cerca de 0,5% dos veículos que circulam no país. Com uma estratégia que une preços competitivos e autonomia mais ampla, essas marcas têm contribuído para a expansão do segmento no país. Carros elétricos e híbridos chineses saltaram de uma participação de 8% do segmento no Brasil em 2022 para 30% no acumulado deste ano. “O market share das chinesas pode aumentar ainda mais em 2023 com novos modelos chegando ao país”, disse o sócio-diretor da Bright, Murilo Briganti, à Bloomberg Línea. Briganti disse que o tíquete médio dos veículos eletrificados no Brasil é de cerca de R$ 300 mil. Nesse cenário, o preço é uma barreira para a expansão do segmento, já que modelos a combustão nessa faixa representam apenas 6% das vendas totais do mercado automotivo brasileiro.”
Fonte: Bloomberg Línea, 10/11/2023
Empresas atingem metas mais rápido e ganham credibilidade quando adotam práticas ESG, aponta estudo
"Companhias preocupadas com questões ambientais, sociais e de governança alcançam resultados mais animadores do que empresas nas quais a agenda ESG não é uma prioridade. Essas organizações com cultura sustentável passam a ser vistas por investidores e stakeholders com mais confiança, o que fortalece a reputação delas no mercado. Além disso, as metas são atingidas mais rápido – em alguns casos, em até metade do tempo. s conclusões fazem parte de um estudo conduzido pela consultoria Russell Reynolds Associate, empresa mundial que atua na avaliação e desenvolvimento de lideranças. O levantamento sugere que o diálogo entre conselheiros e equipe é fundamental para uma organização avançar na agenda ESG. Quando a conversa funciona bem, maiores são as chances das práticas socioambientais serem bem aplicadas ao negócio. Incluir todos os cargos C-Level da companhia na implementação das diretrizes ESG pode ajudar, conforme indica o estudo. Isso porque, ao garantir que o tema seja frequentemente lembrado pelos executivos, fica mais fácil garantir que a agenda sustentável seja vista como uma responsabilidade de todos – mesmo quando não for uma tarefa evidente. “O CEO e a equipe executiva não são os únicos que devem focar continuamente na sustentabilidade”, afirma Jacques Sarfatti, sócio-diretor da Russell Reynolds Associate. “O conselho não precisa se tornar especialista, mas é imprescindível que ele tenha uma compreensão básica de como as práticas podem criar valor e reduzir riscos.”.”
Fonte: Exame, 09/11/2023
O mercado regulado de carbono pode ajudar Brasil a manter competitividade
"A aprovação de um mercado de carbono regulado pode ajudar as empresas brasileiras a continuar competitivas em um comércio global menos tolerante a produtos e serviços altamente poluentes. Isso porque a precificação do carbono poderá ajudar empresas a incorporar o impacto financeiro das mudanças climáticas em sua tomada de decisão e, ao mesmo tempo, incentivar a redução de suas emissões. É o que mostra a terceira edição do estudo Oportunidades para o Brasil em Mercados de Carbono, produzido pela empresa de soluções para estratégias de carbono WayCarbon e a Câmara de Comécio Internacional (ICC Brasil). Esta edição buscou analisar os potenciais impactos do estabelecimento do mercado regulado brasileiro e do Carbon Border Adjustment Mechanism (CBAM) da União Europeia na competitividade do país. E uma das conclusões é que a implementação do CBAM deve afetar exportações de países que não possuem mercado regulado. O Brasil, se não correr para aprovar e implementar o seu, terá dificuldade nas negociações de setores de energia, agricultura, ferro e aço, aponta. A estimativa apontada pela pesquisa é que o CBAM pode ter um impacto negativo de até US$ 444,3 milhões na economia brasileira por meio de restrições e tributações nas exportações de produtos intensivos em consumo.de energia.”
Fonte: Valor Econômico, 09/11/2023
Fama capta fundo ativista para investir nas ‘carbon majors’ (mas não quer briga)
"Com uma tese de incentivar a descarbonização das empresas mais poluentes das bolsas do Brasil e demais países da América Latina, as chamadas ‘carbon majors’, acaba de abrir para captação o fundo Latam Climate Turnaround, da gestora Fama Re.capital (nova marca da casa). Até 30 de novembro, o fundo receberá aportes de investidores brasileiros e, no começo de 2024, abrirá para captação de investidores estrangeiros, que devem responder pela maior parte do patrimônio. Embora se trate de um fundo ativista, o gestor Fabio Alperowitch, fundador da Fama, avisa que não quer briga. Desde que abraçou a agenda ESG, Alperowitch se notabilizou por um discurso afiado e, na visão de muitos, um tanto radical, contra empresas detratoras do meio ambiente e de questões sociais. Agora, vai encarnar uma versão “Alperowitch paz e amor” para liderar o novo fundo, ao lado da advogada especializada em direito climático Caroline Prolo. O gestor fala em “abordagem amigável e construtiva”, “persuasão” e também em fisgar as empresas pelo bolso. Um dos fatores a ser considerado pelas companhias é o risco crescente de serem alvo de litigância climática, algo que não está ainda no radar corporativo, dizem os gestores. Eles citam um caso recente em que a Advocacia Geral da União (AGU), representando o Ibama, move uma ação de indenização de R$ 292 milhões contra um proprietário de terras no Amazonas por conta das emissões de gases oriundas do desmatamento ilegal. ”
Fonte: Capital Reset, 10/11/2023
Shell leva versão adocicada da transição energética ao horário nobre da TV
"Quem sintonizou a TV na novela das nove esta semana ganhou de brinde uma outra trama nos intervalos. A protagonista Laura descobre que está grávida pela primeira vez e passa a refletir sobre o futuro que seu filho terá no planeta. Ato contínuo, propõe ao marido, Bruno, que reduzam o uso de água, de energia e plástico. Ao que ele responde: “Tá bom. Mas não vai dar para mudar tudo de uma hora para outra. Vai ter que rolar uma transição primeiro.” Por trás da produção estão a Shell Brasil e sua co-controlada Raízen, que decidiram apostar numa campanha publicitária em formato de mininovela para tratar de forma acessível um tema para lá de complexo e controverso: o da transição energética A ação da petroleira no Brasil não é um caso isolado. Conforme crescem as críticas sobre o papel das produtoras de óleo e gás no agravamento da crise climática, empresas do setor ao redor do mundo têm buscado contornar a crise de imagem e levar a sua versão de como a transição deve se dar em formato palatável para o grande público. ”
Fonte: Capital Reset, 10/11/2023
Política
Desmatamento na Amazônia perde força em 2023 e já cai 22% em 12 meses
"A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, anunciou ontem que o desmatamento na Amazônia Legal caiu 22,3% no período de agosto de 2022 a julho de 2023. Os dados do Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes) indicam a intensificação dessa tendência neste ano, uma vez que a entre janeiro e julho a queda foi de 42%. A taxa de desmatamento foi a menor calculada pelo Prodes desde 2019. O anúncio foi feito pela ministra, no Palácio do Planalto, após reunião do grupo interministerial, que trata do plano de prevenção e controle do desmatamento da Amazônia Legal. O grupo reúne 19 ministérios coordenados pela Casa Civil. Segundo Marina, apesar da seca que afeta a região, dados apurados pelo sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), indicaram que o desmatamento, entre janeiro e outubro, caiu 49%. O Deter aponta para estimativa de queda de 55% nos meses de agosto a outubro, em média - redução de 66% em agosto, 57% em setembro e 52% em outubro Marina ressaltou que o atual governo se deparou com desafios que tornaram a tarefa de combate ao desmatamento “muito mais difícil” do que as condições de 20 anos atrás. Segundo ela, houve “cruzamento” de fatores relacionados a ações criminosas de tráfico de drogas e armas, grilagem de terra, pesca e garimpo ilegal. “Houve uma profusão de criminalidade após um completo desmonte da estrutura de governança ambiental, de destroçamento dos órgãos de comando e controle e de monitoramento, com redução de orçamento e incentivo inclusive à atividade que resultam em desmatamento”, disse a ministra.”
Fonte: Valor Econômico, 10/11/2023
Internacional
Empresas
Empréstimos vinculados a ESG enfrentam revisão por bancos sob pressão
"Empréstimos corporativos cujos custos estão ligados às metas ambientais, sociais e de governança (ESG) estão sendo redesenhados pelos bancos em resposta à crescente pressão regulatória e para injetar mais credibilidade em um mercado que eles esperam crescer. Os empréstimos vinculados à sustentabilidade (SLL), que foram usados pela primeira vez em 2017, oferecem empréstimos um pouco mais baratos, normalmente em torno de 2,5-10 pontos base a menos, se as empresas atingirem metas como reduzir suas emissões de carbono ou melhorar a diversidade do conselho. Os bancos precisam equilibrar padrões mais rígidos sem matar a demanda por SLLs, que, ao contrário dos empréstimos vinculados a projetos específicos, permitem que os mutuários usem o dinheiro arrecadado da maneira que escolherem, pois contam para os próprios compromissos financeiros sustentáveis dos credores. "Não há mais hype", disse Constance Chalchat, diretora de sustentabilidade do BNP Paribas Corporate and Institutional Banking. "Se você não for 100% à prova de balas, isso pode criar greenwashing ou riscos de reputação." Em meio ao crescente escrutínio regulatório e sugestões de que as SLLs permitem que as empresas inflem suas credenciais verdes, os dados da LSEG mostram que a emissão caiu 36% para US$ 310 bilhões até agora em 2023, de US$ 480 bilhões em 2022. Os volumes totais de empréstimos também caíram no período, mas em 21% menos acentuados.”
Fonte: Capital Reset, 08/11/2023
Política
"Os negócios serão fundamentais para o sucesso das negociações climáticas da COP28, mas as empresas precisam apoiar suas promessas ambientais e sociais com ação firme e dinheiro, disse o Representante Especial Badr Jafar à Reuters. Jafar, que supervisionará o Fórum Climático de Negócios e Filantropia de 1 a 1 de dezembro no evento com mais de 500 líderes mundiais, CEOs e instituições de caridade, disse que esperava pelo menos 26 grandes negócios em tudo, desde tecnologia até finanças e agricultura. "Estamos nos certificando de que as pessoas venham com compromissos e não apenas promessas. Então, dinheiro real. As pessoas estão realmente ficando fartas de promessas elevadas que não vão a lugar nenhum", disse Jafar, que também é CEO da Crescent Enterprises, um conglomerado com sede nos Emirados Árabes Unidos. Entre as metas para um fluxo de trabalho focado em acelerar a transição energética, estava mais de 100 empresas para se juntarem a uma promessa de dois anos de alinhar suas práticas de aquisição com a meta climática mundial. Apelidado de First Movers Coalition e lançado na COP26 em Glasgow, o grupo, que visa descarbonizar setores difíceis de abajurar, incluindo a indústria pesada e o transporte de longa distância, tinha cerca de 65 membros na cúpula do ano passado no Egito. Outro objetivo é lançar um novo fundo chamado Acelerador de Transição Energética, arrecadando dinheiro para tecnologias nascentes para ajudar na transição, particularmente no mundo em desenvolvimento, disse Jafar, sem detalhar seu tamanho.”
Fonte: Reuters, 09/11/2023
Índices ESG e suas performances
(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6) O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.
Nossos últimos relatórios
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Moura Dubeux (MDNE3): De tijolo em tijolo construindo uma agenda promissora(link)
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Cosan (CSAN3): Principais destaques ESG do Investor Day(link)
Carteira ESG XP: Sem alterações no nosso portfólio para setembro (link)
ESG na Expert XP 2023: As três principais mensagens que marcaram o tema no evento(link)
Relatórios Semanais (Brunch com ESG)
Atenções voltados para a agenda de Lula em Nova York e os desdobramentos da Semana do Clima (link)
1° título verde soberano do Brasil avança; ORVR3 emite SLB no valor de R$130M; Bancos públicos de desenvolvimento se encontram (link)
Expert XP 2023 coloca transição energética em pauta; Marco legal de captura de carbono avança; Investidores pressionam BlackRock (link)
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