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Bancos & Instituições Financeiras: Feedback do Roadshow no Rio de Janeiro

Principais conclusões de nossa rodada de discussões com gestores de ativos locais.

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Na semana passada realizamos um non-deal roadshow (NDR) no RJ para discutir as perspectivas para nossa cobertura do setor financeiro. Os principais destaques foram i) O nome mais consensual nas discussões foi o do Itaú, que é percebido como um porto seguro no seu valuation atual. Embora quase todos os fundos tenham posições no Itaú, essas posições não nos parecem excessivamente concentradas; ii) Embora difícil de prever, definir o momento exato em que a inadimplência deixará de afetar os resultados do Bradesco pode gerar um bom retorno; iii) no Mercado de Capitais, o BTG parece ser uma alocação recorrente, mas com alguns investidores partilhando as nossas preocupações relacionadas ao nível de preço. Sendo assim, as reuniões reforçaram nossa visão positiva do setor e nossa preferência pelo Itaú.

Itaú: o nome mais consensual. Embora não seja surpreendente, achamos digno de nota que praticamente todos detêm ações do ITUB. As razões para a posição podem variar. Alguns enfatizam a qualidade das ações, enquanto outros dão mais peso à seu valuation atrativo. Na verdade, com um índice P/L de 7x (abaixo da sua média histórica de 8x-12x), os investidores perguntaram-nos quais os riscos potenciais que poderiam surgir, especialmente tendo em conta as discussões regulatórias em curso, nomeadamente em relação ao fim do Juros Sobre Capital Próprio (JCP). O potencial para uma revisão do payout é visto como um risco positivo. Porém, no final das contas, o nível de convicção se reflete no dimensionamento da posição. No geral, o banco é considerado um porto seguro mesmo num ambiente competitivo. Demonstrou as suas capacidades de gestão de risco em tempos difíceis do ciclo de mercado e parece preparado para resistir a uma possível recessão. Alguns investidores acreditam que o banco ainda tem oportunidades significativas de redução de custos para enfrentar a ameaça representada pelas fintechs.

Bradesco. Não possuir o Bradesco é tão comum quanto ter Itaú. Embora não vejamos muitos vendendo ações a descoberto, esses investidores também não estão comprando. Na nossa opinião, assim que a inadimplência começar a dar algum alívio, as ações BBDC4 deverão subir, pelo menos modestamente, levando a um desempenho superior em relação aos seus pares. Porém, saímos deste NDR com a sensação de que aumentou o número de investidores que ficaram mais negativos com o banco no médio e longo prazo.

Margem de segurança. O Banco do Brasil continua sendo um assunto polêmico. Alguns investidores continuam avessos a investir em empresas estatais. No entanto, mesmo os mais céticos reconhecem que o evento relacionado ao crédito consignado do INSS no início deste ano (BB e Caixa suspenderam temporariamente a linha de crédito) mostrou que a governança melhorou. Além disso, vale destacar que surgiram algumas preocupações em relação à capacidade do banco de manter uma estrutura de custos mais enxuta à medida que aumentam as ameaças competitivas vindas das fintechs. Apesar de tudo isso, a maioria dos investidores com quem conversamos concorda que o BB é uma pechincha. E embora o ciclo de redução das taxas de juro possa afetar o seu balanço, o potencial de valorização continua atrativo.

Boa execução, mas um valuation caro. BTG também é um nome predominante nas carteiras de clientes. O banco tem apresentado um forte desempenho em todas as suas linhas de negócios. No entanto, também é consenso que o valuation já precifica isso. Alguns investidores compartilham nosso desconforto ao ver o banco negociando perto de 3x P/VP. Por outro lado, aqueles que consideram o valuation como adequado alegam que as linhas de negócio em rápido crescimento apresentam retornos (ROE) mais elevados e, consequentemente, o banco merece múltiplos mais elevados. Vale lembrar que nesses níveis o BTG já fez Follow-ons no passado. Alguns argumentam que um possível follow-on poderia ser para a compra da participação remanescente do Banco Pan. Em nossa opinião, isso poderia fazer sentido, mas como não cobrimos o Pan não está claro quais seriam os benefícios adicionais, visto que o BTG já controla a instituição.

Afinal, Nu é barato ou caro? A questão do bilhão de dólares continua relacionada ao Nu. Embora muitos investidores já tenham sofrido algumas perdas operando as ações ROXO34, o banco continua sendo um tema frequente entre os gestores. Quem não possui afirma que o case já está precificado para a perfeição. Outros investidores estão mais otimistas quanto à capacidade do banco de se expandir para novas linhas de negócio além dos cartões e do crédito pessoal. Para quem gosta, o principal argumento é que a empresa tem um diferencial competitivo que vai gerar surpresas positivas nos lucros de forma recorrente.

Interesse crescente. Nas últimas semanas, e ao longo do NDR, vimos um aumento significativo no interesse por INBR32. O Inter&Co vem ganhando momentum devido aos seus desenvolvimentos recentes em termos de rentabilidade assim como pelas semelhanças com o Nu (que comprovou sua tese de monetização de clientes). No geral, vemos os clientes (e nós também) ainda céticos sobre o banco atingir as metas de longo prazo apresentadas no Inter Day, mas ainda com bom potencial de crescimento. Além disso, quaisquer potenciais desenvolvimentos que apontem para uma aceleração em direção aos objetivos de longo prazo devem ser um gatilho.

Menores volumes de negociação (ADTV) tornando a perspectiva mais pessimista. Percebemos um sentimento ainda cauteloso em relação à B3. Em nossa opinião, esse sentimento decorre de: i) menores ADTVs e provável recuperação mais longa; ii) preferência por exposição à tese do aprofundamento financeiro no Brasil através de outros nomes; iii) preocupações relacionadas com a alocação de capital; e iv) preocupações relacionadas ao surgimento de concorrentes. Relativamente a este último, embora seja difícil estimar o prazo, com cada vez mais players falando com investidores, cresce a convicção de que a concorrência vai aparecer. No geral, não vemos os gestores vendendo ações a descoberto (o fluxo financeiro e o alto nível de remuneração dos acionistas tornam isso bastante arriscado), mas vemos o posicionamento como uma forma de reduzir o descolamento (tracking error) em relação ao IBOV.

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